O presidente da Jerónimo Martins garantiu também que os salários não são um entrave à competitividade
O presidente da Jerónimo Martins afirmou ontem que a Jerónimo Martins não seria afectada por uma intervenção externa europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Para nós é igual ter ou não FMI, mas se quer a minha opinião, seria uma bênção se o FMI entrasse em Portugal", confessou ao i à margem da conferência de imprensa de apresentação dos resultados anuais da retalhista.
Alexandre Soares dos Santos disse também concordar com o governador do Banco de Portugal (BdP), quando este disse que Portugal já está em recessão. "Não vale a pena continuar a mentir. Não se pode pedir sacrifícios às pessoas sem lhes dizer a verdade. Não adianta andarem a dizer que não estamos em recessão porque estamos. Nós sentimos que estamos em recessão. Não é preciso o BdP dizer." O número de visitas às lojas da Jerónimo Martins manteve-se estável, mas os clientes têm comprado um pouco menos.
O presidente da retalhista reagiu ainda às declarações do presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) sobre o peso dos salários em Portugal, garantindo que os salários não prejudicam a competitividade das empresas portuguesas. "O problema português não é salarial. Não percebo como discute durante tanto tempo um aumento do salário mínimo", referiu. "O problema de Portugal é o absentismo. Lembro-me que tínhamos de ter mais 15% de mão-de-obra por causa do absentismo."
Soares dos Santos revelou que a Jerónimo deverá aumentar os seus trabalhadores este ano, acrescentando que voltará a ser distribuído um bónus de 275 euros por cada trabalhador, mais 25 euros do que em 2010.
Sobre os aumentos preocupantes dos preços das matérias-primas, Pedro Soares dos Santos, CEO da empresa avisou que eles se devem começar a reflectir em Maio ou Junho, podendo "dar origem a uma subida de preços perigosa".
Sair de Portugal? Os lucros da Jerónimo Martins atingiram um novo máximo, crescendo 40,3% para os 281 milhões de euros, um resultado que, ainda assim, fica ligeiramente aquém das estimativas dos analistas, que esperavam resultados líquidos de 284 milhões.
O resultado foi suportado por uma melhoria de 23,6% do resultado operacional (EBITDA) que se fixou nos 652,6 milhões de euros, do qual 60% já tem origem na Polónia, onde a cadeia Biedronka é líder do mercado hard discount.
"A Biedronka tornou-se no motor da rentabilidade da Jerónimo Martins", afirma Pedro Soares dos Santos. "Beneficiamos de estar num país jovem, com mais determinação que Portugal, onde não temos de enfrentar estas medidas de austeridade. Em 2011 vamos ter uma recessão em Portugal, a Polónia vai ter crescimento. Aqui o poder de compra está a cair, lá está a crescer."
A empresa está de tal forma satisfeita com a sua actividade fora de Portugal que Alexandre Soares dos Santos admitiu que o conselho de administração já considerou, a longo prazo, passar a cotar a Jerónimo Martins noutra praça. "Sou melhor recebido, a iniciativa privada é melhor recebida na Polónia do que em Portugal."
Os resultados internos da retalhista desiludiram os investidores que castigaram a empresa na sessão de ontem da bolsa, provocando uma queda de 5,7%.
Soares dos Santos admitiu já ter discutido passar a cotar a empresa noutra praça
O presidente da Jerónimo Martins afirmou ontem que a Jerónimo Martins não seria afectada por uma intervenção externa europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Para nós é igual ter ou não FMI, mas se quer a minha opinião, seria uma bênção se o FMI entrasse em Portugal", confessou ao i à margem da conferência de imprensa de apresentação dos resultados anuais da retalhista.
Alexandre Soares dos Santos disse também concordar com o governador do Banco de Portugal (BdP), quando este disse que Portugal já está em recessão. "Não vale a pena continuar a mentir. Não se pode pedir sacrifícios às pessoas sem lhes dizer a verdade. Não adianta andarem a dizer que não estamos em recessão porque estamos. Nós sentimos que estamos em recessão. Não é preciso o BdP dizer." O número de visitas às lojas da Jerónimo Martins manteve-se estável, mas os clientes têm comprado um pouco menos.
O presidente da retalhista reagiu ainda às declarações do presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) sobre o peso dos salários em Portugal, garantindo que os salários não prejudicam a competitividade das empresas portuguesas. "O problema português não é salarial. Não percebo como discute durante tanto tempo um aumento do salário mínimo", referiu. "O problema de Portugal é o absentismo. Lembro-me que tínhamos de ter mais 15% de mão-de-obra por causa do absentismo."
Soares dos Santos revelou que a Jerónimo deverá aumentar os seus trabalhadores este ano, acrescentando que voltará a ser distribuído um bónus de 275 euros por cada trabalhador, mais 25 euros do que em 2010.
Sobre os aumentos preocupantes dos preços das matérias-primas, Pedro Soares dos Santos, CEO da empresa avisou que eles se devem começar a reflectir em Maio ou Junho, podendo "dar origem a uma subida de preços perigosa".
Sair de Portugal? Os lucros da Jerónimo Martins atingiram um novo máximo, crescendo 40,3% para os 281 milhões de euros, um resultado que, ainda assim, fica ligeiramente aquém das estimativas dos analistas, que esperavam resultados líquidos de 284 milhões.
O resultado foi suportado por uma melhoria de 23,6% do resultado operacional (EBITDA) que se fixou nos 652,6 milhões de euros, do qual 60% já tem origem na Polónia, onde a cadeia Biedronka é líder do mercado hard discount.
"A Biedronka tornou-se no motor da rentabilidade da Jerónimo Martins", afirma Pedro Soares dos Santos. "Beneficiamos de estar num país jovem, com mais determinação que Portugal, onde não temos de enfrentar estas medidas de austeridade. Em 2011 vamos ter uma recessão em Portugal, a Polónia vai ter crescimento. Aqui o poder de compra está a cair, lá está a crescer."
A empresa está de tal forma satisfeita com a sua actividade fora de Portugal que Alexandre Soares dos Santos admitiu que o conselho de administração já considerou, a longo prazo, passar a cotar a Jerónimo Martins noutra praça. "Sou melhor recebido, a iniciativa privada é melhor recebida na Polónia do que em Portugal."
Os resultados internos da retalhista desiludiram os investidores que castigaram a empresa na sessão de ontem da bolsa, provocando uma queda de 5,7%.
Soares dos Santos admitiu já ter discutido passar a cotar a empresa noutra praça
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