Nem a placa de cobre que assinalava a inauguração das modernas instalações escapou. Um dos vidros da porta giratória foi retirado e tudo o que tem algum valor nos sucateiros começou a ser levado. O cenário resumia-se, ontem, a casas de banho esventradas; calhas de alumínio das redes eléctricas, das redes de dados e de segurança arrancadas e roubadas; vidros partidos; puxadores de portas e armários, interruptores e dispositivos de alarme desaparecidos; centrais eléctricas e de telecomunicações derrubadas e esvaziadas; e até garrafões de plástico com restos de vinho, sobras de comida pelo chão e um colchão num corredor.
O edifício de dois pisos que a antiga Junta Autónoma de Estradas - actual Estradas de Portugal (EP) - mandou construir em 2005 para instalar a sua Direcção Distrital de Estradas de Lisboa está de portas abertas, sem qualquer protecção, à mercê de meros vândalos, ou caçadores de cobre, alumínio e o que mais houver.
Situado numa quinta com dezenas de hectares, contígua ao quartel do Regimento de Artilharia Antiaérea n.º 1 e fronteira ao Palácio Nacional de Queluz, o imóvel tem 2100 m2 de pavimentos, custou 1.472.173 euros e foi inaugurado pelo secretário de Estado Paulo Campos em Janeiro de 2007. Passados dois anos, a EP decidiu transferir as dezenas de funcionários que ali trabalhavam para a sua sede, em Almada, e as instalações foram abandonadas. Por essa altura resolveu também despejar os antigos funcionários que habitavam parte das duas dezenas de casas da quinta, retirou o pessoal da segurança e deixou para trás os volumosos arquivos guardados em algumas daquelas casas.
No Verão do ano passado, as habitações e os arquivos tiveram o destino esperado: tudo foi arrombado e vandalizado. Noticiada pelo PÚBLICO em Agosto, a situação deu lugar a um jogo de empurra entre a EP, o Ministério da Defesa e o Ministério das Finanças, rejeitando todos eles quaisquer responsabilidades no assunto. De acordo com informações dessas entidades, nenhuma delas tutelava o espaço, embora todas elas tivessem alguma coisa a ver com ele.
Nessa altura, o edifício da Direcção de Estradas estava intacto e, em resposta ao PÚBLICO, o gabinete do ministro das Finanças informou, no fim de Agosto, que, "por solicitação da Estradas de Portugal, o edifício principal está a ser vigiado por militares do quartel contíguo".
Nas semanas seguintes, os soldados foram visíveis, mas meses depois deixaram de ser notados por quem ali pratica desporto, fazendo apenas rondas episódicas. De nada serviu. Um primeiro vidro foi partido nas traseiras e, mais recentemente, a porta giratória passou a franquear o acesso a quem lá quiser entrar.
O interior dá pena. A desolação é total. Quase nada resistiu. E o que ainda lá está, como sejam portas e janelas de grande qualidade, não vai resistir muito. "Estava escrito nas estrelas", comenta alguém que passa.
O PÚBLICO tentou ontem contactar o Estado-Maior do Exército, mas tal não foi possível.
O edifício de dois pisos que a antiga Junta Autónoma de Estradas - actual Estradas de Portugal (EP) - mandou construir em 2005 para instalar a sua Direcção Distrital de Estradas de Lisboa está de portas abertas, sem qualquer protecção, à mercê de meros vândalos, ou caçadores de cobre, alumínio e o que mais houver.
Situado numa quinta com dezenas de hectares, contígua ao quartel do Regimento de Artilharia Antiaérea n.º 1 e fronteira ao Palácio Nacional de Queluz, o imóvel tem 2100 m2 de pavimentos, custou 1.472.173 euros e foi inaugurado pelo secretário de Estado Paulo Campos em Janeiro de 2007. Passados dois anos, a EP decidiu transferir as dezenas de funcionários que ali trabalhavam para a sua sede, em Almada, e as instalações foram abandonadas. Por essa altura resolveu também despejar os antigos funcionários que habitavam parte das duas dezenas de casas da quinta, retirou o pessoal da segurança e deixou para trás os volumosos arquivos guardados em algumas daquelas casas.
No Verão do ano passado, as habitações e os arquivos tiveram o destino esperado: tudo foi arrombado e vandalizado. Noticiada pelo PÚBLICO em Agosto, a situação deu lugar a um jogo de empurra entre a EP, o Ministério da Defesa e o Ministério das Finanças, rejeitando todos eles quaisquer responsabilidades no assunto. De acordo com informações dessas entidades, nenhuma delas tutelava o espaço, embora todas elas tivessem alguma coisa a ver com ele.
Nessa altura, o edifício da Direcção de Estradas estava intacto e, em resposta ao PÚBLICO, o gabinete do ministro das Finanças informou, no fim de Agosto, que, "por solicitação da Estradas de Portugal, o edifício principal está a ser vigiado por militares do quartel contíguo".
Nas semanas seguintes, os soldados foram visíveis, mas meses depois deixaram de ser notados por quem ali pratica desporto, fazendo apenas rondas episódicas. De nada serviu. Um primeiro vidro foi partido nas traseiras e, mais recentemente, a porta giratória passou a franquear o acesso a quem lá quiser entrar.
O interior dá pena. A desolação é total. Quase nada resistiu. E o que ainda lá está, como sejam portas e janelas de grande qualidade, não vai resistir muito. "Estava escrito nas estrelas", comenta alguém que passa.
O PÚBLICO tentou ontem contactar o Estado-Maior do Exército, mas tal não foi possível.
Até admito que o erro não tenha sido a saída, mas a própria construção. O que não compreendo é como é que uma empresa pública que dá sucessivamente prejuízo tem um imóvel novo vazio e não o tenta rentabilizar! Não existem realmente limites para a incompetência do Almerindo Marques. Vá lá, ainda teve o bom senso de pedir ao exército para o vigiar, o que só aconteceu a princípio, tendo agora como consequência a destruição de património do Estado no valor de 1.5 M €.
Eh pá, quando se brinca com o dinheiro público têm de rolar cabeças!
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