Boa tarde a todos e, desde já, parabéns pelo fórum.
Registei-me com o intuito de saber a vossa opinião sobre a responsabilidade num acidente que tive há pouco tempo e, antes de poder colocar este post, li vários e fiquei agradavelmente surpreendida com comentários e respostas claras e objetivas.
O que se passou neste caso foi o seguinte: no dia 19 de janeiro de 2012, pelas 08h15, eu seguia (enquanto condutora) em direção à rotunda onde se deu o acidente. Esta é uma rotunda pequena, de uma só faixa, numa pequena localidade (Carvide, Leiria).
O local do acidente tem sido, segundo as pessoas da comunidade de Carvide e as autoridades legais (GNR), palco de vários acidentes: existe, devido a uma curva edificada, falta de visibilidade entre as entradas (locais de cedência de passagem) em que circulavam os dois veículos e as características físicas da rotunda não obrigam os veículos a contorná-la quando seguem o percurso da condutora do veículo que colidiu no meu. Esta situação leva a que muitos condutores não tenham em atenção à necessária redução e adequação da velocidade na referida rotunda.
Devo dizer, embora isso não sirva de nada, que no momento do acidente, eu tinha acabado de deixar o meu filho mais novo, no ATL de Carvide, que fica a escassos metros do local do sinistro. Comigo, levava o meu filho mais velho, para a escola. Na qualidade de mãe, considero-me particularmente atenta à segurança rodoviária e pratico uma condução defensiva. Não quero dizer que sou exímia a conduzir e que nunca fiz nada errado, mas sou atenta e, quando levo as crianças comigo, ainda sou mais.
Ao aproximar-me desta rotunda, com a cautela que exige o sinal de cedência de passagem (dada a pouca visibilidade no local de cedência de passagem, avançando cautelosamente em procura da visibilidade máxima), verifiquei que não se encontrava nenhum veículo nela a circular, ou a preparar-se para circular. Tendo a certeza absoluta de tal facto, entrei na rotunda. No momento em que tomei a decisão de entrar na rotunda, nunca vi nenhum carro.
Quando eu estava já dentro da rotunda (isto é, o meu carro estava completamente dentro da rotunda), vi um carro, através do vidro do meu lado esquerdo, que colidiu violentamente no meu carro (na lateral esquerda, da roda para a frente). Embora eu não consiga saber exatamente dizer quanto tempo passou desde o momento em que vi aquele carro (Renault Clio) até à colisão, tenho a certeza de que não foi mais do que um segundo. A manobra que eu fazia com o meu carro (Audi A3) obrigava-me a olhar em frente, de modo a contornar a rotunda, pelo que o meu campo de visão, estando a minha viatura inclinada para a direita, não pôde abranger a visibilidade do outro carro até ao segundo anterior à colisão.
O meu carro rodou quase 90º para a direita, ficando com a frente em cima do "triângulo de aproximação de rotunda", que separa os sentidos de marcha da via à minha direita – local para onde seguia o veículo que colidiu com o meu, e que ficou imobilizado à frente do meu, com a traseira em cima do mesmo triângulo e a frente na entrada dessa mesma via...
A GNR e os bombeiros foram chamados pelo meu marido, que acorreu ao local minutos depois. A outra senhora queixava-se de uma mão (partiu os dedos, ou a mão, nem sei bem).
No relatório da GNR, a outra condutora refere: “Circulava na rotunda, quando uma viatura que não respeitou a sinalização de cedência de passagem veio-me embater”. Eu refiro: “Eu circulava na rua dos Loureiros em direção à rua dos Junqueiros. Já na rotunda, surge o veículo X, em velocidade excessiva, e bateu no meu veículo, abalroando-o para a direita, ficando o mesmo em cima do triângulo de aproximação da rotunda”.
Na realidade, quando eu tomei a decisão de entrar na rotunda, não existia nenhum carro a circular ou a entrar na mesma. Por isso, é falsa a afirmação de que eu não respeitei a sinalização de cedência de passagem. Assim como é falsa a afirmação de que o meu carro embateu no noutro: foi o outro carro que colidiu no meu.
Quando falei com o perito, a semana passada, ele disse-me que percebeu logo que tinha sido o outro carro a bater no meu, mas que eu nunca podia ser completamente ilibada, porque no meu local de cedência de passagem não tenho visibilidade suficiente (?). Ora, por isso é que eu me chego sempre um bocadinho mais à frente... e não foi nesse bocadinho que embateram contra mim: foi depois, quando já estava a circular na rotunda... O mesmo perito disse que já tinha falado com a outra condutora, que não quis dirigir-se ao local do acidente porque está de baixa médica (partiu uma mão (ou dedo(s)) em consequência deste acidente) e que não foi capaz de explicar-lhe como ocorreu o acidente. A condutora disse-lhe que me viu, mas que pensou que eu ia parar (mas eu nunca a vi a ela).
O meu carro ainda nem sequer está a arranjar. O orçamento já vai em cerca de 12000 €... e ontem recebi a decisão da seguradora (que é a mesma nesta história toda) dizendo que eu sou 100% responsável pela produção do acidente, porque não cedi a passagem ao veículo que circulava na rotunda...
Eu estou completamente inconformada com esta decisão... Telefonei para seguradora, para saber como tinham chegado a tal conclusão, mas a resposta é evasiva: o perito é que decide, com base no relatório da GNR e outros, etc, etc... Mas não vejo aqui absolutamente nenhum rigor técnico...
Vou fazer reclamação desta decisão, mas não sei a quem recorrer em primeiro lugar: seguradora, ISP, advogado...
Alguém tem uma opinião a dar-me? Obrigada...
Estou com alguma dificuldade em inserir imagem do croquis...
Registei-me com o intuito de saber a vossa opinião sobre a responsabilidade num acidente que tive há pouco tempo e, antes de poder colocar este post, li vários e fiquei agradavelmente surpreendida com comentários e respostas claras e objetivas.
O que se passou neste caso foi o seguinte: no dia 19 de janeiro de 2012, pelas 08h15, eu seguia (enquanto condutora) em direção à rotunda onde se deu o acidente. Esta é uma rotunda pequena, de uma só faixa, numa pequena localidade (Carvide, Leiria).
O local do acidente tem sido, segundo as pessoas da comunidade de Carvide e as autoridades legais (GNR), palco de vários acidentes: existe, devido a uma curva edificada, falta de visibilidade entre as entradas (locais de cedência de passagem) em que circulavam os dois veículos e as características físicas da rotunda não obrigam os veículos a contorná-la quando seguem o percurso da condutora do veículo que colidiu no meu. Esta situação leva a que muitos condutores não tenham em atenção à necessária redução e adequação da velocidade na referida rotunda.
Devo dizer, embora isso não sirva de nada, que no momento do acidente, eu tinha acabado de deixar o meu filho mais novo, no ATL de Carvide, que fica a escassos metros do local do sinistro. Comigo, levava o meu filho mais velho, para a escola. Na qualidade de mãe, considero-me particularmente atenta à segurança rodoviária e pratico uma condução defensiva. Não quero dizer que sou exímia a conduzir e que nunca fiz nada errado, mas sou atenta e, quando levo as crianças comigo, ainda sou mais.
Ao aproximar-me desta rotunda, com a cautela que exige o sinal de cedência de passagem (dada a pouca visibilidade no local de cedência de passagem, avançando cautelosamente em procura da visibilidade máxima), verifiquei que não se encontrava nenhum veículo nela a circular, ou a preparar-se para circular. Tendo a certeza absoluta de tal facto, entrei na rotunda. No momento em que tomei a decisão de entrar na rotunda, nunca vi nenhum carro.
Quando eu estava já dentro da rotunda (isto é, o meu carro estava completamente dentro da rotunda), vi um carro, através do vidro do meu lado esquerdo, que colidiu violentamente no meu carro (na lateral esquerda, da roda para a frente). Embora eu não consiga saber exatamente dizer quanto tempo passou desde o momento em que vi aquele carro (Renault Clio) até à colisão, tenho a certeza de que não foi mais do que um segundo. A manobra que eu fazia com o meu carro (Audi A3) obrigava-me a olhar em frente, de modo a contornar a rotunda, pelo que o meu campo de visão, estando a minha viatura inclinada para a direita, não pôde abranger a visibilidade do outro carro até ao segundo anterior à colisão.
O meu carro rodou quase 90º para a direita, ficando com a frente em cima do "triângulo de aproximação de rotunda", que separa os sentidos de marcha da via à minha direita – local para onde seguia o veículo que colidiu com o meu, e que ficou imobilizado à frente do meu, com a traseira em cima do mesmo triângulo e a frente na entrada dessa mesma via...
A GNR e os bombeiros foram chamados pelo meu marido, que acorreu ao local minutos depois. A outra senhora queixava-se de uma mão (partiu os dedos, ou a mão, nem sei bem).
No relatório da GNR, a outra condutora refere: “Circulava na rotunda, quando uma viatura que não respeitou a sinalização de cedência de passagem veio-me embater”. Eu refiro: “Eu circulava na rua dos Loureiros em direção à rua dos Junqueiros. Já na rotunda, surge o veículo X, em velocidade excessiva, e bateu no meu veículo, abalroando-o para a direita, ficando o mesmo em cima do triângulo de aproximação da rotunda”.
Na realidade, quando eu tomei a decisão de entrar na rotunda, não existia nenhum carro a circular ou a entrar na mesma. Por isso, é falsa a afirmação de que eu não respeitei a sinalização de cedência de passagem. Assim como é falsa a afirmação de que o meu carro embateu no noutro: foi o outro carro que colidiu no meu.
Quando falei com o perito, a semana passada, ele disse-me que percebeu logo que tinha sido o outro carro a bater no meu, mas que eu nunca podia ser completamente ilibada, porque no meu local de cedência de passagem não tenho visibilidade suficiente (?). Ora, por isso é que eu me chego sempre um bocadinho mais à frente... e não foi nesse bocadinho que embateram contra mim: foi depois, quando já estava a circular na rotunda... O mesmo perito disse que já tinha falado com a outra condutora, que não quis dirigir-se ao local do acidente porque está de baixa médica (partiu uma mão (ou dedo(s)) em consequência deste acidente) e que não foi capaz de explicar-lhe como ocorreu o acidente. A condutora disse-lhe que me viu, mas que pensou que eu ia parar (mas eu nunca a vi a ela).
O meu carro ainda nem sequer está a arranjar. O orçamento já vai em cerca de 12000 €... e ontem recebi a decisão da seguradora (que é a mesma nesta história toda) dizendo que eu sou 100% responsável pela produção do acidente, porque não cedi a passagem ao veículo que circulava na rotunda...
Eu estou completamente inconformada com esta decisão... Telefonei para seguradora, para saber como tinham chegado a tal conclusão, mas a resposta é evasiva: o perito é que decide, com base no relatório da GNR e outros, etc, etc... Mas não vejo aqui absolutamente nenhum rigor técnico...
Vou fazer reclamação desta decisão, mas não sei a quem recorrer em primeiro lugar: seguradora, ISP, advogado...
Alguém tem uma opinião a dar-me? Obrigada...
Estou com alguma dificuldade em inserir imagem do croquis...
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