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Viva,
Acho que nos devemos de deixar de usar o termo "caça à multa". As multas só são passadas quando existe desrespeito ao CE, seja pequeno ou grave. Logo, se alguém prevaricou deve ser punido - multado. Se existe uma zona de 50 e existe tendência para um carro da BT lá estar parado multando quem transgride o limite, não vejo mal disso. Pelo contrário, se alguém transgride deve ser multado, é isso que está no código e na constituição. Se nessa zona de 50km/h estão constantemente a ser multados é bom que a polícia lá esteja pois aparenta existir um desrespeito pelo CE e ”não se aprende”, pois sabendo que é uma zona cigiada, memso assim continuam a abusar.
Se alguém é multado por alguma razão é, por muito que custe pagar ou aceitar a culpa. Pode-se afirmar que a polícia deveria era verificar situações mais graves. Pode-se afirmar muitas coisas. Mas de forma alguma retira a culpa de quem foi multado por prevaricar. O próprios uso de radares não deve ser contestado. Só verificam se alguém ultrapassa o limite imposto. Porquê contestar? Porque querem transgredir uma lei e não ser apanhados?
Qualquer um de nós transgride um pouco as regras no dia-a-dia. Ou por hábito numa determinada zona, ou por pressa, ou por stress, ou simples descuido. O transgredir pode ser exceder a velocidade (o mais comum), parar em passeios, transpor um pouco o traço contínuo, ou simplesmente não sinalizar uma mudança de direcção. Mas tem que assumir que mesmo que circule a 95km/h numa zona de 90km/h está a desrespeitar a lei. E para se desculpar afirmar que na AE se circula a 200km/h e isso sim é errado e é um pouco de hipócrita. O condutor cometeu uma infracção e deve preocupar-se em assumir o seu erro, não desresponsabilizar-se afirmando que outros cometem crimes maiores (aliás, por isso é que o CE tem escalões de coimas).
Não me aflige que exista um câmara ou um polícia junto de cada sinal e se o transgredir seja punido. Se isso acontecesse talvez se reduzisse drasticamente os acidentes na estrada. Podemos sim, é contestar que determinada sinalização está incorrecta, por ter sido mal colocada de origem ou porque o ambiente mudou e encontra-se desfasada da realizada (colocar um limite de 50km/h numa recta porque ali se instalou uma fábrica, mas que já deixou de estar activa, por exemplo).
O que direi a seguir é polémico, eu sei-o, e já foi discutido em vários tópicos. Porém, se as multas ficarem bem caras, com muita certeza as infracções diminuem. Quando doer na carteira as pessoas não se dão a excessos, pois “sem dinheiro não há vício”. Se transgredir a velocidade em 20km/h correspondesse a uma coima de 1.000€ raros eram aqueles que abusavam. Mais polémico ainda é a questão dos radares. Se existissem imensos radares dissimulados pelo país, dos quais não se soubesse a sua localização, e estes fossem eficientes, novamente era bem provável que poucos conduzissem como é geral observar nas estradas. Quando existem radares assinalados o comum de acontecer é as pessoas abrandarem na sua aproximação e simplesmente voltarem à velocidade a que circulavam mal passem pelo radar. Provavelmente tinha mais efeito avisar que em todo o percurso da estrada existiam radares dissimulados mas não especificar onde. Uma boa parte de nós não arriscava e cumpria os limites.
Quer se goste quer não, é um tipo de prevenção (pode não ser o melhor, mas é), pois estas medidas (agravamento de coimas e uso de radares dissimulados) diminuíem as infracções e consequentemente (pode não existir uma relação directa) os acidentes (pois estes derivam na generalidade de infracções). Um exemplo disse é o sistema de pontos em Espanha. Após a entrada em funcionamento e os primeiros "descratados" o número de acidentes desceu brutalmente.
É certo que uma prevenção passiva, procurando sensibilizar seja o primeiro passo. Mas em Portugal há muito que isso não funciona. Desde criança me lembro dos anúncios que incutiam o cumprimento do CE, o uso de cinto, a condução defensiva. E continuamos com os números mais trágicos de acidentes e mortos na estrada. É necessário algo mais activo, ofensivo. E aqui entramos na punição, coimas elevadas.
Em suma, temos que deixar de nos desculpar que a polícia anda à caça da multa. Se andar a fiscalizar, pelo que disse, está a procurar que os condutores cumpram o código, logo leva a mais segurança. Pode-se alegar que era preferível que eles realizassem outras tarefas também importantes (poucas são as escolas perto de estradas onde exista um polícia para controlar o trânsito quando as crianças entram e saiem) mas o que eles estão a fazer não é errado, pelo contrário.
A meu ver, cada um de nós deve assumir as suas responsabilidades e não usar os erros dos outros para se desculpar. Não se pode deixar o carro estacionado sobre uma passadeira ou um passeio, nem que seja por dois minutos, e depois alegar que viu uma ultrapassagem perigosa e não existe civismo. Ambos cometeram infracções. Uma mais grave que a outra é certo. Mas ambos o fizeram.
Marco
Viva,
Acho que nos devemos de deixar de usar o termo "caça à multa". As multas só são passadas quando existe desrespeito ao CE, seja pequeno ou grave. Logo, se alguém prevaricou deve ser punido - multado. Se existe uma zona de 50 e existe tendência para um carro da BT lá estar parado multando quem transgride o limite, não vejo mal disso. Pelo contrário, se alguém transgride deve ser multado, é isso que está no código e na constituição. Se nessa zona de 50km/h estão constantemente a ser multados é bom que a polícia lá esteja pois aparenta existir um desrespeito pelo CE e ”não se aprende”, pois sabendo que é uma zona cigiada, memso assim continuam a abusar.
Se alguém é multado por alguma razão é, por muito que custe pagar ou aceitar a culpa. Pode-se afirmar que a polícia deveria era verificar situações mais graves. Pode-se afirmar muitas coisas. Mas de forma alguma retira a culpa de quem foi multado por prevaricar. O próprios uso de radares não deve ser contestado. Só verificam se alguém ultrapassa o limite imposto. Porquê contestar? Porque querem transgredir uma lei e não ser apanhados?
Qualquer um de nós transgride um pouco as regras no dia-a-dia. Ou por hábito numa determinada zona, ou por pressa, ou por stress, ou simples descuido. O transgredir pode ser exceder a velocidade (o mais comum), parar em passeios, transpor um pouco o traço contínuo, ou simplesmente não sinalizar uma mudança de direcção. Mas tem que assumir que mesmo que circule a 95km/h numa zona de 90km/h está a desrespeitar a lei. E para se desculpar afirmar que na AE se circula a 200km/h e isso sim é errado e é um pouco de hipócrita. O condutor cometeu uma infracção e deve preocupar-se em assumir o seu erro, não desresponsabilizar-se afirmando que outros cometem crimes maiores (aliás, por isso é que o CE tem escalões de coimas).
Não me aflige que exista um câmara ou um polícia junto de cada sinal e se o transgredir seja punido. Se isso acontecesse talvez se reduzisse drasticamente os acidentes na estrada. Podemos sim, é contestar que determinada sinalização está incorrecta, por ter sido mal colocada de origem ou porque o ambiente mudou e encontra-se desfasada da realizada (colocar um limite de 50km/h numa recta porque ali se instalou uma fábrica, mas que já deixou de estar activa, por exemplo).
O que direi a seguir é polémico, eu sei-o, e já foi discutido em vários tópicos. Porém, se as multas ficarem bem caras, com muita certeza as infracções diminuem. Quando doer na carteira as pessoas não se dão a excessos, pois “sem dinheiro não há vício”. Se transgredir a velocidade em 20km/h correspondesse a uma coima de 1.000€ raros eram aqueles que abusavam. Mais polémico ainda é a questão dos radares. Se existissem imensos radares dissimulados pelo país, dos quais não se soubesse a sua localização, e estes fossem eficientes, novamente era bem provável que poucos conduzissem como é geral observar nas estradas. Quando existem radares assinalados o comum de acontecer é as pessoas abrandarem na sua aproximação e simplesmente voltarem à velocidade a que circulavam mal passem pelo radar. Provavelmente tinha mais efeito avisar que em todo o percurso da estrada existiam radares dissimulados mas não especificar onde. Uma boa parte de nós não arriscava e cumpria os limites.
Quer se goste quer não, é um tipo de prevenção (pode não ser o melhor, mas é), pois estas medidas (agravamento de coimas e uso de radares dissimulados) diminuíem as infracções e consequentemente (pode não existir uma relação directa) os acidentes (pois estes derivam na generalidade de infracções). Um exemplo disse é o sistema de pontos em Espanha. Após a entrada em funcionamento e os primeiros "descratados" o número de acidentes desceu brutalmente.
É certo que uma prevenção passiva, procurando sensibilizar seja o primeiro passo. Mas em Portugal há muito que isso não funciona. Desde criança me lembro dos anúncios que incutiam o cumprimento do CE, o uso de cinto, a condução defensiva. E continuamos com os números mais trágicos de acidentes e mortos na estrada. É necessário algo mais activo, ofensivo. E aqui entramos na punição, coimas elevadas.
Em suma, temos que deixar de nos desculpar que a polícia anda à caça da multa. Se andar a fiscalizar, pelo que disse, está a procurar que os condutores cumpram o código, logo leva a mais segurança. Pode-se alegar que era preferível que eles realizassem outras tarefas também importantes (poucas são as escolas perto de estradas onde exista um polícia para controlar o trânsito quando as crianças entram e saiem) mas o que eles estão a fazer não é errado, pelo contrário.
A meu ver, cada um de nós deve assumir as suas responsabilidades e não usar os erros dos outros para se desculpar. Não se pode deixar o carro estacionado sobre uma passadeira ou um passeio, nem que seja por dois minutos, e depois alegar que viu uma ultrapassagem perigosa e não existe civismo. Ambos cometeram infracções. Uma mais grave que a outra é certo. Mas ambos o fizeram.
Marco
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