Boas,
O texto que está a seguir data de 2002. Confirmo que o sistema resulta pois pelo menos no trajecto Lisboa-Algarve já fui testemunha bastantes vezes, a última o verão passado.
As minhas questões são : passados 6 anos a Brisa ainda não tomou nenhuma medida? Estão á espera de quê? Gostam de perder dinheiro?
Não seria mais fácil, tal como nos parques dos shoppings que o valor a pagar nos casos referidos fosse o máximo em vez do mínimo?
“Brisa lesada em milhões
LICÍNIO LIMA
Uma deslocação em transporte ligeiro entre Lisboa e Porto pela auto-estrada do Norte, ida e volta, pode custar menos de dois euros, em vez dos habituais 31,8 euros. As debilidades no sistema de portagens são diariamente aproveitadas por centenas de particulares e empresários, lesando em milhares de euros os cofres da Brisa e do Estado. O correspondente IVA deixa também de ser cobrado.
Fontes do DN garantem que a empresa exploradora da auto-estrada sabe o que se passa sem que, inexplicavelmente, tome medidas eficazes. Uma equipa de reportagem fez o percurso e descobriu como facilmente se iludem as regras.
À passagem na portagem de Alverca, no sentido Norte, retirámos o título, mantendo escondido o identificador da via verde.
O aparelho voltou a ser colocado no vidro da viatura já quando nos aproximávamos da portagem de Grijó. Aqui, seguimos pela via verde. À passagem surgiu no semáforo a luz amarela, indicando alguma anomalia. Em condições normais ter-se-ia acendido a luz verde, indicando simultaneamente o custo do percurso. No caso, nem uma coisa nem outra.
De regresso a Lisboa, retirámos o título na portagem de Grijó, voltando a guardar o identificador.
Já próximos da capital, saímos para o Carregado. Dirigimo-nos a uma das passagens com portageiro a quem apresentámos o título que fora retirado em Alverca. Preço: 1 euro. Este foi o montante pago pela deslocação Porto-Lisboa, em vez dos habituais 15,9 euros. Faltava saber o custo do percurso contrário.
Contactada a Brisa, explicámos que tínhamos dúvidas sobre a passagem na via verde de Grijó, aludindo ao sinal amarelo sem indicação de preço, ao contrário do que acontece em condições normais.
Um funcionário informou-nos que provavelmente o radar não terá detectado a entrada da viatura e que, nesses casos, será cobrada a distância mínima. O valor facturado corresponderá ao percurso entre a Feira e Grijó, ou seja 1,05 euro. Assim, uma deslocação Lisboa-Porto, ida e volta, que custa 31,8 euros ficou por apenas 2,05 euros.
Seguramente que o DN não «descobriu a pólvora». Segundo fontes por nós contactadas, o «truque» é usado não só por particulares mas também por grandes empresas, que diariamente têm várias viaturas a circular na auto-estrada, incluindo camiões. Estas poupam milhares de contos por ano.
Algumas usam outra técnica: colocam funcionários seus a retirar títulos em determinadas portagens, por exemplo em Santa Maria da Feira, para os entregar a condutores que se deslocam por exemplo, entre Lisboa e Porto. Na portagem de Grijó, estes pagam o valor referente ao título mais barato.
Ao que o DN apurou, muita gente conhece as debilidades do sistema. E há quem tenha garantido que a Brisa também conhece. Ninguém explicou por que razão nunca foram tomadas medidas para evitar a fraude.”
O texto que está a seguir data de 2002. Confirmo que o sistema resulta pois pelo menos no trajecto Lisboa-Algarve já fui testemunha bastantes vezes, a última o verão passado.
As minhas questões são : passados 6 anos a Brisa ainda não tomou nenhuma medida? Estão á espera de quê? Gostam de perder dinheiro?
Não seria mais fácil, tal como nos parques dos shoppings que o valor a pagar nos casos referidos fosse o máximo em vez do mínimo?
“Brisa lesada em milhões
LICÍNIO LIMA
Uma deslocação em transporte ligeiro entre Lisboa e Porto pela auto-estrada do Norte, ida e volta, pode custar menos de dois euros, em vez dos habituais 31,8 euros. As debilidades no sistema de portagens são diariamente aproveitadas por centenas de particulares e empresários, lesando em milhares de euros os cofres da Brisa e do Estado. O correspondente IVA deixa também de ser cobrado.
Fontes do DN garantem que a empresa exploradora da auto-estrada sabe o que se passa sem que, inexplicavelmente, tome medidas eficazes. Uma equipa de reportagem fez o percurso e descobriu como facilmente se iludem as regras.
À passagem na portagem de Alverca, no sentido Norte, retirámos o título, mantendo escondido o identificador da via verde.
O aparelho voltou a ser colocado no vidro da viatura já quando nos aproximávamos da portagem de Grijó. Aqui, seguimos pela via verde. À passagem surgiu no semáforo a luz amarela, indicando alguma anomalia. Em condições normais ter-se-ia acendido a luz verde, indicando simultaneamente o custo do percurso. No caso, nem uma coisa nem outra.
De regresso a Lisboa, retirámos o título na portagem de Grijó, voltando a guardar o identificador.
Já próximos da capital, saímos para o Carregado. Dirigimo-nos a uma das passagens com portageiro a quem apresentámos o título que fora retirado em Alverca. Preço: 1 euro. Este foi o montante pago pela deslocação Porto-Lisboa, em vez dos habituais 15,9 euros. Faltava saber o custo do percurso contrário.
Contactada a Brisa, explicámos que tínhamos dúvidas sobre a passagem na via verde de Grijó, aludindo ao sinal amarelo sem indicação de preço, ao contrário do que acontece em condições normais.
Um funcionário informou-nos que provavelmente o radar não terá detectado a entrada da viatura e que, nesses casos, será cobrada a distância mínima. O valor facturado corresponderá ao percurso entre a Feira e Grijó, ou seja 1,05 euro. Assim, uma deslocação Lisboa-Porto, ida e volta, que custa 31,8 euros ficou por apenas 2,05 euros.
Seguramente que o DN não «descobriu a pólvora». Segundo fontes por nós contactadas, o «truque» é usado não só por particulares mas também por grandes empresas, que diariamente têm várias viaturas a circular na auto-estrada, incluindo camiões. Estas poupam milhares de contos por ano.
Algumas usam outra técnica: colocam funcionários seus a retirar títulos em determinadas portagens, por exemplo em Santa Maria da Feira, para os entregar a condutores que se deslocam por exemplo, entre Lisboa e Porto. Na portagem de Grijó, estes pagam o valor referente ao título mais barato.
Ao que o DN apurou, muita gente conhece as debilidades do sistema. E há quem tenha garantido que a Brisa também conhece. Ninguém explicou por que razão nunca foram tomadas medidas para evitar a fraude.”
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