Já desde 2006 que não morria nenhum piloto na Indycar e desde lá algo se fez para melhorar a segurança. Mas às velocidades a que eles rolam, sendo esta de Las Vegas um exemplo flagrante de tal, o acidente está sempre à espreita. Infelizmente.
Velocidades acima dos 300 km/h, carros muito juntos e a linha entre o fantástico e o horror anda sempre ali muito ténue.
Infelizmente, no caso do Dan Weldon, ele não tinha grande hipótese. Pelas imagens vê-se que ele vem cá mais para trás (era 24º) e que bem se desviou para baixo mas os carros à sua frente já estavam em carambola e havia detritos e carros por todos os lados. Ele, que se chegou para baixo e travou, acabou por ser catapultado e capotar na pista, indo de encontro com a "catch fence", tendo sido o embate aí que o matou, pois aquela rede metálica é apelidada em alguns sites da especialidade com tendo actuado com o efeito de um ralador da estrutura superior do Dallara. Abaixo, na safer barrier, os impactos ainda que violentos, têm menor probabilidade de magoar seriamente, uma vez que essa mesma barreira é montada de forma a que a absorção de energia seja elevada (dado o material que a constitui), ficando a "tapar" o muro de betão original.
Olhando a uma foto (impressionante diga-se) do carro do Dan Weldon, já parado em plena pista, percebe-se que o impacto foi tremendo pois rool-bar nem vê-lo. Toda a cobertura do motor desapareceu e, parece-me a mim, que não vi a decoração do capacete dele nesta prova (apenas vi a parte de cima, nas imagens onboard), que acima da viseira a pintura está raspada, vendo-se apenas uma mancha preta (cor da fibra de carbono). Também o volante está inclinado para cima, pois é visível acima da linha do cockpit, sabendo-se que nestes carro, em situações normais, o mesmo não se vê de fora devido à estrutura da monocoque, que "tapa" muito do cockpit devido às necessidades de proteger o piloto das turbulências aerodinâmicas.
Toda a dinâmica do acidente é violentíssima, pelo que - infelizmente - se perspectivava que algo de mau poderia ter acontecido. Já olhando para o primeiro carro a "levantar voo" (da Penske), aquilo deu a sensação de poder acabar mal (aliás, vê-se o olhar do Roger Penske, que mostrava muita preocupação, pois ele já viu muita coisa naquele desporto, para o bem e para o mal), mas depois vê-se o 77 a voar e a capotar inúmeras vezes, indo bater com a parte do roll-bar na tal catc fence.
Infelizmente estas situações são mesmo isso. Muito infelizes. E como em muitos destes acontecimentos, a ironia anda ali de uma forma mordaz, pois senão veja-se. Ele este ano não tinha sequer conseguido um lugar numa equipa para uma temporada a full time (após umas épocas menos conseguidas e equipas de menor nomeada). Teve a oportunidade de conseguir um volante para a Indy 500, na nova equipa do Bryan Herta (ex piloto de Indycars). Andou ali sempre na luta mas ninguém o dava como favorito, não tanto pela sua capacidade de pilotagem (que a tinha, tendo até já vencido Indy e um campeonato, em 2005), mas pela novel equipa. Acaba por vencer a prova, nos últimos segundos, quando o líder destacado acerta em cheio no muro, na curva 4 de Indianapolis, numa vitória que mais pareceu um conto de fadas. Lembro-me bem de estar a ver a prova e de ter achado aquilo a put* da loucura, o epíteto do desporto norte-americano, onde a incerteza anda sempre ali em alta. E no final lá estava ele a beber a famosa garrafa de leite e depois a falar com um dos filhos ao colo.
Isto valeu-lhe ser o test driver para o novo carro (que vai ser utilizado a partir do ano que vem) e uma subida de cotação que, quase de certeza, o traria de volta ao campeonato, mas a tempo inteiro.
Ontem participou, ao volante do Dallara de outra equipa, com um número de "sorte" (77), serviu de reporter de televisão na volta de aquecimento, dando a sua visão da corrida e da pista, tendo mostrado a sua preocupação pela rapidez da mesma e pelo instável que seria pilotar no "ar sujo" de tantos pilotos (olhando ao 34º lugar de onde partia). Enfim, lá está a ironia, pois a sua preocupação veio a confirmar-se da pior maneira e logo na volta...13.
Paz à sua alma e o melhor para os seus, em especial a esposa, que fica sem o marido com 33 anos e com dois filhos, de 2 anos e 7 meses. De mim, que há muito vejo Indycar, ainda que nem sempre com a maior das atenções, um obrigado por muitos momentos memoráveis que este piloto proporcionou a quem gosta de ver este desporto motorizado da terra do Tio Sam.
Como é que numa pista em que só se anda em frente e se curva sempre para o mesmo lado acontece um acidente destes?
A única coisa que me surpreende é não haver mais acidentes destes. Até faz impressão ver aqueles carros todos coladinhos uns aos outros, àquela velocidade disparatada.
O Indycar é bastante entusiasmante, reconheço-o, mas também é perigosíssimo.
E mais um artigo, desta feita do Daily Mail, com uma vasta galeria de fotos e textos, acerca da carreira do Dan Weldon. Note-se que se deve dar o "desconto" pelo tom imprimido no texto, pois estamos perante o Daily Mail.
Na F1 não acontecem acidentes destes à décadas.
Quando foi que viram um acidente a mais de 300km/h?
Quando é que viram um muro tão próximo da pista?
Quando é que viram um acidente com tantos carros ao mesmo tempo?
F1 voadores? Ninguém se lembra de Webber o ano passado? E não era a esta velocidade nem contra um carro de lado.
E agora juntem este cocktail todo...
Sim, aparentemente o roll-bar falhou. Talvez tenha sido "arrancado" pela rede (aparentemente o carro bateu no muro e na rede).
Na F1 não morre ninguém desde 94 porque a segurança aumentou... mas também por sorte e por se evitarem situações/curvas perigosas (como esta)
Na F1 não acontecem acidentes destes à décadas.
Quando foi que viram um acidente a mais de 300km/h?
Quando é que viram um muro tão próximo da pista?
Quando é que viram um acidente com tantos carros ao mesmo tempo?
F1 voadores? Ninguém se lembra de Webber o ano passado? E não era a esta velocidade nem contra um carro de lado.
E agora juntem este cocktail todo...
Sim, aparentemente o roll-bar falhou. Talvez tenha sido "arrancado" pela rede (aparentemente o carro bateu no muro e na rede).
Na F1 não morre ninguém desde 94 porque a segurança aumentou... mas também por sorte e por se evitarem situações/curvas perigosas (como esta)
Foi preciso o Senna e o Ratzenberger morrerem para alterarem radicalmente as medidas de seguranca na F1.
Pode ser que revejam tambem isso no IndyCar. Se bem que naquele formato oval da pista ... n estou a ver grandes solucoes para melhorar a seguranca. Nao ha escapatorias nem zonas de desaceleracao.
Foi preciso o Senna e o Ratzenberger morrerem para alterarem radicalmente as medidas de seguranca na F1.
Pode ser que revejam tambem isso no IndyCar. Se bem que naquele formato oval da pista ... n estou a ver grandes solucoes para melhorar a seguranca. Nao ha escapatorias nem zonas de desaceleracao.
Foi... por exemplo alterarem o circuito de Imola. Mesmo assim, acidentes como Webber a levantar voo o Schumacher a centímetros de ser decapitado ainda acontecem. Acidentes que podiam ser mortais.
Nas ovais, não muito que se possa fazer... e já viram o que era a Indy sem as 500 milhas de Indianapolis?
Foi... por exemplo alterarem o circuito de Imola. Mesmo assim, acidentes como Webber a levantar voo o Schumacher a centímetros de ser decapitado ainda acontecem. Acidentes que podiam ser mortais.
Nas ovais, não muito que se possa fazer... e já viram o que era a Indy sem as 500 milhas de Indianapolis?
As principais mudanças na F1 depois da morte do Senna foram ao nível do equipamento, e não das pistas
Sim foi o carro que bateu com o roll bar contra a vedação, o carro mal subiu a roda do outro carro virou algumas vezes, antes de embater na vedação com o lado do roll bar, não sei se perdeu o roll bar no embate da vedação se antes, mas claramente o roll bar nunca deveria em circunstancia alguma ficar completamente destruído.....
Foi mais um dia triste na historia do automobilismo, e como sempre com uma historia que ainda torna a situação mais triste.
Os circuistos da IRL, são seguros, é dificil fazer melhor numa oval, os carros é que terão de evoluir.
As equipas de segurança também trabalham melhor que em qualquer outra competição, vê-se numa imagem um carro em andamento a arder mas ao lado já ia o carro de assistência, se fosse na F1 estaria um desgraçado de um comissãrio de extintor na mão.
As curvas onde morreram Senna e Ratzenberger desapareceram...
Na Indy também usam Hans e os carros também têm célula de segurança (apesar de, pelas fotos, parecer que não resistiu neste caso)
A própria pista de Imola desapareceu do mapa da F1, portanto não é por aí.
Onde se nota mais a diferença é nos capacetes e no suporte que têm, e nos próprios veículos.
Nunca na vida o Senna morreria naquele acidente com um capacete actual, já nem digo o carro.
Em relação ao tópico, já disse acima e torno a dizer: quem corre na Indycar tem muito pouco amor à vida, e esse foi um dos principais motivos pelos quais o Senna nunca quis para lá ir. Aquelas pistas ovais......
A própria pista de Imola desapareceu do mapa da F1, portanto não é por aí.
Onde se nota mais a diferença é nos capacetes e no suporte que têm, e nos próprios veículos.
Nunca na vida o Senna morreria naquele acidente com um capacete actual, já nem digo o carro.
Em relação ao tópico, já disse acima e torno a dizer: quem corre na Indycar tem muito pouco amor à vida, e esse foi um dos principais motivos pelos quais o Senna nunca quis para lá ir. Aquelas pistas ovais......
O problema do Senna não foi o impacto em si, foi o tirante da suspensão que lhe entrou pela viseira do capacete.
Em relação ao acidente em si, apesar das críticas que fiz na página anterior, concordo quando dizem que há coisas que nunca se vai erradicar (leia-se, acidentes) e que mesmo na F1 há carros a voar. Mas também é verdade que há coisas que podem ser feitas e tanto há que o carro de 2012 já traz muitas melhorias no capítulo da segurança. Mesmo assim, houve muita resistência por parte dos donos das equipas em aceitar trocar os velhos chassis actuais pelos novos. Os mesmos motivos que os fez preterir os chassis Panoz, mais modernos e evoluídos, em detrimento dos velhinhos Dallara aquando da unificação com a CART/Champ Car, isto é, para se poupar mais uns cobres, voltou-se a cortar na segurança.
Por outro lado, nesta prova estavam em pista 34 carros numa oval com 1,5 milhas de perímetro. Para se ter uma ideia, na Indy 500 correm 33 carros numa pista com 2,5 milhas. Junte-se um prémio aliciante de 5 milhões de dólares para atrair mais participantes e temos uma mistura de andamentos muito diferentes numa pista tão curta para tanto carro.
Claro que os acidentes perigosos (e mesmo fatais) irão sempre assistir mas há muita coisa que se poder fazer para os reduzir e às suas consequências.
Nunca na vida o Senna morreria naquele acidente com um capacete actual, já nem digo o carro.
Olhe que nao amigo. Um estoiro daqueles é mortal mesmo com capacete blindado (se existisse), é que foi um embate contra um muro a mais de 200km/h, a desaceleraçao é brutal.
Olhe que nao amigo. Um estoiro daqueles é mortal mesmo com capacete blindado (se existisse), é que foi um embate contra um muro a mais de 200km/h, a desaceleraçao é brutal.
Como já disseram acima, o que matou o AS foi um braço da suspensão que entrou por um ponto fraco do capacete.
Um capacete de hoje em dia poderia ter atenuado bastante esse impacto
Não nos podemos esquecer do acidente do Massa... e nesse, a mola bateu parte no metal do capacete, parte na viseira.
Para acidentes como o de Senna e Ratzenberge, o hans é excelente... mas nos EUA também têm.
Há coisas que são muito difíceis de ultrapassar. O cockpit aberto e uma desaceleração em caso de embate. E pelo que li, não sei se o que matou o Wheldon não terá sido a desaceleração de um carro que circula a 360km/h (pelo que me parece, o facto de ter chocado com a rede foi ainda pior porque "prendeu o carro" e o roll bar em vez de o fazer deslizar) ou o roll bar ter cedido... ou as duas coisas.
Reduzir a velocidade da Indy?
Colocar escapatórias nas ovais?
Substituir a rede por muros mais altos?
Não nos podemos esquecer do acidente do Massa... e nesse, a mola bateu parte no metal do capacete, parte na viseira.
Para acidentes como o de Senna e Ratzenberge, o hans é excelente... mas nos EUA também têm.
Há coisas que são muito difíceis de ultrapassar. O cockpit aberto e uma desaceleração em caso de embate. E pelo que li, não sei se o que matou o Wheldon não terá sido a desaceleração de um carro que circula a 360km/h (pelo que me parece, o facto de ter chocado com a rede foi ainda pior porque "prendeu o carro" e o roll bar em vez de o fazer deslizar) ou o roll bar ter cedido... ou as duas coisas.
Reduzir a velocidade da Indy?
Colocar escapatórias nas ovais? Substituir a rede por muros mais altos?
Reduzir a velocidade parece-me pouco provável até porque é um dos principais atractivos da Indy, escapatórias em ovais parece-me inviável, o que acho que pode ser melhorado é o que pus a bold.
A solução não passa por subir mais ainda os muros mas penso que uma protecção nalgum polímero transparente (acrílico ou algo mais adequado) que tenha boa resistência e o mínimo de capacidade para absorver impactos poderia ser uma hipótese. A questão é sempre saber quanto custa...
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