Primeiro gostava de esclarecer que não tenho nada contra ti, nem tão pouco contra a tua opinião. Da mesma forma que espero que esse sentimento seja recíproco.
Segundo, pelo que relataste já por algumas vezes, tiveste 1 injector avariado (trocado a custo 0 apesar de não teres a manutenção na marca, algo que invalidava logo a tal medida de compromisso). Depois, já antes disto, pelo que me lembro, já te tinhas lamentado que o teu percurso diário citadino não combinava com um diesel. Quem sabe se o teu problema não apareceria na mesma, mais tarde ou mais cedo. Numa coisa concordamos a 100%, o FAP regenera mais e isso não ajudou ao percurso que fazias (fazes).
O user que citas (asjesus) foi exactamente aquele que já te referi como tendo tido problemas de EGR, identificado antes do fix, e comparticipado a 100%, após o mesmo.
Por último, é sabido que injectores e EGR (além de outros componentes) são peças que tendem a avariar em carros diesel, de todas as marcas, com ou sem fix dentro do grupo VAG. O meu carro tem 10 anos 166 mil kms, e se a EGR avariar agora (fiz o fix há 4 meses) claro que eu vou ao concessionário para ver se a trocam a custo 0 por causa desta situação toda, mas se assim não for, não será (não tenho a manutenção feita na marca) e só fico aborrecido pelo custo da reparação. É uma peça de desgaste e 10 anos não é assim tão pouco de utilização.
Ao fim ao cabo atribuir ao fiz todos os problemas que possam surgir e mesmo aqueles que ainda não surgiram (tens vaticinado problemas em tom de vidência) parece francamente errado. Como já te disse, não tenho qualquer problema em dizer que o meu carro avariou se acontecer, nem tão pouco dizer que partilho da tua opinião sobre o que a VW fez e da forma como tratou os clientes no após, mas não consigo achar que tudo de mal advém daí ou ser extremista ao ponto de dizer que carros deste grupo nunca mais. Afinal, como disseste, o carro era impecável.
Invalidava a medida de compromisso? Então eu tenho um carro que tem a manutenção em dia, fora da marca, e nem assim perco a garantia geral, e perco agora esta garantia extraordinária da VW? Tens a certeza do que estás a dizer? Quer dizer a VW dá um garantia pontual para motivar os clientes a fazerem o fix, mas só a alguns? Mesmo que façam o fix? Eu acho que o fix vincula essa garantia e incondicionalmente.
É pior sentir ódio por ter sido enganado, ou ter sido enganado e continuar a defender, com a mesma intensidade, o enganador?
Eu não poria a questão assim. Eu acho que ninguém defende a VW, até porque não há defesa possível. A questão é se alguém que passe por isto, volte a comprar um carro do grupo. E a somar a quem não passou, mas que também está nesse dilema.
É óbvio que quem se deu mal com fix (ou ache que se deu mal com o fix) assim como se tiver uma má experiência com um carro de outra marca qualquer, dificilmente compra um carro da mesma marca. A memória negativa do acontecimento não o permite. Mas se não houver uma má experiência, as coisas podem ser diferentes, mesmo reprovando a atitude da VW.
Invalidava a medida de compromisso? Então eu tenho um carro que tem a manutenção em dia, fora da marca, e nem assim perco a garantia geral, e perco agora esta garantia extraordinária da VW? Tens a certeza do que estás a dizer? Quer dizer a VW dá um garantia pontual para motivar os clientes a fazerem o fix, mas só a alguns? Mesmo que façam o fix? Eu acho que o fix vincula essa garantia e incondicionalmente.
Egr peças de desgaste?
A questão da manutenção está nas condições dessa garantia, e de facto expressei-me mal. Tem que haver provas que o plano de manutenção do fabricante foi cumprido e não as revisões terem sido na marca, como referi anteriormente. Fica a correcção.
Quanto à EGR, não vou entrar nesse tipo de discussão.
E sim, apesar de criticar o grupo VW em toda esta história desde o primeiro momento, acredito também que não foram os únicos a fazê-lo.
E faz-me uma certa (ou muita) confusão em ver que há malta que afirma que não, que todas as outras são, ou foram, uns santinhos. Não sei bem em que mundo vivem...
Ninguém é santo e todos conseguiram contornar as dificuldades de um teste de homologação. Todos menos a VW, como já ficou provado. E é aqui que está a diferença, os outros também são aldrabões, afinal os resultados dos testes são praticamente impossíveis de reproduzir na real utilização, mas passaram nos testes sem ajudas. Mas lá está, desenvolver motores custa dinheiro e consome tempo, e a VW deixou-se ir pela via da preguiça.
Mas é daquelas coisas, não me aquece nem me arrefece ,
Pois... Mas era algo que deveria realmente mexer com as pessoas e opinião pública. Quanto mais não seja pela quebra de confiança e pela falta de escrúpulos por parte da VW. Se não, daqui a nada vale tudo, até arrancar olhos...
A VW enganou de forma gritante e comprovadamente deliberada os consumidores dos estados unidos, porque foi a única marca a dizer que conseguia cumprir com as normas americanas sem ter que usar AddBlue.
Enquanto as outras marcas tiveram que aumentar os custos de produção dos seus veiculos, adicionando o sistema de AddBlue para cumprir com as normas americanas, a VW sempre fez bandeira de conseguir ter os motores Diesel mais limpos, e sem necessidade do sistema de AddBlue. Portanto enganou deliberadamente e de forma grosseira os clientes, o governo americano e os concorrentes.
As outras marcas também podem enganar, mas não comparem com o que a VW fez nos states.
Pois... Mas era algo que deveria realmente mexer com as pessoas e opinião pública. Quanto mais não seja pela quebra de confiança e pela falta de escrúpulos por parte da VW. Se não, daqui a nada vale tudo, até arrancar olhos...
Não mexe porque a maioria dos carros a diesel em Portugal, os donos removeram ou anularam os FAP/egr's...
A maioria dos que ficaram prejudicados e que tiveram avarias após a chamada às oficinas para reverter o defeat device, estão a fazer o mesmo.
E depois vemos testes feitos por alegadas entidades independentes que atestam que há carros que cumprem e outros não. Mas o mais curioso é não existir coerência dentro das próprias marcas, porque tanto têm motores que passam como motores que não passam. Significa que têm tecnologia para manter emissões baixas mas por algum motivo não a estar a usar devidamente em todos os motores, aparentemente.
A verdade é que ninguém se importa de ser enganado no que respeita à emissão de gases...
Quando associaram o tabaco ao cancro, o que fizeram as autoridades públicas?
É ridículo o tabaco ser legal e implicarem com os carros, que cada vez mais estão a ficar apertados. Tem sim de existir maior controlo e regras, mas dão a entender que as marcas deveriam matar já o diesel, como se isso fosse uma opção.
Quando associaram o tabaco ao cancro, o que fizeram as autoridades públicas?
É ridículo o tabaco ser legal e implicarem com os carros, que cada vez mais estão a ficar apertados. Tem sim de existir maior controlo e regras, mas dão a entender que as marcas deveriam matar já o diesel, como se isso fosse uma opção.
Que raio de comparação, homem.
Que eu saiba, ninguém é obrigado a respirar fumo de tabaco.
A questão não é a origem da poluição. O problema é que os carros são um mal necessário.
A questão é que as marcas estão obrigadas a cumprir mínimos de emissão de gases e partículas, mas o que mostrou na reportagem foi as marcas terem automatismos, que em andamento fazem os carros poluir 40x acima do permitido.
Com o carro nos cilindros isso não acontece. É burla qualificada e nos Estados Unidos levaram a talhada.
Pior que isso, é o grande número de carros a diesel em Portugal andarem com os FAP sem miolo e as egr desligadas.
Não há grande moral para reclamar porque ninguém quer saber do ambiente, só da carteira.
A questão é que as marcas estão obrigadas a cumprir mínimos de emissão de gases e partículas, mas o que mostrou na reportagem foi as marcas terem automatismos, que em andamento fazem os carros poluir 40x acima do permitido.
Com o carro nos cilindros isso não acontece. É burla qualificada e nos Estados Unidos levaram a talhada.
Pior que isso, é o grande número de carros a diesel em Portugal andarem com os FAP sem miolo e as egr desligadas.
Não há grande moral para reclamar porque ninguém quer saber do ambiente, só da carteira.
Então porque é que dentro da mesma marca têm carros que cumprem e outros não?
E os níveis máximos obrigatórios são tecnicamente tranquilos de cumprir? Ou estamos a falar de uma rua onde todos são obrigados a correr acima dos 50kmh?
Daqui a pouco, às 23h00 na RTP1 vai passar um documentário/reportagem sobre este tema.
Foi uma reportagem com altos e baixos.
Aprende-se sempre algo, nesta foi interessante ver esta quantificação: Um VW Jetta TDI americano emitia tanto NOx como um Tractor de um camião de 31 toneladas*.
É bom saber conseguir colocar estas coisas em perspectiva.
Depois a partir daí fizeram uma enorme confusão entre fraude e normalização. Disseram que os veículos eram testados em condições que de normais não tinham nada. Aí só podemos culpar o legislador. Então a entrevista encapotada ao eng. da Renault... a ciência faz-se assim mesmo, com recurso a processos normalizados, não há outra forma.
Só para enquadrar esta questão: o mesmo veículo é certificado com consumos bastante diferentes nos EUA e na Europa. De quem é a culpa? Das marcas? Ou das normas de certificação dos Estados?
A parte final da reportagem já foi mais social e interessante.
(gostei do nome que deram ao FAP. Uma vez num stand um vendedor chamou-lhe um "forninho" ao explicar à minha mulher.... )
* Com este enquadramento é muito mais fácil compreender o nível de multas que aplicaram por lá.
Editado pela última vez por Vocsa; 01 May 2018, 09:17.
E os níveis máximos obrigatórios são tecnicamente tranquilos de cumprir? Ou estamos a falar de uma rua onde todos são obrigados a correr acima dos 50kmh?
Não devem ser, senão as marcas não se davam ao trabalho de fazer trafulhice.
O teste em estrada que fizeram ao Renault Kadjar, foi feito num andamento tranquilo e os níveis de NOx estavam 9x acima do limite. Estamos a falar de um carro novo...
A questão é que as marcas estão obrigadas a cumprir mínimos de emissão de gases e partículas, mas o que mostrou na reportagem foi as marcas terem automatismos, que em andamento fazem os carros poluir 40x acima do permitido.
Com o carro nos cilindros isso não acontece. É burla qualificada e nos Estados Unidos levaram a talhada.
Nem mais. A reportagem foi clara, com depoimentos de técnicos das marcas e inclusive de ex-ministros a confirmar isso mesmo no que se refere às marcas francesas. Os lobbies é que têm andado a travar as divulgações e acções de penalização.
Os testes ao Renault Kadjar são demasiado preocupantes, o próprio presidente da marca disse que "escolheram o modelo errado" ,
mas como esse haverá outros, independentemente da marca.
Editado pela última vez por MGomes; 01 May 2018, 11:10.
Não devem ser, senão as marcas não se davam ao trabalho de fazer trafulhice.
O teste em estrada que fizeram ao Renault Kadjar, foi feito num andamento tranquilo e os níveis de NOx estavam 9x acima do limite. Estamos a falar de um carro novo...
Tem lá o link para a fonte. Um exemplo: um Q2 tdi 150 cumpre mas um A4 tdi 150 já não cumpre. E existem muitos mais exemplos.
Qual a necessidade de andar a "aldrabar" se com o mesmo motor conseguem cumprir? O que estará aqui a falhar?
Quando aplicado em viaturas diferentes não me parece difícil de acontecer. Basta o peso ser diferente, a aerodinâmica, etc... para poder provocar isso. Julgo eu...
Quando aplicado em viaturas diferentes não me parece difícil de acontecer. Basta o peso ser diferente, a aerodinâmica, etc... para poder provocar isso. Julgo eu...
Não estamos a falar de uma pequena variação. Estamos a falar de A+ no q2 para um C no a4 ou mesmo E se for de caixa manual. São 3 níveis de diferença. Se fosse o peso, bastaria pensar num Q2 carregado contra um A4 só com o condutor.
edit: as emissões do A4 são até 3x superiores ao q2 com o mesmo motor.
Editado pela última vez por Obtuso; 01 May 2018, 11:30.
Outro exemplo que contraria a questão do peso. O 320d cumpre bem, mas o 220d já emite 4x mais. Falamos da mesma marca, mesmo motor, em carros diferentes.
Não consigo perceber a necessidade de aldrabice, se afinal até conseguem cumprir. Ou então é pura "sorte", e os sistemas anti poluição são muito sensíveis a outras variáveis não controladas.
O Passat variant 1.6 tdi cumpre com distinção o Euro6 mas o A3 1.6 tdi emite até 12x mais.
Qual o interesse das marcas andarem a brincar às emissões? Ninguém se pergunta qual a necessidade de aldrabice se o próprio fabricante tem modelos a cumprir as normas?
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