Como conduzi ambos os motores (estive potencialmente comprador) e estive para fazer um tópico sobre isso deixo aqui o que escrevi naquela altura, mas nunca publiquei aqui no fórum (lembro que isto foi escrito em março):
Finalmente foi possível testar o Ateca com o 1.0 e posso agora fazer a comparação com o motor 1.6 tdi que já tinha testado antes.
Ainda antes das minhas impressões, isto não é para ser mais uma guerra diesel vs gasolina, mas antes para ajudar a perceber melhor as semelhanças e diferenças entre as duas motorizações de acesso no Ateca, sendo que são bastante comparáveis em diversos aspetos, o que não invalida que haja diferenças notórias, pendendo a balança, ora para um lado, ora para o outro.
Deixo previamente alguns dados comparativos, sendo que alguns foram recolhidos na internet e em catálogos e não testados na primeira pessoa. Os preços são aproximados os de tabela. Dados de carros com equipamento equivalente:
Dados 1.0 tsi 1.6 tdi
Potência/binário 115 cv, 200 nm (entre as 2000 e 3500 rpm) 115 cv 250 nm (entre as 1500 e 3250)
0 aos 100 km/h 10,01 s 11,08
0 aos 1000 km/h 31,72 s 33,03 s
80 a 120 km/h 8,38 s 8,71 s
Velocidade máxima 183 km/h 184 km/h
Ruído a 100 km/h 65,7 dB 64,2 dB
Travagem a 140 km/h 67,9 m 69,7 m
Peso em ordem de marcha 1.323 kg 1.430 kg
Consumo médios aos 100 (jante 18) 6,8 l 5,6 l
IUC 100,08€ 143.17€
Preços aproximados (sem descontos): versão Style com pintura metalizada 27.500€ 30.000€
O carro em si já é bastante conhecido do grande público. Afinal de contas, já tem cerca de 9 meses de mercado, mas nem por isso as listas de espera são menores: cerca de 6 meses para a entrega, neste momento! Ou seja, encomendar em março para receber o carro em setembro!
O comparativo apenas agora foi possível porque foi uma tarefa hercúlea conseguir uma versão a gasolina para test-drive! De tal maneira que mesmo a que testei tinha matrícula espanhola e o próprio vendedor que me proporcionou o test drive assumiu que ainda não vendeu um único Ateca com esta motorização! Elucidativo, não?
Diesel ou Gasolina?
Olhando para a frieza dos números anteriormente apresentados dá que pensar em qual será a melhor opção. Diesel ou gasolina? É isso que agora vamos tentar dissecar, tendo sempre presente que no nosso mercado o diesel continua a ser rei, mas os pequenos motores a gasolina estão mais competitivos que nunca, o que não invalida que nem sempre sejam a melhor opção, além de que a própria política das marcas pode ser diferente. Por exemplo, o primo mais crescido (Tiguan) vem equipado com o motor 1.6 tdi, mas não com o 1.0! Curioso…
Os consumos obtidos resultam de uma média ponderada, com uma condução económica, mas sem andar a empatar o trânsito! Com menos equipamento (ambos estavam muito bem equipados e isso representa mais peso), jantes de 17 polegadas e alguma ponderação adicional será possível melhores resultados em ambas as motorizações. Com abusos será possível bem pior e aqui o motor a gasolina fará má figura porque numa condução mesmo empenhada e explorando toda a faixa de rotações é possível consumos que se aproximem dos dois dígitos quando no diesel não devem chegar a 8 litros!
O pequeno tricilíndrico resulta muito bem. É quase inaudível e não vibra praticamente nada. Apenas damos conta que tem menos um cilindro a partir das 4.000 rpm e até o start-stop é muito agradável. Tem ainda a particularidade de ser possível de conduzir com pouquíssima rotação (tipo até às 3000 rpm) como o diesel, mas vai requerer sempre trabalhar mais com a caixa (com as relações mais altas um pouco mais longas que no diesel) para retirar todo o sumo. Ou seja, aqui nota-se uma certa escassez de binário, o que não invalida que 200 nm num motor tão pequeno é um excelente valor.
O 1.6 tdi está cada vez melhor, até num carro pesado como o Ateca. Silencioso (disfarça bem o matraquear do diesel, exceto a frio), recupera muito bem (parece que há sempre força disponível, mesmo com pouca rotação) e aguenta até relativamente tarde sem quebrar, ou seja nada tem a ver com os antigos tdi que começavam cedo e acabavam muito cedo. Ainda assim nem tudo é perfeito, caso do start stop que podia ser mais suave e dos riscos inerentes a filtros de partículas completamente colmatados por muita cidade e pequenos trajetos. Ao contrário do motor de 2 litros não necessita de Ad-blue, pelo menos nesta fase, ou seja, menos um encargo.
Qual compro?
Não foram deliberadamente mencionados os descontos possíveis, mas podemos apontar sempre para uma diferença de preços a rondas os 2500 euros (cerca de 500 contos na moeda antiga) que podem ou não ser recuperados numa futura venda.
Além disso, há que ter presente que o tsi irá consumir mais entre 1 e 2 litros por cada 100 quilómetros (imaginemos uns 1,5 litros de diferença), que a gasolina, nesta data custa mais cerca de 20 a 25 cts, podendo ou não esse quadro alterar-se. A propósito, quando peguei no Ateca com o 1.0 a última vez que a média tinha sido reiniciada tinha sido há 1800 km’s e estava em 7,2, mas conduzido por imensa gente, sobretudo por jornalistas… que gostam de usar tudo o que o motor tem para dar! O Tdi estava com 6.
As revisões são em ambos os casos a cada 30.000 km ou 2 anos (o que vencer primeiro) e poderão ser marginalmente menos caras na gasolina, sendo que este motor também paga menos cerca de 40 euros anuais de IUC.
Para empresas ou em todos os casos em que seja possível “deduzir” o IVA do gasóleo faz todo o sentido a opção por este. Para os condutores que façam quilometragens anuais inferiores a 15.000/20.000, a gasolina é a melhor opção até porque o investimento inicial é significativamente menor.
Olhando ao meu perfil de condutor (abaixo dos 20.000 km anuais), bastante cidade à mistura, com alguns pequenos trajetos (terror dos filtros de partículas), o facto de o tsi ser um pouco mais agradável de conduzir e os 100 kg a menos tornarem a condução mais ágil e divertida… pois que venha o 1.0 TSI!
Já os 6 meses de espera é que são muito difíceis de digerir, mas é o preço do sucesso e não é caso isolado! Basta pensar no concorrente Peugeot 3008 que é igual ou pior!
Finalmente foi possível testar o Ateca com o 1.0 e posso agora fazer a comparação com o motor 1.6 tdi que já tinha testado antes.
Ainda antes das minhas impressões, isto não é para ser mais uma guerra diesel vs gasolina, mas antes para ajudar a perceber melhor as semelhanças e diferenças entre as duas motorizações de acesso no Ateca, sendo que são bastante comparáveis em diversos aspetos, o que não invalida que haja diferenças notórias, pendendo a balança, ora para um lado, ora para o outro.
Deixo previamente alguns dados comparativos, sendo que alguns foram recolhidos na internet e em catálogos e não testados na primeira pessoa. Os preços são aproximados os de tabela. Dados de carros com equipamento equivalente:
Dados 1.0 tsi 1.6 tdi
Potência/binário 115 cv, 200 nm (entre as 2000 e 3500 rpm) 115 cv 250 nm (entre as 1500 e 3250)
0 aos 100 km/h 10,01 s 11,08
0 aos 1000 km/h 31,72 s 33,03 s
80 a 120 km/h 8,38 s 8,71 s
Velocidade máxima 183 km/h 184 km/h
Ruído a 100 km/h 65,7 dB 64,2 dB
Travagem a 140 km/h 67,9 m 69,7 m
Peso em ordem de marcha 1.323 kg 1.430 kg
Consumo médios aos 100 (jante 18) 6,8 l 5,6 l
IUC 100,08€ 143.17€
Preços aproximados (sem descontos): versão Style com pintura metalizada 27.500€ 30.000€
O carro em si já é bastante conhecido do grande público. Afinal de contas, já tem cerca de 9 meses de mercado, mas nem por isso as listas de espera são menores: cerca de 6 meses para a entrega, neste momento! Ou seja, encomendar em março para receber o carro em setembro!
O comparativo apenas agora foi possível porque foi uma tarefa hercúlea conseguir uma versão a gasolina para test-drive! De tal maneira que mesmo a que testei tinha matrícula espanhola e o próprio vendedor que me proporcionou o test drive assumiu que ainda não vendeu um único Ateca com esta motorização! Elucidativo, não?
Diesel ou Gasolina?
Olhando para a frieza dos números anteriormente apresentados dá que pensar em qual será a melhor opção. Diesel ou gasolina? É isso que agora vamos tentar dissecar, tendo sempre presente que no nosso mercado o diesel continua a ser rei, mas os pequenos motores a gasolina estão mais competitivos que nunca, o que não invalida que nem sempre sejam a melhor opção, além de que a própria política das marcas pode ser diferente. Por exemplo, o primo mais crescido (Tiguan) vem equipado com o motor 1.6 tdi, mas não com o 1.0! Curioso…
Os consumos obtidos resultam de uma média ponderada, com uma condução económica, mas sem andar a empatar o trânsito! Com menos equipamento (ambos estavam muito bem equipados e isso representa mais peso), jantes de 17 polegadas e alguma ponderação adicional será possível melhores resultados em ambas as motorizações. Com abusos será possível bem pior e aqui o motor a gasolina fará má figura porque numa condução mesmo empenhada e explorando toda a faixa de rotações é possível consumos que se aproximem dos dois dígitos quando no diesel não devem chegar a 8 litros!
O pequeno tricilíndrico resulta muito bem. É quase inaudível e não vibra praticamente nada. Apenas damos conta que tem menos um cilindro a partir das 4.000 rpm e até o start-stop é muito agradável. Tem ainda a particularidade de ser possível de conduzir com pouquíssima rotação (tipo até às 3000 rpm) como o diesel, mas vai requerer sempre trabalhar mais com a caixa (com as relações mais altas um pouco mais longas que no diesel) para retirar todo o sumo. Ou seja, aqui nota-se uma certa escassez de binário, o que não invalida que 200 nm num motor tão pequeno é um excelente valor.
O 1.6 tdi está cada vez melhor, até num carro pesado como o Ateca. Silencioso (disfarça bem o matraquear do diesel, exceto a frio), recupera muito bem (parece que há sempre força disponível, mesmo com pouca rotação) e aguenta até relativamente tarde sem quebrar, ou seja nada tem a ver com os antigos tdi que começavam cedo e acabavam muito cedo. Ainda assim nem tudo é perfeito, caso do start stop que podia ser mais suave e dos riscos inerentes a filtros de partículas completamente colmatados por muita cidade e pequenos trajetos. Ao contrário do motor de 2 litros não necessita de Ad-blue, pelo menos nesta fase, ou seja, menos um encargo.
Qual compro?
Não foram deliberadamente mencionados os descontos possíveis, mas podemos apontar sempre para uma diferença de preços a rondas os 2500 euros (cerca de 500 contos na moeda antiga) que podem ou não ser recuperados numa futura venda.
Além disso, há que ter presente que o tsi irá consumir mais entre 1 e 2 litros por cada 100 quilómetros (imaginemos uns 1,5 litros de diferença), que a gasolina, nesta data custa mais cerca de 20 a 25 cts, podendo ou não esse quadro alterar-se. A propósito, quando peguei no Ateca com o 1.0 a última vez que a média tinha sido reiniciada tinha sido há 1800 km’s e estava em 7,2, mas conduzido por imensa gente, sobretudo por jornalistas… que gostam de usar tudo o que o motor tem para dar! O Tdi estava com 6.
As revisões são em ambos os casos a cada 30.000 km ou 2 anos (o que vencer primeiro) e poderão ser marginalmente menos caras na gasolina, sendo que este motor também paga menos cerca de 40 euros anuais de IUC.
Para empresas ou em todos os casos em que seja possível “deduzir” o IVA do gasóleo faz todo o sentido a opção por este. Para os condutores que façam quilometragens anuais inferiores a 15.000/20.000, a gasolina é a melhor opção até porque o investimento inicial é significativamente menor.
Olhando ao meu perfil de condutor (abaixo dos 20.000 km anuais), bastante cidade à mistura, com alguns pequenos trajetos (terror dos filtros de partículas), o facto de o tsi ser um pouco mais agradável de conduzir e os 100 kg a menos tornarem a condução mais ágil e divertida… pois que venha o 1.0 TSI!
Já os 6 meses de espera é que são muito difíceis de digerir, mas é o preço do sucesso e não é caso isolado! Basta pensar no concorrente Peugeot 3008 que é igual ou pior!
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