5.500 Km num Mercedes E220d W213 em 2 semanas
Para (minha) memória futura, e eventual ajuda para quem equaciona comprar um carro destes, decidi escrever e partilhar a análise do meu carro durante as minhas férias deste ano. Obviamente que comentários fundamentados e não jocosos são muito bem-vindos!
Depois de vencidas as dúvidas (e os protestos…) da minha mulher, preparámo-nos para os mais de 5.000 Km que nos esperavam nas nossas férias. O plano tinha dias com mais de 1.000 Km, o que dificilmente cabe no conceito de férias de muitos, especialmente de quem já há algum tempo fez os 50 anos.
Só íamos os dois, pelo que falta de espaço não havia. O carro tem muito espaço, tanto para os passageiros como para bagagem. Os espaços para arrumação dentro do carro são muitos e generosos. A bagageira é bastante grande, quase toda plana e de fácil acesso. Acresce ainda um espaço por baixo do fundo da bagageira, reservado ao pneu sobresselente, mas que no meu carro está livre. No entanto, o fundo da bagageira não é todo plano e lá ao fundo tem um pequeno degrau que atrapalha a colocação de malas …
Depósito cheio e lá vamos nós diretos até ao País Basco, cerca de 1.000 Km neste nosso primeiro dia de férias, aproveitando estarmos frescos do trabalho e ainda não nos termos cansado nas férias!
Apesar do calor que está lá fora, sempre acima dos 30 graus, o ar condicionado mantém uma temperatura e um ambiente agradável dentro do carro. Parece-me mesmo que o ar condicionado funciona melhor quando a temperatura exterior é mais elevada. No entanto, o controlo não é fácil. Alterar a distribuição de ar requer ir para menus e mais menus, o que me faz ter saudades dos tempos em que havia botões específicos para este fim. De qualquer forma, o ar condicionado não é, para mim, o ponto mais forte deste carro.
Penso que os vidros escurecidos atrás dão um bom contributo para a manutenção da temperatura, mas não tenho como o avaliar esse contributo.
A meio da tarde, com as costas já um pouco suadas, interrogo-me se os 1.350 Euros que custavam os bancos dianteiros climatizados não teriam sido um bom investimento. Os bancos são confortáveis, têm um bom apoio, mas a pele é um pouco quente para estes dias. Mesmo com mais de um ano de convívio com o carro, ainda tenho dificuldade de entendimento com estes bancos para encontrar aquela posição de total conforto. Problema meu, certamente, e não dos bancos. No entanto parece-me que os bancos confort do novo BMW série 5 são mais confortáveis, pelo menos em pequenas viagens.
O porta luvas é refrigerado e é possível manter uma garrafa de água sempre bem fresca. Um pequeno detalhe que faz muito jeito, especialmente nestes dias mais quentes, mas eventualmente desconhecido de alguns.
Com o correr do dia e dos quilómetros, chegava mais rapidamente o destino que o cansaço. Não sei qual a responsabilidade da suspensão Airmatic, o que sei é que o conforto do carro, em termos de suspensão, é notável. Esta suspensão é aliás um dos aspetos que mais aprecio no carro. Fica dura quando a velocidade aumenta ou quando eu quero, mantém o carro direito nas curvas (não adorna), sobe ou desce, conforme a velocidade ou a pedido, mantém o carro na mesma altura, independentemente da carga que tiver e, cerejinha em cima do bolo, é muito confortável.
Os pneus também contribuem para o conforto. Está calçado com uns 225/55 R 17, o que na minha opinião é mais que suficiente para o tipo de condução que tenho. Contribuem para um baixo consumo e não comprometem a aderência. Quando comprei o carro hesitei bastante em por uns 245/45 R 18, mas temi que me afetasse o conforto, o que eu não queria que fosse minimamente beliscado. Apenas quando subo uma rampa mais inclinada e molhada, por exemplo a da garagem, me assalta a dúvida se os pneus mais largos não teriam sido uma melhor opção, por questões de tração. Mas ainda estou a tempo de os alterar!
As ajudas à condução são fantásticas e muito contribuíram para que o cansaço se mantivesse longe! A maior parte da viagem foi feita em cruise control, com a velocidade programada para a velocidade máxima permitida (ok, um bocadinho, mas apenas um bocadinho, acima), com o Drive Pilot e o assistente de direção ligados. O Drive Pilot adapta a velocidade e a distância ao carro da frente, e o assistente de direção mantém o carro dentro da faixa de rodagem e permite mesmo a condução autónoma em determinadas condições e durante algum tempo. Regulei a distância para o carro da frente quase no máximo e descontraí-me. Apenas em algumas, poucas, situações tem efeitos menos desejados. Por exemplo, quando numa estrada com 3 faixas, circulamos na faixa mais à direita e pretendemos ultrapassar, pela esquerda, claro, um carro que circula na faixa do meio. Se mudarmos de faixa já relativamente perto do carro que vai à nossa frente, no momento em que estamos atrás dele, o carro diminui a velocidade para manter a distância de segurança, e só volta a acelerar quando o espaço à sua frente está livre e estamos na faixa mais à esquerda.
Este sistema é particularmente útil em situações de filas compactas, mesmo que se circule a velocidades altas. A distância ao carro da frente e a velocidade são constantemente adaptadas de acordo com a velocidade do carro da frente. Em condução autónoma o carro da frente contribui para melhor definir a trajetória, além das marcações na estrada, o que é indicado por um pequeno símbolo de um carro a verde. Este símbolo muda para branco quando não tem referências de outros carros.
Este sistema também nos indica a velocidade do carro da frente quando nos aproximamos de um carro mais lento, o que aumenta a segurança e permite atempadamente ajustar a velocidade com suavidade.
Julgo que este sistema teria evitado um acidente que vi, mesmo à minha frente. Numa autoestrada, com trânsito muito compacto, um carro travou ligeiramente, o que vinha atrás, demasiado perto, reagiu uma fração de segundo depois, travou a fundo, levantou muito fumo, mas não evitou a batida.
O consumo de combustível é fantástico! Para fazer os 5.440 Km do total da viagem apenas necessitei de 285 litros de gasóleo, o que dá uma média de 5,2 l/100 Km! Quanto a mim, excelente! O carro é, no entanto, um pouco mentiroso e no computador de bordo marcava apenas 4,8 l/100 km, ou seja, é 8% mentiroso. Embora sendo mentiroso, acho que mesmo assim não cumpre os mínimos para ser político em Portugal …
Acresce dizer que a velocidade média foi de 80 Km/h, ou seja, passei 68 horas dentro do carro. Se descontarmos 8 horas por dia para dormir, isto significa que passei 18% do tempo que estive acordado das minhas (ricas) férias dentro do carro a viajar! Enquanto me lembrar disto, acho que não fazer outra igual.
Estes consumos, aliados a um depósito de combustível de 65 litros, permitem percorrer descontraidamente mais de 1.000 Km sem pensar em atestar. No meu primeiro dia de viagem, saí de Lisboa e apenas voltei a atestar à saída de Espanha, em Irún. Atravessar Portugal e Espanha com um único depósito é obra!
Irritante, muito irritante mesmo, é desaparecer a indicação da autonomia e do nível do combustível quando o carro ainda tem 5 ou 6 litros de gasóleo! Aparece apenas uma mensagem de pouca autonomia, uma luz vermelha a piscar e agora vai já abastecer, porque, mesmo que estejas apenas a 20 km de casa, o medo de ficar sem gasóleo é grande e a informação nenhuma! Onde é que a Mercedes tinha a cabeça quando fez aquilo?
Certamente que consumir pouco combustível é importante, mas julgo que se deve relativizar esta questão porque facilmente se pode influenciar este custo. Em primeiro lugar porque depende, e muito, da forma como se conduz, depois porque um bom planeamento da viagem o pode diminuir bastante e finalmente o valor despendido em combustível é apenas uma parcela no total das despesas do carro, podendo não ser a mais significativa. Efetivamente o meu carro consumiu mais de portagens do que de gasóleo! A travessia do túnel Fréjus, de 13 Km, entre a França e a Itália, custou 44 Euros, quase um assalto à mão armada! O que foi um assalto à pistola armada foi o preço do litro do gasóleo numa estação de serviço de uma autoestrada em França: 1,899 Euros / litro (a pistola a que me refiro é a da bomba de gasolina)! O custo do parqueamento é também elevado. Alguns hotéis cobram 30 Euros por noite pelo parqueamento e em algumas cidades o estacionamento custa 6 Euros por hora.
Resumindo: Claro que é melhor o carro gastar 5,2 que 5,7, mas num carro que custa 60 ou 70 mil Euros, com extras a custarem milhares de Euros, julgo que, sendo um fator positivo, não deve ser determinante no momento de compra. Muito mais relevante é o que se gasta em oficina, por exemplo (e espero que nesse campo este carro não me desiluda).
A maior parte da viagem foi feita em modo Confort, mas num troço de montanha, em estrada nacional, selecionei o Sport. A direção fica mais pesada, a suspensão mais dura, o acelerador mais sensível, o motor mais vivo e presente, as mudanças de caixas fazem-se a rotações mais elevadas e a condução torna-se mais emocionante! A caixa, um dos pontos altos deste carro, faz realçar todo o potencial deste excelente motor, outro ponto muito alto do carro! A disponibilidade para ganhar velocidade é iludida pelo conforto e pelo silêncio. Quando a curva se aproxima os travões tratam de reduzir a velocidade de uma forma muito competente. Mas se a travagem for um pouco tarde, a suspensão e o chassi (tudo?) perdoam, e tudo se faz sem drama nem espalhafato.
Mas depressa me cansei e voltei ao meu pacato modo Confort que este carro não foi feito para estas coisas … É muito despachado, desembaraça-se de carros mais lentos em ultrapassagens rápidas e seguras, mas não é de corridas. Considero que quem quiser (apenas) andar depressa deve pensar noutro carro. Este é pouco ágil devido ao tamanho e muito distante da estrada.
No entanto, se estes Km tivessem sido feitos na Alemanha, país onde vivi alguns anos, certamente que os 120 ou 130 Km/h se tornariam em 200 ou 220 Km/h, encurtando o tempo de viagem significativamente sem que a isso correspondesse uma diminuição da segurança ou conforto. Uma pena insistirem nos obsoletos limites de velocidade nas autoestradas.
Uma referência para o som de origem, que apenas é razoável. A diferença para o sistema de som surround Burmester é grande e não é preciso ser melómano para a apreciar. Arrependo-me de não o ter comprado e agora não é fácil corrigir o erro.
Finalmente uma palavra para o GPS (Garmin): Mau! E outra palavra: Lento. A comparação deste GPS com o de origem de um qualquer Clio fá-lo corar de vergonha. Muitas vezes nos socorrermos do Waze ou do Google Maps porque o Garmin não dava conta do recado. Tenho muita pena de não ter o Apple CarPlay, que agora já vem de origem. Alguém me diz como o posso instalar?
Espero que tenham gostado, especialmente se não concordarem com o que escrevi!
AlexG
Para (minha) memória futura, e eventual ajuda para quem equaciona comprar um carro destes, decidi escrever e partilhar a análise do meu carro durante as minhas férias deste ano. Obviamente que comentários fundamentados e não jocosos são muito bem-vindos!
Depois de vencidas as dúvidas (e os protestos…) da minha mulher, preparámo-nos para os mais de 5.000 Km que nos esperavam nas nossas férias. O plano tinha dias com mais de 1.000 Km, o que dificilmente cabe no conceito de férias de muitos, especialmente de quem já há algum tempo fez os 50 anos.
Só íamos os dois, pelo que falta de espaço não havia. O carro tem muito espaço, tanto para os passageiros como para bagagem. Os espaços para arrumação dentro do carro são muitos e generosos. A bagageira é bastante grande, quase toda plana e de fácil acesso. Acresce ainda um espaço por baixo do fundo da bagageira, reservado ao pneu sobresselente, mas que no meu carro está livre. No entanto, o fundo da bagageira não é todo plano e lá ao fundo tem um pequeno degrau que atrapalha a colocação de malas …
Depósito cheio e lá vamos nós diretos até ao País Basco, cerca de 1.000 Km neste nosso primeiro dia de férias, aproveitando estarmos frescos do trabalho e ainda não nos termos cansado nas férias!
Apesar do calor que está lá fora, sempre acima dos 30 graus, o ar condicionado mantém uma temperatura e um ambiente agradável dentro do carro. Parece-me mesmo que o ar condicionado funciona melhor quando a temperatura exterior é mais elevada. No entanto, o controlo não é fácil. Alterar a distribuição de ar requer ir para menus e mais menus, o que me faz ter saudades dos tempos em que havia botões específicos para este fim. De qualquer forma, o ar condicionado não é, para mim, o ponto mais forte deste carro.
Penso que os vidros escurecidos atrás dão um bom contributo para a manutenção da temperatura, mas não tenho como o avaliar esse contributo.
A meio da tarde, com as costas já um pouco suadas, interrogo-me se os 1.350 Euros que custavam os bancos dianteiros climatizados não teriam sido um bom investimento. Os bancos são confortáveis, têm um bom apoio, mas a pele é um pouco quente para estes dias. Mesmo com mais de um ano de convívio com o carro, ainda tenho dificuldade de entendimento com estes bancos para encontrar aquela posição de total conforto. Problema meu, certamente, e não dos bancos. No entanto parece-me que os bancos confort do novo BMW série 5 são mais confortáveis, pelo menos em pequenas viagens.
O porta luvas é refrigerado e é possível manter uma garrafa de água sempre bem fresca. Um pequeno detalhe que faz muito jeito, especialmente nestes dias mais quentes, mas eventualmente desconhecido de alguns.
Com o correr do dia e dos quilómetros, chegava mais rapidamente o destino que o cansaço. Não sei qual a responsabilidade da suspensão Airmatic, o que sei é que o conforto do carro, em termos de suspensão, é notável. Esta suspensão é aliás um dos aspetos que mais aprecio no carro. Fica dura quando a velocidade aumenta ou quando eu quero, mantém o carro direito nas curvas (não adorna), sobe ou desce, conforme a velocidade ou a pedido, mantém o carro na mesma altura, independentemente da carga que tiver e, cerejinha em cima do bolo, é muito confortável.
Os pneus também contribuem para o conforto. Está calçado com uns 225/55 R 17, o que na minha opinião é mais que suficiente para o tipo de condução que tenho. Contribuem para um baixo consumo e não comprometem a aderência. Quando comprei o carro hesitei bastante em por uns 245/45 R 18, mas temi que me afetasse o conforto, o que eu não queria que fosse minimamente beliscado. Apenas quando subo uma rampa mais inclinada e molhada, por exemplo a da garagem, me assalta a dúvida se os pneus mais largos não teriam sido uma melhor opção, por questões de tração. Mas ainda estou a tempo de os alterar!
As ajudas à condução são fantásticas e muito contribuíram para que o cansaço se mantivesse longe! A maior parte da viagem foi feita em cruise control, com a velocidade programada para a velocidade máxima permitida (ok, um bocadinho, mas apenas um bocadinho, acima), com o Drive Pilot e o assistente de direção ligados. O Drive Pilot adapta a velocidade e a distância ao carro da frente, e o assistente de direção mantém o carro dentro da faixa de rodagem e permite mesmo a condução autónoma em determinadas condições e durante algum tempo. Regulei a distância para o carro da frente quase no máximo e descontraí-me. Apenas em algumas, poucas, situações tem efeitos menos desejados. Por exemplo, quando numa estrada com 3 faixas, circulamos na faixa mais à direita e pretendemos ultrapassar, pela esquerda, claro, um carro que circula na faixa do meio. Se mudarmos de faixa já relativamente perto do carro que vai à nossa frente, no momento em que estamos atrás dele, o carro diminui a velocidade para manter a distância de segurança, e só volta a acelerar quando o espaço à sua frente está livre e estamos na faixa mais à esquerda.
Este sistema é particularmente útil em situações de filas compactas, mesmo que se circule a velocidades altas. A distância ao carro da frente e a velocidade são constantemente adaptadas de acordo com a velocidade do carro da frente. Em condução autónoma o carro da frente contribui para melhor definir a trajetória, além das marcações na estrada, o que é indicado por um pequeno símbolo de um carro a verde. Este símbolo muda para branco quando não tem referências de outros carros.
Este sistema também nos indica a velocidade do carro da frente quando nos aproximamos de um carro mais lento, o que aumenta a segurança e permite atempadamente ajustar a velocidade com suavidade.
Julgo que este sistema teria evitado um acidente que vi, mesmo à minha frente. Numa autoestrada, com trânsito muito compacto, um carro travou ligeiramente, o que vinha atrás, demasiado perto, reagiu uma fração de segundo depois, travou a fundo, levantou muito fumo, mas não evitou a batida.
O consumo de combustível é fantástico! Para fazer os 5.440 Km do total da viagem apenas necessitei de 285 litros de gasóleo, o que dá uma média de 5,2 l/100 Km! Quanto a mim, excelente! O carro é, no entanto, um pouco mentiroso e no computador de bordo marcava apenas 4,8 l/100 km, ou seja, é 8% mentiroso. Embora sendo mentiroso, acho que mesmo assim não cumpre os mínimos para ser político em Portugal …
Acresce dizer que a velocidade média foi de 80 Km/h, ou seja, passei 68 horas dentro do carro. Se descontarmos 8 horas por dia para dormir, isto significa que passei 18% do tempo que estive acordado das minhas (ricas) férias dentro do carro a viajar! Enquanto me lembrar disto, acho que não fazer outra igual.
Estes consumos, aliados a um depósito de combustível de 65 litros, permitem percorrer descontraidamente mais de 1.000 Km sem pensar em atestar. No meu primeiro dia de viagem, saí de Lisboa e apenas voltei a atestar à saída de Espanha, em Irún. Atravessar Portugal e Espanha com um único depósito é obra!
Irritante, muito irritante mesmo, é desaparecer a indicação da autonomia e do nível do combustível quando o carro ainda tem 5 ou 6 litros de gasóleo! Aparece apenas uma mensagem de pouca autonomia, uma luz vermelha a piscar e agora vai já abastecer, porque, mesmo que estejas apenas a 20 km de casa, o medo de ficar sem gasóleo é grande e a informação nenhuma! Onde é que a Mercedes tinha a cabeça quando fez aquilo?
Certamente que consumir pouco combustível é importante, mas julgo que se deve relativizar esta questão porque facilmente se pode influenciar este custo. Em primeiro lugar porque depende, e muito, da forma como se conduz, depois porque um bom planeamento da viagem o pode diminuir bastante e finalmente o valor despendido em combustível é apenas uma parcela no total das despesas do carro, podendo não ser a mais significativa. Efetivamente o meu carro consumiu mais de portagens do que de gasóleo! A travessia do túnel Fréjus, de 13 Km, entre a França e a Itália, custou 44 Euros, quase um assalto à mão armada! O que foi um assalto à pistola armada foi o preço do litro do gasóleo numa estação de serviço de uma autoestrada em França: 1,899 Euros / litro (a pistola a que me refiro é a da bomba de gasolina)! O custo do parqueamento é também elevado. Alguns hotéis cobram 30 Euros por noite pelo parqueamento e em algumas cidades o estacionamento custa 6 Euros por hora.
Resumindo: Claro que é melhor o carro gastar 5,2 que 5,7, mas num carro que custa 60 ou 70 mil Euros, com extras a custarem milhares de Euros, julgo que, sendo um fator positivo, não deve ser determinante no momento de compra. Muito mais relevante é o que se gasta em oficina, por exemplo (e espero que nesse campo este carro não me desiluda).
A maior parte da viagem foi feita em modo Confort, mas num troço de montanha, em estrada nacional, selecionei o Sport. A direção fica mais pesada, a suspensão mais dura, o acelerador mais sensível, o motor mais vivo e presente, as mudanças de caixas fazem-se a rotações mais elevadas e a condução torna-se mais emocionante! A caixa, um dos pontos altos deste carro, faz realçar todo o potencial deste excelente motor, outro ponto muito alto do carro! A disponibilidade para ganhar velocidade é iludida pelo conforto e pelo silêncio. Quando a curva se aproxima os travões tratam de reduzir a velocidade de uma forma muito competente. Mas se a travagem for um pouco tarde, a suspensão e o chassi (tudo?) perdoam, e tudo se faz sem drama nem espalhafato.
Mas depressa me cansei e voltei ao meu pacato modo Confort que este carro não foi feito para estas coisas … É muito despachado, desembaraça-se de carros mais lentos em ultrapassagens rápidas e seguras, mas não é de corridas. Considero que quem quiser (apenas) andar depressa deve pensar noutro carro. Este é pouco ágil devido ao tamanho e muito distante da estrada.
No entanto, se estes Km tivessem sido feitos na Alemanha, país onde vivi alguns anos, certamente que os 120 ou 130 Km/h se tornariam em 200 ou 220 Km/h, encurtando o tempo de viagem significativamente sem que a isso correspondesse uma diminuição da segurança ou conforto. Uma pena insistirem nos obsoletos limites de velocidade nas autoestradas.
Uma referência para o som de origem, que apenas é razoável. A diferença para o sistema de som surround Burmester é grande e não é preciso ser melómano para a apreciar. Arrependo-me de não o ter comprado e agora não é fácil corrigir o erro.
Finalmente uma palavra para o GPS (Garmin): Mau! E outra palavra: Lento. A comparação deste GPS com o de origem de um qualquer Clio fá-lo corar de vergonha. Muitas vezes nos socorrermos do Waze ou do Google Maps porque o Garmin não dava conta do recado. Tenho muita pena de não ter o Apple CarPlay, que agora já vem de origem. Alguém me diz como o posso instalar?
Espero que tenham gostado, especialmente se não concordarem com o que escrevi!
AlexG
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