Bem, começo por explicar a razão de estar a abrir um novo tópico. É que não consigo encontrar o outro.
Penso que depois desta edição da Turbo, está concluída a novela Clio RS. No outro tópico estava tudo mais detalhado mas como o artigo mais recente da Turbo faz um pequeno resumo, aqui fica.
Onde (não) estão os 200 cv?
A história começou, quando, na nossa edição de Julho, ensaiámos o pequeno desportivo da Renault e verificámos que algumas das prestações puras, nomeadamente a aceleração dos 0 aos 100 Km/h, estavam longe do valor anunciado pela marca (7,8 segundos contra 6,9 segundos). Com a medição da potência e do binário do CEPRA percebemos o porquê desta disparidade: os 169 cv medidos estavam longe dos 200 cv anunciados. Admitindo que a falta de potência (menos 31 cv) resultava de um defeito daquela unidade específica, pedimos à marca francesa outro carro... que confirmou o resultado anterior. Decidimos ainda consultar o banco de potência utilizado normalmente para homologação de motores, que voltou a confirmar os dois resultados anteriores.
A "confissão"
Confrontada com esta situação insólita, a marca acabou por nos dizer que os carros tinham um problema resultante de terem misturado gasóleo com gasolina durante um dos reabastecimentos realizados pela Renault. Para resolver a situação, deslocaram-se a Portugal técnicos franceses da marca que substituíram os injectores e programaram novamente a centralina.
No final do mês de Julho o carro foi-nos de novo entregue para testes. O banco de ensaios confirmou uma evolução. A potência e o binário cresceram para 182,9 cv e 188 Nm, respectivamente, e as prestações melhoraram, inclusive a aceleração dos 0 aos 100 Km/h que baixou de 7,8 para 7,6 segundos.
Convém frisar que a potência dissipada continuava a ser alta (cerca de 22 por cento, quando o normal é entre 12,5 2 15 por cento) enquanto o binário passou a ser mais irregular devido ao controlo apertado da temperatura do motor.
Tendo em conta que se trata de um motor atmosférico, com uma elevada potência específica, tivemos o maior dos cuidados nos factores de conversão para a norma DIN 70072.
Perante esta diferença entre os valores medidos pela equipa de testes da Turbo e os dados oficiais, a Renault voltou a rever o problema, dando-nos novamente o carro em Outubro. Mais uma ronda de testes que não revelou evolução. As prestações mantinham-se e a potência e o binário não sofreram alterações.
Muitas confirmações
Ao todo fizemos doze medições, com três carros, em três momentos diferentes e em três bancos de ensaios. O último foi o banco de ensaios da Bosch, que confirmou os 183 cv.
Mas há mais, quando confrontados com o valor de potência declarado no livrete e que consta da ficha de homologação, o valor oficial não é de 197 cv como chegou a ser anunciado, nem 200 cv como mostram as fichas técnicas entregues à imprensa e que constam da publicidade, mas sim 194 cv (145 KW).
Para nós está claro que o Renault Clio RS não cumpre com as prestações oficiais porque os seus valores de potência e binário estão muito longe do que a marca anuncia.
Dados do ensaio de potência
(Norma DIN 70020)
Potência medida: 182,9 CV
(134,5 KW) às 7390 rpm;
Potência dissipada: 41,4 CV
(30,5 KW)
Binário medido: 188 Nm às 5840 rpm
Pressão do ar: 1030 mbar
E assim, pelos vistos, termina a novela. Tal como tinha dito no primeiro tópico que abri, para mim o facto de ser o Clio RS é irrelevante. Estava mais interessado em saber como reagiria a marca e as consequências da verdade ou falsidade do artigo inicial.
Penso que depois desta edição da Turbo, está concluída a novela Clio RS. No outro tópico estava tudo mais detalhado mas como o artigo mais recente da Turbo faz um pequeno resumo, aqui fica.
Onde (não) estão os 200 cv?
A história começou, quando, na nossa edição de Julho, ensaiámos o pequeno desportivo da Renault e verificámos que algumas das prestações puras, nomeadamente a aceleração dos 0 aos 100 Km/h, estavam longe do valor anunciado pela marca (7,8 segundos contra 6,9 segundos). Com a medição da potência e do binário do CEPRA percebemos o porquê desta disparidade: os 169 cv medidos estavam longe dos 200 cv anunciados. Admitindo que a falta de potência (menos 31 cv) resultava de um defeito daquela unidade específica, pedimos à marca francesa outro carro... que confirmou o resultado anterior. Decidimos ainda consultar o banco de potência utilizado normalmente para homologação de motores, que voltou a confirmar os dois resultados anteriores.
A "confissão"
Confrontada com esta situação insólita, a marca acabou por nos dizer que os carros tinham um problema resultante de terem misturado gasóleo com gasolina durante um dos reabastecimentos realizados pela Renault. Para resolver a situação, deslocaram-se a Portugal técnicos franceses da marca que substituíram os injectores e programaram novamente a centralina.
No final do mês de Julho o carro foi-nos de novo entregue para testes. O banco de ensaios confirmou uma evolução. A potência e o binário cresceram para 182,9 cv e 188 Nm, respectivamente, e as prestações melhoraram, inclusive a aceleração dos 0 aos 100 Km/h que baixou de 7,8 para 7,6 segundos.
Convém frisar que a potência dissipada continuava a ser alta (cerca de 22 por cento, quando o normal é entre 12,5 2 15 por cento) enquanto o binário passou a ser mais irregular devido ao controlo apertado da temperatura do motor.
Tendo em conta que se trata de um motor atmosférico, com uma elevada potência específica, tivemos o maior dos cuidados nos factores de conversão para a norma DIN 70072.
Perante esta diferença entre os valores medidos pela equipa de testes da Turbo e os dados oficiais, a Renault voltou a rever o problema, dando-nos novamente o carro em Outubro. Mais uma ronda de testes que não revelou evolução. As prestações mantinham-se e a potência e o binário não sofreram alterações.
Muitas confirmações
Ao todo fizemos doze medições, com três carros, em três momentos diferentes e em três bancos de ensaios. O último foi o banco de ensaios da Bosch, que confirmou os 183 cv.
Mas há mais, quando confrontados com o valor de potência declarado no livrete e que consta da ficha de homologação, o valor oficial não é de 197 cv como chegou a ser anunciado, nem 200 cv como mostram as fichas técnicas entregues à imprensa e que constam da publicidade, mas sim 194 cv (145 KW).
Para nós está claro que o Renault Clio RS não cumpre com as prestações oficiais porque os seus valores de potência e binário estão muito longe do que a marca anuncia.
Dados do ensaio de potência
(Norma DIN 70020)
Potência medida: 182,9 CV
(134,5 KW) às 7390 rpm;
Potência dissipada: 41,4 CV
(30,5 KW)
Binário medido: 188 Nm às 5840 rpm
Pressão do ar: 1030 mbar
E assim, pelos vistos, termina a novela. Tal como tinha dito no primeiro tópico que abri, para mim o facto de ser o Clio RS é irrelevante. Estava mais interessado em saber como reagiria a marca e as consequências da verdade ou falsidade do artigo inicial.
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