Pois é, todos falam tanto de consumo, e carros cada vez mais económicos, mas alguns já começam a sentir alguma saudade daqueles carros que faziam consumos hoje absolutamente impensáveis, ou pelo menos, como se costuma dizer, seriam politicamente incorrectos.
Traduzido do site da Auto Bild
Autor do texto original: Wolfgang Blaube
"Hierarquias automóveis? Naquela época eram ainda definidas pelos valores de cilindrada e potência, naturalmente. Mas, acima de tudo -de forma totalmente assumida e sem complexos- através de um consumo de gasolina bem explícito. 8 litros de gasolina "Normal" aos 100 km? Isso soa fortemente a Opel Kadett em versão económica, representava a classe trabalhadora e merecia compaixão. 20 litros, ou até mais, já soavam, pelo contrário, a nível de chefia, mereciam o mais amplo respeito e eram vistos com a mesma descontracção de um charuto roído Havana no canto da boca. É que uma coisa era tão certa como o nascer do sol na manhã seguinte e o Telejornal à noite: no longínquo Próximo Oriente o sumo negro brotava por si só do chão, e os nossos amigos daquelas paragens, de vestes brancas e óculos escuros, ficavam felizes em livrar-se daquela coisa, antes que ela lhe conspurcasse o deserto inteiro.
A solução para sair da crise petrolifera: baixa taxa de compressão dos motores e menos potência.
BMW 1502: 75 CV, 148 km/h – e 14 litros de gasolina "Normal" em trânsito urbano.
O adorável folclore das reservas infinitas sofreu em 1973 as primeiras dissonâncias ao melhor estilo dos blues: embargo petrolífero, crise petrolífera, racionamentos - conceitos negativos, que nos estragaram a alegre lotaria de números nas bombas de abastecimento de gasolina. Como é que a indústria automóvel reagiu? Com modelos económicos, é claro. Estes apresentavam-se com motores com taxas de compressão e potências reduzidas, davam-se como defensores da sobriedade ao comsumirem gasolina "Normal"... e passaram a beber mais, e não apenas quando a gente lhes dava as esporas como habitualmente.
Mesma época, 5000 km para Oeste: a cultura americana descobre a sua obrigação para com o sentimento de responsabilidade ecológica, reduz os anteriores valores loucos de potência e aposta tudo no catalisador como cura para todos os males. Só é pena que o todo moderno filtro de gases precisa de um valor lambda de 1,0 para funcionar. Ou seja, mistura rica ao máximo, arrefecimento dos pistões através do combustível. Entretanto, temos enormes bombas de ar (que para fazerem o seu trabalho chegam a absorver 15 CV) a injectar enormes quantidades de ar fresco no escape - para queima posterior, segundo se diz oficialmente, mas que na verdade serve apenas para reduzir a concentração de gases da forma mais barata possível.
O gigante da cilindrada
No rei da cilindrada, o Cadillac Eldorado (V8, 8194 cm3) esta cura ecológica reflecte-se do seguinte modo: 1970 - 406 CV SAE, 23 litros de gasolina "Super" aos 100 km. 1976 - 193 CV DIN, 30 litros de gasolina "Normal". Apenas os sistemas de injecção modernos vão acabar gradualmente com esta assombração. Que os 8 cilindros americanos eram sempre os maiores bêbados não passa de um mito. Pena acabar com este belo cliché, mas é verdade: nos anos 60, uma destas barcaças de 5 metros e meio com motor de 5,5 litros -desde que a alimentação fosse assegurada por um normal carburador de registo- contentava-se com 15 a 17 litros de gasolina, não consumindo mais, portanto, que um teutónico hexacilíndrico do tipo Porsche 911 ou Mercedes 280 S. Apenas as versões de altas performances, com por exemplo 2 carburadores quádruplos e/ou comandos de válvulas radicais é que exigiam mais de 20 litros.
O mais rápido turbodiesel em 1980: 165 km/h e 14 litros aos 100 - o Mercedes 300 TD Turbodiesel chega a estes valores de consumo em condução rápida.
Com os anos 80 chegou a nova consciência em relação à potência dos motores e com ela chegou a onda dos turbos. Os motores de 4 cilindros tinham agora um poderio sem fim, mas no seu modo aspirado, o efeito era quase nulo. E logo se atingiam novamente valores a roçar os 20 litros. Apenas quando o princípio da turbina movida a gases de escape já usado nos camiões chegou aos carros ligeiros é que a sua fama de bebedores chegou ao fim. O que não significa, no entanto, que todos os diesel colocados sob pressão fossem verdadeiros milagres de consumo. O primeiro Mercedes deste tipo, por exemplo, o 300 TD Turbo, de 1980 a 85, adorava consumir em volta de 14 litros aos 100 km. No entanto, uma coisa é certa: quem procurar na indústria automóvel pelos superlativos dos que adoram desperdiçar combustível, vai tropeçar em primeiro lugar nos clássicos carros desportivos de elevadas performances.
Carburadores múltiplos: os super-desportivos dos anos 60 e 70
Em condução desportiva chegavam a correr 32 litros pelos carburadores do Ferrari 400 Superamerica.
Gigantescas fábricas de mistura, tubos de admissão da grossura de braços à dúzia, feitas à medida para o nível máximo de alimentação às 7500 rpm - nenhum Ferrari ou Lamborghini com uma velocidade máxima inferior a 260 Km/h que se deixasse ficar para trás em termos de técnica de alimentação. 35 litros e mais com o estilo de condução para que estes maravilhosos Gran Turisme foram feitos? Antigamente era essa a regra e não a excepção. O que também era culpa dos mecânicos, que desesperavam para afinar tais motores, e, em caso de dúvida, preferiam abrir ainda mais a torneira
O rei dos bebedores: Lamborghini LM 002
Em todo-o-terreno o 12 cilindros do Lamborghini LM 002 chega a consumir mais de 100 litros aos 100 km!
Rei incontestado desta cultura: o Lamborgini LM 002, um todo-o-terreno de 3 toneladas com o nervoso coração V 12 de atleta do Countach Quattrovalvole. 40 litros eram o mínimo em condução descontraída, e nos desertos do mundo árabe, onde este monstro se sentia em casa, consta-se que valores na casa dos 3 dígitos eram considerados realistas. Falamos de gasolina "Super Plus", como é evidente. À nossa! E depois ainda ficamos admirados como é que as reservas começam a baixar gradualmente e os preços dos combustíveis a subir permanentemente. Ingenuidade, dizem uns. Ai, se tivéssemos poupado os recursos antigamente, lamentam-se os outros, entram no seu Cayenne Turbo e derretem 66,7 litros aos 100.
Seja como for: não comecemos apenas amanhã a sentir saudades dos bons velhos tempos dos bebedores inveterados, mas comecemos já hoje. Politicamente não totalmente correcto, mas ainda assim com uma consciência reforçada pelos pecados do passado, para agirmos melhor no futuro.
E abramos alas, assim, para a nossa galeria de bêbados de todos os anos e de todas as cilindradas a quem podemos culpar pelo facto de hoje sermos obrigados a poupar. Uma galeria que não pretende ser exaustiva nem demasiado séria, como o tema até pediria que fosse. A única coisa que conta aqui é realçar o aspecto divertido dos chocantes valores de consumo aos 100 km. Que não correspondem a nenhuma norma académica DIN ou ECE, mas apenas à vida real e à sua incontrolável necessidade de consumir.
Traduzido do site da Auto Bild
Autor do texto original: Wolfgang Blaube
"Hierarquias automóveis? Naquela época eram ainda definidas pelos valores de cilindrada e potência, naturalmente. Mas, acima de tudo -de forma totalmente assumida e sem complexos- através de um consumo de gasolina bem explícito. 8 litros de gasolina "Normal" aos 100 km? Isso soa fortemente a Opel Kadett em versão económica, representava a classe trabalhadora e merecia compaixão. 20 litros, ou até mais, já soavam, pelo contrário, a nível de chefia, mereciam o mais amplo respeito e eram vistos com a mesma descontracção de um charuto roído Havana no canto da boca. É que uma coisa era tão certa como o nascer do sol na manhã seguinte e o Telejornal à noite: no longínquo Próximo Oriente o sumo negro brotava por si só do chão, e os nossos amigos daquelas paragens, de vestes brancas e óculos escuros, ficavam felizes em livrar-se daquela coisa, antes que ela lhe conspurcasse o deserto inteiro.
A solução para sair da crise petrolifera: baixa taxa de compressão dos motores e menos potência.
BMW 1502: 75 CV, 148 km/h – e 14 litros de gasolina "Normal" em trânsito urbano.
O adorável folclore das reservas infinitas sofreu em 1973 as primeiras dissonâncias ao melhor estilo dos blues: embargo petrolífero, crise petrolífera, racionamentos - conceitos negativos, que nos estragaram a alegre lotaria de números nas bombas de abastecimento de gasolina. Como é que a indústria automóvel reagiu? Com modelos económicos, é claro. Estes apresentavam-se com motores com taxas de compressão e potências reduzidas, davam-se como defensores da sobriedade ao comsumirem gasolina "Normal"... e passaram a beber mais, e não apenas quando a gente lhes dava as esporas como habitualmente.
Mesma época, 5000 km para Oeste: a cultura americana descobre a sua obrigação para com o sentimento de responsabilidade ecológica, reduz os anteriores valores loucos de potência e aposta tudo no catalisador como cura para todos os males. Só é pena que o todo moderno filtro de gases precisa de um valor lambda de 1,0 para funcionar. Ou seja, mistura rica ao máximo, arrefecimento dos pistões através do combustível. Entretanto, temos enormes bombas de ar (que para fazerem o seu trabalho chegam a absorver 15 CV) a injectar enormes quantidades de ar fresco no escape - para queima posterior, segundo se diz oficialmente, mas que na verdade serve apenas para reduzir a concentração de gases da forma mais barata possível.
O gigante da cilindrada
No rei da cilindrada, o Cadillac Eldorado (V8, 8194 cm3) esta cura ecológica reflecte-se do seguinte modo: 1970 - 406 CV SAE, 23 litros de gasolina "Super" aos 100 km. 1976 - 193 CV DIN, 30 litros de gasolina "Normal". Apenas os sistemas de injecção modernos vão acabar gradualmente com esta assombração. Que os 8 cilindros americanos eram sempre os maiores bêbados não passa de um mito. Pena acabar com este belo cliché, mas é verdade: nos anos 60, uma destas barcaças de 5 metros e meio com motor de 5,5 litros -desde que a alimentação fosse assegurada por um normal carburador de registo- contentava-se com 15 a 17 litros de gasolina, não consumindo mais, portanto, que um teutónico hexacilíndrico do tipo Porsche 911 ou Mercedes 280 S. Apenas as versões de altas performances, com por exemplo 2 carburadores quádruplos e/ou comandos de válvulas radicais é que exigiam mais de 20 litros.
O mais rápido turbodiesel em 1980: 165 km/h e 14 litros aos 100 - o Mercedes 300 TD Turbodiesel chega a estes valores de consumo em condução rápida.
Com os anos 80 chegou a nova consciência em relação à potência dos motores e com ela chegou a onda dos turbos. Os motores de 4 cilindros tinham agora um poderio sem fim, mas no seu modo aspirado, o efeito era quase nulo. E logo se atingiam novamente valores a roçar os 20 litros. Apenas quando o princípio da turbina movida a gases de escape já usado nos camiões chegou aos carros ligeiros é que a sua fama de bebedores chegou ao fim. O que não significa, no entanto, que todos os diesel colocados sob pressão fossem verdadeiros milagres de consumo. O primeiro Mercedes deste tipo, por exemplo, o 300 TD Turbo, de 1980 a 85, adorava consumir em volta de 14 litros aos 100 km. No entanto, uma coisa é certa: quem procurar na indústria automóvel pelos superlativos dos que adoram desperdiçar combustível, vai tropeçar em primeiro lugar nos clássicos carros desportivos de elevadas performances.
Carburadores múltiplos: os super-desportivos dos anos 60 e 70
Em condução desportiva chegavam a correr 32 litros pelos carburadores do Ferrari 400 Superamerica.
Gigantescas fábricas de mistura, tubos de admissão da grossura de braços à dúzia, feitas à medida para o nível máximo de alimentação às 7500 rpm - nenhum Ferrari ou Lamborghini com uma velocidade máxima inferior a 260 Km/h que se deixasse ficar para trás em termos de técnica de alimentação. 35 litros e mais com o estilo de condução para que estes maravilhosos Gran Turisme foram feitos? Antigamente era essa a regra e não a excepção. O que também era culpa dos mecânicos, que desesperavam para afinar tais motores, e, em caso de dúvida, preferiam abrir ainda mais a torneira
O rei dos bebedores: Lamborghini LM 002
Em todo-o-terreno o 12 cilindros do Lamborghini LM 002 chega a consumir mais de 100 litros aos 100 km!
Rei incontestado desta cultura: o Lamborgini LM 002, um todo-o-terreno de 3 toneladas com o nervoso coração V 12 de atleta do Countach Quattrovalvole. 40 litros eram o mínimo em condução descontraída, e nos desertos do mundo árabe, onde este monstro se sentia em casa, consta-se que valores na casa dos 3 dígitos eram considerados realistas. Falamos de gasolina "Super Plus", como é evidente. À nossa! E depois ainda ficamos admirados como é que as reservas começam a baixar gradualmente e os preços dos combustíveis a subir permanentemente. Ingenuidade, dizem uns. Ai, se tivéssemos poupado os recursos antigamente, lamentam-se os outros, entram no seu Cayenne Turbo e derretem 66,7 litros aos 100.
Seja como for: não comecemos apenas amanhã a sentir saudades dos bons velhos tempos dos bebedores inveterados, mas comecemos já hoje. Politicamente não totalmente correcto, mas ainda assim com uma consciência reforçada pelos pecados do passado, para agirmos melhor no futuro.
E abramos alas, assim, para a nossa galeria de bêbados de todos os anos e de todas as cilindradas a quem podemos culpar pelo facto de hoje sermos obrigados a poupar. Uma galeria que não pretende ser exaustiva nem demasiado séria, como o tema até pediria que fosse. A única coisa que conta aqui é realçar o aspecto divertido dos chocantes valores de consumo aos 100 km. Que não correspondem a nenhuma norma académica DIN ou ECE, mas apenas à vida real e à sua incontrolável necessidade de consumir.
- ZIL 117 (1978; 7,0 l/300 CV) : Esta caleça deixa adivinhar o facto de que os soviéticos, sempre necessitados de divisas, já desde muito cedo tinham tomado consciência das suas jazidas de petróleo. Consta-se que este veículo de 3 toneladas utilizado por Brejnev consumia 40 litros/100 km;
- Volvo 164 Automatic (1970; 3,0 l/130 CV): a estreia da Volvo no domínio dos 6 cilindros foi bastante convincente, excepto na bomba de gasolina: 19 litros aos 100 km eram já naquela época um valor catastrófico;
- Mercedes-Benz 230 (1968; 2,3 l/120 CV): Bastante menos potência que os seus irmãos 250 e 280, mas uma sede idêntica., informação que rapidamente se espalhou. Não admira, com um consumo de 17 litros aos 100!;
- NSU RO 80 (1976; 1,0 l volume/115 CV): a crise petrolífera traçou definitivamente o destino do genial veículo com motor. 17 a 23 litros de gasolina "Normal" eram algo de completamente fora do normal, mesmo naquela época;
- Peugeot 604 SL (1976; 2,7 l/136 CV): O "Euro-V6" da Volvo, Renault e Peugeot já chamava a atenção devido à sua estranha bateria de carburadores. Mas ainda mais devido à sua dependência do combustível: de 17 litros para cima;
- Opel Diplomat V8 (1974; 5,4 l/230 CV): os directores apressados gostavam de recorrer ao Opel de topo com coração de Corvette, fornecido pela GM. O povo não podia, de qualquer modo, dar-se ao luxo de sustentar os 22 litros de consumo;
- Cadillac Fleetwood Eldorado (1971; 8,2 l/365 CV): O Caddy marcou o ponto alto da corrida pela cilindrada. E fez valer esse record com 29 litros por cada 100 km percorridos. Isto conduzindo com o adequado estilo Cruising-Speed.
- Maserati Quattroporte III (1977; 4,9 l/257 CV): Com a taxa de compressão reduzida para o mercado americano, rapidamente a potência baixou e o consumo aumentou ainda mais. Para os 29 litros, para ser mais exacto;
- BMW 2800 (1972; 2,8 l/170 CV): Como um 6 cilindros em linha alemão pode e deve funcionar, é definido pela BMW a partir de 1968. A mistura dava o seu melhor para que assim fosse, e era com 18 litros em 100 km;
- Jaguar XJ 12 (1975; 5,3 l/254 CV): o primeiro 12 cilindros europeu da época moderna bombava em média 24 litros através dos 4 carburadores; em longas distâncias também ia além dos 30 sem problemas. Incluídos a bordo: 2 depósitos de 45 litros cada;
- Audi 200 5T (1979; 2,1 l/170 CV): A Audi demonstrava de forma corajosa através de 5 cilindros e turbo as suas primeiras ambições a concorrer ao topo. Mas só o terrível consumo atingia valores de topo: 17 a 21 litros;
- Mercedes-Benz 450 SEL 6.9 (1975; 6,9 l/286 CV): Pegue-se na carroçaria do Classe S, adicione-se o V8 do 600, e pronta está a super-limousine que atinge os 230 km/h. E que bebe 23 litros aos 100, acariciando o acelerador. Consumo a fundo? À volta de 40 litros;
- BMW 745i (1980; 3,2 l/252 CV): onde a Mercedes estava instalada com um gordo V8, queria a BMW chegar com um 6 cilindros: ao topo da pirâmide. Em desespero de causa, recorreu ao turbo. E obteve um perdedor problemático, que sorvia 22 litros;
- Alfa 6 (1979; 2,5 l/158 CV): Nunca se irá conseguir explicar por que é que a Alfa equipou o seu V6 com carburadores simples. O quanto eles queimavam, é bem conhecido e tornou-se numa lenda: 19 litros, sem grandes dificuldades;
- Citroën CX 2400 GTi (1978; 2,4 l/128 CV): Aqui na sua versão de injecção, o tetracilíndrico de válvulas à cabeça era uma construção com origem nos anos 30, arcaica tanto a nível de potência como de consumo: 17 litros não eram nenhuma raridade;
- Opel Commodore GS/E (1973; 2,8 l/160 CV): Como em todos os carros alemães dos anos 70 pertencentes ao segmento médio superior com volumosos motores de 6 cilindros em linha, também no irmão do Rekord não se passava nada abaixo dos 16 litros aos 100;
- Mercedes-Benz 300 TD Turbodiesel (1980; 3,0 l/125 CV): diesel igual a poupança? Antigamente isso só resultava se não se tentasse mexer na potência. Este diesel de altas performances "está lá" com 14 litros;
- Ford Granada 2.5 D (1982; 2,5 l/69 CV): mais um bêbado a gasóleo, só que este sem potência. Mas a história de a sede por 13 litros por cada centena de kms percorridos ter levado grande parte dos taxistas à falência é apenas um boato;
- VW 1303 (1972; 1,3 l/44 CV): Acima de tudo o crónico carburador desafinado tormaram o tardio 1300 num bebedolas. Quem puxasse por ele, conseguia obter consumos na ordem dos 15 litros. E sem passar dos 125 km/h!;
- NSU TTS (1968; 1,0 l/70 CV): O virulento gnomo de Neckarsulm pulverizava a concorrência na pista da esquerda, mas exigia ser alimentado a preceito. Em certas circunstâncias, chegava a gritar por mais de 14 litros de gasolina "Super" aos 100 km;
- BMW 1502 (1975; 1,6 l/75 CV): A versão económica da BMW após a crise petrolífera contentava-se com gasolina de 95 octanas, mas tinha uma velocidade máxima de apenas 148 km/h. Reacção dos clientes BMW mal habituados: sempre prego a fundo, levando a um consumo urbano de 14 litros;
- VW Bus T2 (1975; 2,0 l/70 CV): O 2 litros castrado do VW-Porsche tornou o pão de forma num bólide, mas também num grande sorvedor de gasolina. Com caixa automática só realizava consumos abaixo dos 18 litros a descer!;
- VW Multivan Syncro Kat (1987; 2,1 l/95 CV): último nível de potência para o pão de forma com motor Boxer: com 4x4 und catalisador, que contribuíam obviamente para aumentar o consumo. Com o pé pesado, podia subir até aos 21 litros;
- BMW 325iX Automatic Kat (1986; 2,5 l/170 CV): e mais uma vítima precoce do catalisador, que conjugado com caixa automática e tracção integral subiam o consumo até aos 17 litros de gasolina "Normal";
- Porsche 924 Turbo (1978; 2,0 l/170 CV): Graças à sobrealimentação, arrumou com os clichés do Porsche para as donas de casa, mas passou a beber sem contemplações. Apenas a segunda versão se contentava com menos de 16 litros;
- Porsche 928 Automatic (1977; 4,5 l/240 CV): Poupado só se tornou com idade avançada. Mas a versão original, ainda afinada para gasolina "Normal", bebia 22 litros aos 100, apesar da potência relativamente modesta (0-100 km/h em 8,6 segundos);
- Ferrari 400 Superamerica (1960; 4,0 l/400 CV): O ultra-carro dos anos 60 custava o dobro do preço do Ferrari V12 "normal" e atingia os 280 km/h. O consumo, algo de totalmente irrelevante, atingia os 32 l/100 km!!;
- Ferrari 365 GTB/4 Daytona (1973; 4,4 l/352 CV): O carro de série mais rápido do mundo na época tinha tudo o que é necessário a bordo para dar os 280 km/h. Incluindo os seis carburadores duplos, que bebiam entre 28 e 40 litros aos 100;
- Ferrari 400 A (1978; 4,8 l/340 CV): O inveterado bebedor V12 a carburador da Ferrari mais caixa automática de 3 relações da GM: o que é que isto dá? Claro, o sonho de qualquer mamã de Beverly Hills. E um consumo de 29 litros;
- Lamborghihi Espada (1969; 3,9 l/350 CV): O incrível V12 Lambo sempre foi um autêntico queimador de gasolina. mas principalmente neste coupé de 1,9 toneladas, a quem é apontado um consumo de 30 litros;
- Plymouth Hemi 'Cuda (1970; 7,0 l/425 CV): Um verdadeiro representante de todos os verdadeiros Muscle Cars: o 'Cuda com o bloco Chrysler-Hemi. Média: à volta de 29 litros. Com um estilo mais de acordo com o motor: mais para os 40 e tais;
- Porsche 911 Carrera RS (1973; 2,7 l/210 CV): Consome gasolina "Normal", anunciava alegremente a publicidade, mas esquecia o miserável rendimento resultante da baixa taxa de compressão. Consequência: 17 a 21 litros com apenas 960 kg de peso;
- Aston Martin V8 Vantage (1980; 5,4 l/380 CV): Em tragos largos, ou seja através de 4 enormes carburadores duplos, era como o Aston tomava a sua alimentação de altas octanas. Em números: à volta de 31 litros aos 100;
- Mercedes-Benz 350 SL (1971; 3,5 l/200 CV): Naturalmente que a Limousine bebia ainda mais. Mas considerando a designação "Sport Leicht", os 20 litros deste veículo de 1,6 toneladas até merecem ser mencionados;
- Jensen Interceptor SP (1972; 7,2 l/325 CV). O nobre britânico até era realmente poupado com o seu Bigblock : 27 litros chegavam. Como 4x4 de nome FF (apenas 6,3 litros de cilindrada, mas com um peso de 2080 kg) já bebia 31 litros;
- Mazda RX-7 Turbo (1987; 1,3 l volume/180 CV): Louvável: a Mazda mantém-se fiel ao Wankel. É pena que os pistões rotativos exijam tanto combustível. Neste caso, à volta de 19 litros aos 100;
- Nissan 300 ZX Twin Turbo (1990; 3,0 l/283 CV): O que a Ferrari sabe, já nós fazemos há muito tempo, disse a marca cinzentona e com isso referia-se também ao consumo de gasolina. Recompensa pelo andamento desportivo: até 22 litros;
- Cizeta Moroder V16T (1995; 6,0 l/540 CV): Com um duplo V8 Lamborghini a bordo, este exótico veículo financiado pelo magnata produtor de bandas sonoras para filmes, Giorgio Moroder, atinge os 328 km/h. Mas para isso bebe 33 litros por cada 100 km;
- Renault 5 Alpine Turbo (1982; 1,4 l/108 CV): Carrinho simpático para enervar os grandes. mas tanta diversão não era nada barata: quem puxasse pelo pequeno guerreiro azul, tinha de contar com 15 litros em cada 100 km. Na imagem [ver link acima!]: o Renault 5 Alpine com motor aspirado de 93 CV de 1976;
- Mitsubishi Lancer 2000 Turbo ECI (1981; 2,0 l/170 CV): Em 1980 a Mitsubishi cedeu à loucura de colocar no topo de todas as suas gamas uma versão turbo. Depois deste devaneio ter passado, rapidamente nos esquecemos do Lancer, que bebia 18 litros aos 100;
- VW Golf VR6 Syncro (1995; 2,9 l/190 CV): O Super-Golf da 3ª geração já naquela época conseguia queimar 20 litros em trânsito urbano. A sua actual clientela deverá conseguir superar esses valores facilmente;
- Ford Escort Cosworth RS (1992; 2,0 l/220 CV): Era um pequeno foguetão, este Cossi. Mandava-se para os 235, mostrava a todos o seu enorme aileron traseiro. Mas só o dono das bombas de gasolina o apreciava verdadeiramente, quando o Ford consumia os seus 17 litros aos 100 km;
- Bentley Mulsanne Turbo R (1988; 6,8 l/353 CV): Nem mesmo no lorde sobrealimentado se fala de potência ou consumo. O que só os choferes sabiam: se o banco de trás estiver vazio, conseguem atingir-se os 35 litros;
- Lancia Thema 8.32 (1991; 2,9 l/205 CV): V8 Ferraricom tracção à frente, atrás um aileron escamoteável... boa ideia. Não tão bom: os mais hábitos de bebida do puro-sangue, que não se contentava com menos de 20 litros;
- Opel Lotus Omega (1990; 3,6 l/360 CV): Um Opel de 4 portas que em 1990 atingia os 275 km/h era chocante. Um Omega que consumia 23 litros aos 100 também!
- Ford Scorpio 24V (1996; 2,9 l/207 CV): Resposta da Ford a algo que nunca ninguém pediu. Ainda assim interessante: o terrível consumo da gasolina, qua ndo todos os 207 CV eram chamados a pronunciar-se. Nessas alturas chegavam a beber 19 litros;
- VW Passat W8 4Motion (2001; 4,0 l/275 CV): O "Phaetonzinho" foi em enorme flop, mas é considerado um futuro objecto de colecção: para colocar na prateleira. Quem é que no dia de amanhã lhe vai fornecer 21 litros a cada 100 km em cidade?
- Land Rover 88 (1971; 2,3 l/70 CV): O velho Landy é considerado um charme, desde que não tenha que ser alimentado. O facto de o motor de base a gasolina conseguir gastar 19 e mais aos 100 km, é algo que preferimos esconder;
- Range Rover (1970; 3,5 l/132 CV): Na sua configuração de carro ligeiro o V8 Rover até poderia ser considerado poupado. Mas na sua versão preparada para todo-o-terreno, tinha que funcionar com uma taxa de compressão mais baixa. O que levava a consumos entre os 21 e os 27 litros;
- Toyota Land Cruiser (1977; 4,2 l/135 CV): Concebido para circular nos países do Terceiro Mundo e para funcionar com a sua gasolina de péssima qualidade. Mas também a gasolina com elevado número de octanas podia levar a consumos de 30 litros aos 100 km;
- Mercedes-Benz 280 GE (1979; 2,8 l/156 CV): Um todo-o-terreno que dava 150 era naquela época algo de extraordinário. Por isso até havia quem não se importasse muito com os 23 litros de consumo de gasolina "Normal";
- Jeep Wagoneer (1979; 5,9 l/121 CV): No início da época dos catalisadores, o poderoso V8 já quase não debitava potência, mas o consumo aumentava na directa proporção da perda de cavalagem. Quem se encantar por esta versão pioneira do SUV americano, pode contar com consumos à volta dos 30 litros;
- Toyota 4Runner V6 (1992; 3,0 l/143 CV): Também o "Land Cruiser light" estava condicionado a combustível indigno desse nome. Assim, consumia sempre pelo menos 17 litros, mesmo a 80 km/h no cone de um camião;
- Lamborghini LM 002 (1989; 5,2 l/455 CV): Um autêntico brinquedo para sheiks, este V12 de 3 toneladas, cujos donos nunca falavam do seu apetite astronómico. Nós sim: 53 litros, medidos por uma revista americana!!!
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