Educação das crianças - TPCs - tempos livres

[ClioII]

O ministro tem meia razão. É verdade que não estão bem preparados, mas a causa são os professores incompetentes.

Não duvidando que haja professores incompetentes (que os há), julgo que 80% da incompetência se extinguiria com:

- Reforço da autoridade do professor e consequente diminuição da rebaldaria (o professor neste momento é mais um domador de feras do que um professor);

- Abolição do eduquês e pragmatismo no ensino, para deixarmos de ter analfabetos funcionais.

[allskin]

Noto que nas escolas se começa a aplicar o que se tem vindo a aplicar cada vez mais nas empresas:

Quantas mais horas lá estiveres melhor, mesmo que não trabalhes muito.

Não sou professor nem estou sequer ligado a essa área mas não consigo compreender como se consegue cativar alunos com essa carga horária e de TPC

[pmfp]

As privadas têm que apresentar resultados, não esquecer a importância do ranking. A questão é se o metodo utilizado é o mais indicado, no entanto é o metodo que aparentemente tem dado resultados ano após ano. Em certos colegios privados, a prática leva à perfeição, principalmente no 1º ciclo. Para os pais que não estão habituados, pode ser um choque, mas os miudos tendem a adaptar-se.

[Jbranco]

As privadas têm que apresentar resultados, não esquecer a importância do ranking. A questão é se o metodo utilizado é o mais indicado, no entanto é o metodo que aparentemente tem dado resultados ano após ano. Em certos colegios privados, a prática leva à perfeição, principalmente no 1º ciclo. Para os pais que não estão habituados, pode ser um choque, mas os miudos tendem a adaptar-se.

Isso e o indicarem a porta da rua aos alunos que não conseguem obter os resultados pretendidos.

[Joana1984]

entrar às 8.30 e sair às 4.30? assim é dificil motivar uma criança, a escola não é um trabalho, passar 8 horas na escola em tão tenra idade não lembra a ninguém
já agora, como são os horários de recreio? eu tinha meia hora a meio da manhã e 1 hora de almoço (passava 6 horas na escola), mas almoçar demorava 2 minutos e não me lembro de passar quaisquer férias a fazer o que quer que seja relacionado com a escola
e já agora também, essas actividades desportivas foste tu que escolheste ou ele?

Desde que me lembro, sempre tive trabalhos para fazer nas férias, especialmente no 3º ciclo do ensino básico e no secundário.

[Seah]

As privadas têm que apresentar resultados, não esquecer a importância do ranking. A questão é se o metodo utilizado é o mais indicado, no entanto é o metodo que aparentemente tem dado resultados ano após ano. Em certos colegios privados, a prática leva à perfeição, principalmente no 1º ciclo. Para os pais que não estão habituados, pode ser um choque, mas os miudos tendem a adaptar-se.

Isto é, sensivelmente, o modelo educativo aplicado no Japão nos anos 80/90.
Conduz a grandes resultados académicos e a uma infelicidade latente nos alunos.
É esta mecanização que contrasta com a individualidade do ser humano.
Sendo excessiva, corroi a personalidade e o desenvolvimento natural do ser humano, sobretudo em crianças de tenra idade.
É disto que se queixa o autor do tópico. Também não sou fã deste método, apenas quando aplicado numa idade mais avançada (14-21 anos). Aí sim, praticar, praticar e praticar conduzirá a um desempenho profissional exímio.

[AdolfoSDias]

Isso e o indicarem a porta da rua aos alunos que não conseguem obter os resultados pretendidos.

Não acredito. Qualquer dia até se diz que as escolas fazem seleção de alunos.

[pjota]

Isso e o indicarem a porta da rua aos alunos que não conseguem obter os resultados pretendidos.

Ora bem...

[500c]

O meu chegou agora e o TPC para este fim de semana é "mimar a mãe".

[Jbranco]

O meu chegou agora e o TPC para este fim de semana é "mimar a mãe".

Que fôfo. Se bem que fico triste com isso de se esquecerem do pai... O pai também é importante, ou não?!

Agora lembrei-me de uma coisa a que achei piada quando virei pai de aluno. Na escola, para professores e auxiliares, um tipo deixa de ser tratado pelo nome próprio para passar apenas a ser o pai de alguém, do género "Olá pai da Ana!".

[Seah]

Que fôfo. Se bem que fico triste com isso de se esquecerem do pai... O pai também é importante, ou não?!

Agora lembrei-me de uma coisa a que achei piada quando virei pai de aluno. Na escola, para professores e auxiliares, um tipo deixa de ser tratado pelo nome próprio para passar apenas a ser o pai de alguém, do género "Olá pai da Ana!".

Nem mais!

[500c]

Que fôfo. Se bem que fico triste com isso de se esquecerem do pai... O pai também é importante, ou não?!

Agora lembrei-me de uma coisa a que achei piada quando virei pai de aluno. Na escola, para professores e auxiliares, um tipo deixa de ser tratado pelo nome próprio para passar apenas a ser o pai de alguém, do género "Olá pai da Ana!".

Andas com o calendário trocado pá. Este Domingo é o dia da mãe.
O dia do Pai já passou.

[Jbranco]

Andas com o calendário trocado pá. Este Domingo é o dia da mãe.
O dia do Pai já passou.

Eu sei isso, o meu comentário é em geral. Em grau de importância é mãe e mais mãe e só depois lá vem o desgraçado do pai. Estou revoltado!

[500c]

Eu sei isso, o meu comentário é em geral. Em grau de importância é mãe e mais mãe e só depois lá vem o desgraçado do pai. Estou revoltado!

E assim é que eu gosto.

[msantos]

Privado. Mas nalguns públicos tb existe a doença dos TPCs. Depende muito dos professores e metodologias de ensino.
A generalidade dos privados carregam forte e feio nos TPCs por vários motivos, muito deles pouco nobres.

Pois é Pastis, concordo com o que dizes, mas infelizmente vivemos mais numa sociedade do parecer do que dos ser, tu pagas para ter os teus filhos a estudar mas tens a qualidade de conseguir perceber que esta questão dos TPC até está provavelmente a prejudicar o teu filho, enquanto que para a maioria dos pais nestas situações se os filhos não viessem carregados de trabalhos de casa iam afirmar que estavam a pagar para nada e que para isso mais valia tirá-los daí e ir para a pública. O que faz com que a escolas privadas dêm ordem aos professores para carregar nos TPC, como forma de demonstrar serviço, esta explicação, não tão resumida e simplista foi dada por uma amiga minha que já deu aulas tanto no privado como no público.
Penso que a melhor solução seja falar directamente com o professor, ou em ultimo caso a escola, sobre essa sobrecarga de TPC se realmente verificares que isto está a provocar desmotivação no teu filho pois podem vir daí problemas maiores.
Como tudo na vida tem que existir o bom senso, não pode haver um relaxe total e falta de deveres mas tambem não pode haver uma sobrecarga que não permita às crianças alargarem os seus horizontes e adquirirem novos interesses.

[pmfp]

Os TPCs em excesso é cansativo para as crianças e também para os pais que normalmente acompanham enquanto são feitos.

[Pastis]

Isso e o indicarem a porta da rua aos alunos que não conseguem obter os resultados pretendidos.

São João de Brito faz isso. Sei de um caso dum filho dum amigo que foi convidado a sair.

[Pastis]

Pois é Pastis, concordo com o que dizes, mas infelizmente vivemos mais numa sociedade do parecer do que dos ser, tu pagas para ter os teus filhos a estudar mas tens a qualidade de conseguir perceber que esta questão dos TPC até está provavelmente a prejudicar o teu filho, enquanto que para a maioria dos pais nestas situações se os filhos não viessem carregados de trabalhos de casa iam afirmar que estavam a pagar para nada e que para isso mais valia tirá-los daí e ir para a pública.

Compreendo o ponto de vista. Mas não acaba aqui. Não há dia que não receba um E-mail da escola com toda a espécie de mrdisses possíveis e imaginárias ( eventos, palestras da batata, dia disto, apresentação do livro não sei do quê, palestras de neuro-não-sei-quê, projecto xpto, clube do xadrez, clube da leitura, clube da ptqp etc) . Dá-me ideia que esta malta das escolas deve pensar que os pais não fazem mais nada na vida.

[pjota]

São João de Brito faz isso. Sei de um caso dum filho dum amigo que foi convidado a sair.

Fazem todos. Podem fazê-lo. Não querem lá meninos a estragar-lhes as médias. Esses que vão para a escola pública.

[500c]

Fazem todos. Podem fazê-lo. Não querem lá meninos a estragar-lhes as médias. Esses que vão para a escola pública.

É prática comum.

[AdolfoSDias]

Fazem todos. Podem fazê-lo. Não querem lá meninos a estragar-lhes as médias. Esses que vão para a escola pública.

Se julgas que isso só acontece nos privados, estás completamente enganado. Há muitas escolas públicas que fazem o mesmo. Acham-se no direito de selecionar os alunos à entrada (especialmente as secundárias) e muitas outras (de todos os níveis) que convidam e encorajam alunos fracos a sair.

[AdolfoSDias]

Se julgas que isso só acontece nos privados, estás completamente enganado. Há muitas escolas públicas que fazem o mesmo. Acham-se no direito de selecionar os alunos à entrada (especialmente as secundárias) e muitas outras (de todos os níveis) que convidam e encorajam alunos fracos a sair.

Edit: e por fracos, não quer dizer alunos com comportamentos maus, quero dizer alunos com notas baixas sem terem qualquer problema disciplinar.

[aquicas]

Deixa-me la dar a opinião e tendo 2 exemplos bem pertinho de mim e por acaso as duas no pivado mas com métodos de ensino muito diferentes.

Uma está com a nervoseira de quem vai passar pela 1ª vez por exames e anda num stress de por qq um doido!
É uma excelente aluna e teve/tem uma escola onde TPC só ao fim de semana e férias. O resto é feito na escola dentro do horário estipulado. Tem duas actividades extra na escola e ao sabado de manhã tem natação. Por norma o sabado à tarde é passado a fazer os TPC sem ser preciso estar em cima dela nem que isso represente um sacrificio.
Posso dizer que esteve doente e estava muito chateada por não me ir visitar (estava eu tb doente) porque tinha as fichas de dois dias em que faltou e os TPC do fds para fazer.

A outra está no 3º ano é também boa aluna. Lê muito mal, não presta atenção, fica por diversas vezes de "castigo", mas as notas vão sendo boas.
Esta tem trabalhos todos os dias, em que muitas vezes são feitos ainda na escola como punição enquanto se ouve e se vê os outros na brincadeira de final de dia. É um exagero os trabalhos que tem todos os dias para fazer e não a acho minimamente bem preparada. Como disse não lê correctamente e não consegue interpretar uma simples questão.
Não fazer os trabalhos na totalidade implica ser "castigado" na escola, o que acho sinceramente um exagero dado que fazer 3 ou 4 fichas sobre o mesmo assunto num fds não fazem ninguém aprender mas sim decorar! Já a vi um domingo inteiro a fazer os TPC, o que é um exagero.

Qual das duas é mais bem preparada? Claramente a primeira.
Quantidade não implica qualidade. E ter os miudos contrariados e presos sem os deixar serem crianças não os vai transformar em nada melhor. Cabe claro aos Pais perceber se esse é o método de ensino adequado e acho que a esta altura o Pastis já pecebeu que tem em casa uma criança pronta a revoltar-se! Daqui a pouco canta-te o Grandola!

[Pastis]

acho que a esta altura o Pastis já pecebeu que tem em casa uma criança pronta a revoltar-se! Daqui a pouco canta-te o Grandola!

Já canta!

O que me perturba mais é pensar que talvez o problema seja eu: um inadaptado às novas tendências de ensino a caminho de se transformar em velho chato do restelo (sem ter lá casa. Por enquanto)

[Two]

Não duvidando que haja professores incompetentes (que os há), julgo que 80% da incompetência se extinguiria com:

- Reforço da autoridade do professor e consequente diminuição da rebaldaria (o professor neste momento é mais um domador de feras do que um professor);

- Abolição do eduquês e pragmatismo no ensino, para deixarmos de ter analfabetos funcionais.

Esse discurso é muito bonito não justifica a assimetria de notas que depois se verifica no 2 e 3o ciclo.

[ExpertBoy]

É um tema que me preocupa. Tenho uma irmã que anda na 2ª classe e um sobrinho que também anda na 2ª classe, e não podia ser mais diferentes um do outro. O meu sobrinho é super aplicado, normalmente acaba os TPC's ainda na escola (quem não os acaba leva para casa) e por isso tem tempo para brincar, ir ao futebol e passar os fds a fazer o que gosta. Adora a escola e tem óptimas notas (sempre 90 e muitos).

Já a minha irmã é completamente o contrário. Super desinteressada, muitas vezes não acaba os TPC's e é castigada por isso, "odeia" (palavras dela) o professor. Apesar disso, tem notas razoáveis e é muito inteligente, mas pouco interessada.É um tema que me preocupa. Tenho uma irmã que anda na 2ª classe e um sobrinho que também anda na 2ª classe, e não podia ser mais diferentes um do outro. O meu sobrinho é super aplicado, normalmente acaba os TPC's ainda na escola (quem não os acaba leva para casa) e por isso tem tempo para brincar, ir ao futebol e passar os fds a fazer o que gosta. Adora a escola e tem óptimas notas (sempre 90 e muitos).

A diferença entre os dois? Os pais. Os pais do meu sobrinho acompanham-no muito, incentivam-no desde pequeno para assuntos relacionados com a aprendizagem e sempre o alertaram para a importância da escola e do respeito aos professores. Já a minha mãe trabalha até tarde, mete-a em frente à televisão a comer e a fazer os TPC's e nota-se claramente que ela faz aquilo a contra gosto e tudo o resto vem por arrasto.sse e um sobrinho que também anda na 2ª classe, e não podia ser mais diferentes um do outro. O meu sobrinho é super aplicado, normalmente acaba os TPC's ainda na escola (quem não os acaba leva para casa) e por isso tem tempo para brincar, ir ao futebol e passar os fds a fazer o que gosta. Adora a escola e tem óptimas notas (sempre 90 e muitos).

Tenho uma filha com 8 meses e espero conseguir motivá-la para a escola e dar-lhe o acompanhamento desejável. Até porque uma das coisas que noto dos TPC's deles é que aquilo é completamente diferente daquilo que eu fazia no meu tempo! Coisas MUITO mais complicadas que eu muitas vezes não faço ideia de como fazer!

[aquicas]

Já canta!

O que me perturba mais é pensar que talvez o problema seja eu: um inadaptado às novas tendências de ensino a caminho de se transformar em velho chato do restelo (sem ter lá casa. Por enquanto)

Estás feito!!

Não me parece que estejas inadaptado às novas tendências. Se os começam a esta altura a encher de TPC, tenho a sensação que rapidamente se vão fartar. E isso é o que não se quer
Acho que sentes falta de ter e ver a criança a brincar

[BLADERUNNER]

Falam nas escolas privadas, mas nessas os professores são obrigados a chumbar aqueles que têm notas baixas, e esses alunos com baixas notas são excluídos, alunos com Necessidades Educativas Especiais são rejeitados, os que proveem de famílias desestruturadas não são aceites. A isso eu dou nomes precisos: segregação, perpetrada por gente que vive para as estatísticas criando a aberração da exclusão social.

E desculpem lá o desabafo, mas a maior parte dos pais mal tem competência para dar atenção, educar e cuidar de 1 filho, mas depois criticam facilmente um professor que tenha de fazer o que muitos não sabem fazer em casa – que é educar – e ainda tenha de dar o programa da disciplina que lecionam a um conjunto heterogéneo de perto de 30 crianças com vontade para tudo menos estar ali porque nem direito a um feriado têm?
Não têm tempo para brincar e depois estranha-se que durante as aulas estejam sempre a fazê-lo?

Somos uma sociedade cada vez mais atenta às obrigações dos outros para nos demitirmos dos nossos próprios deveres.
Sem querer atingir os verdadeiros pais, a verdade é que sabemos que muitos não passam de progenitores cujo único interesse que têm pela escola é em que esta tome conta dos filhos durante o dia porque não têm onde os deixar, que lhes deem de comer e os subsídios todos e mais algum, e no fim do ano lá aparecem para saber se o rebento passa ou não (e ainda se fala em meritocracia com uma mentalidade destas?)

Venham à minha escola onde residem inúmeras famílias desestruturadas, várias etnias, o flagelo do desemprego, da fome escondida, e vejam os professores a irem fora de horas resolver todo o género de problemas, desde conflitos físicos envolvendo pais, acompanhamento de alunos ao hospital por total desinteresse dos pais, casos de violência infantil, pedofilia no lar. Nós damos a cara. Já passei 2 semanas quase sem dormir com ameaças de morte por ter denunciado absentismo. Aminha esposa teve de depor em tribunal maus tratos de pais que incitavam os filhos à prostituição. Absorvemos todos os problemas dos alunos sabendo que não se consegue resolver tudo o que aparece.
Ser professor hoje em dia, mais do que exigente, por vezes chega a ser dramático.

E como a minha escola, são assim quase todas as do ensino público, onde constam os alunos que representam o país real, onde ninguém é excluído pelas suas capacidades físicas ou intelectuais, poder económico, deficiências ou origem social.
Há professores que são umas nódoas, e que continuam lá. Mas num país onde temos tido políticos que são uma nódoa ainda maior e ninguém os despede ou os condena por prejudicar tanta gente, como poderemos nós mudar sem começar por mexer no mau exemplo que vem de cima?

[Peste]

Lá em casa é assim:

Moramos em LX à frente da escola (pública) pelo que o tempo com deslocações é zero
Aulas das 9h às 17h30. Nada de ATL
TPC às terças e aos fins-de-semana (apenas o tempo indispensável para a sua realização e nisso professor é bastante comedido)
Actividade desportiva às 2as e 5as (1h de cada vez)
Actividade musical às 4as (1h)
Estudo mais intenso apenas nas proximidades da realização de provas.
Restantes tempos livres de cada dia são para brincar à vontade e ajudar nalguma coisa que seja preciso fazer em casa.
Ida para cama entre as 9h30 e as 10h menos às 6as e aos sábados.
Fins-de-semana sem actividades são para brincar e estar com os amigos
Férias são de campo e praia para esquecer a escola.
Os resultados escolares não são nada maus.

Com filhos mais velhos, no secundário, já fia mais fino mas já são eles que fazem a gestão dos seus tempos.

Aqui é semelhante.

[BLADERUNNER]

Na Finlândia, o país europeu com melhor nível de ensino, não existem escolas com mais de 600 alunos.
Em Portugal criaram-se os mega-agrupamentos. Não satisfeitos com isso, porque era possível cortar ainda mais postos de trabalho, tiveram a brilhante ideia de agregá-los em giga-agrupamentos que chegam a 4 ou 5 mil alunos.
As escolas tornadas em autênticos armazéns de crianças desumanizaram-se e deixaram de estar geridas para os alunos, mas em função de folhas de Excel. Assim se pensa conseguir construir uma floresta forte e vigorosa atribuindo um terreno agreste e selvagem onde não há tempo nem disponibilidade para os mais fracos ou em dificuldades.

Os mesmos que de pé bateram palmas com a “limpeza” de 42 mil professores (30%) em apenas 5 anos, a qual se concretizará em setembro, podendo mesmo ultrapassar este valor, agora têm um amargo de boca.
É fácil dizer que os funcionários públicos são demais (já estamos abaixo da média europeia), engolir a lengalenga do ministro da Educação e Ciência de que os alunos aprendem melhor em turmas maiores, etc., mas esquecem-se que depois tudo isso se reflete diretamente nas nossas vidas e nas dos nossos filhos.

Um professor com uma turma grande não tem tempo para estar atento a todos os alunos, tirar dúvidas e ter uma aula mais interativa com os discentes.
Dar uma aula não é despejar matéria. Aprender não é marrar. Decorar é a falsa fórmula para saber apenas durante uns dias, mas compreender é o segredo para nunca mais se esquecer.
Lamentavelmente as escolas começam cada vez mais a ser lugares onde os alunos apenas recolhem informação para depois se desenrascarem cá fora, seja em lecionações ou com um massacre de TPC.

Eles, os nossos filhos, são a única esperança deste país. Foi assim que pensaram e melhor o fizeram, os Finlandeses, quando há 2 décadas estiveram numa situação semelhante à nossa. Os resultados estão à vista.

Por cá nós gerimos o nosso futuro com folhas de Excel que nunca batem certo e esquecemos o melhor que temos – a nossa juventude e as nossas crianças.
Aos primeiros mandámos emigrar (ficámos com um país de velhos, sem jovens, sem ideias, sem energia e confinado a ter cada vez menos crianças, porque os jovens que emigram têm-nas lá fora, e os que ficam não têm emprego para se sustentarem, quanto mais juntarem-se e pensarem em ter filhos).

As crianças, essas voltaram ao antigamente em que bastava aprender português e matemática para sonharem ter um futuro (provavelmente pior do que o que a atual geração tem).
Os professores são obrigados a dar o programa, com turmas enormes onde desembocam os complexos prolemas sociais pontificados pelo desemprego e insegurança criados por governantes que não conhecem o país real... e onde as crianças representam números... de poupança.
Quando na solução há quem veja um problema, o que mais se poderá dizer?

A falta de visão sempre foi a nossa maior desgraça.
Daqui por uns anos iremos voltar a lamentar-nos da nossa sorte. Mas não será da nossa sorte que teremos de nos lamentar, mas sim das nossas opções.