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Pianista enfrenta 7 anos e meio de prisão por ruído nos ensaios!

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    #91
    Originalmente Colocado por mcatalao Ver Post
    Sabes, isto faz-me lembrar aquelas discussões entre os gajos que preferem Mac e os gajos que preferem PC...
    Como estamos numa de áudio não vou resistir a piadola:

    Eu prefiro Mcintosh!

    P.S. Não, não está mal escrito.

    Comentário


      #92
      Originalmente Colocado por Jbranco Ver Post
      Como estamos numa de áudio não vou resistir a piadola:

      Eu prefiro Mcintosh!

      P.S. Não, não está mal escrito.
      Está mal escrito, sim!

      O "I" deveria ser maiúsculo.

      McIntosh

      Comentário


        #93
        Originalmente Colocado por ClioII Ver Post
        Está mal escrito, sim!

        O "I" deveria ser maiúsculo.

        McIntosh

        olha!... Bem visto!

        Comentário


          #94
          Se te referires à maçã está, ao computador... nem por isso...

          Comentário


            #95
            Originalmente Colocado por mcatalao Ver Post
            Se te referires à maçã está, ao computador... nem por isso...
            High-end Hi-Fi, para o caso...


            EDIT:
            http://www.mcintoshlabs.com/us/Produ...Id=NewProducts

            Comentário


              #96
              Porra, esqueci-me dos amplificadores... Mas pronto!

              Comentário


                #97
                Originalmente Colocado por mcatalao Ver Post
                Porra, esqueci-me dos amplificadores... Mas pronto!
                A dica estava lá quando escrevi "Como estamos numa de áudio".

                Infelizmente sou um apaixonado pela música (é mesmo a minha única dependência) mas só sei ouvir.

                Comentário


                  #98
                  Esses gajos (McIntosh) tinham uns amp's AV que eram referência há uns anos. Mas fiquei com a ideia que a Harman Kardan tinha papado os gajos!

                  Comentário


                    #99
                    Originalmente Colocado por mcatalao Ver Post
                    Esses gajos (McIntosh) tinham uns amp's AV que eram referência há uns anos. Mas fiquei com a ideia que a Harman Kardan tinha papado os gajos!
                    Olha, nem te vou responder para não ser malcriado.

                    Comentário


                      Dec.-Lei sobre o ruído: http://www.psp.pt/Legislacao/DecLei_9-2007.pdf

                      Comentário


                        Originalmente Colocado por Jbranco Ver Post
                        Olha, nem te vou responder para não ser malcriado.
                        Ui, tou cheio de medo... :/

                        Comentário


                          Originalmente Colocado por mcatalao Ver Post
                          Ui, tou cheio de medo... :/
                          Presumo que percebeste que estava na brincadeira. McIntosh para mim é paixão para além da racionalidade, daí a minha brincadeira.

                          Não queria meter medo! Sempre me pareceu que tentar meter medo num espaço virtual como é um fórum na internet é uma coisa um bocado, vá, estúpida.

                          Comentário


                            Tb estava a renar,meti um smiley mas o fórum nao o reconhece...

                            Comentário


                              Originalmente Colocado por Titanio Ver Post
                              mcatalao, por acaso relaciono-me com vários músicos clássicos profissionais, entre eles alguns professores. Repara que nem sou dos maiores amantes de música clássica; gosto de a ouvir especialmente ao vivo ou gravadas em momentos muito particulares. Resumindo, não ouço Bach ou da mesma forma como ouço Pink Floyd ou Led Zeppelin.

                              Mas quando se trata de piano, não há, para mim, nada que se compare a uma peça clássica. Não que não goste de piano eléctrico, orgão, etc., alias, todos os instrumentos têm o seu espaço, e mesmo a gaita de foles que acho irritante, há casos em que aprecio.

                              Suponho, pelo texto que escreveste, que não és um músico clássico. Ora, isso é importante na apreciação que fazes do piano, que entendo perfeitamente.

                              Concordo plenamente que com diálogo (quase) sempre se consegue atingir os objectivos.
                              Para apreciar um piano não é necessário recorrer a um músico clássico. Nem a opinião deles é melhor do que qualquer outro.
                              Há pianos para todos os gêneros, mas é verdade que um músico clássico tem normalmente aversão à mudança. Prefere tudo o que seja construído de uma forma... clássica.
                              Como já referi, os teclados dos pianos digitais de topo é melhor do que a maioria dos pianos acústicos.
                              Houve ocasiões em que me sentei em frente a pianos verticais, e quando comecei a "martelar" só pensava: meu rico P120, tanto em som como em sensibilidade.
                              Depois há aqueles pianos como alguns de cauda, em que de facto existe qualquer coisa de especial.

                              Comentário


                                Originalmente Colocado por m4nn1pul0 Ver Post
                                O orgão é outra coisa já o cravo é mais parecido ao piano são ambos instrumentos que usam cordas embora o som quase nada tenha a ver, o cravo deixa o som mais solto.
                                Entre estar a ouvir um piano ou um cravo, prefiro o cravo.

                                Em minha opinião o piano embora mais difundido é um instrumento menos tecnico e nobre que um cravo.


                                Bach - Goldberg Variations: Aria (Glenn Gould) - YouTube

                                Bach- "Aria" from "Goldberg variations" - YouTube


                                ps: esse video que meteu mostra bem a tecnica necessária ao toque de um instrumento muitissimo mais especializado que o piano.
                                E em termos de som é mais cheio.
                                O monumento que é um orgão é em si mesmo a manifestação de uma epoca, sociedade, arte, tecnologia, não se leva um orgão para fazer uns concertos, mas sim o publico para assistir os concertos.
                                Depende... O cravo tem as suas limitações também. Então a nível de mobilidade... Enfim. Eu conheço muito bem esse instrumento (melhor do que o piano certamente) e é uma autêntica florzinha de instrumento. O piano aguenta-se mais... Toca mais forte, tem mais dinâmicas possíveis, enfim seguiu a linha do que se pretendia na altura em que ele apareceu: instrumentos mais potentes, mais capazes de fazer variações de potência, mais acessíveis... Isso aconteceu a imensos instrumentos aliás, no decorrer do século XIX. A flauta passou a ser em metal, o violino passou a ter um ângulo maior, o oboé passou a ter mais chaves, as trompas passaram a ter dois circuitos, etc.

                                E fazendo a ponte, hoje em dia também os instrumentos têm de mudar. Não me importa nada que se comece a usar mais sintetizadores, instrumentos eléctricos, electroacústica ou música electrónica... Os instrumentos apenas refletem as ideias, e as ideias apenas refletem a sociedade. Não esquecer que instrumentos são isso mesmo, apenas instrumentos para alcançar um fim.

                                Agora, podemos é remeter o músico clássico para um especialista em música que já passou, que já existiu e já foi novidade.

                                A meu ver, a raça a eliminar é mesmo aquela que toca música com 150 anos de idade, e quer por força convencer que essa música é que é boa e que o resto não é bonito nem interessa...

                                Independentemente de tudo, não posso rejeitar que a formação clássica seja o caminho mais "seguro" para atingir outros estilos de música, desde que seja levada com abertura. Por exemplo, ler fluentemente partituras é uma mais-valia para QUALQUER músico, uma vez que a partitura permite não só reproduzir aceitavelmente uma música que não se conhece (daí ter sido usada desde tempos imemoriais, por exemplo para levar a música de Itália para Inglaterra apenas por meio de um maço de folhas), mas também permite tocar no violino o que foi escrito para guitarra... Entre outras vantagens

                                Mas atenção, acredito que qualquer vertente musical possa conduzir a todas as outras, simplesmente a clássica é a mais "segura" por ser a que está mais implementada no país (com centenas de escolas e conservatórios).

                                Comentário


                                  Originalmente Colocado por Pastis Ver Post
                                  Para quê tanta arrogência? Um pianista é como outra pessoa qualquer: há pinistas melhores e pianista piores. Há pinistas clássicos e pianistas jazz e há tb o José Cid que é capaz de tocar um concerto inteiro num teclado sem teclado senssível e a malta entra em delírio na mesma...

                                  Música não precisa de ser tocada por virtuosos para ser boa música.
                                  Aliás, se quisermos ser rigorosos, a expressão "clássico" nem está correcta, porque na música "clássico" refere-se ao período posterior ao Barroco e anterior ao Romântico. A designação correcta é "música erudita". Um pianista que esteja a executar um concerto de Haydn está a interpretar uma obra clássica, se estiver a interpretar Lizst está a interpretar uma obra romântica.

                                  Comentário


                                    Originalmente Colocado por SignoreCello Ver Post

                                    Independentemente de tudo, não posso rejeitar que a formação clássica seja o caminho mais "seguro" para atingir outros estilos de música, desde que seja levada com abertura. Por exemplo, ler fluentemente partituras é uma mais-valia para QUALQUER músico, uma vez que a partitura permite não só reproduzir aceitavelmente uma música que não se conhece (daí ter sido usada desde tempos imemoriais, por exemplo para levar a música de Itália para Inglaterra apenas por meio de um maço de folhas), mas também permite tocar no violino o que foi escrito para guitarra... Entre outras vantagens

                                    Mas atenção, acredito que qualquer vertente musical possa conduzir a todas as outras, simplesmente a clássica é a mais "segura" por ser a que está mais implementada no país (com centenas de escolas e conservatórios).
                                    Eu fiz alguns anos de formação "clássica" e a única vantagem que vejo é o desenvolvimento da técnica, velocidade e sensibilidade para dinâmica sobretudo por via dos exercícios como as escalas, os Czernis etc. E leitura de pautas tb é um aspecto positivo... Tocar peças clássicas não é de todo uma boa influência para se fazer música actual ou de outro géneros pois apanham-se vícios. Por exemplo, eu tenho o vício dos ornamentos ( em notação -> tr) que fica mal em música contemporânea mas que me sai instintivamente devido à formação clássica...

                                    Infelizmente existem poucas escolas de música contemporânea decentes ( fora de Lisboa/ porto) e a rapaziada que que fazer música mais a sério fica obrigada fazer o conservatório que está parado no tempo, algures 150 anos atrás...

                                    Comentário


                                      Originalmente Colocado por Whisperdancer Ver Post
                                      Para apreciar um piano não é necessário recorrer a um músico clássico. Nem a opinião deles é melhor do que qualquer outro.
                                      Há pianos para todos os gêneros, mas é verdade que um músico clássico tem normalmente aversão à mudança. Prefere tudo o que seja construído de uma forma... clássica.
                                      Mas até aí há compromissos necessariamente!

                                      Aqui há algum tempo fui ouvir um recital com várias obras de Chopin com a particularidade de que forum usados dois pianos:

                                      - Um deles era um piano de cauda convencional;
                                      - O segundo piano usado era uma réplica de um piano de cauda do início do Séc XIX (ou seja, o tipo de piano onde o próprio Chopin tocava e compunha), construído segundo as técnicas e materiais de então.

                                      Foi muito interessante de ouvir e de notar a diferença de sonoridade de instrumentos. O piano actual tinha uma som com muito mais corpo e dinâmica que a réplica de piano do Séc XIX.

                                      Ou seja, mesmo se nos fixarmos num piano acústico, se escolhemos um instrumento moderno estamos a fazer concessões em relação ao que se fazia na época.

                                      Comentário


                                        Originalmente Colocado por ClioII Ver Post

                                        Ou seja, mesmo se nos fixarmos num piano acústico, se escolhemos um instrumento moderno estamos a fazer concessões em relação ao que se fazia na época.
                                        Sim isso é verdade até porque grande parte das peças dos pianos "modernos" são fabricadas por processo de maquinação industrial que não existiam antes...

                                        Há tempos vi uma reportagem do "Como as coisas são fabricadas" no National Geografic ( ou Discovery) em que se mostra o processo de fabrico dum piano de cauda e são visíveis as tecnologias usadas que nada têm a ver com as do passado.

                                        Por exemplo os pianos antigos tinham muitas mais peças vazadas do que os modernos ( que usam + peças maquinadas). Para não falar do uso do contraplacado que tb não existia há 100 anos assim como as próprias cordas que são feitas hoje com aços especiais...

                                        Tudo isso influência o timbre.

                                        Comentário


                                          Originalmente Colocado por SignoreCello Ver Post
                                          Independentemente de tudo, não posso rejeitar que a formação clássica seja o caminho mais "seguro" para atingir outros estilos de música, desde que seja levada com abertura. Por exemplo, ler fluentemente partituras é uma mais-valia para QUALQUER músico, uma vez que a partitura permite não só reproduzir aceitavelmente uma música que não se conhece (daí ter sido usada desde tempos imemoriais, por exemplo para levar a música de Itália para Inglaterra apenas por meio de um maço de folhas), mas também permite tocar no violino o que foi escrito para guitarra... Entre outras vantagens

                                          Mas atenção, acredito que qualquer vertente musical possa conduzir a todas as outras, simplesmente a clássica é a mais "segura" por ser a que está mais implementada no país (com centenas de escolas e conservatórios).
                                          Originalmente Colocado por Pastis Ver Post
                                          Eu fiz alguns anos de formação "clássica" e a única vantagem que vejo é o desenvolvimento da técnica, velocidade e sensibilidade para dinâmica sobretudo por via dos exercícios como as escalas, os Czernis etc. E leitura de pautas tb é um aspecto positivo... Tocar peças clássicas não é de todo uma boa influência para se fazer música actual ou de outro géneros pois apanham-se vícios. Por exemplo, eu tenho o vício dos ornamentos ( em notação -> tr) que fica mal em música contemporânea mas que me sai instintivamente devido à formação clássica...

                                          Infelizmente existem poucas escolas de música contemporânea decentes ( fora de Lisboa/ porto) e a rapaziada que que fazer música mais a sério fica obrigada fazer o conservatório que está parado no tempo, algures 150 anos atrás...

                                          Eu também fiz vários anos de formação clássica, e reconheço-lhe méritos e também defeitos.

                                          As virtudes, já as focaram e bem: técnica, velocidade, sensibilidade, rigor, desempenho.

                                          Principal defeito: a formação clássica está essencialmente focada em máquinas de excelência, nos 0.01% dos alunos que serão músicos de alta craveira, desprezando olimpicamente os restantes 99.99%.

                                          O formalismo do ensino clássico é enorme. Uma criança que comece na música desde tenra idade (4 anos de idade não é invulgar) passa por anos de instrumento em que essencialmente tem que reproduzir de forma milimétrica o que está escrito na partitura, e por anos de formação musical em que aprende tons, intervalos, faz inúmeros ditados de reconhecimento melódico, rítmico, rítmico-melódico, solfejo, entoação, etc... Até aqui tudo bem.

                                          O que está mal: esses anos podem ser extremamente penosos porque dão liberdade zero e instrumentos zero para se inventar. Ninguém explica porque é que uma determinada peça é assim, porque é que um compositor salta de uma tonalidade para outra, de uma cadência para outra. O que importa é reproduzir como uma máquina aquilo que se lê na partitura ou passar para o papel aquilo que se ouve, e uma nota que falhou é imediatamente um escândalo. Para a criatividade ou para o cultivo do gosto daquilo que se está a fazer não há espaço. Alguns alunos conseguem dar a volta por cima eles mesmos (normalmente os melhores e com mais queda). Os outros ficam presos nas teias do formalismo.

                                          Como exemplo: imaginem o que é aprender uma língua em que têm de aprender a ler em voz alta e tim-tim por tim-tim o que está escrito, mas não percebem o porquê. E do outro lado são injectadas doses maciças de gramática. Mas espaço e técnicas para uma conversação ou para inventar uma redacção não há. Parece estúpido, mas passei pelo programa oficial do conservatório e era assim (espero que tenha mudado!!!).

                                          Ainda hoje, 18 anos depois de me libertar do ensino formal, sinto que ainda não me consegui libertar de muito do formalismo, de não encarar o erro sem ser um anátema e, muitas vezes, de improvisar livremente.

                                          Comentário


                                            Originalmente Colocado por ClioII Ver Post

                                            Principal defeito: a formação clássica está essencialmente focada em máquinas de excelência, nos 0.01% dos alunos que serão músicos de alta craveira, desprezando olimpicamente os restantes 99.99%.
                                            Esse é o motivo pelo qual não coloco os meus filhos no enssino musical antes dos 10 anos. É extremamente cruel aquilo que se faz nas escolas de música com os miudos medianos...

                                            Os professores "atraem-se" por crianças mais dotadas e "desconsideraram"/ "desprezam" as medianas por exemplo em concertos quando apoiam mais os preferidos do que os outros. Mas tb no tratamento diferenciado.

                                            Além disso, esse culto do virtuosismo e da busca do novo pequeno preodígio por parte dos profs tira-me do sério.

                                            Mas só que já viveu neste sistema consegue entender.

                                            Comentário


                                              Originalmente Colocado por Pastis Ver Post
                                              Esse é o motivo pelo qual não coloco os meus filhos no enssino musical antes dos 10 anos. É extremamente cruel aquilo que se faz nas escolas de música com os miudos medianos...

                                              Os professores "atraem-se" por crianças mais dotadas e "desconsideraram"/ "desprezam" as medianas por exemplo em concertos quando apoiam mais os preferidos do que os outros. Mas tb no tratamento diferenciado.

                                              Além disso, esse culto do virtuosismo e da busca do novo pequeno preodígio por parte dos profs tira-me do sério.

                                              Mas só que já viveu neste sistema consegue entender.

                                              A meu ver, o problema não está apenas nos professores/pessoas, mas na própria maneira como os programas estão estruturados e concebidos (que foi o que foquei no texto acima).


                                              A propósito disto, o SignoreCello produziu uma afirmação muito sensata:


                                              Originalmente Colocado por SignoreCello Ver Post
                                              Independentemente de tudo, não posso rejeitar que a formação clássica seja o caminho mais "seguro" para atingir outros estilos de música, desde que seja levada com abertura.

                                              Comentário


                                                Originalmente Colocado por ClioII Ver Post
                                                A meu ver, o problema não está apenas nos professores/pessoas, mas na própria maneira como os programas estão estruturados e concebidos (que foi o que foquei no texto acima).


                                                A propósito disto, o SignoreCello produziu uma afirmação muito sensata:
                                                Em meu enteder, esse aspecto é uma consequência da busca pelo virtuosimo. Os prof sabem que a exigência e rigor são os elementos mais importantes na "criação" duma estrela.



                                                O sistema de enssino ( no meu tempo) não estava baseado no incentivo à criatividade.

                                                A minha recordação dos tempos em que estudei é apenas umas: muito sacrifício, muitas horas predidas a estudar e pouco ou nenhum gozo...
                                                Para não falar do stresse das audições que ainda hoje me dão pesadelos

                                                Comentário


                                                  Originalmente Colocado por Pastis Ver Post
                                                  Em meu enteder, esse aspecto é uma consequência da busca pelo virtuosimo. Os prof sabem que a exigência e rigor são os elementos mais importantes na "criação" duma estrela.



                                                  O sistema de enssino ( no meu tempo) não estava baseado no incentivo à criatividade.

                                                  A minha recordação dos tempos em que estudei é apenas umas: muito sacrifício, muitas horas predidas a estudar e pouco ou nenhum gozo...
                                                  Para não falar do stresse das audições que ainda hoje me dão pesadelos
                                                  Nem mais.

                                                  Aqui há um par de anos matriculei-me numa escola de Jazz (a minha paixão) que acabei por frequentar apenas um ano (o tempo não dá para tudo). Acreditas que, mesmo depois de tantos anos, maior e vacinado, adulto e o camandro... ainda me dava calafrios de me sentar ao piano com o prof ao lado? E o gajo era porreiro, não se chateava com nada.

                                                  Comentário


                                                    O melhor é a união dos dois mundos, formação classica com abertura para a criatividade..

                                                    Por acaso, também eu me lembro ainda hoje das dificeis horas que antecediam as audições..

                                                    Eu comecei a formação musical aos 7/8 anos e para mim na altura era uma seca descomunal.. e só fiz o 5º grau do Conservatorio aos 15, e mesmo assim era preciso muito sacrificio..

                                                    Acho que podiamos abrir uma escola de musica..

                                                    Comentário


                                                      Bem, é incrível como num fórum de automobilismo se consegue ter uma conversa realmente interessante sobre música. Posso dizer-vos que grande parte dos meus colegas não sabem discutir o tema com tanta profundidade...

                                                      Originalmente Colocado por Pastis Ver Post
                                                      Eu fiz alguns anos de formação "clássica" e a única vantagem que vejo é o desenvolvimento da técnica, velocidade e sensibilidade para dinâmica sobretudo por via dos exercícios como as escalas, os Czernis etc. E leitura de pautas tb é um aspecto positivo... Tocar peças clássicas não é de todo uma boa influência para se fazer música actual ou de outro géneros pois apanham-se vícios. Por exemplo, eu tenho o vício dos ornamentos ( em notação -> tr) que fica mal em música contemporânea mas que me sai instintivamente devido à formação clássica...

                                                      Infelizmente existem poucas escolas de música contemporânea decentes ( fora de Lisboa/ porto) e a rapaziada que que fazer música mais a sério fica obrigada fazer o conservatório que está parado no tempo, algures 150 anos atrás...
                                                      Bem, relativamente aos vícios é normal que os tenhamos, mas é tudo uma questão de desvalorizar e seguir em frente, que eventualmente entramos "na onda". Por exemplo, na minha habitual passagem de instrumentos antigos para instrumentos modernos (chego a fazer duas ou três por semana), o "chip" tem de ser mudado completamente, relativamente à técnica, aos ornamentos, a própria forma de pensar tem de ser completamente diferente... Tudo vai com o hábito

                                                      O que eu considero é que se virmos tudo enquanto "espectadores" que encaram os diversos papéis, podemos obter o bom de cada estilo e tornar-nos mais completos. E é isso que os conservatórios não fazem (eu sou professor num e vejo muita coisa), apenas vêm o seu estilo como o "bom caminho", como o certo. Como dizes, ficaram parados há 150 anos atrás, e sempre que aparece alguém a querer fazer música actual... É o sacrilégio. O mesmo se aparecer alguém a querer fazer a música como na época em que foi escrita... Também é o sacrilégio.

                                                      Originalmente Colocado por ClioII Ver Post
                                                      Mas até aí há compromissos necessariamente!

                                                      Aqui há algum tempo fui ouvir um recital com várias obras de Chopin com a particularidade de que forum usados dois pianos:

                                                      - Um deles era um piano de cauda convencional;
                                                      - O segundo piano usado era uma réplica de um piano de cauda do início do Séc XIX (ou seja, o tipo de piano onde o próprio Chopin tocava e compunha), construído segundo as técnicas e materiais de então.

                                                      Foi muito interessante de ouvir e de notar a diferença de sonoridade de instrumentos. O piano actual tinha uma som com muito mais corpo e dinâmica que a réplica de piano do Séc XIX.

                                                      Ou seja, mesmo se nos fixarmos num piano acústico, se escolhemos um instrumento moderno estamos a fazer concessões em relação ao que se fazia na época.
                                                      Muito interessante. Obrigado por partilhares a experiência

                                                      Sempre se fizeram concessões. Mas a meu ver o grande erro está na utilização das cordas. Foi disseminado, por alma de sei-lá-quem, que as cordas de aço passaram a ser usadas a partir de Mozart, Beethoven, etc... Quando antes da segunda guerra mundial ainda havia orquestras que OBRIGAVAM os músicos a usar cordas de tripa. Inclusive estava no seu contrato Ou seja, poucos de nós tiveram a oportunidade de ouvir a 9ª de Beethoven como o compositor a imaginou: com cordas de tripa. Eu sou um dos felizardos que já pôde, e era um som incrível... Nada a ver com o que conhecemos.

                                                      Agora é pensar que 99% dos conservatórios põem as mãos à cabeça quando se fala em "corda de tripa", e respondem "isso é para a malta dos barrocos". E pronto, com isto andamos 150 anos para trás.


                                                      Originalmente Colocado por ClioII Ver Post
                                                      Eu também fiz vários anos de formação clássica, e reconheço-lhe méritos e também defeitos.

                                                      As virtudes, já as focaram e bem: técnica, velocidade, sensibilidade, rigor, desempenho.

                                                      Principal defeito: a formação clássica está essencialmente focada em máquinas de excelência, nos 0.01% dos alunos que serão músicos de alta craveira, desprezando olimpicamente os restantes 99.99%.

                                                      O formalismo do ensino clássico é enorme. Uma criança que comece na música desde tenra idade (4 anos de idade não é invulgar) passa por anos de instrumento em que essencialmente tem que reproduzir de forma milimétrica o que está escrito na partitura, e por anos de formação musical em que aprende tons, intervalos, faz inúmeros ditados de reconhecimento melódico, rítmico, rítmico-melódico, solfejo, entoação, etc... Até aqui tudo bem.

                                                      O que está mal: esses anos podem ser extremamente penosos porque dão liberdade zero e instrumentos zero para se inventar. Ninguém explica porque é que uma determinada peça é assim, porque é que um compositor salta de uma tonalidade para outra, de uma cadência para outra. O que importa é reproduzir como uma máquina aquilo que se lê na partitura ou passar para o papel aquilo que se ouve, e uma nota que falhou é imediatamente um escândalo. Para a criatividade ou para o cultivo do gosto daquilo que se está a fazer não há espaço. Alguns alunos conseguem dar a volta por cima eles mesmos (normalmente os melhores e com mais queda). Os outros ficam presos nas teias do formalismo.

                                                      Como exemplo: imaginem o que é aprender uma língua em que têm de aprender a ler em voz alta e tim-tim por tim-tim o que está escrito, mas não percebem o porquê. E do outro lado são injectadas doses maciças de gramática. Mas espaço e técnicas para uma conversação ou para inventar uma redacção não há. Parece estúpido, mas passei pelo programa oficial do conservatório e era assim (espero que tenha mudado!!!).

                                                      Ainda hoje, 18 anos depois de me libertar do ensino formal, sinto que ainda não me consegui libertar de muito do formalismo, de não encarar o erro sem ser um anátema e, muitas vezes, de improvisar livremente.
                                                      Nem mais, ClioII. O próprio ensino superior apenas se foca nos grandes concertos românticos, descurando as reais ferramentas necessárias para a vida real: fundamentos de didática (a maior parte dos recém-licenciados vão ser professores... os que ainda conseguem arranjar lugar), música de câmara, ou conceitos de performance histórica/contemporânea. É um ensino para os 0.0001% que vão ser "top"... Os outros ficam no vazio, ou vão contribuir para a ignorância geral, ensinando as suas falsas premissas aos músicos de amanhã.

                                                      Quanto a esse "perfeccionismo", repito que não estava de todo à espera de encontrar alguém com quem concordasse tanto... num fórum de automobilismo. Deixa-me só acrescentar uma possível explicação:

                                                      Um músico do século XIX podia, se tivesse sorte, ouvir UMA vez alguém a tocar a peça que estava a tocar... E era se tivesse sorte ou dinheiro para a ir ouvir a um teatro. Ou seja, a dúvida inerente à leitura de uma partitura era encarada com naturalidade, e confiava-se na qualidade do músico para preencher com "bom gosto" o que não estava escrito. Daí o Vivaldi não escrever quase nada além das notas... Cada performance era uma explosão de criatividade, cada músico inventava o que bem lhe apetecia, e os músicos tornaram-se os "Deuses" (veja-se o caso dos castrados, que eram autênticos "deuses" tipo estrelas de futebol, tivemos uns quantos em Lisboa antes do terramoto).

                                                      A partir do século XIX ("música moderna") o ensino começou a normalizar-se e os músicos começaram a ser treinados nessa via que referes: fazer somente o que está escrito. A partir daí os compositores adaptaram-se e começaram a escrever tudo, e no exagero já tens o Debussy a pôr 5 indicações numa só nota... Resultado: o músico perdeu o valor criativo que tinha, e passou a ser só um meio de atingir o pensamento do compositor. E o compositor por sua vez passou a ser o génio. As pessoas beijavam o manto de Mahler. Strauss era um deus para muitos, alguns compositores tratavam os músicos abaixo de cão quando não faziam exactamente o que eles escreviam...

                                                      Comentário


                                                        A filha da minha vizinha de cima dança no rancho, imaginam o que é levar durante horas por dia com sapateado e música sempre igual? Se ainda fosse guitarrista e tocasse aí umas malhas de metal, até podia tocar dia e noite :D

                                                        Comentário


                                                          Originalmente Colocado por SignoreCello Ver Post
                                                          Quanto a esse "perfeccionismo", repito que não estava de todo à espera de encontrar alguém com quem concordasse tanto... num fórum de automobilismo.
                                                          A vantagem deste fórum é mesmo a sua dimensão e a sua heterogeneidade: atrai pessoas com um gosto ou necessidade comuns (automóveis) e depois forma-se uma comunidade muito grande.

                                                          Eu, por exemplo, estou muito longe de ser músico de profissão. Na minha profissão (engenharia), além de ter de dominar bem a parte técnica, tenho que ser bastante inventivo nas soluções para atingir um determinado fim. Do mesmo modo, tenho de perceber o como e o porquê das coisas já feitas para poder trabalhar sobre elas.

                                                          Senti muito a falta disto no ensino da música: olhar para uma peça, dissecá-la, perceber a sua estrutura harmónica ("chassis" ), perceber a estética e a melodia ("carroceria" ), perceber o funcionamento e a sequência de ideias ("mecânica" ) e inventar sobre elas ("assucatar" ) fazia-me falta para gostar daquilo que fazia. Sentia-me bastante infeliz no meio daquilo, pois em vez de perceber de música (ou carros) era uma mera máquina de executar (um robot numa linha de montagem).

                                                          Entretanto fui aprendendo alguma coisa por auto-didactismo, a custo e a pulso meu. Agora até acontece sozinho: vou a ouvir uma música no carro e em vez de apreciar a música estou a "desmontá-la" ("Ora, está no primeiro grau passa para o quarto, provavelmente vai para o quito e regressa ao primeiro... yup!, confere! Agora enfiou no primeiro grau a sétima dominante, pelo que vai para o quarto. Para sair daqui provavelmente passa a tríade a menor, ou então enfia-lhe a quinta dominante do quinto grau para depois aterrar neste... etc...")

                                                          Comentário


                                                            Originalmente Colocado por ClioII Ver Post
                                                            Entretanto fui aprendendo alguma coisa por auto-didactismo, a custo e a pulso meu. Agora até acontece sozinho: vou a ouvir uma música no carro e em vez de apreciar a música estou a "desmontá-la" ("Ora, está no primeiro grau passa para o quarto, provavelmente vai para o quito e regressa ao primeiro... yup!, confere! Agora enfiou no primeiro grau a sétima dominante, pelo que vai para o quarto. Para sair daqui provavelmente passa a tríade a menor, ou então enfia-lhe a quinta dominante do quinto grau para depois aterrar neste... etc...")
                                                            Paranoias todos temos.

                                                            Eu é mais assim: qd gosto duma musica, tento ouvi-la varias vezes mas de cada vez concentro-me num instrumento diferente ( lá está um habito da formação clássica)

                                                            O problema disso é que consigo detectar erros de gravação, colagens mal feitas em estúdio, sobreposições de voz, gajos que tocam baixo em sintetizador, gajos que tocam guitarra em sintetizador, instrumentos mal afinados etc. É essencialmente um exercício lúdico...

                                                            Exemplo parvo: a nova música da Meily Cirus ( porcalhota) sobrepõe a vóz dela em cima dela própria ( salvo seja) várias vezes.
                                                            Mas por exemplo a música do Tim "Lisboa" que tem passado na rádio tb tem o mesmo erro ( na verdade é um autêntico aborto musical em termos de arranjo e gravação)

                                                            Acho inadmissivel ver esse género de erros em profissionais

                                                            Comentário


                                                              Epá tantos músicos!!!!

                                                              Pastis, a dobragem de vozes é um recurso que se usa a potes, mas também é preciso fazê-lo com cuidado, geralmente não envolve duplicar faixas mas sim fazer os "artistas" cantar as frases duas vezes.

                                                              Agora vem a parte onde me vão querer crucificar:

                                                              Pôr a Miley CirCus a duplicar a voz, é uma técnica de produção. Pôr o Tim a duplicar a própria voz é parvoíce (o homem anda a desafinar que nem uma gata com o cio)!
                                                              Editado pela última vez por mcatalao; 15 November 2013, 14:56.

                                                              Comentário

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