citação: A morte que chegou depois de duas chávenas de chá de trombeteira
Incitados pelos amigos, os quatro jovens colheram a flor alucinogénica na zona da Praia Formosa, para fazer "chá" após uma noitada
Oito flores de trompedeira foram fervidas em água e o "chá" dividido pelos quatro. O ritual de iniciação terminou numa alucinogénica tragédia.
Data: 18-08-2006
A família de Sérgio Paulo Castro ainda está a tentar digerir a súbita e estranha morte do jovem de 15 anos. No sítio do Areeiro de Baixo, mesmo junto à vereda da Levada dos Piornais, a modesta casa onde vivem a mãe, avó, tios e primos do Sérgio, perdura um geral sentimento de consternação.
Na tarde de ontem, os primos recusaram falar aos jornalistas sobre os contornos de um episódio que queriam apagar rapidamente da memória. Acedeu a falar ao DIÁRIO a mãe do falecido e tia dos primos (de 17 e 15 anos), que residem na mesma casa, assim como de outro (de 19 anos), que mora um pouco mais acima. Todos eles, juntamente com Sérgio Paulo, decidiram aventurar-se num ritual de iniciação ao popularmente conhecido por "chá do diabo", ingerindo a água aquecida da flor de trombeteira - uma planta venenosa com efeitos alucinogénicos.
«Um precisa ainda de consulta devido a problemas nos pulmões», referiu Maria de Fátima Abreu Gonçalves, mãe de Sérgio Paulo, cujo corpo deverá ser autopsiado hoje mesmo, no Instituto de Medicina Legal. «O funeral deve ser no sábado», apontou.
Tudo começou na base de uma aventura que aqueles quatro jovens de espíritos irreverentes quiseram perseguir, na madrugada de quarta para quinta-feira, quando os rapazes chegaram a casa, pelas 5h00, vindos de uma noitada. Pelo caminho, nas imediações da Praia Formosa, foram incitados por uns amigos a colher as flores de trombeteira e a utilizarem-nas para um chá que os iria «levar até à Lua». Os rapazes acederam experimentar a novidade, atraídos pelo misticismo do ritual e pelos prometidos efeitos alucinogénicos.
De acordo com o testemunho dos primos de Sérgio Paulo, foram fervidas oito flores «que parecem sininhos» em água, e distribuído o chá pelos quatro. O Paulo Sérgio ingeriu duas chávenas, um dos primos bebeu uma e meia - uma margem mínima mas suficiente para separar a vida da morte. Ainda hoje, os jovens sentem o desagradável amargo daquele chá. «Aquilo amarga a boca!». Uma vez cumprido o ritual, os jovens adormeceram, com os sintomas alucinogénicos a vir ao de cima. Pouco depois, seguiram-se as dores abdominais. O desfecho trágico deixou-lhes uma lição de vida e já ninguém quer repetir a experiência.
Incitados pelos amigos, os quatro jovens colheram a flor alucinogénica na zona da Praia Formosa, para fazer "chá" após uma noitada
Oito flores de trompedeira foram fervidas em água e o "chá" dividido pelos quatro. O ritual de iniciação terminou numa alucinogénica tragédia.
Data: 18-08-2006
A família de Sérgio Paulo Castro ainda está a tentar digerir a súbita e estranha morte do jovem de 15 anos. No sítio do Areeiro de Baixo, mesmo junto à vereda da Levada dos Piornais, a modesta casa onde vivem a mãe, avó, tios e primos do Sérgio, perdura um geral sentimento de consternação.
Na tarde de ontem, os primos recusaram falar aos jornalistas sobre os contornos de um episódio que queriam apagar rapidamente da memória. Acedeu a falar ao DIÁRIO a mãe do falecido e tia dos primos (de 17 e 15 anos), que residem na mesma casa, assim como de outro (de 19 anos), que mora um pouco mais acima. Todos eles, juntamente com Sérgio Paulo, decidiram aventurar-se num ritual de iniciação ao popularmente conhecido por "chá do diabo", ingerindo a água aquecida da flor de trombeteira - uma planta venenosa com efeitos alucinogénicos.
«Um precisa ainda de consulta devido a problemas nos pulmões», referiu Maria de Fátima Abreu Gonçalves, mãe de Sérgio Paulo, cujo corpo deverá ser autopsiado hoje mesmo, no Instituto de Medicina Legal. «O funeral deve ser no sábado», apontou.
Tudo começou na base de uma aventura que aqueles quatro jovens de espíritos irreverentes quiseram perseguir, na madrugada de quarta para quinta-feira, quando os rapazes chegaram a casa, pelas 5h00, vindos de uma noitada. Pelo caminho, nas imediações da Praia Formosa, foram incitados por uns amigos a colher as flores de trombeteira e a utilizarem-nas para um chá que os iria «levar até à Lua». Os rapazes acederam experimentar a novidade, atraídos pelo misticismo do ritual e pelos prometidos efeitos alucinogénicos.
De acordo com o testemunho dos primos de Sérgio Paulo, foram fervidas oito flores «que parecem sininhos» em água, e distribuído o chá pelos quatro. O Paulo Sérgio ingeriu duas chávenas, um dos primos bebeu uma e meia - uma margem mínima mas suficiente para separar a vida da morte. Ainda hoje, os jovens sentem o desagradável amargo daquele chá. «Aquilo amarga a boca!». Uma vez cumprido o ritual, os jovens adormeceram, com os sintomas alucinogénicos a vir ao de cima. Pouco depois, seguiram-se as dores abdominais. O desfecho trágico deixou-lhes uma lição de vida e já ninguém quer repetir a experiência.
Como é possivel existir essa planta nos jardins públicos, ao alcance de todos[8]
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