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Estudo do Expresso sobre as classes baixa, média e alta em Portugal

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    #31
    De facto não corresponde aos números do nosso imaginário.

    Diria que um agregado classe média é tipicamente um com 3 mil euros de rendimento bruto por mês (+/- 40/ano) e um classe alta com 10 mil euros brutos (+/- 150/ano).

    Comentário


      #32
      Originalmente Colocado por Mvieira79 Ver Post
      Colocando assim as coisas muda de figura. Mas se reparares o user define como quem ganha mais do que isso está nos 4% e é falso.
      Ele não diz isso. Repara:
      "Segundo o Expresso, classe média são os agregados familiares que ganham entre 13.500€ e 50.000€ brutos por ano (não cada pessoa, mas sim a soma dos salários do casal).

      Apesar disto, as casas onde entram entre 13.500€ e 50.000€ brutos por ano representam apenas um terço de todas as familias Portuguesas, o que é pouquíssimo, daí a famosa expressão "a classe média está a desaparecer".

      Acima de 50.000€ brutos por agregado familiar passa a ser classe alta.
      Isto dá 25.000€ por cada membro do casal.

      25.000/14 = 1785 brutos e uns 1350 líquidos.

      Acima deste vencimento está nos 4% mais ricos de Portugal e acho que é inegável (independentemente do valor do salário) que os 4% mais ricos de Portugal são classe alta."

      Ou seja, todo o seu discurso aponta para agregados/famílias/casais e nunca para pessoas individuais. Daí que, quando ele escreve "nos 4% mais ricos" me pareça evidente que ele se refere a agregados. A frase vista fora do contexto apontaria para algo diverso, mas assim contextualizado acho que não há dúvidas.

      Comentário


        #33
        Originalmente Colocado por Mvieira79 Ver Post
        Colocando assim as coisas muda de figura. Mas se reparares o user define como quem ganha mais do que isso está nos 4% e é falso.
        Pq leva a acreditar que sao 4% da populacao activa e na realidade sao cerca de 10% .
        O "user" deixou bem explícito que eram os agregados familiares:

        Originalmente Colocado por MVA Ver Post
        Acima de 50.000€ brutos por agregado familiar passa a ser classe alta.

        Comentário


          #34
          Originalmente Colocado por 33Stradale Ver Post
          Ele não diz isso. Repara:
          "Segundo o Expresso, classe média são os agregados familiares que ganham entre 13.500€ e 50.000€ brutos por ano (não cada pessoa, mas sim a soma dos salários do casal).

          Apesar disto, as casas onde entram entre 13.500€ e 50.000€ brutos por ano representam apenas um terço de todas as familias Portuguesas, o que é pouquíssimo, daí a famosa expressão "a classe média está a desaparecer".

          Acima de 50.000€ brutos por agregado familiar passa a ser classe alta.
          Isto dá 25.000€ por cada membro do casal.

          25.000/14 = 1785 brutos e uns 1350 líquidos.

          Acima deste vencimento está nos 4% mais ricos de Portugal e acho que é inegável (independentemente do valor do salário) que os 4% mais ricos de Portugal são classe alta."

          Ou seja, todo o seu discurso aponta para agregados/famílias/casais e nunca para pessoas individuais. Daí que, quando ele escreve "nos 4% mais ricos" me pareça evidente que ele se refere a agregados. A frase vista fora do contexto apontaria para algo diverso, mas assim contextualizado acho que não há dúvidas.
          Nao concordo absolutamente em nada...
          Acho ate´uma visao miserávelista...

          Recomendo irem ver os escaloes IRS e agregados em cada um...
          Vivo numa Etiopia e pelos vistos nao sabia... Acho é estranho tanto carro bom na estrada e tanto miseravel olhando para entao esses 4%...
          Como se vendem revistas autohoje a falar de carros de sonho (e tem quem os compre) ?
          Como é que tanto carro usado custa tanto dinheiro e tem tanta procura ?
          É com os "novos ricos" miseraveis dos 1350€ ? Naaaaa....

          Eu sou pelos vistos rico (e bem rico) e estava longe de saber tal coisa... GRANDA LOL meus CAROS
          E os restaurantes igualmente sempre cheios... Durante boa parte da minha vida a viver no Porto apenas para pagar despesas BASE (nao tenho dividas) gastava entre 1000 a 1200€ mês... Devo ser mesmo capitalista e nao sabia. Estranho pq sempre achei q era nada mais que remediado... Enfim... Isto é grande tanga...
          Editado pela última vez por Mvieira79; 10 March 2016, 15:05.

          Comentário


            #35
            portanto casa onde entre por mês 2300 euros liquidos e haja pai/mae/filho/filha é classe alta?

            Comentário


              #36
              Para a realidade de vencimento médio nacional é, qual é a dúvida?, é observar o valor de SMN para arranque.

              Comentário


                #37
                Originalmente Colocado por TURBO Ver Post
                Para a realidade de vencimento médio nacional é, qual é a dúvida?, é observar o valor de SMN para arranque.
                Quem ganha o SMN é pobre...(nao tendo outros bens ou fontes). Qual o espanto ?Ate conheço quem tenha vidas decentes com estes valores mas vivem num mundo diferente do da classe média (e bem diferente) no que toca a consumo e capacidade para tal. Por isso as classes nao se misturam (é uma dura realidade mas genericamente é assim)...A classe ALTA entao ate raramente com a média... (generalizando é claro)

                O estudo é que diz que basta ganhar mais 50€ que o SMN e já se é classe média... Anedotico...
                Enfim. Eu por aqui me fico...
                Mas andam todos de mercedes e BMW a pagar prestacoes de 500€...
                Só Porsches que se vê diariamente sao mais que 4% dos carros na rua (hoje em dia nas grandes cidades começam a ser comuns)...
                Enfim.
                Editado pela última vez por Mvieira79; 10 March 2016, 15:14.

                Comentário


                  #38
                  Originalmente Colocado por MiguelMelodeCarvalho Ver Post
                  E esse estudo tem um erro primário.

                  Se se diferencia Lisboa, também convinha fazer o mesmo ao Porto, já que os salários nesta cidade também são bastante distintos de Mirandela.
                  Sim o GP devia estar isolado na zona Norte, como fizeram com Lisboa, aliás se não estou em erro o 2º concelho com maior poder de compra na AML a seguir a Oeiras é Alcochete esta já na Península de Setúbal.

                  No GP, concelhos como Maia, Vila Nova de Famalicão pela expressão de pólo industrial devem apresentar poder de compra acima de restante concelhos na zona.

                  Originalmente Colocado por MiguelMelodeCarvalho Ver Post
                  E falta ainda fazer a relação com o índice de custo de vida de cada região.
                  Não invalida a questão de fundo, quem detém maior rendimento terá maior capacidade de resposta.

                  Comentário


                    #39
                    Originalmente Colocado por Mvieira79 Ver Post
                    Nao concordo absolutamente em nada...
                    Acho ate´uma visao miserávelista...

                    Recomendo irem ver os escaloes IRS e agregados em cada um...
                    Vivo numa Etiopia e pelos vistos nao sabia... Acho é estranho tanto carro bom na estrada e tanto miseravel olhando para entao esses 4%...
                    Como se vendem revistas autohoje a falar de carros de sonho (e tem quem os compre) ?
                    Como é que tanto carro usado custa tanto dinheiro e tem tanta procura ?
                    É com os "novos ricos" miseraveis dos 1350€ ? Naaaaa....

                    Eu sou pelos vistos rico (e bem rico) e estava longe de saber tal coisa... GRANDA LOL meus CAROS
                    E os restaurantes igualmente sempre cheios... Durante boa parte da minha vida a viver no Porto apenas para pagar despesas BASE (nao tenho dividas) gastava entre 1000 a 1200€ mês... Devo ser mesmo capitalista e nao sabia. Estranho pq sempre achei q era nada mais que remediado... Enfim... Isto é grande tanga...
                    Eu não concordo nem deixo de concordar. Tomando por bons e correctos os números do Expresso, a realidade é o que é. Mas não tenho agora nem tempo (nem paciência) para validar os dados do Expresso, por isso tomo-os como bons...

                    Mas uma coisa é certa, todos temos temos tendência a medir a sociedade através dos nossos padrões e dos meios em que nos movimentamos, daí que as conclusões retiradas do senso comum sejam sempre muito pouco fiáveis. Por exemplo, eu não conheço praticamente ninguém do meu círculo de familiares e amigos e ganhe o salário mínimo nacional. No universo das minhas interacções sociais toda a gente ganha mais ou menos bem. Mas daí a inferir que o país é assim vai uma grande distância.
                    A mesma coisa com os carros. Nós vemos na rua muitos carros de marcas premium e ficamos convencidos que tem que haver muita gente a viver bem. Mas nós todos naturalmente ignoramos que se calhar, entre um BMW Série 5 e Audi A6 passam se calhar 20 pandeiretas nas quais nós nem sequer reparamos.
                    Eu nestas coisas não confio no senso comum, nem mesmo no meu, porque sei que ele tende a errar muito. É da natureza humana sermos assim.

                    Comentário


                      #40
                      Eu acho que alguns de vós estão a confundir conceitos. O estudo do Expresso ao identificar uma classe alta não está a identificar quem é rico, mas tão só a dizer que X% das famílias estão acima de determinado patamar de rendimento.

                      Ser da Classe Alta não é ser rico em abstracto. É isso sim, ter rendimento significativamente superior à média.

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                        #41
                        Originalmente Colocado por 33Stradale Ver Post
                        A distinção dos rendimentos por classes económicas é uma espécie de média móvel. Portanto, se quem ganha mais de 1350 euros líquidos em Portugal entra num grupo onde estão apenas 4% dos portugueses, ó óbvio que estas pessoas são da classe alta.

                        Tudo isto demonstra 2 coisas: que somos um país muito pobre para os padrões dos países desenvolvidos; que temos uma desigualdade de rendimentos escandalosa, não muito longe da de uma ditadura sul-americana.
                        E a porra maior é que qualquer ditadura Sul-Americana (que começa a rarear no mapa politico, convém realçar), tem ao dispor inúmero recurso natural próprio para exportar, aqui é zero.

                        Comentário


                          #42
                          Originalmente Colocado por omnibus Ver Post
                          portanto casa onde entre por mês 2300 euros liquidos e haja pai/mae/filho/filha é classe alta?
                          Basta fazer o efeito da divisão, 2300 por 4 dará cerca de 575€ por membro de familia, sabendo que existe agregados que trazem muito menos de metade com o mesmo agregado familiar, esses aí são quê? Classe baixa, quase a tocar no fundo.

                          Mas por exemplo num agregado familiar que seja 550€ á cabeça, já me considero "bem na vida" porque sendo unico, sem despesas ganhando 700 limpos.

                          Comentário


                            #43
                            Essa parte do "há pior" não interessa para nada.
                            Acho espantoso que possa ser esse o caso (2.500/4), apenas isso.

                            Comentário


                              #44
                              Originalmente Colocado por jogador89 Ver Post
                              Basta fazer o efeito da divisão, 2300 por 4 dará cerca de 575€ por membro de familia, sabendo que existe agregados que trazem muito menos de metade com o mesmo agregado familiar, esses aí são quê? Classe baixa, quase a tocar no fundo.

                              Mas por exemplo num agregado familiar que seja 550€ á cabeça, já me considero "bem na vida" porque sendo unico, sem despesas ganhando 700 limpos.
                              Não é bem assim porque há uma coisa chamada economias de escala.

                              Comentário


                                #45
                                Originalmente Colocado por omnibus Ver Post
                                Essa parte do "há pior" não interessa para nada.
                                Acho espantoso que possa ser esse o caso (2.500/4), apenas isso.
                                Interessa sim, eu não posso comparar o meu agregado familiar de 4 pessoas que tem por exemplo 2000€ em conjunto, e um outro com o mesmo numero de agregado que tenha 1400, os de 2000 consideram-se pobres e os de 1400 bateram no fundo.

                                Comentário


                                  #46
                                  Originalmente Colocado por jogador89 Ver Post
                                  Interessa sim, eu não posso comparar o meu agregado familiar de 4 pessoas que tem por exemplo 2000€ em conjunto, e um outro com o mesmo numero de agregado que tenha 1400, os de 2000 consideram-se pobres e os de 1400 bateram no fundo.
                                  Ou me expliquei mal ou queres pegar de frente.
                                  A mim incomoda-me se por acaso aos 2000€ por 4 pessoas, se possa dizer que uma família é da classe alta.

                                  Comentário


                                    #47
                                    Originalmente Colocado por omnibus Ver Post
                                    Ou me expliquei mal ou queres pegar de frente.
                                    A mim incomoda-me se por acaso aos 2000€ por 4 pessoas, se possa dizer que uma família é da classe alta.
                                    Não é. Em PT tem esse atrofio do agregado, que não tem nada a ver...
                                    Prejudica as pessoas em quase tudo.
                                    Claro que uns 10 podem ter 10k, e que mesmo? O que têm o dinheiro de uns a ver com o de outros?

                                    Comentário


                                      #48
                                      Originalmente Colocado por 33Stradale Ver Post
                                      Eu não concordo nem deixo de concordar. Tomando por bons e correctos os números do Expresso, a realidade é o que é. Mas não tenho agora nem tempo (nem paciência) para validar os dados do Expresso, por isso tomo-os como bons...

                                      Mas uma coisa é certa, todos temos temos tendência a medir a sociedade através dos nossos padrões e dos meios em que nos movimentamos, daí que as conclusões retiradas do senso comum sejam sempre muito pouco fiáveis. Por exemplo, eu não conheço praticamente ninguém do meu círculo de familiares e amigos e ganhe o salário mínimo nacional. No universo das minhas interacções sociais toda a gente ganha mais ou menos bem. Mas daí a inferir que o país é assim vai uma grande distância.
                                      A mesma coisa com os carros. Nós vemos na rua muitos carros de marcas premium e ficamos convencidos que tem que haver muita gente a viver bem. Mas nós todos naturalmente ignoramos que se calhar, entre um BMW Série 5 e Audi A6 passam se calhar 20 pandeiretas nas quais nós nem sequer reparamos.
                                      Eu nestas coisas não confio no senso comum, nem mesmo no meu, porque sei que ele tende a errar muito. É da natureza humana sermos assim.

                                      Mas a abundante iliteracia económica e financeira dos tugas, não é compatível com o teu exemplo.

                                      basta ver por aqui.

                                      Comentário


                                        #49
                                        Para bom entendedor...

                                        QUINTA-FEIRA, 11 DE FEVEREIRO DE 2016

                                        Portugal é mesmo um país tão desigual assim?



                                        Na passada 3ª feira mostrei o gráfico abaixo durante o programa "Números do Dinheiro" da RTP3, onde se discutia a proposta de Orçamento de Estado para 2016 (OE2016).


                                        O gráfico dá conta da distribuição das famílias portuguesas por escalões de rendimentos e o meu objectivo ao mostrá-lo era duplo:

                                        1) mostrar que a maioria dos comentadores fomenta uma noção errada do que é a "classe média" em Portugal (as famílias que têm em mente auferem, na verdade, rendimentos muito acima da média e da mediana da distribuição); e

                                        2) contestar a ideia de que o OE2016 penaliza as famílias portuguesas de classe média.

                                        Várias pessoas se mostraram cépticas em relação aos dados apresentados no gráfico - e têm boas razões para isso. Os dados correspondem à distribuição do rendimento colectável (o rendimento bruto menos as deduções específicas; caso se trate de um casal o valor é dividido por dois), com base no qual se definem os escalões do IRS a aplicar. Ora, sabemos bem que há muita fuga aos impostos em Portugal. Isto significa que muitas famílias que oficialmente se encontram no escalão mais baixo de rendimentos, na verdade, auferem rendimentos superiores. Nalguns casos, muito superiores: em Dezembro, José Azevedo Pereira, ex-Director-Geral dos Impostos, afirmava ao Jornal de Negócios que havia cerca de mil famílias muito ricas que apenas asseguravam 0,5% da receita de IRS, cerca de 500 vezes menos do que seria expectável.

                                        Note-se, porém, que isto em nada invalida as duas mensagens que acima referi.
                                        Para o perceber, façamos um exercício simples. Imaginemos (provavelmente exagerando) que nada menos do quemetade dos 68,4% de famílias que são incluídas no escalão inferior subdeclara os rendimentos que aufere. Se distribuirmos esses 34,2% de famílias pelos restantes escalões de acordo com a sua proporção (como faço no próximo gráfico), verificamos que as conclusões fundamentais se mantêm.



                                        É verdade que o número dos muito ricos aumentou neste novo cenário hipotético – há agora mais 11 mil famílias (muitas mais do que as mil referidas pelo ex-Director-Geral de Impostos). Ainda assim, elas representam apenas 0,22% dos agregados familiares portugueses (só mais 0,02 pontos percentuais do que no caso anterior). O escalão seguinte (dos 40 mil aos 80 mil euros) pesa agora 2,5% (apenas mais 0,9 pontos percentuais do que anteriormente). Ou seja, mesmo supondo que o IRS distorce, e muito, a verdadeira distribuição de rendimentos, Portugal continua a ser um país muito desigual. E as famílias com rendimento colectável superior a 40 mil euros - as tais que são menos favorecidas, ou até penalizadas, pelo OE2016 - não representam mesmo a "classe média" portuguesa.

                                        Note-se também que se o segundo gráfico estiver mais próximo da realidade do que o primeiro, então o OE2016 é ainda mais justo - e não menos.

                                        Há quem critique o OE2016 pelo facto pretender resdistribuir os rendimentos fundamentalmente através redução da sobretaxa do IRS. O problema é que as famílias de rendimentos muito baixos não pagam IRS; como tal, não beneficiam da redução da sobretaxa. Importa, porém, notar dois aspectos.

                                        Primeiro, a redução de sobretaxa não é a única forma prevista no OE2016 para promover a redistribuição de rendimentos; há que considerar, nomeadamente, o reforço das transferências sociais (RSI, CSI e abono de família) e a forma como são considerados os filhos e ascendentes a cargo (que é menos regressiva do que o anterior quociente familiar). Em geral, estes são benefícios menos sujeitos a fraude, pelo que tendem a deixar de fora os supostos "falsos pobres".

                                        Segundo, se o número de famílias pobres é menos elevado do que as estatísticas oficiais sugerem e se uma parte significativa das verdadeiramente pobres beneficia de outras formas de distribuição, então a ideia de que o OE2016 favorece a classe média-baixa mas não os mais pobres dos mais pobres também é incorrecta. Quando muito podemos dizer que o OE2016 não favorece as famílias que não declaram rendimentos para efeitos fiscais, mas que têm situações mais folgadas do que as estatísticas sugerem - o que não se pode considerar propriamente uma injustiça.

                                        Demos as voltas que dermos, Portugal é mesmo um país muito desigual - e o OE2016 dá algum contributo para corrigir esta situação. Mas continuaremos a ser um país muito desigual enquanto estiver por resolver a principal fonte dos problemas: a falta de empregos em condições. Mas esse é tema para outros textos.


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                                          #50
                                          Portugal apresenta níveis de desigualdade muito superiores à média da União Europeia


                                          Em entrevista ao esquerda.net, o professor Farinha Rodrigues salienta que o nosso país é um dos mais desiguais da UE, realçando que houve uma ligeira redução das desigualdades até 2009, devido às políticas sociais de combate à pobreza, nomeadamente o RSI ou o complemento social para os idosos. Sublinhando que o sistema fiscal podia ser mais redistributivo, alerta que medidas do OE para 2013, como a redução dos escalões do IRS, reduzem a capacidade redistributiva, agravando assim as desigualdades.

                                          *Carlos Farinha Rodrigues é doutorado em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa. É docente do Instituto Superior de Economia e Gestão, assessor do Instituto Nacional de Estatística nas áreas de distribuição do rendimento e das estatísticas das famílias, membro da Society for the Study of Economic Inequality,International Association for Research in Income and Wealth, Centro de Investigação sobre Economia Portuguesa, Centro de Matemática Aplicada à Previsão e Decisão Económica e do Observatório das Desigualdades.









                                          Desigualdades em portugal o papel das politicas redistributivas PDF

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                                            #51
                                            Originalmente Colocado por 33Stradale Ver Post
                                            Mas ainda me choca mais constatar que quem recebe 562,5 euros por mês já é classe média...
                                            "(...)Aumento para €530 daqui a um mês?

                                            Mais de meio milhão de trabalhadores serão abrangidos pelo aumento do salário mínimo nacional que deverá começar a ser discutido na quinta-feira entre o Governo e os parceiros sociais, para entrar em vigor a 1 de janeiro de 2016.

                                            É certo que a ordem de trabalhos da primeira reunião de concertação social com o executivo de António Costa tem como ponto único a "apresentação do Programa de Governo e debate da agenda da concertação social", mas as centrais sindicais não vão deixar de dar prioridade ao aumento do SMN, que atualmente é de 505 euros, para que o novo valor possa entrar em vigor no início do próximo ano.

                                            No seu programa, o Governo socialista assume que proporá na concertação social "uma trajetória de aumento do SMN para atingir os 600 euros em 2019". Para concretizar este objetivo, o executivo propõe que no próximo ano o SMN seja de 530 euros, passando para os 557 euros em 2017 e para os 580 em 2018.

                                            A CGTP, através do seu secretário-geral, Arménio Carlos, considerou que a proposta do PS de aumento do salário mínimo é insuficiente e tardia, porque remete para 2019 a sua fixação nos 600 euros. A central sindical defende que os 600 euros devem vigorar já em 2016, embora admita um aumento gradual da remuneração.

                                            A UGT reivindica a fixação do salário mínimo nacional nos 535 euros a partir de 1 de janeiro de 2016. O SMN esteve congelado nos 485 euros entre 2011 e outubro de 2014, quando aumentou para os 505 euros, na sequência de um acordo estabelecido entre o governo, as confederações patronais e a UGT.

                                            O acordo tripartido para o aumento do SMN, que vigora até dia 31 deste mês, deu como contrapartida aos patrões uma descida de 0,75 pontos percentuais na taxa social única (TSU) aplicada aos salários mínimos e paga pelas empresas.

                                            A instituição do SMN foi uma das conquistas de Abril de 1974 e permitiu beneficiar cerca de metade dos trabalhadores portugueses que, então, passaram a ganhar 3.300 escudos por mês. O decreto-lei que criou o SMN, com data de 27 de maio de 1974, refere que a medida iria beneficiar cerca de 50% da população ativa e na função pública iria abranger mais de 68% dos trabalhadores.

                                            O primeiro SMN era de 16,5 euros e no ano seguinte teve um aumento de 12,1% passando para os 18,5 euros. Ao longo dos anos, o SMN foi sendo aumentado (ver tabela) e em 2005 era de 374,7 euros, depois de ter tido um aumento de 2,5%. No ano seguinte, em 2006, após um aumento de 3%, ficou nos 385,9 euros.

                                            Neste ano foi firmado um acordo tripartido, com todos os parceiros sociais, que definia um aumento gradual para os cinco anos seguintes, de modo a que o SMN fosse de 500 euros em 2011. Entre 2007 e 2011 os aumentos dos SMN variaram entre os 4,4% e os 2,1% respetivamente.

                                            Em 2012, pela primeira vez desde a sua criação, não foi aumentada esta remuneração, mantendo-se nos 485 euros, que representaram uma perda de poder de compra de 1,5% face a 2010. O congelamento manteve-se até outubro de 2014, quando passou para os 505 euros. A meta dos 500 euros definida no acordo de concertação social também não foi cumprida com a justificação, do governo e das confederações patronais, da conjuntura de crise económica."

                                            Evolução do Salário Mínimo Nacional
                                            Ano SMN

                                            1974 16,5 euros
                                            1975 18,5 euros
                                            1979 37,4 euros
                                            1980 44,9 euros
                                            1985 112,2 euros
                                            1990 174,6 euros
                                            1995 259,4 euros
                                            2000 318,2 euros
                                            2005 374,7 euros
                                            2010 475 euros
                                            2011 485 euros
                                            2012 485 euros
                                            2013 485 euros
                                            2014 505 euros
                                            2015 505 euros

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                                              #52
                                              O que explica muito do que nós vemos na rua, quando a malta diz que se fossemos o país pobre que as estatísticas mostram o panorama não era o actual, é o que escapa às estatísticas ou seja tudo o que é fuga à declaração dos rendimentos e impostos...

                                              Comentário


                                                #53
                                                Originalmente Colocado por AlexKarelin Ver Post
                                                De facto não corresponde aos números do nosso imaginário.

                                                Diria que um agregado classe média é tipicamente um com 3 mil euros de rendimento bruto por mês (+/- 40/ano) e um classe alta com 10 mil euros brutos (+/- 150/ano).
                                                Números são números. Não interessa o nosso imaginário

                                                O Sócrates também se queixa de dificuldades financeiras e o salário dele era maior que 10000€

                                                O Cavaco também se queixa da reforma acima de 10000€

                                                Se ligeiramente acima do salário mínimo é classe média será apenas um facto estatístico de um estudo

                                                Comentário


                                                  #54
                                                  Originalmente Colocado por 33Stradale Ver Post
                                                  Eu acho que alguns de vós estão a confundir conceitos. O estudo do Expresso ao identificar uma classe alta não está a identificar quem é rico, mas tão só a dizer que X% das famílias estão acima de determinado patamar de rendimento.

                                                  Ser da Classe Alta não é ser rico em abstracto. É isso sim, ter rendimento significativamente superior à média.
                                                  Penso que foi isto mesmo que o estudo apontou. Não disse que com 1350€ se é rico.

                                                  Comentário


                                                    #55
                                                    Eu gostaria de saber onde é que está a classe alta a ganhar 1350€ que vá passar férias ao Algarve em agosto num quatro ou cinco estrelas. Ou que ande de segmento e ou f novo.

                                                    Comentário


                                                      #56
                                                      Eu e a minha mulher ganhámos brutos no ano passado 23mil€ isso equivale a classe média mas na minha opinião somos media/baixa na melhor das hipoteses

                                                      Comentário


                                                        #57
                                                        Originalmente Colocado por Obtuso Ver Post
                                                        Eu gostaria de saber onde é que está a classe alta a ganhar 1350€ que vá passar férias ao Algarve em agosto num quatro ou cinco estrelas. Ou que ande de segmento e ou f novo.
                                                        1350€ declarados, o resto tem que ser por baixo da mesa

                                                        Como diz um amigo espanhol, o tuga tem casa, carro, mota, vai de férias e só ganha isso? É o milagre Português

                                                        Comentário


                                                          #58
                                                          Sempre há a Cofidis para ajudar a pagar as férias a malta.

                                                          Comentário


                                                            #59
                                                            Originalmente Colocado por Obtuso Ver Post
                                                            Eu gostaria de saber onde é que está a classe alta a ganhar 1350€ que vá passar férias ao Algarve em agosto num quatro ou cinco estrelas. Ou que ande de segmento e ou f novo.
                                                            Esse tipo de férias e carro parecem-me mais caracterizar classe média/alta do que propriamente alta.

                                                            De qualquer forma os estudos não dizem tudo, tenho uns familiares próximos que deverão estar nesse amplo intervalo dos 13.500 aos 50.000 (creio que mais próximos dos 50), ambos têm carro de serviço (318d e Megane dci) para uso total, bem como combustível ainda que com algumas limitações ambos têm telefone e portátil.

                                                            Pagam uma casa (500/600 ?) têm os 2 filhos no ensino publico, mas com prolongamentos e actividades extra-curriculares, como futebol, fazem férias de Inverno e de Verão mas com alguma racionalidade.

                                                            Em resumo são classe média desafogada, mas como referi têm um conjunto de beneficios para além dos ordenados e estarão seguramente próximos dos 50 anuais.

                                                            Comentário


                                                              #60
                                                              uma vez um economista demonstrou um cálculo para mostrar o limiar da pobreza de uma família

                                                              multiplicar o rendimento mínimo por cada membro da família, assim um casal com 2 filhos seria 4 x 500 = 2000 euros

                                                              portanto um agregado de 4 pessoas e 2000 euros está no limiar da pobreza

                                                              eu concordo com este cálculo

                                                              Comentário

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