As revistas e as marcas premium

[Eagle88]

Certo, e nessa altura as revistas ajustam os conteúdos ao que o mercado quiser, no limite também sou dos que acredito que as revistas tradicionais em papel desaparecerão.

As revistas sabem bem quantas revistas são vendidas em cada semana, e devem ter uns dados engraçados sobre os conteúdos / capas e vendas respectivas. Se concluírem que colocar na capa Suzukis aumenta as vendas, logicamente que vão começar a fazer capas com Suzukis todos as semanas. Se concluírem que colocar Isuzu nas capas faz a revista vender menos e ainda afasta quem lá mete a publicidade, obviamente que deixam de fazer capas com Isuzu.
Por outro lado se a Isuzu ou a Suzuki não arranjarem carros de imprensa para teste, é natural que os ensaios e comparativos apareçam menos regularmente. Eu calculo que as coisas não sejam feitas ao calhas, isto como qualquer negócio tem uma lógica associada.

Mas aí também estás a usar exemplo limite. O "português médio" que procura uma compra sensata e ao nível dos seus rendimentos, certamente que procura carros da PSA, Renault, VW, Toyota e similares. Desta forma, fará sentido acreditar que também se querem informar sobre os produtos dessas marcas. Mas quantos carros dessas marcas fazem capa dessas revistas? Poucos...

[AstonM]

O "português médio" que procura uma compra sensata e ao nível dos seus rendimentos, certamente que procura carros da PSA, Renault, VW, Toyota e similares. Desta forma, fará sentido acreditar que também se querem informar sobre os produtos dessas marcas.

Primeiro temos de começar por definir o que é um "português médio" e quem é o público alvo que compra uma revista de automóveis.
Podemos argumentar que a Renault, a PSA ou a VW tem vendas muito elevadas em Portugal, mas se a maioria dessas vendas forem directamente para frotas de empresas ou rent-a-car subitamente deixam de ser relevantes para o particular que compra revistas de automóveis.
Por acaso era interessante saber qual o ranking de vendas de automóveis em Portugal só para particulares (excluir frotas), certamente que o ranking de vendas se iria modificar com umas marcas a subir e outras a descer. Sabendo o que os particulares compram teríamos então de ver a intersecção entre que marcas de automóveis os particulares compram e quais os que compram revistas.
Pode-se dar o caso dos hábitos de leitura do comprador particular variar de marca para marca: será que o comprador médio da marca X ou Y tem habilitações literárias superiores e consome mais frequentemente jornais e revistas que o comprador médio da marca Y ou Z? Valerá a pena dar destaque na capa a um modelo vendido tendencialmente ao público feminino quando quem compra revistas de automóveis é o público masculino?

As revistas de automóveis têm de adequar o que publicam tal como os jornais desportivos tipicamente tendem para um determinado clube ou os jornais tradicionais alinham-se mais pelo pensamento político do partido A ou B.

[Eagle88]

Primeiro temos de começar por definir o que é um "português médio" e quem é o público alvo que compra uma revista de automóveis.
Podemos argumentar que a Renault, a PSA ou a VW tem vendas muito elevadas em Portugal, mas se a maioria dessas vendas forem directamente para frotas de empresas ou rent-a-car subitamente deixam de ser relevantes para o particular que compra revistas de automóveis.
Por acaso era interessante saber qual o ranking de vendas de automóveis em Portugal só para particulares (excluir frotas), certamente que o ranking de vendas se iria modificar com umas marcas a subir e outras a descer. Sabendo o que os particulares compram teríamos então de ver a intersecção entre que marcas de automóveis os particulares compram e quais os que compram revistas.
Pode-se dar o caso dos hábitos de leitura do comprador particular variar de marca para marca: será que o comprador médio da marca X ou Y tem habilitações literárias superiores e consome mais frequentemente jornais e revistas que o comprador médio da marca Y ou Z? Valerá a pena dar destaque na capa a um modelo vendido tendencialmente ao público feminino quando quem compra revistas de automóveis é o público masculino?

As revistas de automóveis têm de adequar o que publicam tal como os jornais desportivos tipicamente tendem para um determinado clube ou os jornais tradicionais alinham-se mais pelo pensamento político do partido A ou B.

A tua observação é muito oportuna, mas levaria-nos aqui a página e páginas discussão sobre o tema. Concordo que também seria muito interessante fazer essa separação em termos de vendas, mas julgo que não existem dados. De qualquer forma, mesmo que as frotas distorçam a realidade, se eles não fossem absorvidos posteriormente quando usados, julgo que a política de vendas e as marcas escolhidas seriam diferentes.

[Pastis]

O português médio ganha 900€ líquidos ( valor próximos do oficial) . Não consegue comprar carros de 40000€ para cima...
Mas provavelmente tb não compra revistas de carros. Daí concordar que o target das revistas é outro...

No meu tempo ( em que comprava revistas) entre os 13 anos e os 20 e poucos comprava só para apreciar mas hoje em dia os putos têm a net... Portanto o leque de compradores de revistas fica ainda mais reduzido.

[Jbranco]

O português médio ganha 900€ líquidos ( valor próximos do oficial) . Não consegue comprar carros de 40000€ para cima...

Um gajo que ganhe isso compra sequer carros de 30.000€?

900€ líquidos deveriam dar no máximo para um Honda Jazz, Fiat Punto, ou coisa que o valha...

[CL]

Um gajo que ganhe isso compra sequer carros de 30.000€?

900€ líquidos deveriam dar no máximo para um Honda Jazz, Fiat Punto, ou coisa que o valha...

De 1998... ora 20 anos a 15 mil por ano... as revistas deviam dedicar-se a fazer testes de usados com 300 mil km que é o que se compra a julgar que têm 85.350 km.

[neapo]

Há bastantes anos que leio, pelo menos, uma revista de automóveis por semana. Se há uma coisa que me chateia nas revistas portuguesas é a presença excessiva de marca premium no que diz respeito às apresentações e testes.

Tenho noção que essas marcas são o alvo de maior desejo e, eventualmente, curiosidade do público-alvo dessas revistas, todavia não seria mais interessantes se as revistas prestassem uma maior atenção aos carros que estão ao alcance da maioria dos compradores? De que vale aos leitores a presença massiva de carros premium na revista se não serão alcançáveis à sua carteira?

Deixo esta reflexão aberta às vossas opiniões, porque tenho tendência a avançar as páginas das revista quando surgem muitos carros premium, principalmente em modelo mais exóticos. A AutoFoco desta semana é um bom exemplo disso.

São essas marcas que pagam às revistas para escreverem artigos sobre elas. Assim como sucede nas revistas de fitness que são financiadas sempre pela industria da suplementação.