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CC stop . Câmara municipal do Porto vs músicos

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    #31
    Originalmente Colocado por ImHoTep Ver Post
    Já tinha lido sobre o CC Stop há algum tempo e tinha achado muito interessante o uso que tinham dado ao espaço, melhor que estar fechado, agora se não está legal e com falhas a nível de segurança, a câmara dar hipóteses para se tentar legalizar o espaço, que pelo que percebi não só deu como já sabem qual o custo (6 milhões de euros), até pode existir má fé da parte da câmara, como referem atrás de existirem outros interesses, mas também existe alguma má fé da parte dos artistas no dia em que fecharam estavam revoltados que não sabiam de nada, foi de um momento para o outro, depois vêm se a saber que afinal a câmara até já tinha proposto outro espaço.

    Não conheço o espaço o que vou disse pode ser completamente disparatado, mas acho que o CC já ganhou o seu espaço no vida cultural do Porto, e isso não devia ser esquecido, o que poderia ser uma solução era a CM do Porto tomar posse do espaço, e fazer as obras necessárias para o espaço continuar a funcionar com o objetivo que funciona hoje, a renda poderia se manter nos 150€ (ajustada ao tamanho do espaço) mas teria um limite temporal, o objetivo e ajudar músicos amadores, poderiam alugar o espaço durante o máximo de 10 anos, depois o espaço ficaria vago para outros artistas também poderem iniciar a carreira. Como disse não conheço o espaço, mas se tivesse condições a criação de um espaço para espetáculos onde os artistas do CC Stop pudessem actuar poderia também ser muito interessante.

    Em relação ao pessoal que se queixa de os artistas viverem a custas dos nossos impostos,não se esqueçam que pagamos não sei quantos milhões para o Manoel de Oliveira (penso que foi ele) fazer um filme em que a tela esteve sempre a preto, acho que aqui seria uma utilização mais interessante da fatia dos nossos impostos que vai para a cultura.

    A rendas teriam sempre de ser as suficientes para cobrir os custos de funcionamento do espaço, e manutenção futura, o único custo para a Câmara (aqui acho que o estado central também devia abrir os cordões a bolsa e chegar-se a frente com uma parte) seria o investimento de recuperação do espaço.

    Acho que seria uma solução que poderia servir os interesses dos artistas e também da Câmara para manter/dar um impulso a cultura.
    Tratando-se de um edifício dos anos 80 ou anterior, óbvio que fazer obras para cumprir os regulamentos exigidos atualmente vai ficar muito caro, ou até inviável. Mas isto é transversal a muitos outros edifícios, inclusive nos quais funcionam repartições públicas!

    Uma questão importante aqui é que isto não é um edifício público onde as regras ficam um bocado de lado, isto é um edifício privado e que deve obedecer às regras de utilização para o edifício e respetivas frações (no qual nem todas estão legais), e onde a Câmara deve funcionar como regulador não só agora mas desde sempre.

    Estar a Câmara a querer meter o bedelho, encontrar soluções e, quem sabe, tornar-se senhorio, servindo-se de dinheiros públicos para construir um espaço (recorrendo a financiamento, óbvio...), pode ser uma solução política interessante para os artistas e para a câmara, mas é discutível e as soluções arrastam-se no tempo.

    ​​​

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      #32
      Originalmente Colocado por ImHoTep Ver Post
      Em relação ao pessoal que se queixa de os artistas viverem a custas dos nossos impostos,não se esqueçam que pagamos não sei quantos milhões para o Manoel de Oliveira (penso que foi ele) fazer um filme em que a tela esteve sempre a preto, acho que aqui seria uma utilização mais interessante da fatia dos nossos impostos que vai para a cultura.
      Não foi o Manoel de Oliveira, apesar dos filmes deste parecem ser feitos com o mesmo set de hardware desde que largou o preto-e-branco e virou a cores.

      Foi sim o depravadão do João César Monteiro aka "Eu-quero-que-as-más-linguas-se-fedam"... e quem viu a "Comédia de Deus" percebe o porquê de lhe chamar depravado

      Aí o "mok"as tal como muitos outros pensam que chove logo dinheiro do Ministério da Cultura mal se registe atividade artística.

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        #33
        Originalmente Colocado por brunomeleiro Ver Post

        A regra que não está a ser cumprida é o facto de não terem licença de utilização ou licença adequada, ou dito de outra maneira, proprietários e senhorio(s) não a terem, daí uns espaços terem sido despejados e outros não. Situações de ilegalidades destas no nosso país são aos milhões, ou neste fórum não há ninguém que seja proprietário ou conheça quem tenha construções ilegais, feitas sem licenças, modificadas sem comunicar, etc? Vejam a marquise do Ronaldo

        A pergunta que faço é: será que com uma licença válida a câmara iria despejar? Duvido muito, e pelos vistos os que a têm não foram despejados...por isso a questão de segurança contra incêndio (que vai sendo modificada/melhorada ao longo dos anos) acaba por ser mais um pretexto para atuar que outra coisa, porque se fosse com rigor então a esmagadora maioria dos espaços teriam de ser fechados pela mesma razão.

        Mesmo sobre o ruído, fala-se que há queixas, mas até agora ainda nenhum morador deu a cara sobre esse problema, pelos vistos...

        É pá, longe de querer defender o indefensável (a ilegalidade), mas isto cheira mais a interesses económicos de quem é parte implicada na legalidade do edifício (câmara e proprietários de frações ilegais que as alugam há anos) que outra coisa.
        E porque não têm licença? Porque seguramente não cumprem os requisitos para o uso que está a ser dado ao espaço.

        Sobre a questão dos incêndios a câmara foi clara, e nada pode fazer, porque esses assuntos técnicos dependem de pareceres externos a que são alheios. E como é óbvio deveriam ser os próprios utilizadores a procurarem soluções.

        Não o fizeram, e ainda puseram a câmara a suportar um serviço de prevenção permanente dos bombeiros das 10h30 às 22h30. Mas será seguramente temporárionpor causa da época de Verão.

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          #34
          Originalmente Colocado por ASOT Ver Post

          Não foi o Manoel de Oliveira, apesar dos filmes deste parecem ser feitos com o mesmo set de hardware desde que largou o preto-e-branco e virou a cores.

          Foi sim o depravadão do João César Monteiro aka "Eu-quero-que-as-más-linguas-se-fedam"... e quem viu a "Comédia de Deus" percebe o porquê de lhe chamar depravado

          Aí o "mok"as tal como muitos outros pensam que chove logo dinheiro do Ministério da Cultura mal se registe atividade artística.
          quem pagou esse filme? ele diz isso do "Eu-quero-que-as-más-linguas-se-fedam" porque não se tem de preocupar se a audiencia gosta ou não pois o estado paga...

          é o estado do cinema actual, se realmente estivessem mais interessados em agradar ao publico talvez estivesse num melhor estado do que subsidiados....

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            #35
            Originalmente Colocado por ASOT Ver Post

            Não foi o Manoel de Oliveira, apesar dos filmes deste parecem ser feitos com o mesmo set de hardware desde que largou o preto-e-branco e virou a cores.

            Foi sim o depravadão do João César Monteiro aka "Eu-quero-que-as-más-linguas-se-fedam"... e quem viu a "Comédia de Deus" percebe o porquê de lhe chamar depravado

            Aí o "mok"as tal como muitos outros pensam que chove logo dinheiro do Ministério da Cultura mal se registe atividade artística.
            Foi o Joao Cesar Monteiro. E fez o filme preto como resposta á atribuiçao dos subsidios para o cinema. O Branca de Neve foi o 1° filme a ter direito. Antes quem o financiava era o Paulo Branco.

            Enviado do meu SM-T700 através do Tapatalk

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              #36
              Versão dos factos pela boca do Mauel Cruz:

              https://www.porto.pt/pt/noticia/a-cm...z-sobre-o-stop

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                #37
                Originalmente Colocado por SilverArrow Ver Post
                Há que ver a história toda e essa nunca chega ás pessoas..

                Como está o espaço a funcionar? As lojas e espaços estão legais? Pagam imposto? Pagam renda? São dos músicos? Foram ocupadas?
                E o Centro? está aberto? Qualquer um pode entrar? Tem as medidas de segurança em dia?
                Quando vi a notícia falavam que havia lojistas que iam ficar abertos porque estavam legais, e que apenas os ilegais tinham de sair. Claro que não explicaram o que eram os "ilegais".

                Havia um que dizia que tinham gasto 10.000€ em equipamentos e em transformar aquilo à prova de som.
                Depois mostraram um que tinha as paredes forradas a caixas de ovos.

                E se houver um incêndio num sítios destes quem se responsabiliza?
                Algumas lojas, poucas, têm licença. Os músicos e bandas pagam renda aos proprietários das lojas, que são mais de 100. Não há "ocupas" ou cenas ilegais desse género. Alguns músicos possuem, por aquiriram, algumas lojas em seu nome.
                O centro tem segurança dia e noite. A partir de determinada hora só entras se tiveres chave.
                O pessoal investiu o que pôde para reabilitar os diferentes espaços e os tornar funcionais para ensaiar e gravar: há salas mais bonitas e outras menos. Os estúdios têm material de qualidade e muito dinheiro investido. Não é só uma cena hipie...

                E também não ensaia lá só o pessoal do rock e metal...alguns dos melhores músicos de jazz do Porto tem lá sala...ensaiam lá bandas de todos os géneros musicais. É um ponto central onde trabalham músicos de toda a área metropolitana do Porto, não só da cidade.

                Comentário


                  #38
                  Quanto ao ruído, como é um aspecto tão falado, garanto-vos que as queixas são completamente infundadas: mesmo que algumas bandas de metal puro e duro ensaiem lá, na rua não se ouve nada!

                  Não são só bandas e músicos amadores a terem sala lá. Muitos profissionais (mesmo que não a tempo inteiro) encontram lá um espaço cental onde ensaiar.

                  Segurança contra incêndios? Não existe. Só quem lá ensaia sabe os riscos que o edifício apresenta. Ainda assim continua-se a ensaiar lá porque não há nada com melhores condições em termos de funcionalidade/preço.

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                    #39
                    Só quero deixar mais uma vez bem claro porque pode haver este enviesamento: os músicos e bandas que lá têm/tinham sala de ensaios não são ocupas! Pagam renda aos proprietários ou adquiriam as suas proprias fracções.

                    Comentário


                      #40
                      Originalmente Colocado por DonJuan1 Ver Post

                      Algumas lojas, poucas, têm licença. Os músicos e bandas pagam renda aos proprietários das lojas, que são mais de 100. Não há "ocupas" ou cenas ilegais desse género. Alguns músicos possuem, por aquiriram, algumas lojas em seu nome.
                      O centro tem segurança dia e noite. A partir de determinada hora só entras se tiveres chave.
                      O pessoal investiu o que pôde para reabilitar os diferentes espaços e os tornar funcionais para ensaiar e gravar: há salas mais bonitas e outras menos. Os estúdios têm material de qualidade e muito dinheiro investido. Não é só uma cena hipie...

                      E também não ensaia lá só o pessoal do rock e metal...alguns dos melhores músicos de jazz do Porto tem lá sala...ensaiam lá bandas de todos os géneros musicais. É um ponto central onde trabalham músicos de toda a área metropolitana do Porto, não só da cidade.
                      Obrigado pelas explicações. A CS não explica nada disso.

                      Acho que o ideal é juntarem-se todos para fazer um plano de legalização das lojas todas com projecto de segurança do espaço.

                      Comentário


                        #41
                        Originalmente Colocado por SilverArrow Ver Post

                        Obrigado pelas explicações. A CS não explica nada disso.

                        Acho que o ideal é juntarem-se todos para fazer um plano de legalização das lojas todas com projecto de segurança do espaço.
                        O problema é mesmo esse: não é possível sequer rastrear todos os proprietários porque alguns estão no Brasil ou Venezuela. Chegou-se a um ponto sem retorno: os custos para reabilitar e modernizar o edifício são avultadísssimos e as rendas, porque as condições que o edifício oferece são "más", são muito baixas. Simplesmente não há dinheiro para reabilitar. Mesmo assim, sabendo de todos os riscos, os músicos optam por estudar/ensaiar/guardar material lá. É um local mítico. Só quem nunca lá entrou é que não sabe. Além do mais, como já referi, vem pessoal de fora do Porto para ensaiar lá. O Porto é um ponto central para o pessoal se encontrar e ensaiar.

                        Há ainda uma outra vertente: aquela zona da cidade é uma das mais esquecidas/envelhecidas, perto, mas ao mesmo tempo longe do hype do turismo da baixa que levou à quase total reabilitação urbana dessa área. Não fosse o movimento que o STOP gera/gerava e seria mais uma zona moribunda e insegura.

                        Comentário


                          #42
                          Originalmente Colocado por DonJuan1 Ver Post

                          O problema é mesmo esse: não é possível sequer rastrear todos os proprietários porque alguns estão no Brasil ou Venezuela. Chegou-se a um ponto sem retorno: os custos para reabilitar e modernizar o edifício são avultadísssimos e as rendas, porque as condições que o edifício oferece são "más", são muito baixas. Simplesmente não há dinheiro para reabilitar. Mesmo assim, sabendo de todos os riscos, os músicos optam por estudar/ensaiar/guardar material lá. É um local mítico. Só quem nunca lá entrou é que não sabe. Além do mais, como já referi, vem pessoal de fora do Porto para ensaiar lá. O Porto é um ponto central para o pessoal se encontrar e ensaiar.

                          Há ainda uma outra vertente: aquela zona da cidade é uma das mais esquecidas/envelhecidas, perto, mas ao mesmo tempo longe do hype do turismo da baixa que levou à quase total reabilitação urbana dessa área. Não fosse o movimento que o STOP gera/gerava e seria mais uma zona moribunda e insegura.
                          Eu entendo isso e de certeza que os músicos fizeram muito pela zona.
                          Mas não se pode ajudar toda agente com rendas baixas.
                          Há que encontrar um equilíbrio. Dos que lá estão, quantos estarão dispostos a ver o espaço renovado pela Câmara e depois pagarem rendas adequadas pelo espaço? Penso que poucos.

                          Comentário


                            #43
                            Originalmente Colocado por SilverArrow Ver Post

                            Eu entendo isso e de certeza que os músicos fizeram muito pela zona.
                            Mas não se pode ajudar toda agente com rendas baixas.
                            Há que encontrar um equilíbrio. Dos que lá estão, quantos estarão dispostos a ver o espaço renovado pela Câmara e depois pagarem rendas adequadas pelo espaço? Penso que poucos.
                            Aqui neste caso parece-me mais o dos donos das frações que as têm alugado (e que presumo, a renda pingue todos os meses), não querem saber de resolver problemas de ilegalidades que o edifício possa ter.
                            resolver isso com meia dúzia de proprietários já pode ser um problema, fazer isso com centenas (e suponho que algumas frações até possam ter vários, fruto de heranças) é um problema ainda maior.

                            Dentro dos próprios músicos também haverá de tudo: os que se empenham em resolver e os que não querem saber.

                            Do que dá para perceber do texto do Manel Cruz do site do Porto (há que descontar o facto de não poder criticar os serviços municipais ) parece ter sido feito trabalho para resolver o problema, concorde-se ou não com a solução, mais ou menos viável, e parece que quem pegou no dossier a seguir não lhe deu o seguimento da melhor maneira.


                            A zona do Stop é uma das menos atractivas da baixa do Porto, e se ainda agora não é grande coisa, pior era há 10 ou 20 anos atrás.
                            Para de ter ideia tive uma professora que também era pintora que há coisa de 15 anos montou um atelier de pintura numa casa burguesa que estava degradada ali para os lados da Mouzinho da Silveira, hoje seria inviável. E não foi caso único.

                            Em comparação com o Stop só vejo paralelo no CCBombarda mais voltado para as arte plásticas, nascido também há coisa de 15 anos mas que beneficia por estar melhor localizado.
                            Mas as bases eram +/- as mesmas.

                            Comentário


                              #44
                              Originalmente Colocado por brunomeleiro Ver Post

                              Do que dá para perceber do texto do Manel Cruz do site do Porto (há que descontar o facto de não poder criticar os serviços municipais )
                              O texto foi partilhado inicialmente na página pessoal, as outras páginas (do Rui Moreira, p.e.) é que aproveitaram e colaram lá o texto.

                              Comentário


                                #45
                                Isto no fundo vai cair sempre no mesmo: guito.

                                Edifícios antigos começam a precisar de obras muito caras e isso terá de ser reflectido na renda (ou no preço de venda do imóvel). Se não houver capacidade de repassar esse custo, tudo degrada-se ou colapsa. E é esse conceito básico que falha em muitas análises (basta ver/ouvir as discussões no início do ano sobre o Mais Habitação). Em pessoas de esquerda e "activistas" então é mato (não estou a dizer que são os únicos).

                                Depois há o problema de que cada dono terá uma opinião diferente sobre qual o patamar máximo que está disposto a gastar nas obras ... quanto maior o número de proprietários maior o "filme". Outros nem sequer terão guito para as obras. Como já referiram outros nem sequer respondem aos contactos (o que origina mais um problema ... os que querem gastar não querem ser os patos que sustentam as obras sozinhos).

                                E isto é um dos dramas do imobiliário e um dos factores para muitos imóveis estarem caríssimos (se estiverem impecáveis) ou estão ali num limbo entre estarem abandonados ou em sub-manutenção.

                                (isto é válido tanto para comércio como para habitação; no caso da habitação é um encargo que muita gente que contraí CH longos não têm sequer noção ... quando a bomba estourar vai uma chapada dramática).

                                Então entra-se num terreno complicado: entra dinheiro público para preencher essa lacuna?
                                Editado pela última vez por DMA; 25 July 2023, 11:09.

                                Comentário


                                  #46
                                  Originalmente Colocado por brunomeleiro Ver Post

                                  Aqui neste caso parece-me mais o dos donos das frações que as têm alugado (e que presumo, a renda pingue todos os meses), não querem saber de resolver problemas de ilegalidades que o edifício possa ter.
                                  resolver isso com meia dúzia de proprietários já pode ser um problema, fazer isso com centenas (e suponho que algumas frações até possam ter vários, fruto de heranças) é um problema ainda maior.

                                  Dentro dos próprios músicos também haverá de tudo: os que se empenham em resolver e os que não querem saber.
                                  A renda pode pingar, mas no final das contas só se pode fazer uma análise justa com dados de quanto uma loja "média" rende ao ano. 2400€? 6000€?
                                  Quanto é que um senhorio destes vai gastar numas obras mesmo a sério?
                                  Num paradigma em que tudo é cada vez mais online, que facilidade terás em arrendar no futuro? A que preços?

                                  Editado pela última vez por DMA; 25 July 2023, 11:10.

                                  Comentário


                                    #47
                                    Tenho ideia de ter lido algures que só para colocar o edifício conforme a legislação atual de segurança contra incêndios serão necessários 6 milhões de euros... é realmente muito dinheiro. E depois como é que se organiza e quem paga o quê, tendo em conta o imbróglio que é este tipo de edifício. Conheço um hotel que funciona como este CC, o maior dos sócios quis fazer obras e só fez obras nos quartos dele (sim, os quartos do hotel estão atribuídos a cada um dos proprietários).

                                    Mas o que mais me custa nesta situação é este trabalhar à tuga. Foi-se lá fechar o espaço para três ou quatro dias depois se propor que afinal o espaço poderia ficar aberto com algumas condicionantes... então não se apresentavam estas condicionantes antes de fechar o espaço e isto resolvia-se sem marchas, protestos e afins?

                                    Comentário


                                      #48
                                      Originalmente Colocado por DMA Ver Post

                                      A renda pode pingar, mas no final das contas só se pode fazer uma análise justa com dados de quanto uma loja "média" rende ao ano. 2400€? 6000€?
                                      Quanto é que um senhorio destes vai gastar numas obras mesmo a sério?
                                      Num paradigma em que tudo é cada vez mais online, que facilidade terás em arrendar no futuro? A que preços?
                                      pois aí está a dificuldade da coisa
                                      No meio de tanta gente, certamente haverá proprietários que não se devem importar de gastar, uma vez que vai valorizar e legalizar o imóvel, outros que nem dever querer gastar um cêntimo que seja.

                                      E no meio dos inquilinos, também não faltarão os que não se devem importar de pagar uma renda maior para terem todas as condições de segurança, do mesmo modo que haverão os do contra que não querem as obras, nem querem pagar e está bem como está.

                                      Se isto fosse um bairro social, o estado fazia as obras e estava tudo bem , como é privado, a coisa fica mais complicada, e vamos ver como a "novela" se vai desenrolar, sendo que neste caso há o factor de dimensão cultural e único que o espaço ganhou, não é propriamente um espaço anónimo

                                      Comentário


                                        #49
                                        Originalmente Colocado por SilverArrow Ver Post

                                        Eu entendo isso e de certeza que os músicos fizeram muito pela zona.
                                        Mas não se pode ajudar toda agente com rendas baixas.
                                        Há que encontrar um equilíbrio. Dos que lá estão, quantos estarão dispostos a ver o espaço renovado pela Câmara e depois pagarem rendas adequadas pelo espaço? Penso que poucos.
                                        Tude dependerá dos valores propostos para o arrendamento de salas nos futuros espaços sugeridos pela CMP. Uma sala no STOP com 25/30 m2 pode custar 200€/mês e normalmente a renda é partilhada por vários utilizadores. Subindo para os 400/500€, com condições de segurança, vai sempre haver quem possa ou queira suportar esse valor, mesmo dividindo por vários utilizadores/bandas e outros que não. Não nos esquecámos que, à excepção dos artistas/bandas nacionais cabeças de cartaz (que são os que levam a maior fatia do bolo), os músicos são (muito) mal remunerados e o trabalho é quase sempre sazonal. Só mesmo os músicos que tocam com esses artistas/bandas recebem melhores cachets, mas na maior parte dos casos acabam por tocar com vários artistas/bandas ao mesmo tempo para a coisa ser rentável. Esses, poucos, têm acesso a salas de ensaio/estúdios condignos, com as melhores condições. A necessidade aguça o engenho. Na falta de dinheiro, o STOP veio permitir que os músicos encontrassem um espaço com as condições (mínimas) que lhes permita trabalhar, a preços que se pode pagar. O pessoal já luta diariamente organizar a vida, conjugar a vida profissional com a artística (com todo o esforço que isso acarreta) e ainda tem de arranjar um local para ensaiar, normalmente à noite e sem limite horário. O STOP permitiu isso na perfeição.

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                                          #50
                                          Originalmente Colocado por 1000k Ver Post
                                          Tenho ideia de ter lido algures que só para colocar o edifício conforme a legislação atual de segurança contra incêndios serão necessários 6 milhões de euros... é realmente muito dinheiro. E depois como é que se organiza e quem paga o quê, tendo em conta o imbróglio que é este tipo de edifício. Conheço um hotel que funciona como este CC, o maior dos sócios quis fazer obras e só fez obras nos quartos dele (sim, os quartos do hotel estão atribuídos a cada um dos proprietários).

                                          Mas o que mais me custa nesta situação é este trabalhar à tuga. Foi-se lá fechar o espaço para três ou quatro dias depois se propor que afinal o espaço poderia ficar aberto com algumas condicionantes... então não se apresentavam estas condicionantes antes de fechar o espaço e isto resolvia-se sem marchas, protestos e afins?
                                          Pior, segundo a vereadora do BE da CMP relatou na Porto TV, o despacho de encerramento é de 21/06 e só a 18/07 é que a Polícia Municipal aparece lá sem aviso para fechar o local. Naturalmente isso revoltou os músicos, que se viram privados de acesso Às salas e ao seu material/instrumentos, sendo que a maioria dos músicos actua precisamente nesta altura.

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                                            #51
                                            Originalmente Colocado por DonJuan1 Ver Post

                                            Tude dependerá dos valores propostos para o arrendamento de salas nos futuros espaços sugeridos pela CMP. Uma sala no STOP com 25/30 m2 pode custar 200€/mês e normalmente a renda é partilhada por vários utilizadores. Subindo para os 400/500€, com condições de segurança, vai sempre haver quem possa ou queira suportar esse valor, mesmo dividindo por vários utilizadores/bandas e outros que não. Não nos esquecámos que, à excepção dos artistas/bandas nacionais cabeças de cartaz (que são os que levam a maior fatia do bolo), os músicos são (muito) mal remunerados e o trabalho é quase sempre sazonal. Só mesmo os músicos que tocam com esses artistas/bandas recebem melhores cachets, mas na maior parte dos casos acabam por tocar com vários artistas/bandas ao mesmo tempo para a coisa ser rentável. Esses, poucos, têm acesso a salas de ensaio/estúdios condignos, com as melhores condições. A necessidade aguça o engenho. Na falta de dinheiro, o STOP veio permitir que os músicos encontrassem um espaço com as condições (mínimas) que lhes permita trabalhar, a preços que se pode pagar. O pessoal já luta diariamente organizar a vida, conjugar a vida profissional com a artística (com todo o esforço que isso acarreta) e ainda tem de arranjar um local para ensaiar, normalmente à noite e sem limite horário. O STOP permitiu isso na perfeição.
                                            Os músicos na sua generalidade são mal pagos sim. Conheço quem vive da profissão e nunca foi fácil.
                                            Mas muitos também são pela paixão. Eu também andei nas competições de Karts e ai também se gasta mais do que se ganha... para depois haver "meia dúzia" a ganhar milhões. É o que é. Tive de enveredar por outras profissões.
                                            Relembro que a cultura é das que mais apoios tem do estado, tens profissões que têm 0 apoios. Por exemplo os músicos podem estar isentos de Iva num Recibo Verde, eu não posso.
                                            Acho que deve haver todo o direito em terem um espaço, mas tem de cumprir com normas de segurança, acústica, etc etc.
                                            Se houvesse ali um incêndio e morriam 3 ou 4 pessoas, aposto que as manifestações iam ser "A CMP sabia e nunca fez nada".

                                            Talvez tenhamos de ser honestos e desses todos artistas que ai estão alguns deviam dedicar-se a outras profissões.

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                                              #52
                                              Originalmente Colocado por DonJuan1 Ver Post
                                              Quanto ao ruído, como é um aspecto tão falado, garanto-vos que as queixas são completamente infundadas: mesmo que algumas bandas de metal puro e duro ensaiem lá, na rua não se ouve nada!

                                              Não são só bandas e músicos amadores a terem sala lá. Muitos profissionais (mesmo que não a tempo inteiro) encontram lá um espaço cental onde ensaiar.

                                              Segurança contra incêndios? Não existe. Só quem lá ensaia sabe os riscos que o edifício apresenta. Ainda assim continua-se a ensaiar lá porque não há nada com melhores condições em termos de funcionalidade/preço.
                                              Esse é um problema demasiado grande, quantas pessoas chegam a la estar ao mesmo tempo? 10? 50? 100? Eles querem aceitar o risco de la estarem, e depois se existe um incêndio e morrem todos de quem é a culpa?

                                              Temos de ter noção das coisas é um risco demasiado grande para se ignorar

                                              E nem vou pegar no aspeto de que algumas lojas pode ter trabalho de eletricidade mal feito que pode trazer riscos de incêndio grande.

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                                                #53
                                                Originalmente Colocado por ImHoTep Ver Post

                                                Esse é um problema demasiado grande, quantas pessoas chegam a la estar ao mesmo tempo? 10? 50? 100? Eles querem aceitar o risco de la estarem, e depois se existe um incêndio e morrem todos de quem é a culpa?

                                                Temos de ter noção das coisas é um risco demasiado grande para se ignorar

                                                E nem vou pegar no aspeto de que algumas lojas pode ter trabalho de eletricidade mal feito que pode trazer riscos de incêndio grande.
                                                Exacto, não entremos por aí...nunca aconteceu porque nunca aconteceu: idade e estado de conservação da instalação eléctrica a juntar à enorme concentração de materiais inflamáveis, normalmente espumas para isolamento/tratamento acústico das salas.
                                                Editado pela última vez por DonJuan1; 25 July 2023, 14:19.

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                                                  #54
                                                  Originalmente Colocado por SilverArrow Ver Post

                                                  Os músicos na sua generalidade são mal pagos sim. Conheço quem vive da profissão e nunca foi fácil.
                                                  Mas muitos também são pela paixão. Eu também andei nas competições de Karts e ai também se gasta mais do que se ganha... para depois haver "meia dúzia" a ganhar milhões. É o que é. Tive de enveredar por outras profissões.
                                                  Relembro que a cultura é das que mais apoios tem do estado, tens profissões que têm 0 apoios. Por exemplo os músicos podem estar isentos de Iva num Recibo Verde, eu não posso.
                                                  Acho que deve haver todo o direito em terem um espaço, mas tem de cumprir com normas de segurança, acústica, etc etc.
                                                  Se houvesse ali um incêndio e morriam 3 ou 4 pessoas, aposto que as manifestações iam ser "A CMP sabia e nunca fez nada".

                                                  Talvez tenhamos de ser honestos e desses todos artistas que ai estão alguns deviam dedicar-se a outras profissões.
                                                  Às vezes é preciso tomar medidas drásticas, para acordar o pessoal, e livrar-se (correctamente) de possíveis questões jurídicas.

                                                  Agora já todos perceberam que aquilo pode ser interditado/encerrado, portanto de certeza que vão olhar para possíveis soluções com outros olhos.

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                                                    #55
                                                    Originalmente Colocado por DonJuan1 Ver Post

                                                    O problema é mesmo esse: não é possível sequer rastrear todos os proprietários porque alguns estão no Brasil ou Venezuela. Chegou-se a um ponto sem retorno: os custos para reabilitar e modernizar o edifício são avultadísssimos e as rendas, porque as condições que o edifício oferece são "más", são muito baixas. Simplesmente não há dinheiro para reabilitar. Mesmo assim, sabendo de todos os riscos, os músicos optam por estudar/ensaiar/guardar material lá. É um local mítico. Só quem nunca lá entrou é que não sabe. Além do mais, como já referi, vem pessoal de fora do Porto para ensaiar lá. O Porto é um ponto central para o pessoal se encontrar e ensaiar.

                                                    Há ainda uma outra vertente: aquela zona da cidade é uma das mais esquecidas/envelhecidas, perto, mas ao mesmo tempo longe do hype do turismo da baixa que levou à quase total reabilitação urbana dessa área. Não fosse o movimento que o STOP gera/gerava e seria mais uma zona moribunda e insegura.
                                                    Não sei se podemos aplicar a este caso concreto, mas quando existem riscos para a população os município se não conseguirem entrar em contacto com os donos/obrigar os donos os municípios podem tomar posse administrativa do edifício e fazer as correções necessárias, devolvendo posteriormente o posse ao legitimo dono após os custos serem pagos.

                                                    Como já referi, nunca entrei no espaço (poucas vezes fui ao Porto), mas reconheço a importância do espaço e deverá se procurar as soluções possíveis para manter o espaço aberto, mas sempre cumprindo os mínimos de segurança, não só para quem se serve do espaço, mas também de edifícios vizinho, que não faço ideia se tem edifícios encostados ou não.

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                                                      #56
                                                      Pelos vistos reabriu (temporariamente ???) com horário reduzido e 5 sapadores em permanência.

                                                      Comentário

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