Era um dia normal de compras quando Jaeyana Beuraheng disse «até já» ao seu filho de oito anos e passou a fronteira, entrando na Malásia. Só 25 anos depois, encontrou o caminho de regresso a casa.
Agora, com 76 anos, Jaeyaba reecontrou-se com a sua família e finalmente pôde explicar como a sua má sorte começou quando embarcou num autocarro errado, noticia o Times.
Jaeyana poderia ter regressado a casa, não fosse o facto de apenas falar Yawi, um dialecto falado por muçulmanos no sudoeste da Tailândia. Mas incapaz de escrever, ler ou falar tailandês ou inglês, ela embarcou num autocarro para Bangkok, mais de 1200 quilómetros para a Norte, em vez de viajar de volta para casa em Narathiwat.
Confusa com o barulho e o trânsito da capital tailandesa, Jaeyana voltou a embarcar numa outra camioneta, esperando que esta a levasse a casa. Mas não.
Esta viagem levou Jaeyana para Chiang Mai, no norte da Tailândia, perto com a fronteira com Mayanmar, a antiga Birmânia, e mais de 600 quilómetros longe do seu destino. Incapaz de explicar o que se passava, de onde era, e como estava perdida, Jaeyana passou cinco anos a pedir nas ruas. Com a sua tez mais escura, as pessoas tomavam-na por um membro de um tribo local.
Sem falar tailandês, e a mendigar nas ruas, a polícia prendeu-a, em 1987, suspeitando que se tratasse de uma imigrante ilegal: incapaz de dizer de onde era, as autoridades enviaram-na para um abrigo dos serviços sociais e lá permaneceu até agora.
Jintana Satjang, o director do centro social onde Jaeyana viveu até este mês, afirmou que pensava que «ela era muda, porque apenas emitia murmúrios». Jaeyana era conhecida por Senhora Mon porque os assistentes sociais achavam que os seus sons pareciam Mon, um dialecto minoritário usado na antiga Birmânia.
Jaeyana teria passado, provavelmente, o resto da sua vida neste abrigo não fossem três estudantes, da sua terra natal,Narathiwat, que falavam a sua língua, e que entraram no centro para estagiar na área da assistência social. Depois de terem criado laços de amizade e confiança, Jaeyana contou como se separou da família há 25 anos.
Os estudantes descobriram o seu filho mais novo, agora com 33 anos. Enviaram uma imagem por telemóvel a Mamu, através de telemóvel. E o seu filho reconheceu-a. «Fiquei em choque e cheio de alegria quando vi uma fotografia da minha mãe». Ele e os irmãos procuraram pela mãe durante anos na Tailândia e Malásia, até que lhe disseram que a mãe tinha sido atropelada por um comboio em Yala. «Eu recordo-me bem das suas feições, mesmo tendo ficado 25 anos sem a ver», disse Momu.
Comentário