O que é ser virgem?
A resposta a esta questão pode ser simples… ou talvez não. Vejamos: a resposta imediata seria: uma pessoa é virgem quando ainda não teve relações sexuais. Ou, eventualmente: uma rapariga é virgem quando ainda não teve relações sexuais.
A principal questão que se levanta nesta definição (para além do facto de ter uma ligação mais imediata às mulheres que aos homens) tem a ver com o conceito de «relações sexuais». Falando abertamente, ter relaçõe sexuais equivale, neste contexto, ao coito, a um acto sexual que inclua penetração da mulher pelo homem. Ponto final. Temos, assim, a redução de «relações sexuais» a um único acto – e a um acto heterossexual. Fisicamente, a «quebra» da virgindade é associada ao rompimento do hímen, nas mulheres. O que nem sempre acontece.
Que dizer, então, de outras formas de sexo? Por exemplo, que dizer de uma mulher lésbica que nunca praticou o coito? Será que é virgem até ao fim da vida, embora mantenha relações de natureza sexual com outras mulheres? E que dizer de uma mulher cujo hímen já foi rompido (pela prática de certos desportos, por masturbação), ou que não é rompido durante o acto sexual? Consideramos também que quem apenas pratica sexo oral, ou sexo anal, ou outras formas de sexo, não perde a virgindade? E uma violação, em que ponto deixa a vítima? Podemos dizer que houve uma «relação sexual»?
O conceito de «virgindade» está, na nossa cabeça, associado ao sexo «tradicional», ao acto ligado à reprodução, ao que mais sérias consequências pode ter - a gravidez. Isto após décadas a tentarmos demonstrar que sexo e paternidade/maternidade são (ou podem ser) coisas diferentes e de os métodos anticoncepcionais conseguirem dar uma relativa segurança neste aspecto. A oposição da Igreja ao sexo pré-marital e à utilização de métodos anticoncepcionais mantém-se, e tem sido um dos argumentos mais fortes na história das mentalidades, quando falamos de sexo.
De resto, e como dito acima, o conceito de virgindade é também, tradicionalmente, um conceito heterossexual, e mais: tendencialmente aplicado às mulheres. A questão de «ser virgem» parece provocar mais agitação quando se fala de mulheres que de homens – possivelmente porque a mulher sofre uma eventual alteração física (rompimento do hímen) e o homem não. Não é raro ouvir-se que é após o coito que uma rapariga se torna «verdadeiramente mulher», que «foi inaugurada». Não se diz de um homem que «foi inaugurado» (embora se ouça dizer que é, a partir de então, «um homem a sério»).
A imagem que temos da no Ocidente não é hoje a mesma que foi noutros períodos históricos. A tolerância sexual é maior e uma mulher não é vista com horror ou desdém por não se manter virgem até ao casamento. De um homem, no entanto, nunca se esperou que se mantivesse virgem.
Culturalmente, parece haver hoje, não só o tradicional medo face à primeira vez (as dúvidas, os sentimentos de culpa), mas também, paradoxalmente, alguma pressão social – do grupo de amigos, de colegas, do/a namorado/a – para se ter relações sexuais. Se todos dizem fazer e falam, mais ou menos abertamente, sobre o assunto, não é considerado normal quem se mantenha abstinente, ainda que seja por opção. Este facto torna por vezes difícil dizer não, mesmo que, por qualquer motivo, não se queira ter relações sexuais.
Por outro lado, o medo das doenças sexualmente transmissíveis (DST) coloca novas questões à experiência sexual – claro que não apenas na «primeira vez», mas nesta este medo junta-se a uma série de outros: medo da dor, medo de ser apanhado, medo de engravidar, medo de «não ser capaz», medo de não saber o que ou como fazer.
O conhecimento que temos do corpo humano, e especificamente dos órgãos genitais e do que sucede num acto sexual (concretamente, no coito) também é maior, mas, ainda assim, há muitas dúvidas, por vezes tão simples como: a primeira vez dói muito? Será que posso engravidar mesmo ainda sendo virgem? Posso apanhar SIDA ou outra doença mesmo se não houver penetração?
Os países de língua inglesa adoptaram um termo que descreve vários tipos de relações sexuais que não incluem coito e poderão ser praticados como forma natural de prevenir a gravidez ou certas (não todas!) as doenças sexualmente transmissíveis. Trata-se de outercourse (por oposição a intercourse, que designa, de forma genérica, a relação sexual dita completa). O outercourse poderá incluir masturbação, massagem erótica, vários tipos de contacto físico sem penetração, jogos e fantasias sexuais. Dúvidas, medos...? Há, em Portugal, algumas linhas telefónicas e serviços especializados ligados à sexualidade. Isto para além dos centros de planeamento familiar espalhados por todo o país, que desenvolvem trabalho na informação e formação sexual, na prevenção de gravidezes indesejadas, no acompanhamento dos casais.
http://mulher.sapo.pt/
Eu coloquei este texto porque acho que poderá interessar a alguns forunistas ainda jovens e não só, a informarem-se sobre a sexualidade. Pedia atenção para não colocarem pornografia, não foi com esse intuito que coloquei este post, mas sim para informação. Quem quiser postar está à vontade. Mas vejam lá o que colocam!!!
A resposta a esta questão pode ser simples… ou talvez não. Vejamos: a resposta imediata seria: uma pessoa é virgem quando ainda não teve relações sexuais. Ou, eventualmente: uma rapariga é virgem quando ainda não teve relações sexuais.
A principal questão que se levanta nesta definição (para além do facto de ter uma ligação mais imediata às mulheres que aos homens) tem a ver com o conceito de «relações sexuais». Falando abertamente, ter relaçõe sexuais equivale, neste contexto, ao coito, a um acto sexual que inclua penetração da mulher pelo homem. Ponto final. Temos, assim, a redução de «relações sexuais» a um único acto – e a um acto heterossexual. Fisicamente, a «quebra» da virgindade é associada ao rompimento do hímen, nas mulheres. O que nem sempre acontece.
Que dizer, então, de outras formas de sexo? Por exemplo, que dizer de uma mulher lésbica que nunca praticou o coito? Será que é virgem até ao fim da vida, embora mantenha relações de natureza sexual com outras mulheres? E que dizer de uma mulher cujo hímen já foi rompido (pela prática de certos desportos, por masturbação), ou que não é rompido durante o acto sexual? Consideramos também que quem apenas pratica sexo oral, ou sexo anal, ou outras formas de sexo, não perde a virgindade? E uma violação, em que ponto deixa a vítima? Podemos dizer que houve uma «relação sexual»?
O conceito de «virgindade» está, na nossa cabeça, associado ao sexo «tradicional», ao acto ligado à reprodução, ao que mais sérias consequências pode ter - a gravidez. Isto após décadas a tentarmos demonstrar que sexo e paternidade/maternidade são (ou podem ser) coisas diferentes e de os métodos anticoncepcionais conseguirem dar uma relativa segurança neste aspecto. A oposição da Igreja ao sexo pré-marital e à utilização de métodos anticoncepcionais mantém-se, e tem sido um dos argumentos mais fortes na história das mentalidades, quando falamos de sexo.
De resto, e como dito acima, o conceito de virgindade é também, tradicionalmente, um conceito heterossexual, e mais: tendencialmente aplicado às mulheres. A questão de «ser virgem» parece provocar mais agitação quando se fala de mulheres que de homens – possivelmente porque a mulher sofre uma eventual alteração física (rompimento do hímen) e o homem não. Não é raro ouvir-se que é após o coito que uma rapariga se torna «verdadeiramente mulher», que «foi inaugurada». Não se diz de um homem que «foi inaugurado» (embora se ouça dizer que é, a partir de então, «um homem a sério»).
A imagem que temos da no Ocidente não é hoje a mesma que foi noutros períodos históricos. A tolerância sexual é maior e uma mulher não é vista com horror ou desdém por não se manter virgem até ao casamento. De um homem, no entanto, nunca se esperou que se mantivesse virgem.
Culturalmente, parece haver hoje, não só o tradicional medo face à primeira vez (as dúvidas, os sentimentos de culpa), mas também, paradoxalmente, alguma pressão social – do grupo de amigos, de colegas, do/a namorado/a – para se ter relações sexuais. Se todos dizem fazer e falam, mais ou menos abertamente, sobre o assunto, não é considerado normal quem se mantenha abstinente, ainda que seja por opção. Este facto torna por vezes difícil dizer não, mesmo que, por qualquer motivo, não se queira ter relações sexuais.
Por outro lado, o medo das doenças sexualmente transmissíveis (DST) coloca novas questões à experiência sexual – claro que não apenas na «primeira vez», mas nesta este medo junta-se a uma série de outros: medo da dor, medo de ser apanhado, medo de engravidar, medo de «não ser capaz», medo de não saber o que ou como fazer.
O conhecimento que temos do corpo humano, e especificamente dos órgãos genitais e do que sucede num acto sexual (concretamente, no coito) também é maior, mas, ainda assim, há muitas dúvidas, por vezes tão simples como: a primeira vez dói muito? Será que posso engravidar mesmo ainda sendo virgem? Posso apanhar SIDA ou outra doença mesmo se não houver penetração?
Os países de língua inglesa adoptaram um termo que descreve vários tipos de relações sexuais que não incluem coito e poderão ser praticados como forma natural de prevenir a gravidez ou certas (não todas!) as doenças sexualmente transmissíveis. Trata-se de outercourse (por oposição a intercourse, que designa, de forma genérica, a relação sexual dita completa). O outercourse poderá incluir masturbação, massagem erótica, vários tipos de contacto físico sem penetração, jogos e fantasias sexuais. Dúvidas, medos...? Há, em Portugal, algumas linhas telefónicas e serviços especializados ligados à sexualidade. Isto para além dos centros de planeamento familiar espalhados por todo o país, que desenvolvem trabalho na informação e formação sexual, na prevenção de gravidezes indesejadas, no acompanhamento dos casais.
http://mulher.sapo.pt/
Eu coloquei este texto porque acho que poderá interessar a alguns forunistas ainda jovens e não só, a informarem-se sobre a sexualidade. Pedia atenção para não colocarem pornografia, não foi com esse intuito que coloquei este post, mas sim para informação. Quem quiser postar está à vontade. Mas vejam lá o que colocam!!!
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