Eu sempre fui muito calma em pequena porque só gostava de 3 coisas: dormir, comer e andar a cavalo. Tudo o resto (em termos materiais) era-me relativamente indiferente, apesar de ter levado uma bela palmada na mão ou no rabo (serve para enrijecer ) de vez em quando, como seria de esperar.
Em oposto, o meu irmão. Nasceu surdo e de certo modo, a minha mãe culpabilizou-se (sem culpa nenhum obviamente) da situação dele. Dá-lhe tudo, faz tudo por ele. O miudo era impossível, mas como vocês não imaginam. Berrava (ainda por cima nem noção tem de som), esperneava, batia na minha mãe etc, se o contrariavam, se me davam atenção a mim (temos 8 anos de diferença). Hoje tem 16 anos, não faz ideia do que é apanhar um transporte público ou ser independente. Tem todas as consolas, o melhor computador, um portátil, todos os jogos que se possa querer, a melhor roupa etc. A minha mãe mata-se e esfola-se para lhe dar tudo. Inclusivamente, quando ela ficou em casa após uma intervenção cirúrgica e necessitava de repouso, levava-o à fnac para comprar o que ele quisesse porque senão ele dizia "não gostas de mim e tens vergonha de andar comigo na rua por ser surdo?". De igual modo, é a minha mãe que depois de horas a trabalhar, lhe faz os tpcs para o menino ver os Morangos com Açucar ou algo do género.
Entenda-se com esta história, o puto desde muito cedo percebeu que era diferente e que tinha regalias com isso e soube logo tirar partido da sua deficiência. também tenho de dizer que ele hoje em dia está melhorzinho.. Não totalmente, mas melhor.
A minha filha nunca fez uma birra, nem nunca me chateou por alguma coisa que quisesse. Sempre fiz questão de a levar comigo ao toys por exemplo, só para ver. E expliquei-lhe que não há dinheiro e que no Natal e nos anos é que se deve receber prendas, e ela sempre percebeu sem esforço nenhum. A única coisa que lhe dou regularmente são livros.
Quanto ao dormir, ela dormiu muito tempo no nosso quarto (até porque não tinhamos outro). Só quando fez 3 anos é que teve o seu próprio quarto. Foi uma mudança gradual, primeiro adormecia conosco (até porque ela vai para a cama às 20:30) e depois levavamos para a cama dela. Em dois meses passou a adormecer no quarto dela, sem refilar, sem choros. Fiz questão de lhe explicar e de lhe mostrar como ela tinha sorte em ter um quarto e uma cama só dela
Palmadas já levou na mão ou no rabo. É que ela tem a mania que é artista, e de vez em quando entusiasma-se com o lápis e acaba por pintar a mesa (dou-lhe um pano com detergente para a mão e é ela que limpa) ou por duas vezes pintou a televisão. À primeira dei um sermão, à segunda, uma palmada, foi remédio santo.
Desculpem lá o testamento
Em oposto, o meu irmão. Nasceu surdo e de certo modo, a minha mãe culpabilizou-se (sem culpa nenhum obviamente) da situação dele. Dá-lhe tudo, faz tudo por ele. O miudo era impossível, mas como vocês não imaginam. Berrava (ainda por cima nem noção tem de som), esperneava, batia na minha mãe etc, se o contrariavam, se me davam atenção a mim (temos 8 anos de diferença). Hoje tem 16 anos, não faz ideia do que é apanhar um transporte público ou ser independente. Tem todas as consolas, o melhor computador, um portátil, todos os jogos que se possa querer, a melhor roupa etc. A minha mãe mata-se e esfola-se para lhe dar tudo. Inclusivamente, quando ela ficou em casa após uma intervenção cirúrgica e necessitava de repouso, levava-o à fnac para comprar o que ele quisesse porque senão ele dizia "não gostas de mim e tens vergonha de andar comigo na rua por ser surdo?". De igual modo, é a minha mãe que depois de horas a trabalhar, lhe faz os tpcs para o menino ver os Morangos com Açucar ou algo do género.
Entenda-se com esta história, o puto desde muito cedo percebeu que era diferente e que tinha regalias com isso e soube logo tirar partido da sua deficiência. também tenho de dizer que ele hoje em dia está melhorzinho.. Não totalmente, mas melhor.
A minha filha nunca fez uma birra, nem nunca me chateou por alguma coisa que quisesse. Sempre fiz questão de a levar comigo ao toys por exemplo, só para ver. E expliquei-lhe que não há dinheiro e que no Natal e nos anos é que se deve receber prendas, e ela sempre percebeu sem esforço nenhum. A única coisa que lhe dou regularmente são livros.
Quanto ao dormir, ela dormiu muito tempo no nosso quarto (até porque não tinhamos outro). Só quando fez 3 anos é que teve o seu próprio quarto. Foi uma mudança gradual, primeiro adormecia conosco (até porque ela vai para a cama às 20:30) e depois levavamos para a cama dela. Em dois meses passou a adormecer no quarto dela, sem refilar, sem choros. Fiz questão de lhe explicar e de lhe mostrar como ela tinha sorte em ter um quarto e uma cama só dela
Palmadas já levou na mão ou no rabo. É que ela tem a mania que é artista, e de vez em quando entusiasma-se com o lápis e acaba por pintar a mesa (dou-lhe um pano com detergente para a mão e é ela que limpa) ou por duas vezes pintou a televisão. À primeira dei um sermão, à segunda, uma palmada, foi remédio santo.
Desculpem lá o testamento
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