Entre as 6.30 e as 20.30 horas de ontem, um grupo de 36 excursionistas viu incendiar-se o autocarro em que viajava, não conseguiu chegar ao destino, Vila Nova de Foz Côa, onde ia apreciar as amendoeiras em flor, e presenciou a avaria da viatura de substituição. Regressaram a casa, a bordo de um terceiro veículo, sem ferimentos nem alguns haveres e com uma lembrança comum - há seis anos, também num domingo chuvoso, na volta do mesmo passeio, o colapso de uma ponte sobre o rio Douro, em Entre- -os-Rios, extinguiu quase 60 vidas.
Cerca das 9.45 horas, na zona de Ansiães, Amarante, Manuel Monteiro, motorista do autocarro da Transdev que deveria levar habitantes de Santa Maria da Feira, S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis a um domingo diferente ("Já percorri Mundo, mas nunca vi as amendoeiras em flor", garante Alberto Almeida, um dos passageiros), apercebeu-se "de fumo no lado esquerdo". Saiu "para ver o que se passava".
E viu. Fogo na zona do "alternador e dos filtros de gasóleo", provocado, julga, "por uma fuga" de combustível. Tentou apagar o incêndio, usando "os quatro extintores, mas o copo de gasóleo rebentou e já não tinha mais nada com que extinguir as chamas".
Os Bombeiros de Vila Real e de Amarante "até foram rápidos", mas limitaram-se, junto com excursionistas e elementos da Brigada de Trânsito da GNR - que impediram a circulação rodoviária durante hora e meia - , "a ver arder o autocarro".
Passariam cerca de duas horas e meia, polvilhadas a chuva, até que chegasse um veículo de substituição. "Os bombeiros não tinham cobertores para as crianças, foi a GNR que as abrigou nos carros", salienta uma mãe. Guarda-chuvas, bagagens e documentos esfumaram-se.
"Um susto enorme. Estávamos a falar da tragédia de Entre-os-Rios quando nos acontece isto...", exclama Ilda Ferreira.
"Fomos maltratados pela empresa. Podia enviar um autocarro de Amarante ou Vila Real", queixa-se Valdemar Pereira.
O segundo autocarro apareceu por volta das 12.30 horas e a utilidade da caixa de velocidades desapareceu às 16.10, na A4, perto de Águas Santas, Maia. Desta vez, a vítima ao volante foi Rui Filipe, o novo motorista. "Encravou", afirma.
"As pessoas só diziam que não era possível", lembra Alberto Almeida, que, ao longo do dia, foi recebendo "chamadas dos amigos, para saberem se estava tudo bem". Foram mais duas horas de espera. Por outra viatura.
"Os autocarros não tinham o mínimo de condições", assegura Eugénio Azevedo, que, a exemplo dos companheiros de infortúnio, desembolsou 15 euros para um passeio de que não usufruiu.
Por seu turno, Alberto Almeida recorre ao pragmatismo para justificar tanta desventura "Não acredito em bruxas, mas que as há, há".
Os únicos representantes da Transdev que se disponibilizaram a falar com o JN foram os motoristas. Inclusivamente, um dos dois mecânicos de assistência à segunda viatura utilizou a rudeza para fazer valer a posição.
Jornal De Notícias
No fim de contas não foram só os passageiros que tiveram azar nesta viagem, vamos incluir os motoristas e a própria empresa, a Transdev.
É que a brincar a brincar já é a 4ª vez que a Transdev faz notícia na televisão, pelos piores motivos nos últimos 2 meses. Primeiro foram as queixas dos alunos devido aos autocarros que os transportam para as escolas. Depois foi o incêndio de um outro veículo no IP3 em Souselas, e ontem, mais duas histórias que queimam ainda mais esta empresa da zona centro.
Mas a pergunta que eu coloco é a seguinte: O que é que passará pela cabeça daqueles senhores para deixarem que tais situações acontecam com tanta frequência? Será falta de dinheiro? E consequente falta de manutenção? Será por causa da importação massiva de carros de outros países para cá? Estarão eles nas tintas para os passageiros? É que custa a acreditar uma empresa com uma excelente reputação em França, e mesmo em Portugal (gestão do Metro do Porto), brinde-nos depois com estas peripécias de bradar aos céus! E o problema já vem detrás. Quem é que não se lembra da Rodoviária da Beira Litoral? As histórias eram as mesmas. Até se esperava que a compra da RBL pela Transdev iria melhorar alguma coisa mas parece que não.
Cerca das 9.45 horas, na zona de Ansiães, Amarante, Manuel Monteiro, motorista do autocarro da Transdev que deveria levar habitantes de Santa Maria da Feira, S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis a um domingo diferente ("Já percorri Mundo, mas nunca vi as amendoeiras em flor", garante Alberto Almeida, um dos passageiros), apercebeu-se "de fumo no lado esquerdo". Saiu "para ver o que se passava".
E viu. Fogo na zona do "alternador e dos filtros de gasóleo", provocado, julga, "por uma fuga" de combustível. Tentou apagar o incêndio, usando "os quatro extintores, mas o copo de gasóleo rebentou e já não tinha mais nada com que extinguir as chamas".
Os Bombeiros de Vila Real e de Amarante "até foram rápidos", mas limitaram-se, junto com excursionistas e elementos da Brigada de Trânsito da GNR - que impediram a circulação rodoviária durante hora e meia - , "a ver arder o autocarro".
Passariam cerca de duas horas e meia, polvilhadas a chuva, até que chegasse um veículo de substituição. "Os bombeiros não tinham cobertores para as crianças, foi a GNR que as abrigou nos carros", salienta uma mãe. Guarda-chuvas, bagagens e documentos esfumaram-se.
"Um susto enorme. Estávamos a falar da tragédia de Entre-os-Rios quando nos acontece isto...", exclama Ilda Ferreira.
"Fomos maltratados pela empresa. Podia enviar um autocarro de Amarante ou Vila Real", queixa-se Valdemar Pereira.
O segundo autocarro apareceu por volta das 12.30 horas e a utilidade da caixa de velocidades desapareceu às 16.10, na A4, perto de Águas Santas, Maia. Desta vez, a vítima ao volante foi Rui Filipe, o novo motorista. "Encravou", afirma.
"As pessoas só diziam que não era possível", lembra Alberto Almeida, que, ao longo do dia, foi recebendo "chamadas dos amigos, para saberem se estava tudo bem". Foram mais duas horas de espera. Por outra viatura.
"Os autocarros não tinham o mínimo de condições", assegura Eugénio Azevedo, que, a exemplo dos companheiros de infortúnio, desembolsou 15 euros para um passeio de que não usufruiu.
Por seu turno, Alberto Almeida recorre ao pragmatismo para justificar tanta desventura "Não acredito em bruxas, mas que as há, há".
Os únicos representantes da Transdev que se disponibilizaram a falar com o JN foram os motoristas. Inclusivamente, um dos dois mecânicos de assistência à segunda viatura utilizou a rudeza para fazer valer a posição.
Jornal De Notícias
No fim de contas não foram só os passageiros que tiveram azar nesta viagem, vamos incluir os motoristas e a própria empresa, a Transdev.
É que a brincar a brincar já é a 4ª vez que a Transdev faz notícia na televisão, pelos piores motivos nos últimos 2 meses. Primeiro foram as queixas dos alunos devido aos autocarros que os transportam para as escolas. Depois foi o incêndio de um outro veículo no IP3 em Souselas, e ontem, mais duas histórias que queimam ainda mais esta empresa da zona centro.
Mas a pergunta que eu coloco é a seguinte: O que é que passará pela cabeça daqueles senhores para deixarem que tais situações acontecam com tanta frequência? Será falta de dinheiro? E consequente falta de manutenção? Será por causa da importação massiva de carros de outros países para cá? Estarão eles nas tintas para os passageiros? É que custa a acreditar uma empresa com uma excelente reputação em França, e mesmo em Portugal (gestão do Metro do Porto), brinde-nos depois com estas peripécias de bradar aos céus! E o problema já vem detrás. Quem é que não se lembra da Rodoviária da Beira Litoral? As histórias eram as mesmas. Até se esperava que a compra da RBL pela Transdev iria melhorar alguma coisa mas parece que não.
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