Um mergulho no Atlântico
Nos Açores, além de paisagens de beleza estonteante, é o mar que nos lança o maior apelo. Um dos melhores locais do mundo para observar cetáceos e uma experiência única, a não perder, também em Portugal
Em pleno coração do Atlântico, o arquipélago dos Açores é considerado um dos melhores locais do mundo para a observação de cetáceos. Esta classificação deve-se à conjugação de vários factores que só ali se verificam, nomeadamente: a existência de cerca de duas dezenas de espécies comuns naquelas águas e de várias empresas a realizar saídas de whale watching; a observação ser realizada perto da costa; e as águas serem tépidas e cristalinas. É claro que em diversos locais do globo também é possível encontrar baleias e golfinhos, mas o que acontece em vários casos é que apenas se podem observar uma ou duas espécies de cetáceos, o clima não ajuda e, por vezes, as observações são feitas em zonas distantes da costa, obrigando a mais horas de percursos náuticos.
Mas regressemos aos Açores. Embora seja possível encontrar cetáceos em todo o arquipélago, apenas três ilhas – S. Miguel, Pico e Faial – se dedicam seriamente e com caracter regular à actividade da observação de baleias e golfinhos. As saídas para o mar podem ser realizadas de várias formas, em barcos semi-rígidos de vários tamanhos ou em barcos cabinados de maior porte e conforto. Ambas as modalidades de embarcações tem vantagens e desvantagens, pelo que a escolha será uma questão de gosto pessoal. Uma saída típica de whale watching é constituída por uma apresentação do que se vai passar no mar, além de algumas noções sobre biologia, ecologia e conservação das espécies. Normalmente, antes desta palestra já existiu um contacto com os vigias, que nas encostas das ilhas controlam com binóculos as movimentações das baleias, porém, é com a saída para o mar que começam as emoções fortes. Além das baleias e golfinhos que caracterizam tão bem este arquipélago, num passeio típico também se observam várias espécies de aves marinhas, como o *****ro, as tartarugas, os peixes voadores e as medusas, entre outros animais marinhos.
Aventura mesmo é nadar com os golfinhos, mas esta é uma actividade apenas para quem estiver à vontade dentro de água, e possui um enquadramento especial, quer em termos de preço, quer em termos de regulamentos. Por sua vez, entrar na água com baleias por perto só é possível mediante uma autorização especial, que terá de ser pedida com dois meses de antecedência.
As espécies
O animal mais carismático dos Açores é, sem dúvida, o grande cachalote. Além de existir em grande quantidade nos mares açorianos, foi a baleia mais capturada e que dava mais rentabilidade durante a época áurea da tradição baleeira. O cachalote – o único destes grandes mamíferos que depois de morto fica a boiar e assim facilmente transportado para terra – assumiu o protagonismo desta velha história sobre o poder da natureza contra o homem (ou vice-versa), tomando o lugar de personagem principal em lendas, actos heróicos, festividades e em toda uma variada cultura e indústria ainda hoje bem visível nas localidades costeiras.
Com a chegada da Primavera e de uma habitual “explosão” biológica, várias espécies de baleias de barbas começam a ser observadas em meados de Abril. Desde a grande baleia azul à baleia sardinheira, passando pela enorme baleia comum ou mesmo a baleia de bossas, todas tem passagem obrigatória por estas águas. De salientar, que a baleia azul é o maior animal que até hoje habitou a Terra, ultrapassando largamente o maior dinossauro até hoje encontrado – uma baleia-azul pode ultrapassar os 30 metros de comprimento e pesar mais de 170 toneladas!
A época das baleias de barbas pode estender-se até Junho. A partir do Verão chegam mais cachalotes, essencialmente fêmeas que vem dar à luz, e várias espécies de outros cetáceos, como por exemplo a baleia-piloto, a falsa -orca e o golfinho pintado. Em finais de Junho e, com alguma sorte, é possível observar sete a oito espécies de cetáceos diferentes, entre baleias e golfinhos.
Contactos: Norberto Diver, Horta,
Fonte: http://www.rotas.xl.pt/0903/a04-03-00.shtml
Nos Açores, além de paisagens de beleza estonteante, é o mar que nos lança o maior apelo. Um dos melhores locais do mundo para observar cetáceos e uma experiência única, a não perder, também em Portugal
Texto e Fotos de Luís Quinta
Em pleno coração do Atlântico, o arquipélago dos Açores é considerado um dos melhores locais do mundo para a observação de cetáceos. Esta classificação deve-se à conjugação de vários factores que só ali se verificam, nomeadamente: a existência de cerca de duas dezenas de espécies comuns naquelas águas e de várias empresas a realizar saídas de whale watching; a observação ser realizada perto da costa; e as águas serem tépidas e cristalinas. É claro que em diversos locais do globo também é possível encontrar baleias e golfinhos, mas o que acontece em vários casos é que apenas se podem observar uma ou duas espécies de cetáceos, o clima não ajuda e, por vezes, as observações são feitas em zonas distantes da costa, obrigando a mais horas de percursos náuticos.
Mas regressemos aos Açores. Embora seja possível encontrar cetáceos em todo o arquipélago, apenas três ilhas – S. Miguel, Pico e Faial – se dedicam seriamente e com caracter regular à actividade da observação de baleias e golfinhos. As saídas para o mar podem ser realizadas de várias formas, em barcos semi-rígidos de vários tamanhos ou em barcos cabinados de maior porte e conforto. Ambas as modalidades de embarcações tem vantagens e desvantagens, pelo que a escolha será uma questão de gosto pessoal. Uma saída típica de whale watching é constituída por uma apresentação do que se vai passar no mar, além de algumas noções sobre biologia, ecologia e conservação das espécies. Normalmente, antes desta palestra já existiu um contacto com os vigias, que nas encostas das ilhas controlam com binóculos as movimentações das baleias, porém, é com a saída para o mar que começam as emoções fortes. Além das baleias e golfinhos que caracterizam tão bem este arquipélago, num passeio típico também se observam várias espécies de aves marinhas, como o *****ro, as tartarugas, os peixes voadores e as medusas, entre outros animais marinhos.
Aventura mesmo é nadar com os golfinhos, mas esta é uma actividade apenas para quem estiver à vontade dentro de água, e possui um enquadramento especial, quer em termos de preço, quer em termos de regulamentos. Por sua vez, entrar na água com baleias por perto só é possível mediante uma autorização especial, que terá de ser pedida com dois meses de antecedência.
As espécies
O animal mais carismático dos Açores é, sem dúvida, o grande cachalote. Além de existir em grande quantidade nos mares açorianos, foi a baleia mais capturada e que dava mais rentabilidade durante a época áurea da tradição baleeira. O cachalote – o único destes grandes mamíferos que depois de morto fica a boiar e assim facilmente transportado para terra – assumiu o protagonismo desta velha história sobre o poder da natureza contra o homem (ou vice-versa), tomando o lugar de personagem principal em lendas, actos heróicos, festividades e em toda uma variada cultura e indústria ainda hoje bem visível nas localidades costeiras.
Com a chegada da Primavera e de uma habitual “explosão” biológica, várias espécies de baleias de barbas começam a ser observadas em meados de Abril. Desde a grande baleia azul à baleia sardinheira, passando pela enorme baleia comum ou mesmo a baleia de bossas, todas tem passagem obrigatória por estas águas. De salientar, que a baleia azul é o maior animal que até hoje habitou a Terra, ultrapassando largamente o maior dinossauro até hoje encontrado – uma baleia-azul pode ultrapassar os 30 metros de comprimento e pesar mais de 170 toneladas!
A época das baleias de barbas pode estender-se até Junho. A partir do Verão chegam mais cachalotes, essencialmente fêmeas que vem dar à luz, e várias espécies de outros cetáceos, como por exemplo a baleia-piloto, a falsa -orca e o golfinho pintado. Em finais de Junho e, com alguma sorte, é possível observar sete a oito espécies de cetáceos diferentes, entre baleias e golfinhos.
Contactos: Norberto Diver, Horta,
Fonte: http://www.rotas.xl.pt/0903/a04-03-00.shtml
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