Anúncio

Collapse
No announcement yet.

Tratado de Lisboa chumbado pela Irlanda

Collapse

Ads nos topicos Mobile

Collapse

Ads Nos topicos Desktop

Collapse
X
Collapse
Primeira Anterior Próxima Última
 
  • Filtrar
  • Tempo
  • Show
Clear All
new posts

    Originalmente Colocado por Panzerfaust Ver Post
    O lider do Partido Conservador em Inglaterra, país que ainda não ratificou o tratado, já pediu ao governo que deixe cair de vez o tratado de Lisboa, na sequencia do referendo na Irlanda.
    http://www.thesun.co.uk/sol/homepage...cle1287458.ece
    Deus queira que tal aconteça!

    Comentário


      Originalmente Colocado por Panzerfaust Ver Post
      O lider do Partido Conservador em Inglaterra, país que ainda não ratificou o tratado, já pediu ao governo que deixe cair de vez o tratado de Lisboa, na sequencia do referendo na Irlanda.
      http://www.thesun.co.uk/sol/homepage...cle1287458.ece
      Já que o nosso Primeiro fez apenas o que já lhe servira de cognome e não cumpriu tb essa promessa, tiveram de ser os Irlandeses e provavelmente os Ingleses a libertar a UE.

      Parece que na Inglaterra o governo foi levado a tribunal por não cumprir a promessa de referendar a constituição europeia, havia de ser por cá...

      Ontem encontrei um apoiante do tratado de lisboa de visita ao nosso país, dizia ele que queria ver a cidade onde a constituição europeia tinha sido reformulada, tirei até uma foto ao tipo:




      Por razões óbvias tive de lhe cortar a cabeça, ou como diz o povo "mata-se o bicho acaba-se com a peçonha" .

      Comentário


        O tratado de Lisboa está morto.

        Vamos mas é fazer um tratado aqui no Porto, porque de certeza vai resultar.

        Comentário


          Tratado de Lisboa acabou. Finito.

          Estará a UE em risco, pelo menos na forma organizativa que hoje lhe conhecemos, ou estamos a dar o passo em frente numa nova perspectiva de Economia Europeia avançada?

          Comentário


            Originalmente Colocado por Pé Leve Ver Post
            Tratado de Lisboa acabou. Finito.

            Estará a UE em risco, pelo menos na forma organizativa que hoje lhe conhecemos, ou estamos a dar o passo em frente numa nova perspectiva de Economia Europeia avançada?
            Não me parece que tenha acabado, afinal este tipo de gentalha não desiste assim tão facilmente, vão mudar-lhe o nome e tentar impor de outra maneira.

            Uma nova perspectiva de entender e ver a Europa talvez só daqui a uns anos, quando os europeus se fartarem de serem fantoches.

            Comentário


              Tá tudo maluco a obrigação constitucional de referendar a aprovação de tratados deste calibre é a modos que... expectante!

              A questão é essencialmente jurídica (e politica, claro, obviamente, mas tem uma grande componente jurídica), e colocar uma questão jurídica destas nas mãos do povo é complicado, pois a tendência é para transformar a questão numa questão 100% politica e usar a cruzinha no "não" como bode expiatório de outras questões.

              Vale que o tratado de Lisboa morre assim, mas há de voltar com o nome de tratado de Bratislava ou algo que o valha

              Comentário


                Originalmente Colocado por Akagi Ver Post
                Eu pertenço ao grupo dos "Euroceticos", pelo qual estou feliz pelo povo irlandes, ter votado NÃO, e ter assim mandado a "TL" ás hortigas.

                Espero sinceramente que a Comissão seja mais honesta que o nosso PM, e cumpra com o que prometeu que era com voto contra de um estado, o TL ficaria suspenço. Agora espero que não arrejem nenhum subterfugio para o porem em prática.

                Ou menos que respeitem a plaavra dada, e não façam como outros que nós bem conhecemos de gingeira.
                Isto de ser-se contra depois de nos fazerem desenvolver... é um bocadinho, triste, para não se dizer que é aproveitamento...

                Para mim estas decisões não deviam ser feitas por referendos... como se viu na irlanda foi empolado para coisas completamente anormais como por exemplo a questão do aborto!
                Diga-se que a Irlanda foi dos países que mais beneficiou com a UE, e agora dá uma chapada à própria UE... um bocado triste.

                Comentário


                  agora a sócrates vai dizer ao primeiro-ministro irlandês: Porra pá!

                  Comentário


                    Originalmente Colocado por Taveirada Ver Post
                    Diga-se que a Irlanda foi dos países que mais beneficiou com a UE, e agora dá uma chapada à própria UE... um bocado triste.
                    eles querem união econômica e não união política

                    Comentário


                      Originalmente Colocado por Taveirada Ver Post
                      Isto de ser-se contra depois de nos fazerem desenvolver... é um bocadinho, triste, para não se dizer que é aproveitamento...

                      Para mim estas decisões não deviam ser feitas por referendos... como se viu na irlanda foi empolado para coisas completamente anormais como por exemplo a questão do aborto!
                      Diga-se que a Irlanda foi dos países que mais beneficiou com a UE, e agora dá uma chapada à própria UE... um bocado triste.
                      A Irlanda? A que mais beneficiou com a UE?

                      Aquela Irlanda que já tinha começado a inovar e a desenvolver-se antes de integrar a UE graças ao eixo América-Irlanda?

                      Aquela Irlanda que implementou medidas económicas e jurídicas que impossibilitaram que se chegasse ao "liberalismo" que vigora actualmente em Portugal e que garantiram a sua independência económica relativamente a Inglaterra, que apostou no acesso à educação orientada para o futuro tecnológico, para todos, formando cidadão esclarecidos e conscientes do seu papel na sociedade, que tem actualmente um dos níveis académicos mais altos da UE (independentemente da sua classe social como foi sugerido) e onde a classe media não tem nenhuma semelhança com a classe media nacional?


                      Se não for esta não conheço.
                      Editado pela última vez por Nthor; 14 June 2008, 13:16.

                      Comentário


                        Nao disse A... foi dos países....

                        Comentário


                          Originalmente Colocado por Nthor Ver Post
                          Não me parece que tenha acabado, afinal este tipo de gentalha não desiste assim tão facilmente, vão mudar-lhe o nome e tentar impor de outra maneira.

                          Uma nova perspectiva de entender e ver a Europa talvez só daqui a uns anos, quando os europeus se fartarem de serem fantoches.




                          "Orgulhosamente sós" ???


                          É tão engraçado como vejo a falarem da realidade da Irlanda como se a conhecessem de perto... a Irlanda esclarecida culta e educada está envergonhada e arrependida, pedem desculpas públicas à Europa na rádio e na televisão, os comentadores políticos estão sem palavras, sente-se algum receio na rua, ninguém sabe o que pode acontecer.

                          As entrevistas às pessoas que votaram são sintomáticas:

                          "então, votou sim ou não?"
                          "votei não"
                          "e votou não porquê?"
                          "ah e tal, blah blah blah, não quero que a Irlanda deixe de ser um país independente, e depois temos de aceitar as decisões dos ateus de Bruxelas..."


                          ... é este o nível das respostas... curiosamente, alguns também usam um termo semelhante a "gentalha"...
                          Editado pela última vez por Rasec; 14 June 2008, 13:35.

                          Comentário


                            Originalmente Colocado por Rasec Ver Post



                            "Orgulhosamente sós" ???


                            É tão engraçado como vejo a falarem da realidade da Irlanda como se a conhecessem de perto... a Irlanda esclarecida culta e educada está envergonhada e arrependida, pedem desculpas públicas à Europa na rádio e na televisão, os comentadores políticos estão sem palavras, sente-se algum receio na rua, ninguém sabe o que pode acontecer.

                            As entrevistas às pessoas que votaram são sintomáticas:

                            "então, votou sim ou não?"
                            "votei não"
                            "e votou não porquê?"
                            "ah e tal, blah blah blah, não quero que a Irlanda deixe de ser um país independente, e depois temos de aceitar as decisões dos ateus de Bruxelas..."


                            ... é este o nível das respostas... curiosamente, alguns também usam um termo semelhante a "gentalha"...
                            Pois... tal como digo.

                            Estas decisões não podem ser tomadas por referendo.

                            Quanto vale uma aposta que se fizessem um referendo para acabar com a net em Portugal... o sim ganhava?

                            Basta aparecer um elemento que comece a falar de coisas anormais, fazendo relações com tudo o que é de mau... e a "gentalha" ia toda aos magotes votar não!

                            As pessoas menos cultas são aversas à evolução... e por muito que não queiram aceitar, este tratado é evolução natural da sociedade mundial. Espero ter daqui a muitos anos (centenas e centenas) termos um planeta Terra como uma federação justa para todos os homens. Algo muito parecido com a UN, mas que seja realmente uma força politica e socializante. Não um palanque onde se mandam umas piadas...

                            É claro que isto vai ser mais dificil enquanto houver "gentalha", mas também é nossa obrigação mostrar as vantagens e desvantagens destas federações.
                            Não sou Europeiista... sou Federalista. Acredito que uma federação mundial é uma forma (não a unica, mas penso que a melhor) de juntar todos os homens e acabar com todas estas guerras... Sim eu sei... sou um utopico.

                            Nota: Não estou a usar gentalha para depreciar. Penso que todos nós somos gentalha. Falo de gentalha como pessoas que nem sempre estão na posso de todos os dados, e geralmente até tem bastantes dados, mas todos adulterados....

                            Comentário


                              Originalmente Colocado por Nthor Ver Post
                              Aquela Irlanda que implementou medidas económicas e jurídicas que impossibilitaram que se chegasse ao "liberalismo" que vigora actualmente em Portugal
                              Depois da Lisnave ter só dado lucro aquando da auto-gestão pelos trabalhadores, só faltava mais esta pérola de realidade ficcional

                              Economic Freedom 2008


                              Vou só destacar o valor de "liberdade laboral" vide flexibilidade.

                              Irlanda
                              Labor Freedom - 80.4%

                              Flexible employment regulations enhance employment opportunities and productivity growth. The non-salary cost of employing a worker is low, and dismissing a redundant employee is relatively costless. Restrictions on the number of working hours are flexible.

                              Portugal
                              Labor Freedom - 48%

                              Inflexible employment regulations hinder overall productivity growth and employment opportunities. The non-salary cost of employing a worker is high, and the rigidity of hiring and firing a worker creates a risk aversion for companies that would otherwise employ more people. Regulations related to the number of work hours are not flexible.
                              Quando estiveres disposto a ter o código laboral da Irlanda, avisa

                              Até lá...evita dizer tanta asneira

                              Dados retirados de: http://www.heritage.org/Index/topten.cfm

                              Comentário


                                Os federastas da União sofreram um revés sem igual.
                                A Irlanda tornou-se a voz da Europa, pois a todos os outros países foi-lhes negado um direito democrático e decidiram os "pulhíticos" à medida dos seus bolsos.
                                Sem dúvida que agora esses "democratas" da União vão tentar ganhar na secretaria o que perderam nas urnas...
                                Por toda a Europa, esta Europa dos ricos, vai tentar impor outro tratado... e mais uma vez se prova que a democracia só existe se votarmos da maneira que os "democratas" no poder desejam.


                                Comentário


                                  Originalmente Colocado por André Ver Post
                                  (...)
                                  Sim, principalmente quando não percebes do que se fala.

                                  É que ainda que te sintas bem pela forma como gostas de ver as coisas, lamentavelmente a vida toda não pode ser um livro de bonecos e lápis de cor.

                                  Nem toda a gente é estúpida a ponto de não entender a diferença de conceitos e de valores, mas aprender matemática é mesmo muito chato.

                                  Vai lá brincar com a barbie e deixa estes assuntos para quem sabe.

                                  Comentário


                                    Originalmente Colocado por Rasec Ver Post



                                    "Orgulhosamente sós" ???
                                    Nem por isso, o sentimento na Irlanda é de que tiveram a oportunidade de escolher e falar por todos os outros concidadãos que foram ignorados pelos governos que escolheram para os representar, por toda a Europa o sentimento é semelhante.


                                    Originalmente Colocado por Rasec Ver Post
                                    É tão engraçado como vejo a falarem da realidade da Irlanda como se a conhecessem de perto... a Irlanda esclarecida culta e educada está envergonhada e arrependida, pedem desculpas públicas à Europa na rádio e na televisão, os comentadores políticos estão sem palavras, sente-se algum receio na rua, ninguém sabe o que pode acontecer.

                                    As entrevistas às pessoas que votaram são sintomáticas:

                                    "então, votou sim ou não?"
                                    "votei não"
                                    "e votou não porquê?"
                                    "ah e tal, blah blah blah, não quero que a Irlanda deixe de ser um país independente, e depois temos de aceitar as decisões dos ateus de Bruxelas..."
                                    Essa é versão oficial claro, aquela que se vê nas tv's e jornais, mas nas ruas e nos blogues as respostas são um pouco diferentes em que as pessoas respondem que votaram não, porque não querem "que a Irlanda deixe de ser um país independente politica e economicamente".


                                    Originalmente Colocado por Rasec Ver Post
                                    ... é este o nível das respostas... curiosamente, alguns também usam um termo semelhante a "gentalha"...
                                    Já vi este termo ser aplicado a quem trabalha, ser aplicado a classe politica ou a quem apenas vive do trabalho alheio, creio que justifica-se mais.

                                    Pensava que trabalhavas na Irlanda.

                                    Comentário


                                      Originalmente Colocado por Rasec Ver Post
                                      a Irlanda esclarecida culta e educada está envergonhada e arrependida, pedem desculpas públicas à Europa na rádio e na televisão, os comentadores políticos estão sem palavras, sente-se algum receio na rua, ninguém sabe o que pode acontecer.
                                      O que o Rasec quer dizer quando escreve "a Irlanda esclarecida e culta está envergonhada..." é:
                                      "a Irlanda POLITICAMENTE CORRECTA está envergonhada...."
                                      Não confundir "politicamente correcto" com "esclarecido e culto"....são coisas distintas, embora muitas vezes se tente impingir a ideia de que são coisas semelhantes.

                                      Comentário


                                        A malta às vezes esquece-se que existe uma coisa que é a maioria silenciosa... Que passa ao lado disto, mas não deixa de passivamente ir acompanhando.

                                        Em Portugal na internet/bloques e na TV todos dizem o Socrates é isto e aquilo, na rua (conversas) tambem, mas nas sondagens está lá à frente.

                                        E depois baseam-se apenas na minoria ruidosa para contruirem e justificarem as suas ideias, e erradamente generalizar a toda a população, a tal maioria silenciosa.

                                        Comentário


                                          Originalmente Colocado por André Ver Post
                                          Até lá...evita dizer tanta asneira
                                          Isso de pedir o impossível...

                                          Comentário


                                            Eu não me esqueço de um ideal de Europa e das benesses que ela trouxe a este País.

                                            Por vezes, as pessoas não sabem qual o significado das palavras e conforme as modas e oportunidades, vão destilando o seu desconforto da sua realidade contra projectos e obras que só melhoraram o seu estilo de vida.

                                            E o que para mim, representava a substância do tratado de Lisboa, o de dar mais flexibilidade e representatividade às decisões da maioria, transforma-se numa batalha mentalmente confusa.

                                            É pena. Não desisto, porque a obra é meritória, mas há pessoas que deveriam tentar pensar um bocadinho antes de botar opinião.

                                            Comentário


                                              Originalmente Colocado por Nthor Ver Post
                                              A Irlanda? A que mais beneficiou com a UE?

                                              Aquela Irlanda que já tinha começado a inovar e a desenvolver-se antes de integrar a UE graças ao eixo América-Irlanda?

                                              Aquela Irlanda que implementou medidas económicas e jurídicas que impossibilitaram que se chegasse ao "liberalismo" que vigora actualmente em Portugal e que garantiram a sua independência económica relativamente a Inglaterra, que apostou no acesso à educação orientada para o futuro tecnológico, para todos, formando cidadão esclarecidos e conscientes do seu papel na sociedade, que tem actualmente um dos níveis académicos mais altos da UE (independentemente da sua classe social como foi sugerido) e onde a classe media não tem nenhuma semelhança com a classe media nacional?


                                              Se não for esta não conheço.
                                              Referes-te certamente àquela Irlanda que, já embalada antes da entrada na União Europeia, não investiu, depois, em megalomanias nem em obras de derrapagens orçamentais vergonhosas, certo?

                                              Àquela Irlanda que, ao contrário de cá, foi um daqueles países que respeitaram e investiram na qualidade de vida dos seus concidadãos, na educação, na saúde, no bem estar e no respeito pelas pessoas, em vez de investir em autoestradas concessionadas com clara desvantagem para o Estado e que tanto pesam no erário público em compensações, dizem...

                                              A Irlanda, penso, tem apenas uma (1) auto estrada, afinal nem precisa de mais do que isso!

                                              Por cá, e conforme temos fluente e infelizmente visto, difícil é perceber isto:
                                              A Irlanda, nos últimos dez anos, é seguramente um caso de país que “deu certo”. Depois de uma longa história de pobreza, desemprego e, em conseqüência, fortíssima emigração (especialmente para a Inglaterra e os Estados Unidos), o país começou a apresentar, nas últimas décadas, índices econômicos cada vez melhores. Nos últimos anos, por fim, estas melhoras se aceleraram e surgiu o chamado “tigre celta”, com baixos índices de desemprego, elevadas taxas de crescimento do PIB (9% ao ano entre 1995 e 2001 e 4% entre 2001 e 2005) e, numa reversão de um processo secular, uma crescente imigração, tanto de retorno de irlandeses como a de outros povos.

                                              Evidentemente, tal crescimento não é isento de dificuldades, como uma inflação, para os padrões europeus, relativamente alta; escassez de mão de obra; uma infra-estrutura que não acompanha as necessidades do crescimento; problemas no mercado imobiliário, etc. Mas são questões acessórias num processo impensável décadas atrás, o qual praticamente igualou a renda per capita da Irlanda com a da sua vizinha Inglaterra (e já a superando, segundo alguns cálculos), transformou o país num dos maiores centros mundiais de software e tecnologia, fez a participação da agricultura no PIB cair a níveis mínimos e melhorou substancialmente os níveis de vida da população.

                                              Uma busca em sites e publicações de caráter mais “liberal” encontra uma explicação direta e simples para o sucesso irlandês: liberalização econômica. O país teria Estado enxuto e equilibrado, baixa carga tributária, respeito aos contratos, às leis e à propriedade intelectual e pequena regulação do Estado na economia. Um país livre e liberal, que estimularia a livre iniciativa e buscaria agressivamente o capital internacional e que, portanto, pelo credo liberal, só poderia dar certo. Bastaria reproduzir isto no Brasil e poderíamos ter um outro tigre.

                                              Numa primeira análise, tal viés de análise tem alguns pontos que merecem consideração. O estímulo à livre iniciativa e às atividades produtivas é perfeitamente adequado e a defesa de um Estado enxuto, da menor carga tributária possível e de regras claras para investimentos está correta. Também a atração do capital internacional pode ser fundamental para o desenvolvimento de um país e é claro que este capital prefere um ambiente político e econômico estável e livre como o irlandês.

                                              No entanto, torna-se fundamental não reduzir o “milagre irlandês” a uma pura e simples questão de liberalização econômica. O Estado irlandês pode ser considerado enxuto pelos padrões europeus, mas está longe de ser um exemplo de Estado liberal puro, se é que isto existe. Alguns setores da economia, mesmo que poucos, continuam sob controle estatal e, se a simples liberalização econômica e a privatização resolvessem tudo, talvez a Argentina dos anos 90 é que devesse ter se tornado uma potência econômica, o que não foi, claro, o caso.

                                              Depois, um elemento central dentro desse processo de transformação da Irlanda foi a elaboração, já nos anos 70, de um plano de desenvolvimento para o país, conduzido com o apoio das lideranças empresariais, mas sob o controle do Estado. Foi diagnosticada uma situação (um país pobre, agrícola e com baixa escolaridade), identificada uma “janela de oportunidade” fantástica que era a entrada na Comunidade Européia em 1973 e elaborado um plano para aproveitar esta oportunidade e aquilo que a Irlanda tinha para mudar o pais. As políticas liberalizantes se encaixam nesse projeto como parte fundamental, mas dentro de um projeto maior.

                                              Dentro desse projeto, uma decisão estratégica foi a de investir em educação. Nos anos 1960, o índice de analfabetismo irlandês beirava os 35%, o que foi alterado pela decisão das lideranças nacionais – nos anos 70 - de priorizar a educação acima de tudo, seja quais fossem os resultados eleitorais no futuro. Ano após ano, década após década, este esforço foi mantido, tornando-se obrigatória a freqüência escolar e formando um sistema de ensino gratuito e de boa qualidade, desde a escola primária até a universidade. O analfabetismo foi eliminado e uma mão-de-obra qualificada foi preparada. O país, assim, fez um “choque de competitividade” na sua economia através da educação.

                                              Dessa forma, é claro que as grandes multinacionais, especialmente dos Estados Unidos, entraram em massa no país por terem segurança jurídica e garantia de impostos baixos. Mas também o fizeram pelos laços culturais e populacionais antigos entre os dois países e pela certeza de contar com uma mão-de-obra capacitada, de língua inglesa e mais barata do que no resto da Europa.

                                              A própria entrada na Comunidade Européia, é evidente, foi fundamental para a decolagem da economia irlandesa. Sendo parte da Europa, eles tiveram acesso a juros mais baixos, a uma estrutura econômica estável e a fundos europeus de cerca de 40 bilhões de dólares para reforçar sua infra-estrutura. Além disso, se a Irlanda não fosse parte da Europa, poucas multinacionais se sentiriam estimuladas a se estabelecer lá, já que seu mercado interno é minúsculo.

                                              É verdade, contudo, que apenas os subsídios europeus não explicam a ascensão irlandesa. Outros países, como a Grécia, também receberam estes subsídios e não tiveram resultados similares. Foi a soma do apoio europeu, do investimento na educação e de políticas macroeconômicas adequadas à realidade irlandesa, dentro de um plano claro do que se queria atingir no futuro, que explica o sucesso deste país.

                                              Importante, assim, tirar as lições adequadas da Irlanda. Uma política econômica que estimule a atividade produtiva e a livre iniciativa e atraía capitais externos é correta, mas, por si só, pode gerar uma Argentina, e não uma Irlanda. Um investimento maciço em educação é algo mais do que fundamental, mas, dissociado de uma política que estimule e reforce as condições para o crescimento econômico, geraria apenas graduados sem emprego e emigração de talentos. Ambos os elementos, pensados dentro de um plano mais abrangente de desenvolvimento, são fundamentais.

                                              Enfim, o Brasil não pode copiar simplesmente o modelo irlandês. É um país muito maior e mais populoso, com uma economia muito mais diversificada. Nem podemos nem precisamos nos tornar uma economia centrada unicamente na alta tecnologia. Precisamos criar um setor de alta tecnologia de peso na nossa economia, e com urgência, mas a agricultura e a indústria mais tradicional também podem e devem existir. A opção irlandesa foi a de um pequeno país que buscou o seu nicho na economia global. Pela nossa potencialidade, temos condições de buscar nichos muito maiores, o que é a nossa grande vantagem.

                                              Mas alguns pontos da experiência irlandesa podem ser recordados quando pensamos no Brasil. A necessidade de uma reengenharia do Estado, de investimentos imensos na educação (junto com mudanças estruturais que façam o sistema educacional funcionar) e de um plano nacional de desenvolvimento são os pontos óbvios. Mas também salta aos olhos, antes de tudo, como uma nação só pode sair do subdesenvolvimento (ou, ao menos, tentar) se o quiser. A Irlanda quis, planejou para tanto e deu certo. Será que a sociedade brasileira realmente o quer?
                                              http://www.espacoacademico.com.br/079/79bertonha.htm (evidenciado meu)

                                              ...Tal a cegueira...

                                              Este texto, para análise comparativa com o Brasil, cai que nem ginjas em Portugal, mas a cegueira e o egoísmo, presunção e falta de saber de experiência feito fazem soltar sucessivas asneiras e decisões erradas, afinal o que parece estar certo é ter taxas de desemprego elevadas, baixos salários, precaridade, impostos altos, estádios de futebol, etc...

                                              Comentário


                                                Exacto, mas é mais fácil dizer que a Irlanda é ingrata, quando afinal todos nós Europeus, é deviamos estar gratos por os irlandeses não serem acéfalos e ainda saberem dar valor à liberdade.

                                                Comentário


                                                  Originalmente Colocado por Nthor Ver Post
                                                  Exacto, mas é mais fácil dizer que a Irlanda é ingrata, quando afinal todos nós Europeus, é deviamos estar gratos por os irlandeses não serem acéfalos e ainda saberem dar valor à liberdade.
                                                  Infelizmente os "profetas de outras doutrinas" nunca verão isso e condenar-nos-ão a estar sempre no fundo da tabela com os piores desempenhos, aliás como temos visto.

                                                  Comentário


                                                    eu pergunto-me se toda essa desinformação que existiu na Irlanda não se deveu também ao facto do tratado nunca ter sido cabalmente explicado aos europeus.


                                                    cumprimentos

                                                    Comentário


                                                      Alguem disse aqui no forum, que Portugal deve muito a UE!

                                                      Mas pergunto eu. Mas em quê?

                                                      Só se for as Auto-Estradas, poque no mais só andamos para trás.

                                                      Antigamente tinhamos industria pesada onde faziamos comboios, navios, camiões, autocarros, automoveios, motorizadas etc, agora quase zero.
                                                      Na industria ligeira produziamos, fogões, maquinas de escrever, costura, motores electricos, vidro vestuario calçado etc, agora produção quase nula.
                                                      Tinhamos uma frota de pesca lonjinqua, do bacalhau, e uma industria conserveira e de transformação de peixa das maiores da Europa, hoje praticamente nada disto existe.
                                                      A agricultura é a miseria que sabemos, importamos quase tudo que comemos.

                                                      Tudo isto foi esquecido e abandonado, e o nosso tecido empresedial em vez de ter sido convertido e modernisado, não! Recebemos dinheiro para encerrar(para outros paises que souberam negociar se aproveitarem da situação), e para muitos desses empresarios terem comprado com esse dinheiro jeeps, casas com piscinas e fazerem cruzeiros pelo Mediterraneo e vaigens ao Brasil.
                                                      Há decadas que se anda a prometer a construção de um hospital para substituir o vellhinho S. José (Lisboa), mas em vez disso vai-se construir o TGV para Madrid por impusição de Bruxelas.

                                                      Realmente a UE só foi boa para as AE e para alguns senhores, porque tirando isto e mais o Alqueva, pouco ou nada para mais servio.

                                                      É por estas e outras que a UE não me convense!

                                                      Comentário


                                                        A mim não me deixa de surpreender o desconhecimento e o oportunismo de alguns quando tentam botar discurso sobre certas matérias.

                                                        A Irlanda, o modelo tanto ignorado pelos habituais users aqui do fórum como modelo de sociedade, porque as medidas dos seus políticos sempre contrariou este modelo marxista de olhar para a sociedade com o único objectivo de ser servido por ela, é a referência do dia.

                                                        Mas enfim, hoje é uma coisa, amanhã é outra. O habitual.

                                                        Para que conste, a Irlanda tem mais que uma Auto-Estrada. Não levemos a iliteracia para além dos limites...

                                                        Comentário


                                                          Originalmente Colocado por Akagi Ver Post
                                                          É por estas e outras que a UE não me convense!
                                                          A ti pode não convencer, mas à maioria, podes crer que sim.

                                                          Outra coisa, todas essas alterações da nossa sociedade iriam acontecer.

                                                          Não é por causa da UE que nós somos pouco competitivos. Tem muito a ver com muito Português que anda por cá. E com as mudanças globais.

                                                          Comentário


                                                            Originalmente Colocado por Carlos.L Ver Post
                                                            A ti pode não convencer, mas à maioria, podes crer que sim.

                                                            Outra coisa, todas essas alterações da nossa sociedade iriam acontecer.

                                                            Não é por causa da UE que nós somos pouco competitivos. Tem muito a ver com muito Português que anda por cá. E com as mudanças globais.

                                                            Mas as mudanças globais não foram tambem para os outros paises?

                                                            Então porque é que os outros avançaram (Irlanda, Espanha, Grecia, Malta Eslovaquia etc), e nós ficamos para trás.

                                                            Condenava-se o antigo regime por não ter desemvolvido o País, e por isso os portugueses emigravam para a França, Alemanha, Canada etc. Agora passados 34 anos os portuguses voltaram a emigrar para a Espanha, Suiça Australia etc,

                                                            Porque sera?

                                                            Não me digas que a culpa é ainda do Salazar, ao fim de 34 anos|

                                                            Comentário


                                                              Originalmente Colocado por Akagi Ver Post
                                                              Mas as mudanças globais não foram tambem para os outros paises?

                                                              Então porque é que os outros avançaram (Irlanda, Espanha, Grecia, Malta Eslovaquia etc), e nós ficamos para trás.
                                                              É verdade. Portanto, resta culpar a mentalidade do Português.

                                                              Ainda há pouco tempo li uma afirmação de um user aqui no fórum, de que a Lisnave só tinha dado lucro depois de nacionalizada, nas mãos dos trabalhadores.

                                                              Achas que com uma mentalidade destas vamos a algum sítio?

                                                              Eu não.

                                                              Comentário

                                                              AD fim dos posts Desktop

                                                              Collapse

                                                              Ad Fim dos Posts Mobile

                                                              Collapse
                                                              Working...
                                                              X