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Professores - Mais um incompetente no poleiro... - E este ainda é mentiroso...

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    Originalmente Colocado por stradale Ver Post
    Acrescento a isto, dar explicações (muitas vezes aos próprios alunos) fora da escola, cobrando as mesmas. Aqui estou do vosso lado e dou ombro aos queixumes. Coitados dos professores que virem a sua carga laboral aumentada, sem tempo para ganhar uns extras para os presentes de natal! *sniff* Dinheirinho esse que em muitos casos não sente o machado dos impostos.

    Muito nobres os professores...
    A táctica de criar clones para se apoiar a si mesmo é de facto muito NOBRE!

    Comentário


      Originalmente Colocado por K2000 Ver Post
      A táctica de criar clones para se apoiar a si mesmo é de facto muito NOBRE!
      Originalmente Colocado por worldtiki
      Queria abandonar esta conta com um número certo de posts mas para não deixar a conversa a meio... um último.
      A perspicácia não é o teu forte pois não?

      Comentário


        Originalmente Colocado por worldtiki Ver Post
        A perspicácia não é o teu forte pois não?
        Ainda cá estás?

        Comentário


          À moderação: razões para o bloqueio?

          1º - chegar aos 10 mil posts e trocar de conta não é inédito aqui. Ou o sr. laranja é mais do que eu?

          2º - e o clone era novidade para quem? Até ao dia de ontem e desde o dia da criação estiveram ambas as contas suspensas pendente uma aprovação (que obviamente, foi dada). Má comunicação? Espero que sim.

          Comentário


            Originalmente Colocado por K2000 Ver Post
            Ainda cá estás?
            Se sabes postar de contas bloqueadas kudos to you.

            Comentário


              Já é do mês passado, mas só há uns dias soube que na Sebastião da Gama a Avaliação dos Professores foi suspenso.

              Sebastião da Gama” suspende processo de avaliação

              Uma grande salva de palmas entoou no ginásio da escola Sebastião da Gama, quando o professor Manuel Galrinho anunciou a decisão do Conselho Pedagógico daquela escola em suspender o processo de avaliação aos professores. Na noite de anteontem, foi ainda aprovada uma Moção para “boicotar” intenção da ministra da Educação.

              Entre evidentes receios de uns, e a vontade incontornável de outros professores, em boicotar a pretensão da ministra da Educação, quanto ao polémico processo de avaliação dos docentes, a intervenção do professor Manuel Galrinho, da “Sebastião da Gama” - escola anfitriã desta assembleia – mereceu a ovação da noite, e um “estímulo” a outros estabelecimentos de ensino.

              Aquele “veterano” docente anunciou que o Conselho Pedagógico da escola Sebastião da Gama “acaba de decidir suspender o processo de avaliação,” desafiando muitos outros Conselhos Pedagógicos a “agirem da mesma forma”, uma forma de “fazer parar este modelo imposto pela ministra da Educação, mas que não nos serve,” disse.

              Esta escola foi, assim, a pioneira da região a suspender a avaliação de desempenho dos professores. Diga-se que, a nível nacional, a “Infanta D. Maria”, em Coimbra, foi o primeiro estabelecimento de ensino público a decidir-se por tal medida radical, sendo expectável ser seguida por muitas outras escolas do país.

              Cerca de quatro centenas de professores de Setúbal, Palmela e Sesimbra, do ensino básico e secundário, reuniram-se em assembleia, na noite de anteontem, no ginásio da secundária Sebastião da Gama. Recorde-se que, semana e meia antes, esta mesma reivindicação levou ao Largo da Misericórdia, três centenas de docentes.

              A intenção desta reunião nocturna foi definir uma estratégia comum para, de acordo com o grupo promotor de interescolas, “fazer parar a monstruosa avaliação” do desempenho dos docentes. Nesse sentido, e após duas horas de debate, acabou por ser aprovada por unanimidade uma Moção.

              Diversos professores tomaram a palavra, junto à mesa dos trabalhos, no ginásio escolar da antiga “Comercial e Industrial”, onde pontuou Jaime Pinho, um dos organizadores desta concentração e que, no final, congratulou-se com “tantas presenças”. Ponto dominador é o desagrado sobre este modelo de avaliação ao desempenho dos professores, mas alguns evidenciaram receios por eventuais processos disciplinares.

              Uma professora da escola “D. Manuel Martins” colocou o dedo da ferida ao revelar “haver professores com medo de incorrerem no risco de desobediência”, e tentou obter esclarecimentos junto da mesa de trabalhos, onde tomou assento João Trigo, do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa.

              O sindicalista concordou que a proposta de Maria de Lurdes Rodrigues “é uma fraude,” explicando à assembleia que “a suspensão é um acto reivindicativo, sindical e político, ou seja, tem pouco a ver com as questões legislativas.”

              MOÇÃO Os cerca de quatrocentos professores reunidos nesta assembleia, aprovaram por unanimidade uma moção que apresenta os seguintes pontos: Desenvolver esforços no sentido de criar grupos por escola/agrupamentos para promover formas de parar o processo de avaliação; Sensibilizar os professores para a necessidade de suspensão deste modelo de avaliação, através de abaixo-assinados; Informar de imediato, após a tomada de decisão, as outras escolas, comunicação social, blogues, sindicatos e Ministério da Educação.

              http://www.osetubalense.pt/noticia.a...Action=noticia

              Comentário


                "A Nossa Escola…


                Sou professora há 13 anos, sou mestre, trabalhos publicados, congressista, formadora de professores, um louvor e um doutoramento interrompido por descrença na carreira. Nunca ocupei nenhum cargo na escola, a não ser Directora de Turma, daí não conseguir ser professora titular e ficar em último lugar na lista de classificação, ficando em primeiro lugar o prof. de Moral que foi sempre Delegado de Grupo e que me… vai avaliar.
                Na escola temos dezenas de portáteis, não temos papel, tinteiros…podemos tirar 2 testes sumativos por período e um de diagnóstico. O resto tem que ser pago, assim como os tinteiros e folhas (quando acabam, devo dizer que são colocados na Biblioteca já no fim,temos que fazer Feira do Livro para podermos comprar essas e outras coisas).
                Ontem, dou aulas perto do Marão, o aquecimento só foi ligado à tarde, das 13h30m às 16h, os alunos já não conseguiam tirar as luvas, no entanto na secretaria parecia Verão… A auxiliar de educação que acompanhava as alunas com necessidades ed. especiais foi dispensada na semana passada por motivos financeiros. Como essas crianças têm muito fome e não têm quem as controle, chegam a ir ao lixo procurar os restos de comida dos outros…
                Os nossos tectos estão a cair, chove dentro de algumas salas de aula, o banho é de água fria…enfim… esta é a nossa Escola Pública que eu pretendo abandonar caso o currículo que enviei para Inglaterra seja aceite…tenho muita pena do abandono a que fomos sujeitos por todos os nossos Governantes nestes quase 35 anos de Democracia.
                Carros riscados e agressões fazem parte do-a-dia nas escolas da região. Sinto-me desiludida, triste e farta de ser professora. Fiz greve hoje pela 1ª vez porque, cada vez que a Senhora Ministra fala, sinto-me mais humilhada e descontextualizada dado que como a Senhora disse “Não quero professores bem formados mas professores eficientes” ( sinónimo, segundo a Senhora, de boas notas aos alunos).
                Daí os nossos resultados no Projecto PISA.
                Obrigada.


                Mariana Silva"

                Comentário


                  Para reflectir:

                  http://www.educarex.es/documentos/anuncio/anuncio.html

                  As coisas são realmente diferentes em Espanha.


                  EDIT:

                  Para contextualizar, em Portugal, o Ministério paga publicidade em jornais (Frequente e dispendiosa) para enaltecer as políticas adoptadas e as obras realizadas.
                  Editado pela última vez por K2000; 08 December 2008, 16:40.

                  Comentário


                    Grande «reforma» do Ensino:


                    Culpabilizar os professores pelo fracasso do Sistema de Ensino.

                    Há muita coisa mal no Ensino, e os grandes culpados tiveram assento nos diversos governos e nas «reformas» que fizeram. Esta é mais uma, é o golpe de misericórdia que faltava.
                    A dita avaliação para «distinguir pela positiva» já existia antes e permitia àqueles que obtinham melhores qualificações (mestrados e doutoramentos) progredir mais depressa na carreira. Mas todos podiam chegar ao topo, não havia numerus clausus como se pretende agora impor. O objectivo só pode ser poupar dinheiro com os professores. Sim, porque «motivação positiva» não é com toda a certeza. É a recessão, é o crescimento negativo, é a motivação desmotivante. É a burrice inteligente e o pudor despudorado, a vergonha desavergonhada, a lucidez ensandecida, etc..


                    Força, Socras, malha nas bestas… até à morte!




                    http://inerte.horabsurda.org/?p=1762

                    Comentário


                      Hoje eu e mais 7 colegas fomos ao teatro com 4 turmas, sobre uma obra dada na disciplina de Língua Portuguesa.

                      Esta visita não se enquadrou dentro do horário de trabalho, portanto oferecemos as horas de trabalho com eles porque assim decidimos.

                      A questão foi como eles se portaram, 120 alunos apesar de nos distribuirmos, com as luzes se apagaram, desde comerem batatas fritas, até estarem constantemente a conversar durante o teatro foi a norma, constantemente tivemos que os admoestar. Não fui eu que organizei a visita, fui só como acompanhante, mas penso que as regras lhe foram ditas,...enfim.

                      Concluímos depois no autocarro, depois de eu dar uns berros para se sentarem e colocarem o cinto, (mas tive que me aproximar do último banco e colocar o dedo no nariz a um deles), tristemente se tinha valido o esforço, de lhes dar algo mais que a sala de aula, sensibilização para as artes, proporcionar outros género de diversão, tentar incutir outra forma de estar, para miúdos que são mal educados e que não tem regras de civismo, que devem aprender em casa.

                      Eu realizei sempre muitos fins de semana de aventura, levava cada uma das minhas turmas em fim de semana, onde faziamos escalada, BTT, orientação, canoagem, etc,....actualmenta já não o faço, acho que não vale a pena o esforço e o trabalho de ser carola.

                      Sinceramente acho que o mal está na pouca atenção que têm da família, que também não tem culpa, em parte porque se exige demasiado da maioria relativamente ao mercado de trabalho, as pessoas não tem qualidade de vida em Portugal que lhes permita dar atenção devida aos filhos e sobreviver simultaneamente.

                      Comentário


                        Entretanto o Ministério da Educação vai aproveitando o site oficial, que supostamente devia ser apenas institucional, para fazer um pouco de propaganda, tentando responder aí ás criticas dos professores ao modelo de avaliação
                        http://www.min-edu.pt/np3/2948.html

                        Comentário


                          Para sermos justos, deviam acabar com os processos de avaliação no estado.

                          A natureza da maioria dos serviços prestados pelo estado são demasiado sensíveis para estarem dependentes ou condicionados por uma avaliação aos funcionários e podem comprometer inclusive a isenção e a independência desses serviços ao condicionarem as pessoas para "trabalharem para a nota" em vez de trabalharem para o cidadão.

                          Fazia muito mais sentido avaliar o funcionamento dos serviços e substituir ou reconhecer o trabalho dos responsáveis, afinal é deles a responsabilidade maior de agilizar e manter a operacionalidade e exequibilidade de um serviço.

                          É até contraproducente gerir a maioria dos serviços baseado na avaliação (havendo naturalmente os que tem mesmo de ser avaliados), o estado serve para proteger o país e os cidadãos não para fazer lucro a qualquer custo.

                          Comentário


                            Parecer preliminar de Garcia Pereira


                            da inexistência obrigatória da apresentação dos oi

                            parecer preliminar de garcia pereira



                            (relatório mais alargado)


                            1. Ora, antes de mais, e ainda na perspectiva da apreciação abstracta da constitucionalidade do complexo jurídico-normativo hoje aplicável, afigura-se-nos óbvio – em consonância aliás com o notável voto de vencido do conselheiro dr. Mário tavares lavrado no referido acórdão nº 184/2008 do tribunal constitucional e discordando assim da posição maioritária ali adoptada – que o sistema de quotas instituído pelo decreto-lei nº 15/2007 (e em clara contradição com os objectivos, enfaticamente proclamados no respectivo preâmbulo, de combater o autoritarismo burocrático desprovido de conteúdo atribuído aos anterior sistema, e de passar a considerar devidamente toda a actividade do docente, muito especialmente a sua actividade lectiva) se revela, e mais ainda se combinado com o decreto regulamentar nº 2/2008, em particular com o seu artigo 21º, nº 5, desproporcionado e de todo desnecessário para atingir tais objectivos mas, mais do que isso, claramente violador quer do basilar princípio da igualdade, constante do artigo 13º da c.r.p., quer dos da proporcionalidade e da justiça a que toda a administração pública se encontra constitucionalmente vinculada por força do artigo 266º da c.r.p..
                            por um lado, e sem por ora questionar a bondade dos mesmos, a pluralidade e vastidão dos mecanismos instituídos pelo ecd com vista a assegurar uma avaliação que se pretende exigente e rigorosa põem claramente a nu a desnecessidade, desadequação e desproporção de um sistema “cego” de notas, para usar a feliz expressão do já citado voto de vencido do conselheiro dr. Mário torres.

                            mas, sem conceder quanto ao que antecede, sempre se mostraria também patentemente violador do indicado princípio de igualdade, já que possibilitaria que dois docentes em situação exactamente idêntica (mesma classificação média das pontuações atribuídas em cada uma das folhas de avaliação, igual percentagem exigida de cumprimento das respectivas actividades lectivas e, no caso da atribuição de excelente, idêntico reconhecimento de contributos relevantes para o sucesso escolar dos alunos e para a qualidade das suas aprendizagens, reconhecimento esse feito através da proposta classificativa devida e expressamente fundamentada) seriam afinal classificados de forma diversa em função de um factor a eles completamente estranho e em absoluto arbitrário, como seja o de um exercer funções numa escola ou agrupamento onde, para sua infelicidade, a quota de excelente ou de muito bom já foi atingida e o outro exercer funções em escola ou agrupamento onde, para sua felicidade, a dita quota ainda não foi atingida…

                            mas violenta também o igualmente basilar princípio da confiança e segurança jurídica dos cidadãos, ínsito à noção de estado de direito, consagrada no artº 2º da crp, porquanto, ainda por cima – e ao invés do que está estabelecido no regime geral de avaliação de desempenho da administração pública em geral, onde tais percentagens se encontram prévia e claramente fixadas ou por diploma de natureza legal (lei nº 66-b/2007, de 28/2) ou, antes disso, de natureza regulamentar (decreto regulamentar nº 19-a/2004, de 14/5) – o estabelecimento das quotas de excelente e muito bom dos docentes é afinal remetido para um simples despacho ministerial conjunto, sem determinação da obrigatoriedade da data da sua publicação, podendo assim, até, sê-lo largamente após o início ou mesmo até perto do termo do processo de avaliação, e em função de uma variável não apenas de conteúdo extremamente vago como aleatório e em nada referente ao desempenho individual do avaliado, como é o dos “resultados obtidos na avaliação externa da escola”.

                            a inaceitabilidade constitucional deste sistema é ainda reforçada pela circunstância de que o princípio da imparcialidade, consagrado no nº 2 do artº 266º da crp, e também no artº 6º do código do procedimento administrativo, impõe não apenas uma actuação isenta, objectiva, neutral e independente por parte da administração para com o cidadão e logo também para com os seus funcionários mas igualmente que em todos os procedimentos relativos à admissão, progressão ou avaliação destes, sempre antes da aferição dos avaliados cada um destes deve conhecer, e conhecer com antecedência, todos e cada um dos parâmetros de avaliação, os exactos critérios de classificação e os diversos itens dessa mesma avaliação, e nomeadamente aqueles que definem ou são susceptíveis de definir a sua posição relativa.

                            (…)

                            2.


                            face ao que anteriormente se expôs, e sendo esta matéria do regime de avaliação claramente de reserva de lei, não se revela por isso aceitável a remissão para fontes inferiores à lei (em sentido amplo) da definição do próprio regime jurídico aplicável à avaliação de desempenho dos professores, visto que tal matéria integra clarissimamente o seu estatuto profissional e o regime (especial) de função pública que lhes é aplicável.

                            a chamada “volição primária” nesta matéria da avaliação dos docentes tem assim que constar de acto legislativo. E, acrescente-se desde já, em nosso entender, até de reserva, pelo menos relativa, da competência da assembleia da república por força do artº 165º, nº 1, alínea t) da c.r.p., não apenas por a matéria aí se inserir claramente nas “bases gerais e âmbito da função pública” como o regime constante do ecd não consistir de todo numa simples e mera “derivação” ou “adaptação” das soluções previstas na lei nº 10/2004 para a administração pública.

                            ora actos legislativos são, “ex vi” do artº 112º, nº 1 da constituição, “as leis, os decretos-leis e os decretos legislativos regionais”, sendo que, nos termos do nº 5 do mesmo artigo, nenhuma lei pode conferir a actos de outra natureza o poder de, com eficácia externa, interpretar, integrar, modificar, suspender ou revogar qualquer dos seus preceitos. E assim, e também por força do princípio da hierarquia das fontes de direito, está em absoluto constitucionalmente vedado que um decreto regulamentar ou até um simples despacho ministerial crie regime jurídico novo sobre as matérias em causa, suspenda, afaste, modifique ou revogue algum preceito constante do acto legislativo (in casu, o ecd), ou até simplesmente procure “interpretar” ou “integrar” algum dos seus preceitos.

                            daqui decorre com meridiana clareza que, não obstante a “remissão” constante dos nºs 4 e 5 do artigo 40º do actual ecd, em todos os pontos em que um decreto regulamentar, maxime um dos já diversas vezes citados e analisados nºs 2/2008, de 10/1, 11/2008, de 23/5 e 1-a/2009, de 5/1, ou disponha de forma diversa do estatuído no ecd, ou interprete ou integre alguma das suas normas, ou venha criar regime jurídico novo (designadamente estabelecendo novos critérios de avaliação, parâmetros ou factores de ponderação, bem como deveres e obrigações dos docentes e demais intervenientes do processo de avaliação), ele padecerá de inquestionável e incontornável ilegalidade, não podendo assim vigorar na ordem jurídica.
                            ora é esse, por exemplo e desde logo, o já atrás apontado caso do nº 5 do artº 25º do decreto regulamentar nº 2/2008, que veio exigir para a atribuição de “excelente” a taxa de 100% de cumprimento das actividades lectivas.

                            3.

                            para além da já apontada e patente ilegalidade do nº 5 do artº 21º do decreto regulamentar nº 2/2008, acontece ainda que da análise do decreto regulamentar nº 1-a/2009 e, sobretudo do seu confronto e articulação com o decreto-lei nº 15/2007 e o regime de avaliação neste instituído ressaltam notórias divergências e até inovações de regime por parte deste último diploma e que são legalmente inadmissíveis

                            assim, o regime jurídico consagrado pelo decreto-lei nº 15/2007, aplica-se, de acordo com o seu artº 1º, nº 1aos docentes, qualquer que seja o nível, ciclo de ensino, grupo de recrutamento ou área de formação, que exerçam funções nas diversas modalidades do sistema de educação e ensino não superior, e no âmbito dos estabelecimentos públicos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário na dependência do ministério da educação”. Eo mesmo diploma legal determina, no capítulo da avaliação, no artº 45º, os items de classificação, a saber:

                            a) - no nº 1, e no referente à avaliação a efectuar pelo coordenador do departamento curricular (envolvimento e avaliação científico-pedagógica): ”a avaliação efectuada pelo coordenador do departamento curricular ou do conselho de docentes pondera o envolvimento e a qualidade científico-pedagógica do docente, com base na apreciação dos seguintes parâmetros classificativos: A) preparação e organização das actividades lectivas; b) realização das actividades lectivas; c) relação pedagógica com os alunos; d) processo de avaliação das aprendizagens dos alunos.
                            b) o nº 2, os items a considerar na avaliação efectuada pelo órgão de direcção executiva (nível de assiduidade, serviço distribuído, etc.).

                            ora, o decreto regulamentar nº 1-a/2009, no seu preâmbulo, refere explicitamente: “o novo modelo assenta em três pilares essenciais: ” … ii) uma avaliação integral, que valoriza a plenitude do desempenho dos docentes e não apenas o grau de cumprimento dos seus deveres funcionais”. Ainda, no seu preâmbulo: ” os problemas identificados têm, naturalmente, solução. Para os resolver, o governo decidiu adoptar um conjunto de importantes medidas que, no seu conjunto, permitem que o procedimento de avaliação seja aperfeiçoado e consideravelmente simplificado“.

                            e depois cria, a respeito da avaliação, três “universos” de docentes (que nem sequer correspondem à hierarquização da carreira, que foi criada pelo novo ecd em professores titulares e professores), a saber:
                            a) os dispensados da avaliação (artigo 12º e artigo13º - os docentes que, até ao final do ano escolar de 2010/2011, estejam em condições de reunir os requisitos legais para a aposentação ou requeiram, nos termos legais, a aposentação antecipada; e os docentes contratados em áreas profissionais, vocacionais, tecnológicas e artísticas, não integradas em grupos de recrutamento)
                            b) os dispensados da avaliação científico-pedagógica ” e exclusivamente avaliados pelo órgão da direcção executiva (artigos 10º e 11º,nº 3), e que são:
                            - professores coordenadores de departamento;
                            - professores titulares avaliadores de docentes;
                            - professores não titulares, nomeados em comissão de serviço como titulares para exercício da avaliação de docentes;
                            - professores dos conselhos executivos com funções lectivas (que podem ou não ser titulares).
                            c) os também “dispensados da avaliação científico - pedagógica” e igualmente avaliados pelo órgão da direcção executiva mas que, ao contrário de todos os restantes, para poderem concorrerem às vagas de muito bom e excelente serão (e apenas estes) obrigados à avaliação científico-pedagógica que terão que requerer (nº2, do artigo 3ºdo decreto regulamentar nº 1 - a/2009 e não abrangidos pelos artigos 10º e 11º, nº 3), e que são:
                            - professores titulares que não avaliem outros docentes,
                            - professores não titulares
                            - professores contratados

                            ora, perante tudo quanto antecede, é manifesto que não é legalmente possível vir estabelecer por despacho regulamentar que a avaliação científico-pedagógica, instituída no ecd com a redacção do decreto-lei nº 15/2007 como uma componente integral do processo de avaliação e considerada imprescindível na avaliação de todos os docentes, seja afinal aplicada apenas a um dos universos dos docentes (alínea c) do parágrafo anterior: Os professores e professores titulares que não avaliem outros docentes) e, nas circunstâncias previstas (ou seja, se desejarem aceder às melhores classificações) e, mais, que para “beneficiar ” desta componente da avaliação - caso dos docentes enquadrados na alínea c) – tal esteja dependente de apresentação de requerimento (nº 2, artº 3º do decreto regulamentar nº 1-a/2009), e assim, e implicitamente, obrigar apenas alguns dos docentes - os mencionados na alínea c) - a declarar de imediato se pretendem ou não concorrer às cotas de muito bom e excelente, quando nada disto resulta do regime constante do ecd e, mais ainda, está em clara contradição quer com a letra quer com a “ratio” desta !

                            (…)
                            manifestamente que, para além das questões de bondade, ou falta dela, de política legislativa que tais soluções consubstanciam, todos estes pontos representam afinal “acrescentos”, isto é, “inovações”, modificações e até derrogações, por via de decreto-regulamentar, de preceitos legais, sendo por isso, e face à hierarquia das fontes de direito, manifestamente ilegais e sendo qualquer hipotética autorização ou atribuição de poder por parte do acto legislativo constitucionalmente proibida pelo nº 5 do artigo 112º da constituição.

                            ademais constituindo, nos termos do artigo 34º, nº 1 do mesmo ecd, o pessoal docente que desempenha funções de educação ou de ensino, com carácter permanente, sequencial e sistemático “um corpo especial da administração pública dotado de uma carreira própria” e havendo sido no mesmo estatuto estabelecido um regime especial de avaliação, manifesto se torna que, aquando do exercício daquelas funções, nunca os professores poderiam ser objecto de avaliação por outro qualquer regime que não o definido e regulado pelo próprio ecd, e muito menos que seja estatuído por normas de grau hierárquico inferior ao da lei.


                            4.
                            especificamente quanto à “magna questão” da (não) entrega, pelos professores, dos objectivos individuais, há desde logo que ter presente o seguinte:
                            1º não existe de todo qualquer normativo com natureza de acto legislativo que estabeleça o dever da entrega, pelo professor, dos seus principais objectivos individuais, sendo certo que a única obrigação legalmente estabelecida é, nos termos do artº 44º, nº 1, al. C) do ecd, a do preenchimento e, pressupõe-se, a entrega da chamada “ficha de auto-avaliação” sobre os objectivos alcançados na sua prática profissional, nada se estipulando no sentido de que os ditos objectivos tenham de ser propostos ou até fixados pelo próprio professor.
                            2º como já atrás se demonstrou, onde a lei claramente não estatui não é lícito ao decreto-regulamentar pretender estatuir “ex novo”, pelo que qualquer divergência ou acrescento àquele regime legal que resulte de um dos diplomas com a referida natureza de decreto-regulamentar se terá de ter por manifestamente ilegal e, logo, não podendo vigorar na ordem jurídica, nem legitimar ordens ou exigências administrativas na base dessas mesmas “novas estatuições”.
                            3º em qualquer caso, e sem conceder quanto ao que antecede, o que o artigo 9º do decreto-regulamentar nº 2/2008 dispõe – e já aí dispõe “a mais” do que a lei – é que os ditos “objectivos individuais são fixados, por acordo entre o avaliado e os avaliadores, através da apresentação de uma proposta do avaliado no início do período de avaliação (…)” (nº 1) e que “na falta de acordo quanto aos objectivos a fixar prevalece a posição dos avaliadores” (nº 4)- sic, com sublinhados nossos.

                            ora, relativamente a tal normativo – que, repete-se, se reputa de ilegal, tem desde logo de se reconhecer que os pressupostos de facto da sua aplicação não estão no presente processo de avaliação de todo verificados (a apresentação da proposta dos objectivos individuais, até para poder estar conforme à “ratio” de todo o sistema de avaliação, deve naturalmente ocorrer no início do período de avaliação , e não a 5 meses do seu termo, e se os ditos objectivos individuais se destinam “a aferir o contributo do docente para a concretização dos objectivos constantes da alínea a) do artigo anterior, ou seja, para a concretização dos objectivos e metas fixados no projecto educativo e no plano anual de actividades e tal contributo não pode ser aferido de forma minimamente rigorosa se os objectivos individuais são apenas definidos quando os objectivos mais gerais já vão a mais de meio do período da sua da sua execução).

                            mas, para além do que se vem de referir, o certo é que se o analisado artigo 9º estabelece que, em caso de desacordo entre avaliado e avaliador quanto à definição dos ditos objectivos individuais, prevalece sempre a posição dos avaliadores, então – e porque a ausência de fixação de objectivos individuais deve e tem que ser logicamente equiparada à fixação de tal modo redutora ou reduzida que os avaliadores dela discordem e logo imponham, por eles, outra definição dos mesmos – tal só poderá significar que, nesse caso, a ausência de apresentação de uma proposta de objectivos individuais por parte do avaliado não impossibilita o decurso do processo de avaliação, antes determinaria – não fosse a já apontada ilegalidade deste artigo 9º que o impede de vigorar na ordem jurídica – que o mesmo prossiga a partir de objectivos fixados pelos avaliadores, e nada mais do que isso !

                            e o artigo 10º do mesmo decreto regulamentar nº 2/2008 – que vem estabelecer que “em todos os parâmetros de avaliação em que haja lugar à fixação de objectivos individuais nos termos do artigo anterior” (sendo certo que dos oito parâmetros fixados no artigo 9º há dois que se não aplicam neste ciclo de avaliação e diversos outros que dependem de factores em absoluto estranhos ao professor – nota nossa), é o grau de cumprimento daqueles objectivos – e não do cumprimento da pretensa obrigação burocrática de definição dos mesmos – que constituirá referência essencial da classificação atribuída.

                            tudo isto, para além de que o próprio artigo 15º do citado decreto regulamentar nº 2/2008relativo às “fases do processo de avaliação” não contêm qualquer referência à apresentação dos objectivos individuais pelo docente.

                            mais ainda ! O decreto regulamentar nº 1-a/2009 – que padece de igual vício de ilegalidade nos termos já anteriormente explanados – do mesmo passo que procura impôr aos presidentes dos conselhos executivos uma calendarização apertada do processo, com a fixação de datas-limite para as diversas formas sequenciais, também em lugar algum estatui a obrigação de apresentação pelo docente dos referidos objectivos individuais.

                            contém, todavia, uma curiosa modificação relativamente ao decreto regulamentar nº 2/2008 (onde sempre se referiam os “avaliadores” .- cfr. Artº 9º, nº 1 e 4) ao vir estatuir agora no respectivo artigo 5º, nº 2, que afinal a proposta dos objectivos individuais agora já não é dirigida aos ditos avaliadores mas sim “é exclusivamente dirigida ao presidente do conselho executivo em quem aquela competência tenha sido delegada” numa tão curiosa quanto significativa preocupação “centralista” do sistema.

                            em suma: Nenhuma obrigação existe fixada por norma legalmente válida, de apresentação pelos docentes dos respectivos objectivos individuais. E, consequentemente, entendemos que, por tal razão, rigorosamente nenhuma consequência, seja ela de natureza disciplinar (e inexistindo qualquer pretensa infracção disciplinar pois que, em estado de direito, não é devida obediência aos actos ou regulamentos da administração que contrariem a lei) ou de outra (v.g. De uma pretensa “suspensão” da respectiva contagem do tempo de serviço.
                            Editado pela última vez por MariaHelena; 11 February 2009, 19:18.

                            Comentário


                              Maria Helena, entregaste os teus Objectivos Individuais?
                              Editado pela última vez por jol2110; 11 February 2009, 20:06.

                              Comentário


                                Originalmente Colocado por jol2110 Ver Post
                                Maria Helena, entregas-te os teus Objectivos Individuais?
                                E porque pergunta??? isto é, porque é que teria que lhe responder, num fórum público, a uma informação de caracter privado e particular??!!!
                                Editado pela última vez por MariaHelena; 11 February 2009, 20:03.

                                Comentário


                                  Originalmente Colocado por Maria Helena Ver Post
                                  E porque pergunta??? isto é, porque é que teria que lhe responder, num fórum público, a uma informação de caracter privado e particular??!!!
                                  Compreendo.
                                  Não leve isto a mal, pelo que vi neste post , parece-me ser uma mulher com carácter.
                                  Um dos sites mais utilizados e vistos cá em casa ultimamente tem sido este, é no que dá ter familiares Professores:

                                  http://mobilizacaoeunidadedosprofess...sistencia.html

                                  Comentário


                                    Originalmente Colocado por jol2110 Ver Post
                                    Compreendo.
                                    Não leve isto a mal, pelo que vi neste post , parece-me ser uma mulher com carácter.
                                    Um dos sites mais utilizados e vistos cá em casa ultimamente tem sido este, é no que dá ter familiares Professores:

                                    http://mobilizacaoeunidadedosprofess...sistencia.html
                                    Também já o percebi. É um Blog que já conheço,....para além de outros.

                                    Comentário


                                      PUBLICO.PT -
                                      Contra a escola-armazém
                                      Daniel Sampaio


                                      Merece toda a atenção a proposta de escola a tempo inteiro (das 7h30 às
                                      19h30?), formulada pela Confederação Nacional das Associações de Pais
                                      (Confap). Percebe-se o ponto de vista dos proponentes: como ambos os
                                      progenitores trabalham o dia inteiro, será melhor deixar as crianças na
                                      escola do que sozinhas em casa ou sem controlo na rua, porque a escola ainda
                                      é um território com relativa segurança. Compreende-se também a dificuldade
                                      de muitos pais em assegurarem um transporte dos filhos a horas convenientes,
                                      sobretudo nas zonas urbanas: com o trânsito caótico e o patrão a pressionar
                                      para que não saiam cedo, será melhor trabalhar um pouco mais e ir buscar os
                                      filhos mais tarde.
                                      Ao contrário do que parecia em declarações minhas mal transcritas no PÚBLICO
                                      de 7 de Fevereiro, eu não creio à partida que será muito mau para os alunos
                                      ficar tanto tempo na escola. Quando citei o filme Paranoid Park, de Gus von
                                      Sant, pretendia apenas chamar a atenção para tantas crianças que, na escola
                                      e em casa, não conseguem consolidar laços afectivos profundos com adultos,
                                      por falta de disponibilidade destes. É que não consigo conceber um
                                      desenvolvimento da personalidade sem um conjunto de identificações com
                                      figuras de referência, nos diversos territórios onde os mais novos se movem.
                                      O meu argumento é outro: não estaremos a remediar à pressa um mal-estar
                                      civilizacional, pedindo aos professores (mais uma vez...) que substituam a
                                      família? Se os pais têm maus horários, não deveriam reivindicar melhores
                                      condições de trabalho, que passassem, por exemplo, pelo encurtamento da hora
                                      do almoço, de modo a poderem chegar mais cedo, a tempo de estar com os
                                      filhos? Não deveria ser esse um projecto de luta das associações de pais?
                                      Importa também reflectir sobre as funções da escola. Temos na cabeça um
                                      modelo escolar muito virado para a transmissão concreta de conhecimentos,
                                      mas a escola actual é uma segunda casa e os professores, na sua grande
                                      maioria, não fazem só a instrução dos alunos, são agentes decisivos para o
                                      seu bem-estar: perante a indisponibilidade de muitos pais e face a famílias
                                      sem coesão onde não é rara a doença mental, são os promotores (tantas vezes
                                      únicos!) das regras de relacionamento interpessoal e dos valores éticos
                                      fundamentais para a sobrevivência dos mais novos. Perante o caos ou o vazio
                                      de muitas casas, os docentes, tantas vezes sem condições e submersos pela
                                      burocracia ministerial, acabam por conseguir guiar os estudantes na
                                      compreensão do mundo. A escola já não é, portanto, apenas um local onde se
                                      dá instrução, é um território crucial para a socialização e educação (no
                                      sentido amplo) dos nossos jovens. Daqui decorre que, como já se pediu muito
                                      à escola e aos professores, não se pode pedir mais: é tempo de reflectirmos
                                      sobre o que de facto lá se passa, em vez de ampliarmos as funções dos
                                      estabelecimentos de ensino, numa direcção desconhecida. Por isso entendo que
                                      a proposta de alargar o tempo passado na escola não está no caminho certo,
                                      porque arriscamos transformá-la num armazém de crianças, com os pais a
                                      pensar cada vez mais na sua vida profissional.
                                      A nível da família, constato muitas vezes uma diminuição do prazer dos
                                      adultos no convívio com as crianças: vejo pais exaustos, desejosos de que os
                                      filhos se deitem depressa, ou pelo menos com esperança de que as diversas
                                      amas electrónicas os mantenham em sossego durante muito tempo. Também aqui
                                      se impõe uma reflexão sobre o significado actual da vida em família: para
                                      mim, ensinado pela Psicologia e Psiquiatria de que é fundamental a
                                      vinculação de uma criança a um adulto seguro e disponível, não faz sentido
                                      aceitar que esse desígnio possa alguma vez ser bem substituído por uma
                                      instituição como a escola, por melhor que ela seja. Gostaria, pois, que os
                                      pais se unissem para reivindicar mais tempo junto dos filhos depois do seu
                                      nascimento, que fizessem pressão nas autarquias para a organização de uma
                                      rede eficiente de transportes escolares, ou que sensibilizassem o mundo
                                      empresarial para horários com a necessária rentabilidade, mas mais
                                      compatíveis com a educação dos filhos e com a vida em família.
                                      Aos professores, depois de um ano de grande desgaste emocional, conviria que
                                      não aceitassem mais esta "proletarização" do seu desempenho: é que passar
                                      filmes para os meninos depois de tantas aulas dadas - como foi sugerido
                                      pelos autores da proposta que agora comento - não parece muito gratificante
                                      e contribuirá, mais uma vez, para a sua sobrecarga e para a
                                      desresponsabilização dos pais.

                                      Comentário


                                        Originalmente Colocado por Maria Helena Ver Post
                                        PUBLICO.PT -
                                        Contra a escola-armazém
                                        Daniel Sampaio
                                        Mais um excelente artigo. Obrigado pelo post.

                                        Noto alguma incongruência na associação de pais. Então os "preguiçosos, molengas, incompetentes e inúteis pagos excessivamente" são agora a bóia de salvação para "despejar" os filhos? Algo não bate certo.

                                        É triste ver uma sociedade auto-destruir-se e ver o povo a gritar na rua como se de uns anos atrás falássemos de bruxas. O professor é mal visto sobretudo por aqueles que não aguentam mais ouvir os filhos.

                                        O que será dos jovens formados e criados por conselhos e exemplos retirados de "Morangos com Açucar" e de Playstation. Onde estão os pais a explicar que isto não é bem assim, e que esta situação deve ser assim? Não há. Os pais não conversam com os filhos obrigando indivíduos num alto processo de absorção do que os rodeia, deixando-os assim aprender por si só, muitas vezes com maus exemplos.

                                        Em quantas reuniões se fala de matéria e de instrução? E em quantas se falam dos problemas sociais dos alunos? A segunda opção tem maioria absoluta sem precisar ir a votos.
                                        Quantos pais vão actualmente à escola para discutir a dificuldade que o educando tem em escrever, somar ou até falar em inglês? Pouquíssimos!
                                        Quantos vão por terem agredido um colega, ou por terem brincadeiras menos próprias para a idade, ou até por terem insultado/agredido uma funcionária ou um professor? A maioria.

                                        Enfim...

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                                          SANTANA CASTILHO AVALIA EDUCAÇÃO E POLÍTICA DE SÓCRATES


                                          Santana Castilho, especialista na área da Educação, avalia políticas de Sócrates.

                                          Ver o vídeo em http://mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/

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                                            Maria Helena , vai com calma. Duas posições fortes anti-educação sócratina no mesmo dia é capaz de ser muito.
                                            É que o lápis azul anda algures por aí....

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                                              Originalmente Colocado por Maria Helena Ver Post
                                              SANTANA CASTILHO AVALIA EDUCAÇÃO E POLÍTICA DE SÓCRATES


                                              Santana Castilho, especialista na área da Educação, avalia políticas de Sócrates.

                                              Ver o vídeo em http://mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/
                                              Este vídeo:
                                              Quatro anos de Governo


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                                                O que vai valer é que os que lá estão não vão ter maioria absoluta e ainda se vai conseguir arranjar grande parte das asneiras que fizeram.

                                                Medir uma nação por números e não por saberes só mesmo nós por cá.

                                                É que, como dizia Fontenelle "Todos os homens se enganam, mas só os grandes homens reconhecem que se enganam".

                                                Estes, pelo que já deu para ver, nunca se enganam.

                                                Quanto aos pais, muitos esquecem-se que a grande maioria dos docentes também são pais. Mas sabendo da importância que representa a escola para a educação e formação dos nossos filhos, esse papel cabe-nos em primeiro lugar a nós, pais.
                                                Além do mais, na nossa sociedade ainda não se vê a escola como lugar de aprendizagem, de formação e de preparação para o futuro.
                                                A nossa escola "pública", ainda é vista como um depósito de crianças. Se puderem ficar lá todo o dia "depositados" e forem "entregues" para jantar e ir para a cama já com os TPC feitos, óptimo.

                                                Como é que se pode construir uma sociedade melhor quando a esmagadora maioria dos pais se demite do seu papel de educador deixando exclusivamente os professores a desempenhar não só esse papel, como por vezes também o de pais.

                                                Não me vou alongar mais, senão gastam o lápis azul só comigo, e eu não sou egoísta.

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                                                  Originalmente Colocado por BLADE RUNNER Ver Post
                                                  O que vai valer é que os que lá estão não vão ter maioria absoluta e ainda se vai conseguir arranjar grande parte das asneiras que fizeram.

                                                  Medir uma nação por números e não por saberes só mesmo nós por cá.

                                                  É que, como dizia Fontenelle "Todos os homens se enganam, mas só os grandes homens reconhecem que se enganam".

                                                  Estes, pelo que já deu para ver, nunca se enganam.

                                                  Quanto aos pais, muitos esquecem-se que a grande maioria dos docentes também são pais. Mas sabendo da importância que representa a escola para a educação e formação dos nossos filhos, esse papel cabe-nos em primeiro lugar a nós, pais.
                                                  Além do mais, na nossa sociedade ainda não se vê a escola como lugar de aprendizagem, de formação e de preparação para o futuro.
                                                  A nossa escola "pública", ainda é vista como um depósito de crianças. Se puderem ficar lá todo o dia "depositados" e forem "entregues" para jantar e ir para a cama já com os TPC feitos, óptimo.

                                                  Como é que se pode construir uma sociedade melhor quando a esmagadora maioria dos pais se demite do seu papel de educador deixando exclusivamente os professores a desempenhar não só esse papel, como por vezes também o de pais.

                                                  Não me vou alongar mais, senão gastam o lápis azul só comigo, e eu não sou egoísta.


                                                  Desculpa BLADE RUNNER mas estavas mesmo a pedir .

                                                  Já agora, assino as vezes que for necessário o teu texto

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                                                    Espinho e o suposto futuro...

                                                    Espinho tem as oito salas de aulas mais avançadas do Mundo. O diagnóstico do Governo aponta progressos na modernização do ensino nacional, mas reconhece que ainda há muito a fazer para apanhar os parceiros europeus.
                                                    Duas escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico de Espinho passaram a ter, desde ontem, aquelas que são as mais modernas salas de aulas do país e mesmo do mundo, no que às novas tecnologias diz respeito. Tudo porque a empresa Microfil transformou, a custo zero, quatro salas de ambas as escolas, a EB1/JI Espinho n.º 2 e a Escola da Seara, na freguesia de Silvalde, em espaços verdadeiramente interactivos e digitais com a aplicação do chamado Projecto Camões. Na inauguração esteve presente a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que teve o seu primeiro contacto com o inovador projecto.
                                                    Basicamente, o "Camões" é uma plataforma que permite a interligação e a intercomunicação entre alunos e professores através dos computadores "Magalhães", já distribuídos por cada um dos estudantes, e quadros interactivos, sendo estes utilizados quer por uns quer pelos outros.
                                                    Assim, por exemplo, o que o professor escrever no quadro pode surgir automaticamente nos ecrãs dos computadores pessoais dos alunos. E caso o docente considere interessante o trabalho de determinado aluno, pode igualmente, através do quadro, mostrá-lo a toda a turma. Mais: para ver o andamento dos trabalhos, o docente já não precisa de se deslocar até às carteiras, podendo fazê-lo através do seu próprio computador.
                                                    E se um aluno quiser levantar uma questão ou mesmo responder a uma qualquer pergunta do professor, já não terá de levantar o braço. Bastar-lhe-á clicar no "Magalhães" e a sua fotografia com o seu nome surgirá iluminada no quadro.
                                                    Entre as diversas funções do "Camões" aquela que, porém, chama mais a atenção prende-se com o facto de, caso um aluno seja obrigado a ficar em casa ou até mesmo no hospital devido a doença prolongada, se munido do seu computador, poderá assistir às aulas e até mesmo participar. Deitado na cama, poderá visionar toda a sala e até ser chamado ao quadro. Essa característica do "Camões" permite que uma aula que esteja a ser dada, por exemplo, em Timor ou em Macau, possa ser assistida em Portugal e vice-versa.
                                                    Outra novidade é o facto de todos os conteúdos dados nas aulas, bem como os trabalhos dos alunos, poderem ficar arquivados num servidor, dados estes que irão acompanhar o estudante ao longo de toda a sua vida académica. Até porque, se para já o "Camões" está especialmente adaptado ao "Magalhães" e ao 1.º Ciclo do Ensino Básico, segundo o presidente da Microfil, Manuel Antunes, o objectivo é que a plataforma possa ser usada em todos os outros níveis de ensino.
                                                    Em termos nacionais, no que diz respeito à modernização tecnológica da rede de escolas públicas, um estudo de diagnóstico do Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação do Ministério, de 2008, afirma que "Portugal apresenta, nos últimos cinco anos, uma evolução muito significativa, observando-se, no entanto, ainda um grande atraso face à média europeia e aos objectivos traçados no âmbito do Programa Educação e Formação 2010".
                                                    De acordo com o documento, as principais barreiras à modernização residem nas insuficiências ao nível do acesso (quantidade e qualidade de equipamentos e da internet) e das qualificações e competências.
                                                    In JN

                                                    Destaco pontos positivos e negativos:

                                                    + Um aluno doente pode acompanha as aulas;
                                                    + Trabalhos guardados;
                                                    - Termina-se o contacto professor-aluno tão importante na 1º Ciclo;
                                                    - Não haverá a tal "mão no ar à espera pela vez", sinal na minha opinião de respeito e de educação;

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                                                      Muito interessante este artigo de Maria Filomena Mónica!

                                                      Não, sr. secretário de Estado

                                                      Maria Filomena Mónica
                                                      Valter Lemos nunca participou em debates parlamentares, nunca demonstrou possuir uma ideia sobre Educação. A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, tem aparecido na televisão e até no Parlamento, o mesmo não sucedendo ao seu secretário de Estado, Valter Lemos. É pena, porque este senhor detém competências que lhe conferem um enorme poder sobre o ensino básico e secundário. Intrigada com a personagem, decidi proceder a uma investigação. Eis os resultados a que cheguei.
                                                      Natural de Penamacor, Valter Lemos tem 51 anos, é casado e possui uma licenciatura em Biologia: até aqui nada a apontar. Os problemas surgem com o curriculum vitae subsequente. Suponho que ao abrigo do acordo que levou vários portugueses a especializarem-se em Ciências da Educação nos EUA, obteve o grau de mestre em Educação pela Boston University. A instituição não tem o prestígio da vizinha Harvard, mas adiante. O facto é ter Valter Lemos regressado com um diploma na “ciência” que, por esse mundo fora, tem liquidado as escolas. Foi professor do ensino secundário até se aperceber não ser a sala de aula o seu habitat natural, pelo que passou a formador de formadores, consultor de “projectos e missões do Ministério da Educação” e, entre 1985 e 1990, a professor adjunto da Escola Superior do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
                                                      Em meados da década de 1990, a sua carreira disparou: hoje, ostenta o pomposo título de professor-coordenador, o que, não sendo doutorado, faz pensar que a elevação académica foi política ou administrativamente motivada; depois de eleito presidente do conselho científico da escola onde leccionava, em 1996 seria nomeado seu presidente, cargo que exerceu até 2005, data em que entrou para o Governo. Estava eu sossegadamente a ler o Despacho ministerial nº 11 529/2005, no Diário da República, quando notei uma curiosidade. Ao delegar poderes em Valter Lemos, o texto legal trata-o por “doutor”, título que só pode ser atribuído a quem concluiu um doutoramento, coisa que não aparece mencionada no seu curriculum. Estranhei, como estranhei que a presidência de um politécnico pudesse ser ocupada por um não doutorado, mas não reputo estes factos importantes. Aquando da polémica sobre o título de engenheiro atribuído a José Sócrates, defendi que os títulos académicos nada diziam sobre a competência política: o que importa é saber se mentiram ou não.
                                                      Deixemos isto de lado, a fim de analisar a carreira política do sr. secretário de Estado. Em 2002 e 2005, foi eleito deputado à Assembleia da República, como independente, nas listas do Partido Socialista. Nunca lá pôs os pés, uma vez que a função de direcção de um politécnico é incompatível com a de representante da nação. A sua vida política limita-se, por conseguinte, à presidência de uma assembleia municipal (a de Castelo Branco) e à passagem, ao que parece tumultuosa, pela Câmara de Penamacor, onde terá sofrido o vexame de quase ter perdido o mandato de vereador por excesso de faltas injustificadas, o que só não aconteceu por o assunto ter sido resolvido pela promulgação de uma nova lei.
                                                      Em resumo, Valter Lemos nunca participou em debates parlamentares, nunca demonstrou possuir uma ideia sobre Educação, nunca fez um discurso digno de nota.
                                                      Chegada aqui, deparei-me com uma problema: como saber o que pensa do mundo este senhor? Depois de buscas por caves e esconsos, descobri um livro seu, O Critério do Sucesso: Técnicas de Avaliação da Aprendizagem. Publicado em 1986, teve seis edições, o que pressupõe ter sido o mesmo aconselhado como leitura em vários cursos de Ciências da Educação. Logo na primeira página, notei que S. Excia era um lírico. Eis a epígrafe escolhida: “Quem mais conhece melhor ama.” Afirmava seguidamente que, após a sua experiência como formador de professores, descobrira que estes não davam a devida importância ao rigor na “medição” da aprendizagem. Daí que tivesse decidido determinar a forma correcta como o docente deveria julgar os estudantes. Qualquer regra de bom senso é abandonada, a fim de dar lugar a normas pseudocientíficas, expressas num quadrado encimado por termos como “skill cognitivos”.
                                                      Navegando na maré pedagógica que tem avassalado as escolas, apresenta depois várias “grelhas de análise”. Entre outras coisas, o docente teria de analisar se o aluno “interrompe o professor”, se “não cumpre as tarefas em grupo” e se “ajuda os colegas”.
                                                      Apenas para dar um gostinho da sua linguagem, eis o que diz no subcapítulo “Diferencialidade”: “Após a aplicação do teste e da sua correcção deverá, sempre que possível, ser realizado um trabalho que designamos por análise de itens e que consiste em determinar o índice de discriminação, [sic para a vírgula] e o grau de dificuldade, bem como a análise dos erros e omissões dos alunos. Trata-se portanto, [sic de novo] de determinar as características de diferencialidade do teste.” Na página seguinte, dá-nos a fórmula para o cálculo do tal “índice de dificuldade e o de discriminação de cada item”. É ela a seguinte: Df= (M+P)/N em que Df significa grau de dificuldade, N o número total de alunos de ambos os grupos, M o número de alunos do grupo melhor que responderam erradamente e P o número de alunos do grupo pior que responderam erradamente.
                                                      O mais interessante vem no final, quando o actual secretário de Estado lamenta a existência de professores que criticam os programas como sendo grandes demais ou desadequados ao nível etário dos alunos. Na sua opinião, “tais afirmações escondem muitas vezes, [sic mais uma vez] verdades aparentemente óbvias e outras vezes “desculpas de mau pagador”, sendo difícil apoiá-las ou contradizê-las por não existir avaliação de programas em Portugal”. Para ele, a experiência dos milhares de professores que, por esse país fora, têm de aplicar, com esforço sobre-humano, os programas que o ministério inventa não tem importância.
                                                      Não contente com a desvalorização do trabalho dos docentes, S. Excia decide bater-lhes: “Em certas escolas, após o fim das actividades lectivas, ouvem-se, por vezes, os professores dizer que lhes foi marcado serviço de estatística. Isto é dito com ar de quem tem, contra a sua vontade, de ir desempenhar mais uma tarefa burocrática que nada lhe diz. Ora, tal trabalho, [sic de novo] não deve ser de modo nenhum somente um trabalho de estatística, mas sim um verdadeiro trabalho de investigação, usando a avaliação institucional e programática do ano findo.” O sábio pedagógico-burocrático dixit.
                                                      O que sobressai deste arrazoado é a convicção de que os professores deveriam ser meros autómatos destinados a aplicar regras. Com responsáveis destes à frente do Ministério da Educação, não admira que, em Portugal, a taxa de insucesso escolar seja a mais elevada da Europa. Valter Lemos reúne o pior de três mundos: o universo dos pedagogos que, provindo das chamadas “ciências exactas”, não têm uma ideia do que sejam as humanidades, o mundo totalitário criado pelas Ciências da Educação e a nomenklatura tecnocrática que rodeia o primeiro-ministro.

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                                                        Depois das caretas e sorrisos q acompanharam a leitura (meus e da ruiva), a primeira coisa q disse foi:
                                                        - O mais triste é... O q é q este tipo fez p ser o nosso Secretário de Estado?...


                                                        (a ruiva e o Barreto vão desculpar, mas eu ainda me caso c a M. F. Mónica. Ainda por cima é bonita.)

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                                                          http://forum.autohoje.com/off-topic/...post1062756255

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                                                            INTERVENÇÃO DE NUNO CRATO SOBRE EDUCAÇÃO

                                                            Intervenção do Prof. Dr. Nuno Crato sobre o tema "Educação: pela exigência, o mérito e o direito de escolha", inserida no Ciclo de Conferências de iniciativa do PSD, "Fórum Portugal de Verdade".

                                                            O Professor Universitário Nuno Crato não é militante do PSD e é da área de Matemática. Publicou "O Eduquês em discurso directo" e coordenou "O Desastre no Ensino da Matemática".

                                                            Esta Conferência realizou-se na Cidade de Aveiro, no passado dia 16 de Abril. A ela assistiram 600 pessoas.

                                                            INTERVENÇÃO DE NUNO CRATO SOBRE EDUCAÇÃO Catarse

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                                                              Intervenção de um professor num blog e como resposta a um user, que explica muitas das coisas que se passam na escola:

                                                              Hugo, a carta de um professor humilhado irá ajudá-lo a compreender…
                                                              Aos meus alunos, aos Pais dos meus alunos, aos professores e a todos os meus concidadãos
                                                              Tenho cinquenta e tal anos de idade, trinta e muitos dos quais como docente no ensino secundário e no ensino superior.
                                                              Fiz a Licenciatura com 16 valores, o Estágio Pedagógico com 18 e um mestrado em Ciências da Educação com Muito Bom.
                                                              Dediquei a minha vida à Escola Pública. Fui Presidente do Conselho Executivo (dois mandatos) orientador de estágio pedagógico (3 anos), delegado de grupo / coordenador de departamento (dois mandatos), Presidente do Conselho Pedagógico (um mandato) e director de turma durante vários anos.
                                                              Nos últimos tempos leccionei no ensino superior, com ligação permanente à formação de professores. Desempenhei vários cargos pedagógicos, participei em múltiplos projectos e desenvolvi dois trabalhos de elevado valor científico.
                                                              Entretanto, regressei ao ensino secundário e à minha escola de origem.
                                                              Alguns dos antigos colegas, embora mais novos do que eu e com menos tempo de serviço (compraram o tempo, explicaram-me depois) já se tinham reformado. Eu também já tinha idade, mas faltavam-me alguns meses para o tempo necessário quando mudaram as regras do jogo.
                                                              E como se não bastasse a alteração dessas regras, é aprovado, entretanto, um novo estatuto para a carreira docente. E logo de seguida é aberto o concurso para professores titulares. Um concurso para uma nova categoria onde eu não tinha lugar!
                                                              Não reunia condições. Mesmo com um Mestrado em Ciências da Educação e sem ter dado uma única falta nos últimos sete anos, o meu curriculum valia, apenas, 93 pontos! Faltavam 2 pontos para o mínimo exigido a quem estivesse no 10º escalão.
                                                              Com as novas regras, o meu departamento passou a ser coordenado, a partir do presente ano lectivo, por um professor titular. Um professor que está posicionado no 8º escalão. Tem menos 15 anos de serviço do que eu. Foi meu aluno no ensino secundário e, mais tarde, meu estagiário. Fez um bacharelato com média de 10 valores e no estágio pedagógico obteve a classificação de 11 valores. Recentemente concluiu a licenciatura numa estabelecimento de ensino privado, desconhecendo a classificação obtida.
                                                              É um professor que nunca exerceu qualquer cargo pedagógico, à excepção de director de turma. Nos últimos sete anos deu 84 faltas, algumas das quais para fazer 15 dias de férias na República Dominicana (o atestado médico que utilizou está arquivado na secretaria da escola, enquanto os bilhetes do avião e a factura do hotel constam de um outro processo localizável).
                                                              O seu curriculum vale 84 pontos, menos 9 pontos do que o meu. Contudo, este docente foi nomeado professor titular.
                                                              De acordo com o Senhor Primeiro Ministro e demais membros do seu Governo, com o apoio do Senhor Presidente da República e, agora, com o apoio dos dirigentes sindicais, este professor está em melhores condições do que eu para integrar “ (…) um corpo de docentes altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais autoridade, que assegure em permanência as funções de organização das escolas, para a promoção do sucesso educativo, a prevenção do abandono escolar e a melhoria da qualidade das aprendizagens.”
                                                              A conclusão, embora absurda, é clara: se eu estivesse apenas no 9º escalão, e com os mesmos pontos, seria considerado um docente altamente qualificado, com mais experiência, mais formação e mais autoridade. Como estou no 10º escalão, e não atingindo os 95 pontos, eu já não sou nada.
                                                              Isto é o resultado de uma selecção feita com base na “(…) aplicação de uma grelha de critérios objectivos, observáveis e quantificáveis, com ponderações que permitam distinguir as experiências profissionais mais relevantes (…) [onde se procurou] reduzir ao mínimo as margens de subjectividade e de discricionariedade na apreciação do currículo dos candidatos, reafirmando-se o objectivo de valorizar e dar prioridade na classificação aos professores que têm dado provas de maior disponibilidade para assumir funções de responsabilidade.” É assim que “reza” o DL 200/2007, de 22 de Maio. Admirável!
                                                              Agora consta-se por aí (e por aqui) que aquele professor (coordenador do meu departamento) me irá avaliar…
                                                              Não, isso não será verdade. Esse professor irá, provavelmente, fazer de conta que avalia, porque só pode avaliar quem sabe, quem for mais competente do que aquele que se pretende avaliar.
                                                              O título de “titular” não é, só por si, suficiente. Mesmo que isto seja só para fazer de conta…
                                                              Conhecidos que são os meus interesses, passo ao principal objectivo desta carta, que é, simplesmente, pedir perdão!
                                                              Pedir perdão, em primeiro lugar, aos meus alunos. Pedir perdão a todos os Pais dos meus alunos. Pedir perdão porque estou de professor, mas sem me sentir professor. Tal como milhares de colegas, humilhados e desencorajados, sinto-me transformado num funcionário inútil, à espera da aposentação.
                                                              Ninguém consegue ser bom professor sem um mínimo de dignidade. Ninguém consegue ser bom professor sem um mínimo de paixão.
                                                              As minhas aulas eram, outrora, coloridas, vivas e muito participadas. Com acetatos, diaporamas, vídeos, power point, etc. Hoje é, apenas, o giz e o quadro. Só a preto e branco, com alguns cinzentos à mistura. Sinto-me desmotivado, incapaz de me empenhar e de estimular. Receio vir a odiar a sala de aulas e a própria escola. Receio começar a faltar para imitar o professor titular e coordenador do meu departamento (só não irei passar férias para a República Dominicana porque tenho outras prioridades…). Receio que os professores deste País comecem a fingir que ensinam e a fingir que avaliam. Sim, porque neste país já tudo me parece a fingir.
                                                              Cumprimentos.
                                                              (Um professor anónimo e humilhado, tal como milhares de outros professores)
                                                              Compreendeu, Hugo?
                                                              Fonte: http://educar.wordpress.com/2008/12/...que-de-nervos/
                                                              Editado pela última vez por MariaHelena; 24 June 2009, 00:08.

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