Administração do BPN preocupada com dimensão dos levantamentos do banco
01.04.2009 - 18h00 Lusa
A administração do Banco Português de Negócios (BPN) está preocupada com a dimensão das saídas de depósitos da instituição e admite que a liquidez do banco atingiu valores "insustentáveis a curto prazo".
Numa carta interna dirigida às redes comerciais de retalho e de empresas do BPN, à qual a agência Lusa teve acesso, Jorge Pessoa, administrador do banco recentemente nacionalizado, começa por dizer aos colaboradores que "a situação de liquidez do banco atingiu valores absolutamente inimagináveis e insustentáveis a curto prazo".
"A saída diária de depósitos, em valores que chegam a atingir as dezenas e mesmo as centenas de milhões de euros, sem a necessária e vital compensação, pela via da captação de novos depósitos, está a conduzir a instituição para uma situação muito delicada e de extrema gravidade", escreveu o administrador, acrescentando que o cenário descrito "compromete seriamente o futuro do banco".
Contactado pela agência Lusa, o conselho de administração do BPN escusou-se a prestar quaisquer declarações acerca do conteúdo da nota distribuída por toda a rede comercial do banco.
No resto da missiva, Jorge Pessoa lança vários apelos aos funcionários do BPN com funções comerciais para serem pró-activos na tentativa de captar recursos de clientes: "Não podemos ficar indiferentes a esta realidade. Temos de reagir".
"O negócios, os clientes, muito dificilmente vêm ter connosco. Temos nós (...) que ser capazes de ir ao seu encontro e de os conquistar para o nosso lado", argumentou.
"Por muitos planos de dinamização que se construam, por muitas reuniões comerciais que se realizem, se não acreditarmos que é possível estancar esta 'sangria', se não mudarmos radicalmente de atitude, se não nos auto motivarmos (...) e formos para a rua contactar (actuais e novos clientes), pressionar (actuais clientes), conquistar (novos clientes), muito dificilmente (o termo impossível, desculpem-me a total franqueza e frontalidade, será, provavelmente, o mais adequado) o banco e nós, em especial, teremos futuro", lê-se na carta redigida por Jorge Pessoa e distribuída internamente por 'email' a 25 de Março."
Parece-me que passa-se o seguinte:
Sim, é absurdo, mas é a verdade. Quando um banco em dificuldades como estava o BPN, é nacionalizado, devia ganhar logo um estatuto de credibilidade como a CGD, devia manter os clientes e até aumentá-los, de forma galopante, com credibilidade e com produtos melhores que a concorrência. Mas o que faz a nova administração? Totalmente o contrário! Quem tinha dinheiro no BPN, era sobretudo pessoal que anda sempre à procura do melhor rendimento e não se fia apenas pelo sorriso das funcionárias da CGD. A partir do momento que não oferece vantagens competitivas em relação à concorrência, estavam à espera de quê? É verdade que os contribuintes iam pagar pelos roubos cometidos no banco no passado e que espero que sejam julgados. Mas começa a ser notório que ainda vão perder mais dinheiro com esta atitude pós nacionalização... e desta vez "não há culpados". Mas não sei o que esta administração percebe de sistemas financeiros....
01.04.2009 - 18h00 Lusa
A administração do Banco Português de Negócios (BPN) está preocupada com a dimensão das saídas de depósitos da instituição e admite que a liquidez do banco atingiu valores "insustentáveis a curto prazo".
Numa carta interna dirigida às redes comerciais de retalho e de empresas do BPN, à qual a agência Lusa teve acesso, Jorge Pessoa, administrador do banco recentemente nacionalizado, começa por dizer aos colaboradores que "a situação de liquidez do banco atingiu valores absolutamente inimagináveis e insustentáveis a curto prazo".
"A saída diária de depósitos, em valores que chegam a atingir as dezenas e mesmo as centenas de milhões de euros, sem a necessária e vital compensação, pela via da captação de novos depósitos, está a conduzir a instituição para uma situação muito delicada e de extrema gravidade", escreveu o administrador, acrescentando que o cenário descrito "compromete seriamente o futuro do banco".
Contactado pela agência Lusa, o conselho de administração do BPN escusou-se a prestar quaisquer declarações acerca do conteúdo da nota distribuída por toda a rede comercial do banco.
No resto da missiva, Jorge Pessoa lança vários apelos aos funcionários do BPN com funções comerciais para serem pró-activos na tentativa de captar recursos de clientes: "Não podemos ficar indiferentes a esta realidade. Temos de reagir".
"O negócios, os clientes, muito dificilmente vêm ter connosco. Temos nós (...) que ser capazes de ir ao seu encontro e de os conquistar para o nosso lado", argumentou.
"Por muitos planos de dinamização que se construam, por muitas reuniões comerciais que se realizem, se não acreditarmos que é possível estancar esta 'sangria', se não mudarmos radicalmente de atitude, se não nos auto motivarmos (...) e formos para a rua contactar (actuais e novos clientes), pressionar (actuais clientes), conquistar (novos clientes), muito dificilmente (o termo impossível, desculpem-me a total franqueza e frontalidade, será, provavelmente, o mais adequado) o banco e nós, em especial, teremos futuro", lê-se na carta redigida por Jorge Pessoa e distribuída internamente por 'email' a 25 de Março."
Parece-me que passa-se o seguinte:
Sim, é absurdo, mas é a verdade. Quando um banco em dificuldades como estava o BPN, é nacionalizado, devia ganhar logo um estatuto de credibilidade como a CGD, devia manter os clientes e até aumentá-los, de forma galopante, com credibilidade e com produtos melhores que a concorrência. Mas o que faz a nova administração? Totalmente o contrário! Quem tinha dinheiro no BPN, era sobretudo pessoal que anda sempre à procura do melhor rendimento e não se fia apenas pelo sorriso das funcionárias da CGD. A partir do momento que não oferece vantagens competitivas em relação à concorrência, estavam à espera de quê? É verdade que os contribuintes iam pagar pelos roubos cometidos no banco no passado e que espero que sejam julgados. Mas começa a ser notório que ainda vão perder mais dinheiro com esta atitude pós nacionalização... e desta vez "não há culpados". Mas não sei o que esta administração percebe de sistemas financeiros....
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