Stiglitz propõe a criação de nova moeda internacional que substitua o dólar
A criação de um substituto ao dólar como sistema de reservas global é uma das recomendações que a comissão nomeada pelas Nações Unidas, e liderada por Joseph Stiglitz, apresentou para ser discutida na reunião de alto nível da ONU para debater a crise financeira, que decorrerá no início de Junho.
O documento conta com dez recomendações para implementação imediata e outras dez, de carácter estrutural - nas quais se inclui a novo sistema de reservas - para as quais os trabalhos de preparação devem começar já, mas cuja implementação só será possível a médio prazo.
O novo sistema de reservas, que elimine o dólar, foi considerado como a medida "mais importante a médio prazo" por Stiglitz na passagem por Portugal na passada sexta-feira.
A discussão sobre o tema foi reforçada pelas autoridades chinesas - que detêm muitos milhões de dólares em reservas - quando em Março se mostraram desconfortáveis com a possibilidade dos EUA desvalorizarem o dólar, chegando mesmo a sugerir a criação de um modelo deste tipo.
A proposta não foi comentada pela Administração Obama que preza - e muito - os benefícios de deter a moeda de reserva internacional, nomeadamente porque lhes permite endividar-se e gerir défices externos altos a custos muitos baixos.
Entre as recomendações para o curto prazo estão a necessidade de mais dinheiro no combate à crise, especialmente para os países em desenvolvimento. A comissão defende também que seja retirado ao FMI o monopólio das ajudas financeiras aos países em dificuldades, e contrariada a tendência da instituição para impor políticas pró-cíclicas - como cortes de défices orçamentais.
Os países ricos devem ainda compensar os países pobres pelo facto de, através dos subsídios que estão a dar aos seus bancos, estarem a ditar saídas significativas de dinheiro dos países em desenvolvimento.
As propostas da Comissão Stiglitz são apresentadas como complementares às medidas já tomadas, nomeadamente pelo G-20, mas surgem em forte contraste com o rumo que está a ser seguido.
O prémio Nobel da Economia de 2001 esteve em Portugal para participar nas Conferências do Estoril. Deixou fortes críticas às instituições financeiras, defendeu a importância de mais e melhor regulação, maior peso do Estado e a alteração de um modelo de globalização baseado no consumo excessivo, para um modelo baseado no conhecimento, na cultura e em políticas económicas sustentáveis, como o apoio a energias renováveis (pág. 11), e a uma melhor redistribuição de rendimento.
Veja aqui as recomendações da Comissão liderada por Stiglitz
Fonte: Jornal de Negocios
A criação de um substituto ao dólar como sistema de reservas global é uma das recomendações que a comissão nomeada pelas Nações Unidas, e liderada por Joseph Stiglitz, apresentou para ser discutida na reunião de alto nível da ONU para debater a crise financeira, que decorrerá no início de Junho.
O documento conta com dez recomendações para implementação imediata e outras dez, de carácter estrutural - nas quais se inclui a novo sistema de reservas - para as quais os trabalhos de preparação devem começar já, mas cuja implementação só será possível a médio prazo.
O novo sistema de reservas, que elimine o dólar, foi considerado como a medida "mais importante a médio prazo" por Stiglitz na passagem por Portugal na passada sexta-feira.
A discussão sobre o tema foi reforçada pelas autoridades chinesas - que detêm muitos milhões de dólares em reservas - quando em Março se mostraram desconfortáveis com a possibilidade dos EUA desvalorizarem o dólar, chegando mesmo a sugerir a criação de um modelo deste tipo.
A proposta não foi comentada pela Administração Obama que preza - e muito - os benefícios de deter a moeda de reserva internacional, nomeadamente porque lhes permite endividar-se e gerir défices externos altos a custos muitos baixos.
Entre as recomendações para o curto prazo estão a necessidade de mais dinheiro no combate à crise, especialmente para os países em desenvolvimento. A comissão defende também que seja retirado ao FMI o monopólio das ajudas financeiras aos países em dificuldades, e contrariada a tendência da instituição para impor políticas pró-cíclicas - como cortes de défices orçamentais.
Os países ricos devem ainda compensar os países pobres pelo facto de, através dos subsídios que estão a dar aos seus bancos, estarem a ditar saídas significativas de dinheiro dos países em desenvolvimento.
As propostas da Comissão Stiglitz são apresentadas como complementares às medidas já tomadas, nomeadamente pelo G-20, mas surgem em forte contraste com o rumo que está a ser seguido.
O prémio Nobel da Economia de 2001 esteve em Portugal para participar nas Conferências do Estoril. Deixou fortes críticas às instituições financeiras, defendeu a importância de mais e melhor regulação, maior peso do Estado e a alteração de um modelo de globalização baseado no consumo excessivo, para um modelo baseado no conhecimento, na cultura e em políticas económicas sustentáveis, como o apoio a energias renováveis (pág. 11), e a uma melhor redistribuição de rendimento.
Veja aqui as recomendações da Comissão liderada por Stiglitz
Fonte: Jornal de Negocios
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