Vi a reportagem e ainda bem que a fizeram. Não se resolveu nada mas falou-se no assunto e dá que pensar a quem tem cabeça e juízo.
A começar pelo jornalista, acho que levantou questões muito pertinentes, por mais básicas que fossem, por exemplo as perguntas que foram feitas ao "alunos"...
Dos convidados, o costume: um psicólogo que vê as coisas um bocado côr-de-rosa, tinha opiniões e ideias mas que acho que não resultam em casos onde tudo falha; uma professora que relata o dia-a-dia e que serve para conhecermos melhor o que passam, enfim, o depoimento da realidade; Outra professora (Fátima Bonifácio) que falou muito bem e de uma pessoa assim é que precisávamos para tomar decisões neste país, uma pessoa implacável em relação a coisas que não podem acontecer; e um secretário de estado com um discurso pomposo mas que não apresenta ideias nem soluções para situações daquela dimensão.
Dizia o senhor que a escola tem que ser isto e aquilo... então mas um mânfio daqueles cujos pais devem ser iguais ou piores vai integrar-se ou respeitar o que quer que seja que a escola seja ou represente?
Dizia que naquele caso especifico e que era raro (ou não), os professores deviam queixar-se às autoridades e naqueles casos os problemas têm que ser resolvidos com as autoridades... eu não sei se hei-de rir ou chorar com estas fantásticas ideias. Num PAÍS, sim senhor, as autoridades tomariam conta da situação. Mas nós não vivemos num PAÍS! Vêem a diferença? Estou a imaginar:
"Queria fazer queixa do meu aluno de 14 anos que me deu uma chapada e de um colega de 15 que me espetou com uma cadeira em cima."
Autoridade: "Nós vamos falar com os pais mas em principio não podemos fazer nada, são menores..." Entretanto não vão falar coisa nenhuma com os pais porque na melhor das hipóteses saem vivos do bairro dos "meninos".
E no dia seguinte na aula leva mais um enxerto dos alunos e à saída leva dos pais...
Que ideia inédita e espectacular... queixem-se às autoridades...
Outra: a escola devia dar resposta ao aluno que queria aprender carpintaria. Ora bem, vejamos se percebi. O sujeito tinha a 4ª classe e ia agora ter não sei quantos anos só de trabalhos manuais? Não tinha mais disciplinas nenhumas? Se tivesse também não punha lá os pés... Mas ia ter trabalhos manuais durante quanto tempo? 5 anos? 8?
Mesmo supondo que o sujeito se interessava pela coisa e havia um programa, todos nós sabemos as excelentes condições que os nossos estabelecimentos de ensino têm, ainda mais ao nivel das oficinas e laboratórios numa escola daquelas... deve ser um mimo!
De discursos irrealistas destes que não têm seguimento já nós estamos de umbigo ao lado. Até acredito que haja alguma vontade mas isso não chega.
É o problema deste país: é ser governado por quem vive à margem da miséria, por quem não conhece, não sente como as coisas estão...
A começar pelo jornalista, acho que levantou questões muito pertinentes, por mais básicas que fossem, por exemplo as perguntas que foram feitas ao "alunos"...
Dos convidados, o costume: um psicólogo que vê as coisas um bocado côr-de-rosa, tinha opiniões e ideias mas que acho que não resultam em casos onde tudo falha; uma professora que relata o dia-a-dia e que serve para conhecermos melhor o que passam, enfim, o depoimento da realidade; Outra professora (Fátima Bonifácio) que falou muito bem e de uma pessoa assim é que precisávamos para tomar decisões neste país, uma pessoa implacável em relação a coisas que não podem acontecer; e um secretário de estado com um discurso pomposo mas que não apresenta ideias nem soluções para situações daquela dimensão.
Dizia o senhor que a escola tem que ser isto e aquilo... então mas um mânfio daqueles cujos pais devem ser iguais ou piores vai integrar-se ou respeitar o que quer que seja que a escola seja ou represente?
Dizia que naquele caso especifico e que era raro (ou não), os professores deviam queixar-se às autoridades e naqueles casos os problemas têm que ser resolvidos com as autoridades... eu não sei se hei-de rir ou chorar com estas fantásticas ideias. Num PAÍS, sim senhor, as autoridades tomariam conta da situação. Mas nós não vivemos num PAÍS! Vêem a diferença? Estou a imaginar:
"Queria fazer queixa do meu aluno de 14 anos que me deu uma chapada e de um colega de 15 que me espetou com uma cadeira em cima."
Autoridade: "Nós vamos falar com os pais mas em principio não podemos fazer nada, são menores..." Entretanto não vão falar coisa nenhuma com os pais porque na melhor das hipóteses saem vivos do bairro dos "meninos".
E no dia seguinte na aula leva mais um enxerto dos alunos e à saída leva dos pais...
Que ideia inédita e espectacular... queixem-se às autoridades...
Outra: a escola devia dar resposta ao aluno que queria aprender carpintaria. Ora bem, vejamos se percebi. O sujeito tinha a 4ª classe e ia agora ter não sei quantos anos só de trabalhos manuais? Não tinha mais disciplinas nenhumas? Se tivesse também não punha lá os pés... Mas ia ter trabalhos manuais durante quanto tempo? 5 anos? 8?
Mesmo supondo que o sujeito se interessava pela coisa e havia um programa, todos nós sabemos as excelentes condições que os nossos estabelecimentos de ensino têm, ainda mais ao nivel das oficinas e laboratórios numa escola daquelas... deve ser um mimo!
De discursos irrealistas destes que não têm seguimento já nós estamos de umbigo ao lado. Até acredito que haja alguma vontade mas isso não chega.
É o problema deste país: é ser governado por quem vive à margem da miséria, por quem não conhece, não sente como as coisas estão...
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