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"O Problema Financeiro" já existia nos tempos de Salazar x Plano de Obama p/ a crise

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    #61
    Originalmente Colocado por PortuguesAoVolante Ver Post
    Mas estamos num fórum a trocar ideias e experiências, ou estamos numa arena de deathmatch? A minha motivação para participar neste tópico é para confraternizar e até aprender um pouco, não é para andar a medir...
    Exactamente, até porque não estamos nem vamos decidir nada aqui!

    Comentário


      #62
      Voltando ao tópico...

      Gosto sempre de ler experiências de vida como as do PéLeve e a do gtabarth... só que também é verdade que Salazar criou o seu próprio ecossistema, muito protegido, e isto tudo só funcionava nessa redoma artifical de prosperidade.

      Claro que há consequências positivas, como o facto de haver baixo desemprego, como dizem só era preciso o homem trabalhar, os secundários chegavam para as exigências do país... mas ao mesmo tempo que uma família sustentava-se com um salário, era socialmente estranho ter a mulher a trabalhar, pois era para ser dona de casa. E nem podia sair do país sem autorização do marido, nem sair à noite sozinha!!

      Salazar só tarde é que percebeu que o país não podia viver só da agricultura(!), o arranque industrial deu-se anos mais tarde que o resto da Europa. Quando o regime foi abaixo e acabou essa redoma proteccionista, notou-se claramente como Portugal estava super-vulnerável: um tecido empresarial obsoleto e pouco dado a exportações, devido ao excesso de intervenção do Estado novo; mão de obra qualificada inexistente para indústrias emergentes da altura (electrónica, etc)

      Nenhuma ditadura traz prosperidade a longo prazo. Até o Franco percebeu isso.

      E volto a insistir na mesma tecla: hoje a educação em Portugal ainda sofre do desinvestimento que caracterizou a política do Estado Novo, e a nossa economia ressente-se disso.

      Comentário


        #63
        Originalmente Colocado por PeLeve Ver Post
        Estou careca de dizer isso aqui.

        Eu fui filho de operários (operário que também eu fui), ambos, pai e mãe, trabalhavam e nunca nos privámos de nada.

        Na altura, recordo-me bem, tínhamos possibilidades de comprar, a pronto, vários carros e várias casas. Tudo sem bancos nem quaisquer créditos. Lembro-me de sempre ter tido televisão, máquina de lavar roupa e frigorífico, coisas banais hoje mas que naquele tempo só tinha quem trabalhava muito, como os meus pais faziam.

        Hoje vivo bem. Posso dizer que vivo bem acima da média nacional, pois somos dois a trabalhar e temos apenas uma filha, actualmente na faculdade. Mas em comparação com aquilo que eu tive, da oferta da minha infância... Bem, nada a ver...

        Naqueles tempos não havia a preciosa Liberdade e Democracia que temos hoje, mas, em compensação, o país não era ingrato e quem trabalhava tinha de seu. Quem era pobre tinha ajuda. Não haviam parasitas como há hoje...

        O País não singrava apenas e só pela mentalidade mesquinha e porque não havia abertura externa, nem a oferta que há hoje. Hoje o país não singra apesar da completa abertura externa...
        Eu felizmente não sou desse tempo, e digo felizmente porque hoje apesar da injustiça social não se cometem as atrocidades que se cometiam nessa altura.

        Pelos relatos que vou ouvindo de muitas pessoas desse tempo fico sem perceber porque razão existiu o 25 de Abril. Afinal aquilo é que era bom.

        E não se esqueçam de um importante facto. Naquele tempo havia colónias de onde Portugal retirava muitas das suas receitas. Naquele tempo não era preciso haver a abertura externa porque a abertura era feita por imposição.

        A guerra colonial não aconteceu por acaso, se não houvesse interesse naqueles territórios não havia guerra, aliás todas as guerras são feitas de interesses.

        Hoje toda a Europa está com problemas em singrar, não é só o mercado português, a globalização a isso levou.
        Portugal tem mais problemas que a maioria apenas porque fez uma má gestão e não pela abertura externa.

        Comentário


          #64
          Originalmente Colocado por vsfce Ver Post
          Eu felizmente não sou desse tempo, e digo felizmente porque hoje apesar da injustiça social não se cometem as atrocidades que se cometiam nessa altura.

          Pelos relatos que vou ouvindo de muitas pessoas desse tempo fico sem perceber porque razão existiu o 25 de Abril. Afinal aquilo é que era bom.

          E não se esqueçam de um importante facto. Naquele tempo havia colónias de onde Portugal retirava muitas das suas receitas. Naquele tempo não era preciso haver a abertura externa porque a abertura era feita por imposição.

          A guerra colonial não aconteceu por acaso, se não houvesse interesse naqueles territórios não havia guerra, aliás todas as guerras são feitas de interesses.

          Hoje toda a Europa está com problemas em singrar, não é só o mercado português, a globalização a isso levou.
          Portugal tem mais problemas que a maioria apenas porque fez uma má gestão e não pela abertura externa.
          O 25 de abril é a revolta dos militares, causado pela guerra colonial.


          Se dependesses do zé povinho, ainda hoje vivias em ditadura.

          Eu também não sou daquele tempo como bem sabes, mas é a ideia que tenho do 25 de abril.

          Comentário


            #65
            Originalmente Colocado por PortuguesAoVolante Ver Post
            Escolas primárias e preparatórias? Isso é "gastar" na educação?

            Só para ter uma ideia, sabes qual era a taxa de analfabetismo de Portugal por alturas do 25 de Abril?
            Off Off topic:

            Pois claro!

            Gastar na educação é distribuir Magalhães comprados a uma empresa com uma situação fiscal pouco clara, sem concurso.
            Gastar na educação é pagar a crianças para fazerem de figurantes...
            Gastar na educação é contratar o jurista de Coimbra por uns valentes milhares de euros para sistematizar a legislação existente e o trabalho ficar a meio...
            Gastar na educação é comprar estudos ao João Freire para rebentar com o sistema...
            Gastar na educação é mandar pintar as escolas por fora em ano eleitoral...

            Viva a 5ª República!

            Comentário


              #66
              Originalmente Colocado por vsfce Ver Post
              Eu felizmente não sou desse tempo, e digo felizmente porque hoje apesar da injustiça social não se cometem as atrocidades que se cometiam nessa altura.

              Pelos relatos que vou ouvindo de muitas pessoas desse tempo fico sem perceber porque razão existiu o 25 de Abril. Afinal aquilo é que era bom.

              E não se esqueçam de um importante facto. Naquele tempo havia colónias de onde Portugal retirava muitas das suas receitas. Naquele tempo não era preciso haver a abertura externa porque a abertura era feita por imposição.

              A guerra colonial não aconteceu por acaso, se não houvesse interesse naqueles territórios não havia guerra, aliás todas as guerras são feitas de interesses.

              Hoje toda a Europa está com problemas em singrar, não é só o mercado português, a globalização a isso levou.
              Portugal tem mais problemas que a maioria apenas porque fez uma má gestão e não pela abertura externa.
              Pois é, mas o abusos hoje também ocorrem, basta ler as notícias...

              Havia guerra. Sim, era hediondo o nosso país estar em guerra. Mas a guerra não era condição nem característica desse tempo, nem era preciso existir, se os daquele tempo o não quisessem!

              A nossa cara Democracia também não existia. E que bom ela ter vindo. Mas o pior daqueles tempos eram os bufos da PIDE, talvez piores do que a própria, que delatavam os vizinhos... Muitos deles, que conheço pessoalmente, passaram a ser de esquerda logo após o 25 de Abril e inscreveram-se em partidos políticos a condizer...

              O mal não são, a mais das vezes, os regimes, mas as pessoas e aquilo que fazem das ferramentas que têm!... Veja-se que hoje em muitas coisas até estamos pior, basta ler as notícias...

              Ah, e, com o sabes, eu sou daquele tempo!

              Comentário


                #67
                Originalmente Colocado por Israel Ver Post
                O 25 de abril é a revolta dos militares, causado pela guerra colonial.


                Se dependesses do zé povinho, ainda hoje vivias em ditadura.

                Eu também não sou daquele tempo como bem sabes, mas é a ideia que tenho do 25 de abril.
                Dos militares e de um conjunto de personalidades que eram contra o regime.

                Mas isso ainda não mudou, ainda hoje é assim, o vulgo Zé Povinho continua igual, não quer saber de política, não quer saber dos graves problemas que o país tem, quer é viver a sua vidinha descansado e os outros que resolvam os problemas.

                Aliás se houver uma manifestação ou uma greve o povo sai todo à rua, mas a maioria não sabe o que está a reivindicar.

                Comentário


                  #68
                  Os regimes valem pelo uso que deles se fizer. Concordo.

                  "O primeiro grande passo nesse processo de destruição da democracia portuguesa, foi o assassínio do Rei. E os Portugueses teriam que esperar 64 anos para usufruírem da Democracia. O Regicídio conduziu o País à anarquia do pós 5 de Outubro de 1910 e é neste contexto que nasce a Ditadura do Estado Novo, que havia de amordaçar os Portugueses até 1974. (...) Portugal, sai prejudicado e amordaçado pela anarquia de 1908 até 1926. E continua amordaçado pela Ditadura do Estado Novo de 1926 até 1974, ficando assim impedido de percorrer a jornada democrática comum a todas as monarquias europeias, hoje todas elas mais ricas e desenvolvidas que Portugal. O Regicídio de Dom Carlos e Dom Luis Filipe é por isso mesmo, o assassinato da liberdade e do desenvolvimento sustentado de todos os Portugueses."

                  Aqui

                  Comentário


                    #69
                    Originalmente Colocado por Manoel Ver Post
                    Off Off topic:

                    Pois claro!

                    Gastar na educação é distribuir Magalhães comprados a uma empresa com uma situação fiscal pouco clara, sem concurso.
                    Gastar na educação é pagar a crianças para fazerem de figurantes...
                    Gastar na educação é contratar o jurista de Coimbra por uns valentes milhares de euros para sistematizar a legislação existente e o trabalho ficar a meio...
                    Gastar na educação é comprar estudos ao João Freire para rebentar com o sistema...
                    Gastar na educação é mandar pintar as escolas por fora em ano eleitoral...

                    Viva a 5ª República!
                    Bem metida.
                    Não sei o que é mais grave: desprezar a educação, como fez Salazar, ou brincar com ela, como faz o Sócrates... mas a história encarregar-se-à de colocar estes dois no mesmo lugar...

                    Comentário


                      #70
                      Originalmente Colocado por PeLeve Ver Post
                      Pois é, mas o abusos hoje também ocorrem, basta ler as notícias...

                      Havia guerra. Sim, era hediondo o nosso país estar em guerra. Mas a guerra não era condição nem característica desse tempo, nem era preciso existir, se os daquele tempo o não quisessem!

                      A nossa cara Democracia também não existia. E que bom ela ter vindo. Mas o pior daqueles tempos eram os bufos da PIDE, talvez piores do que a própria, que delatavam os vizinhos... Muitos deles, que conheço pessoalmente, passaram a ser de esquerda logo após o 25 de Abril e inscreveram-se em partidos políticos a condizer...

                      O mal não são, a mais das vezes, os regimes, mas as pessoas e aquilo que fazem das ferramentas que têm!... Veja-se que hoje em muitas coisas até estamos pior, basta ler as notícias...

                      Ah, e, com o sabes, eu sou daquele tempo!
                      Os abusos de hoje não são comparáveis aos do regime, e se hoje podemos exigir explicações antigamente não podias sequer questionar.

                      A guerra foi necessária para os nossos "colonos" obterem a liberdade que tanto almejavam e deixarem de ser escravos aqui dos tugas. Mas como é óbvio Salazar não podia deixar isso acontecer porque afinal estava ali a sua galinha de ovos de ouro.

                      Deixo aqui uma questão a quem é desse tempo? Havia impostos nesse tempo? Havia a carga fiscal que existe hoje? Não havia pois não? Sabes porquê? Porque antigamente havia tínhamos escravos e hoje somos escravos de nós próprios.

                      Hoje a nossa riqueza provém apenas daquilo que produzimos, durante anos andamos a "mamar" dinheiro que não era nosso por direito, dinheiro sujo.
                      Quando acabou a "mama" arranjamos outra, aderimos à UE está claro, e agora estamos sujeitos às consequências.

                      Portugal nunca conseguiu sustentar-se sozinho, tivemos sempre ajudas de terceiros por isso agora que isso está a acabar verificamos que temos um endividamento igual ao PIB.

                      Atenção que esta é apenas a minha opinião, que pode estar completamente errada mas é da forma que eu vejo e sempre vi este país.
                      Editado pela última vez por vsfce; 07 February 2010, 22:20.

                      Comentário


                        #71
                        Originalmente Colocado por CharGerGTi Ver Post
                        Não havia ensino secundário como hoje é, ou seja, 10, 11º e 12º ano. Mais nem havia o 7º, 8º e 9º e o 5º e 6º foram criados em 1969, salvo erro. Como podes bem ler no link que deste.
                        Por um dos links que eu dei:

                        1926:

                        - O Ensino liceal é reduzido de 7 para 6 anos. O Curso Geral, mantém os cinco anos, mas os Cursos Complementares ficam reduzidos a um ano cada um. No ano seguinte, os cursos complementares voltam de novo a ter dois anos cada.

                        - Alguns dados estatísticos do ensino liceal público: Liceus- 33; Professores - 836; Alunos - 12.604, sendo 2960 raparigas.

                        1947/48:

                        - A reforma do ensino liceal repõe os planos curriculares anteriores a 1936. O curso geral volta a ter 5 anos, em regime de classes, e o curso complementar divide-se em "letras" e "ciências".

                        Comentário


                          #72
                          Só uma pergunta de quem não viveu nesse tempo.


                          Tinha de haver engenheiros, e economistas, e médicos etc.

                          Para se entrar para a faculdade era logo no 7º ano?

                          Havia 12º e médias?

                          As faculdades como funcionavam?

                          Comentário


                            #73
                            Originalmente Colocado por gtabarth Ver Post
                            Agora uma coisa sei!
                            Uma família típica de 1 homem + 1 mulher + 2 crianças, no tempo do Salazar, bastava o Homem ser por exemplo bancário, empregado de escritório, funcionário de uma repartição, que por si só sustentava a mulher e 2 filhos e ainda pagava a uma empregada doméstica.
                            Hoje com os dois elementos do casal a trabalhar, muito dificilmete se sustentam a eles próprios, quanto mais aos filhos.
                            O meu pai trabalhou na TAP e nunca tivemos posses para termos uma empregada (mas nem era preciso, a minha mãe não trabalhava).

                            Carros, o meu pai teve um Renault 10 comprado em 2ª mão antes do 25 de Abril, depois desse comprou um Rover 213 em 1987 comprado novo a pronto e um Seat Toledo em 2000 também novo (parte a crédito).

                            Férias, normalmente num parque de campismo durante 2 ou 3 semanas. Nunca passei férias com os meus pais em hotéis.

                            Tanto eu como a minha irmã andámos sempre em escolas e universidades públicas. Eu estive 1 ano num infantário.

                            Comentário


                              #74
                              Originalmente Colocado por Israel Ver Post
                              Só uma pergunta de quem não viveu nesse tempo.


                              Tinha de haver engenheiros, e economistas, e médicos etc.

                              Para se entrar para a faculdade era logo no 7º ano?

                              Havia 12º e médias?

                              As faculdades como funcionavam?
                              Havia o curso liceal que era o tal para as classes abastadas e que dava direito a entrar na universidade. Esse curso liceal tinha uma duração de 6 ou 7 anos.

                              Comentário


                                #75
                                Depois do que foi dito e testemunhado por alguem, ainda dizes que Salazar desprezou a educação. lol

                                Eu não estou a afirmar que ele foi um heroi, ele tomou muitas decisões erradas, que muito prejudicaram Portugal, mas vejo agora pessoas numa democracia a fazer coisas muito piores! Não façam dele bode expiatório, porque ele não foi dos piores.

                                Nós tivemos dezenas de marcas de carros, motas, bicicletas, autocarros, camiões, máquinas agricolas, etc, que quando decidiram abrir Portugal á Europa nenhuma se aguentou. Salazar foi ao contrário, fechou-nos demasiado ao mundo, talvez um meio termo tivesse sido melhor.

                                Ao dar a tua opinião sobre factos históricos devias a fundamentar ou explicar o que possas querer dizer (literalmente que andámos a chular as colónias e nem isso é completamente verdade).

                                No século XVIII foi aliás Portugal a tomar a dianteira na abolição da escravatura. Decorria o Reinado de D. José I quando, em 12 de Fevereiro de 1761, esta foi abolida pelo Marquês de Pombal no Reino/Metrópole e na Índia.
                                No Século XIX, em 1836, o tráfico de escravos foi abolido em todo o Império. Os primeiros escravos a serem libertados foram os do Estado, por Decreto de 1854, mais tarde, os das Igrejas, por Decreto de 1856. Com a lei de 25 de Fevereiro de 1869 proclamou-se a abolição da escravatura em todo o Império Português, até ao termo definitivo de 1878.
                                A nossa riqueza hoje vem do dinheiro da Europa. Entre 2000 e 2006 tivemos 20,5 mil milhões de euros e nem os gastámos todos... Isto vem do Quadro Comunitário de Apoio III, neste momento estamos no IV que não sei os valores.

                                Comentário


                                  #76
                                  Há aqui alguns testemunhos bem interessantes e que me levam também a acrescentar umas coisas.

                                  Nasci em 56, entrei para a escola em 62, para o liceu em 66, para a faculdade em 73 e comecei a trabalhar em 78. Hoje em dia, trinta e um anos passados, estou a escrever uma dissertação de mestrado, que isto tem que ser aprender até morrer.

                                  Mais do que o viver melhor ou pior, o importante é as pessoas sentirem que as coisas estão a correr bem, que há lugar para ter anseios e correr atrás deles. Isso é aquilo que falta hoje em dia e, infelizmente, a "crise" está, de uma forma ou doutra, a atingir grande parte das pessoas.

                                  De qualquer forma, e recuando, achei desde sempre que o ensino em Portugal era de má qualidade. Sempre vi a mesma coisa: um ou outro aluno que se destaca, alguns jeitosos, uma maioria sofrível ou medíocre e, lá no fundo, os verdadeiramente maus. Lembro-me de pessoas à minha volta que não sabiam português, matemática ou física, história e geografia. Quanto ao inglês, nem falar.

                                  No ano passado viajei um pouco: Itália, Áustria, Suiça, Alemanha. Em qualquer destes países, no hotel, no restaurante, na bomba de gasolina, etc, toda a gente fala um inglês bom ou excelente. Vamos agora ao Algarve e comparemos - a diferença é desanimadora e envergonha-nos. Há três anos frequentei uma pós-graduação. A faculdade queria trazer um especialista americano para dar duas semanas de aulas. Acabou por desistir, por causa do inglês. Chocante, tendo em conta que a esmagadora maioria dos alunos tinha cerca de vinte cinco anos. (Quase tudo malta que já fez InterRail, Erasmus, etc.)

                                  Este é um dos nossos problemas: um atraso estrutural que começa a ser incompreensível e que eu acho que é quase endémico. A maioria dos jovens pode ter um bom rendimento escolar. Basta que entenda que isso é natural e que é para isso que ele anda na escola.

                                  Fugi um bocado do tópico - ou, se calhar, não fugi. Temos que ser uma sociedade de pessoas competentes. A vida tornar-se-à muito mais fácil e simples. Toda a gente ganha. Toda a gente fica contente.
                                  Editado pela última vez por JotaeMe; 07 February 2010, 22:30.

                                  Comentário


                                    #77
                                    Originalmente Colocado por vsfce Ver Post
                                    Os abusos de hoje não são comparáveis aos do regime, e se hoje podemos exigir explicações antigamente não podias sequer questionar.

                                    A guerra foi necessária para os nossos "colonos" obterem a liberdade que tanto almejavam e deixarem de ser escravos aqui dos tugas. Mas como é óbvio Salazar não podia deixar isso acontecer porque afinal estava ali a sua galinha de ovos de ouro.

                                    Deixo aqui uma questão a quem é desse tempo? Havia impostos nesse tempo? Havia a carga fiscal que existe hoje? Não havia pois não? Sabes porquê? Porque antigamente havia tínhamos escravos e hoje somos escravos de nós próprios.

                                    Hoje a nossa riqueza provém apenas daquilo que produzimos, durante anos andamos a "mamar" dinheiro que não era nosso por direito, dinheiro sujo.
                                    Quando acabou a "mama" arranjamos outra, aderimos à UE está claro, e agora estamos sujeitos às consequências.

                                    Portugal nunca conseguiu sustentar-se sozinho, tivemos sempre ajudas de terceiros por isso agora que isso está a acabar verificamos que temos um endividamento igual ao PIB.

                                    Atenção que esta é apenas a minha opinião, que pode estar completamente errada mas é da forma que eu vejo e sempre vi este país.
                                    Ninguém consegue sustentar-se sozinho. Portugal tampouco.

                                    Os abusos de hoje são de outra índole, por isso não sei se são "melhores" ou "piores" do que os de "ontem"... Continuam graves, isso sim...

                                    Originalmente Colocado por JotaeMe Ver Post
                                    Há aqui alguns testemunhos bem interessantes e que me levam também a acrescentar umas coisas.

                                    Nasci em 56, entrei para a escola em 62, para o liceu em 66, para a faculdade em 73 e comecei a trabalhar em 78. Hoje em dia, trinta e um anos passados, estou a escrever uma dissertação de mestrado, que isto tem que ser aprender até morrer.

                                    Mais do que o viver melhor ou pior, o importante é as pessoas sentirem que as coisas estão a correr bem, que há lugar para ter anseios e correr atrás deles. Isso é aquilo que falta hoje em dia e, infelizmente, a "crise" está, de uma forma ou doutra, a atingir grande parte das pessoas.

                                    De qualquer forma, e recuando, achei desde sempre que o ensino em Portugal era de má qualidade. Sempre vi a mesma coisa: um ou outro aluno que se destaca, alguns jeitosos, uma maioria sofrível ou medíocre e, lá no fundo, os verdadeiramente maus. Lembro-me de pessoas à minha volta que não sabiam português, matemática ou física, história e geografia. Quanto ao inglês, nem falar.

                                    No ano passado viajei um pouco: Itália, Áustria, Suiça, Alemanha. Em qualquer destes países, no hotel, no restaurante, na bomba de gasolina, etc, toda a gente fala um inglês bom ou excelente. Vamos agora ao Algarve e comparemos - a diferença é desanimadora e envergonha-nos. Há três anos frequentei uma pós-graduação. A faculdade queria trazer um especialista americano para dar duas semanas de aulas. Acabou por desistir, por causa do inglês. Chocante, tendo em conta que a esmagadora maioria dos alunos tinha cerca de vinte cinco anos. (Quase tudo malta que já fez InterRail, Erasmus, etc.)

                                    Este é um dos nossos problemas: um atraso estrutural que começa a ser incompreensível e que eu acho que é quase endémico. A maioria dos jovens pode ter um bom rendimento escolar. Basta que entenda que isso é natural e que é para isso que ele anda na escola.

                                    Fugi um bocado do tópico - ou, se calhar, não fugi. Temos que ser uma sociedade de pessoas competentes. A vida tornar-se-à muito mais fácil e simples. Toda a gente ganha. Toda a gente fica contente.
                                    Bom testemunho...

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                                      #78
                                      Se temos cerca de 800 mil analfabetos, como queres que saibam inglês? O inglês só é obrigatório há "poucos" anos.

                                      E se fossemos falar na lingua mais falado no mundo, iamos todos aprender mandarin. Se eu fosse dar uma aula em Portugues para os EUA, ninguem me ia perceber.

                                      Agora sobre o resto concordo, continuamos muito atrasados e nem há luz ao fundo do tunel, pelo menos com estes politicos.

                                      ps: O pais não pode sobreviver só com licenciados e doutores. Já fui a Espanha e eles nem Português, nem Inglês...

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                                        #79
                                        Originalmente Colocado por CharGerGTi Ver Post
                                        Se temos cerca de 800 mil analfabetos, como queres que saibam inglês? O inglês só é obrigatório há "poucos" anos.

                                        E se fossemos falar na lingua mais falado no mundo, iamos todos aprender mandarin. Se eu fosse dar uma aula em Portugues para os EUA, ninguem me ia perceber.

                                        Agora sobre o resto concordo, continuamos muito atrasados e nem há luz ao fundo do tunel, pelo menos com estes politicos.

                                        ps: O pais não pode sobreviver só com licenciados e doutores. Já fui a Espanha e eles nem Português, nem Inglês...
                                        O problema (e dá para perceber porque sempre foi assim) é que achamos que formação é ser Doutor.

                                        Ainda não percebemos que há paises onde o tipo que anda no tractor é Eng.º.

                                        Onde o tipo que monta o painel solar tem formaçao elevada na area das energias alternativas, etc, etc.

                                        Fico sempre com a ideia de que as pessoas em Portugal com pouca formação vivem apavorados com o facto de poderem ser preteridos, estou convencido que tudo é fundamentado mas isso tem um problema grave, passa a imagem aos filhos de que não é importante a formação, que estudar só serve para obter um papel que lhe garanta um melhor ordenado (garantia) e não que estão lá para aprender, para serem melhores, isso ninguem explica a quem estuda...

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                                          #80
                                          Originalmente Colocado por CharGerGTi Ver Post
                                          Ao dar a tua opinião sobre factos históricos devias a fundamentar ou explicar o que possas querer dizer (literalmente que andámos a chular as colónias e nem isso é completamente verdade).
                                          Não sei se essa era para mim mas vou considerar que sim.

                                          Aqui está a informação que pretendes:


                                          A economia das colónias foi ganhando peso no todo imperial, tomando como indicador as receitas do Estado nas colónias em percentagem do total: em 1938, as colónias respondiam por 20 por cento e em 1960 tinham atingido 42 por cento, proporção que depois decresceu ligeiramente (39 por cento, em 1971).
                                          A guerra, porém, continuava a ser paga pela Metrópole. Em 1971, as colónias contribuíam com apenas 18 por cento dos doze milhões de contos de despesas operacionais de defesa, proporção que ficava por metade da sua participação na receita total do Estado. A já reduzida parte do orçamento das colónias consagrado à guerra decresceu entre 1967 (17 por cento) e 1971 (11 por cento) e a esta diminuição não será estranha a completa autonomia orçamental de que as colónias gozavam. A Metrópole gastava então com a guerra cerca de 40 por cento da despesa pública.
                                          Em 1974, aos custos morais e humanos da guerra - que eram os decisivos - acrescentava-se o prejuízo económico. À vontade de independência africana ameaçava sobrepor-se a da independência branca.
                                          Fonte: Guerra Colonial :: 1961-1974

                                          Ou seja, apenas em 1974 e graças aos custos com a guerra é que Portugal deixou de ter interesse nas colónias, acabando por gastar mais com a guerra do que aquilo que recebia. (aproximadamente 39% de receitas para 40% de custos com a guerra).

                                          Uma colónia representar aproximadamente 40% do rendimento total de um país diz muito sobre o que representavam as colónias para nós.

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                                            #81
                                            Concluindo, não interessa aqui estar a defender ou atacar a obra de Salazar!
                                            Já passaram 36 anos desde o 25 de Abril, e em menos tempo os nuestros hermanos deram a volta por cima e passaram do 8 ao 80! Por cá continuamos a marcar passo!
                                            Penso que não é plausível continua a culpar o defunto pela actual situação!

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                                              #82
                                              Originalmente Colocado por PortuguesAoVolante Ver Post
                                              Voltando ao tópico...

                                              Gosto sempre de ler experiências de vida como as do PéLeve e a do gtabarth... só que também é verdade que Salazar criou o seu próprio ecossistema, muito protegido, e isto tudo só funcionava nessa redoma artifical de prosperidade.

                                              Claro que há consequências positivas, como o facto de haver baixo desemprego, como dizem só era preciso o homem trabalhar, os secundários chegavam para as exigências do país... mas ao mesmo tempo que uma família sustentava-se com um salário, era socialmente estranho ter a mulher a trabalhar, pois era para ser dona de casa. E nem podia sair do país sem autorização do marido, nem sair à noite sozinha!!

                                              Salazar só tarde é que percebeu que o país não podia viver só da agricultura(!), o arranque industrial deu-se anos mais tarde que o resto da Europa. Quando o regime foi abaixo e acabou essa redoma proteccionista, notou-se claramente como Portugal estava super-vulnerável: um tecido empresarial obsoleto e pouco dado a exportações, devido ao excesso de intervenção do Estado novo; mão de obra qualificada inexistente para indústrias emergentes da altura (electrónica, etc)

                                              Nenhuma ditadura traz prosperidade a longo prazo. Até o Franco percebeu isso.

                                              E volto a insistir na mesma tecla: hoje a educação em Portugal ainda sofre do desinvestimento que caracterizou a política do Estado Novo, e a nossa economia ressente-se disso.
                                              Bom post. Concordo com o facto de Salazar ter criado o seu próprio ecossistema baseado na agricultura nacional e dinheiro proveniente das colónias. Salazar era extremamente conservador. Lentamente foi abrindo um pouco e a todos os níveis. Mas de maneira nenhuma poderíamos continuar a evoluir como país seguindo esse caminho, até porque o poder colonial estava a desparecer no mundo inteiro. O nosso problema é que mesmo com a Revolução de Abril, não conseguimos seguir o caminho mais adequado para a globalização, pois se não tivessem havido nacionalizações, não tivesse havido a guerra colonial mas um acordo de cedência das colónias com os seus nativos, teria-se poupado milhões de contos e talvez neste momento poderiamos estar no pelotão da frente da Europa (com uma boa aplicação conjunta dos fundos europeus e poupanças/mais valias do regime) em vez de estarmos na cauda.

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                                                #83
                                                a maior machadada para o governo foi o Salazar ter sido considerado o maior português de sempre...acho que isso significa algo.

                                                Náo sou a favor de ditaduras nem do Salazar, mas que as pessoas sentem falta de poder sair a noite sem medo, de ter alguma estabilidade, não podem negar.

                                                Agora pergunto uma coisa, para que o ensino obrigatorio ate ao 12ºano?para terem miúdos a chularem os pais com 20 e tal anos e fartos de chumbar, pois náo querem nem tem capacidades mentais para estudar...Portugal nao precisa de canudos, medicos e engenheiros ja temos muitos, o que nós falta e ai é que perdemos para outros países é mão de obra qualificada...mas na terra do zé povinho só somos gente se formos doutores...se soubessem que um pescador na noruega ganha em media mais de 7000€ , um médico 5000€ e um professor 3000€, percebiam que na europa do norte eles dão mais valor a quem lhes constroi a casa e lhes da de comer.

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                                                  #84
                                                  Originalmente Colocado por Golf Ver Post
                                                  a maior machadada para o governo foi o Salazar ter sido considerado o maior português de sempre...acho que isso significa algo.

                                                  Náo sou a favor de ditaduras nem do Salazar, mas que as pessoas sentem falta de poder sair a noite sem medo, de ter alguma estabilidade, não podem negar.

                                                  Agora pergunto uma coisa, para que o ensino obrigatorio ate ao 12ºano?para terem miúdos a chularem os pais com 20 e tal anos e fartos de chumbar, pois náo querem nem tem capacidades mentais para estudar...Portugal nao precisa de canudos, medicos e engenheiros ja temos muitos, o que nós falta e ai é que perdemos para outros países é mão de obra qualificada...mas na terra do zé povinho só somos gente se formos doutores...se soubessem que um pescador na noruega ganha em media mais de 7000€ , um médico 5000€ e um professor 3000€, percebiam que na europa do norte eles dão mais valor a quem lhes constroi a casa e lhes da de comer.
                                                  O ensino só é obrigatório até aos 18 anos e toda a gente tem capacidade mental para estudar.

                                                  Comentário


                                                    #85
                                                    Comparar o Ensino Superior antes e depois do 25 de Abril, são realidades completamente diferentes, antes só ia para a faculdade uma elite, filhos de..., depois do 25 de Abril começaram a poder ir para a faculdade qualquer pessoa que tivesse capacidades intelectuais embora só poucos entrassem, apartir de 90's é que aumenta muito o nº de vagas e começam a entrar muitos mais.

                                                    A conversa da riqueza das Ex-Colonias apartir de 60's quando começa a guerra é tudo mentira porque gastava-se mais na guerra que os beneficios que tirávamos, para além disso a postura do Salazar, era que Angola fosse o pais principal!!!, como tal quis construir novas cidades com todas as infraestruturas, não foi como outros povos colonizadores caso da Inglaterra que esteve na India mas não deixou lá nada, só explorou. E o que os Americanos deixam em Cabinda ou os Cubanos na zona das minas de Diamantes? Zero, por isso como colonizadores não fomos dos piores.

                                                    Já agora quem tinha Automovel em 1960? Uma elite. Só apartir de meados de 60 se começa a ver mais automoveis. Se formos então para o interior, nem é bom falar, havia aldeias com um ou dois automoveis e já era uma aldeia importante.

                                                    Comentário


                                                      #86
                                                      Originalmente Colocado por Golf Ver Post
                                                      a maior machadada para o governo foi o Salazar ter sido considerado o maior português de sempre...acho que isso significa algo.

                                                      Náo sou a favor de ditaduras nem do Salazar, mas que as pessoas sentem falta de poder sair a noite sem medo, de ter alguma estabilidade, não podem negar.

                                                      Agora pergunto uma coisa, para que o ensino obrigatorio ate ao 12ºano?para terem miúdos a chularem os pais com 20 e tal anos e fartos de chumbar, pois náo querem nem tem capacidades mentais para estudar...Portugal nao precisa de canudos, medicos e engenheiros ja temos muitos, o que nós falta e ai é que perdemos para outros países é mão de obra qualificada...mas na terra do zé povinho só somos gente se formos doutores...se soubessem que um pescador na noruega ganha em media mais de 7000€ , um médico 5000€ e um professor 3000€, percebiam que na europa do norte eles dão mais valor a quem lhes constroi a casa e lhes da de comer.
                                                      Com esse tipo de pensamento é que isto não vai pra frente. Portugal precisa de gente com ensino superior, mas ao mesmo tempo precisa de gente empreendedora. E nós não temos nem uma, nem outra, ou quando temos empreendedores são o empreendedor limitado pela pouca educação que tem. Precisamos de empreendedores com visão global e com formação, não apenas com visão de aldeia, vila ou cidade como os que temos e que querem enriquecer rápidamente e de preferência À conta do trabalho mal pago dos outros.

                                                      O que temos de fazer como povo, é por na cabeça que por ter um canudo não quer dizer que já temos um futuro garantido. Isso era o estigma que havia antes, mas o país cresceu e agora temos que adaptar a uma nova "realidade", onde um diploma só por si não significa um ordenado chorudo no fim do mês, mas as acções que tomamos depois de obter o diploma é que contam. E essas acções não teem que passar necessariamente pela área onde nos formamos.

                                                      Comentário


                                                        #87
                                                        Originalmente Colocado por rks Ver Post
                                                        O ensino só é obrigatório até aos 18 anos e toda a gente tem capacidade mental para estudar.
                                                        mas com o ser obrigatório o 12ºano e com o estado a pedir o 12ºano para varrer a rua. O que achas que os pais vão fazer?retirar os filhos da escola?todo o ser humano é inteligente, só que alguns não são talhados para os estudos, não quer dizer que sejam menos inteligentes que um licenciado, mas que tem são melhores noutras coisas!

                                                        Comentário


                                                          #88
                                                          O Ensino em Portugal sempre foi mau. Hoje em dia o problema maior é que a formação que é dada não corresponde às necessidades do pais.

                                                          Por Exemplo: Um Engenheiro em Portugal é formado à Francesa, ou seja para ser um engenheiro de secretaria/projecto quando o mais adequado seria à Alemã em que o Eng. vai ao local de trabalho acompanha o processo e inclusivé sabe exemplificar.

                                                          A falta de quadros tecnicos competentes em Portugal é gritante, já foi identificada por diversos governos mas parece que nada resulta, os Politecnicos que deveriam resolver este problema estão pior que antes, passaram anos recentes com excelentes orçamentos, e em vez de se equiparem em termos praticos, verificou-se um fluxo de professores das faculdades para os Politecnicos ficando estes ainda mais teoricos, no sentido que os professores que para lá foram são uma mais-valia teorica mas fracos na prática.

                                                          Comentário


                                                            #89
                                                            Meus amigos: Portugal sempre foi o pais mais atrasado da Europa ocidental.

                                                            Mesmo no tempo dos descobrimentos em que se gosta de inventar que eramos top mundial, só uma pequena elite vivia bem; o povo estava à fome.

                                                            Eu não sou do tempo do Salazar.
                                                            Nasci em Novembro de 1972, no melhor periódo económicamente falando dos quase 1000 anos de Portugal: Marcellismo!

                                                            Se forem imparciais reparam que as grandes indústrias nasceram quase todas na parte final do Estado Novo.
                                                            (Exemplo: Lisnave, maior estaleiro do mundo)

                                                            O que sei sobre o passado sei porque sempre convivi com muita gente mais velha, do Nazi ao Comunista e soube ouvir; assim como sei ler.

                                                            Quem compara certas coisas com hoje, não pode comparar.
                                                            Pensem como era em Espanha, para não falar em Itália ou então no extremo, a Alemanha.

                                                            Em Portugal nunca existiu Fascismo, isso foi em Itália; e Nazismo na Áustria (Antes Autro-Hungria) e Alemanha.

                                                            O tempo dará o verdadeiro lugar ao regime Português, e ele era um regime Autoritário de profunda inspiração religiosa; o que não tem nada a ver comigo e se eu fosse do tempo do Salazar teria sido seu "adversário".

                                                            Um exemplo é o que sempre se passou por cá: quem berrava alto contra o regime até podia ir para a esquadra, mas sendo filhinho do papá, lá ia o papá buscar o menino à esquadra e já ia dormir a casa: são estas as prisões que muitos gostam de ter no curículo
                                                            Em Itália, na Alemanha ou até em Espanha, limpavam logo o sebo, não era como cá.

                                                            O 25 Abril nasce por contestação de dinheiros do vencimento dos capitães, que ganhavam menos do que os Melicianos.

                                                            Pelo povo, Salazar, Marcello ganhariam sempre com maioria absoluta em eleições como as conhecemos; e que eu contesto fortemente, pois o método de Hondt é anti democrático.
                                                            Três exemplos que o provam:
                                                            - 40% dos votos bastam para ter mais de metade dos deputados.
                                                            - 5% dão meia dúzia de deputados, mas 4% dão zero!!!
                                                            - A divisão distrital é ridícula. Na prática os partidinhos mais pequenos se alguma vez elegerem 1 deputado é por Lisboa. Todos os votos em partidos pequeninos nos restantes 21 distritos são deitados ao lixo; é uma ilusão.

                                                            Eu defendo um modelo completamente proporcional e já agora com 100 deputados. Chega perfeitamente.

                                                            Seria tudo mais fácil: por cada 1% elegiam 1 deputado!

                                                            O método de Hondt sempre interessou aos grandes partidos: PSD e PS, claro,

                                                            Outra questão é o mandato presidencial: deveria ser único (talvez 7 anos) e nada desta palhaçada do 1º mandato a pastar para ter o 2º.

                                                            As nomeações em "N" cargos directa ou indirectamente ligados ao estado deviam ser completamente proíbidas.
                                                            Deviam ser por concurso.
                                                            Estou farto de ver carpinteiros a tratar da Saúde; Médicos a tratar de Obras; ou Advogados entendidos e autênticos supra sumos do ramo do petróleo.

                                                            ...

                                                            O que se passou com o 25 de Abril é que disseram ao povo que agora era livre; e de facto em termos aparentes ganhamos muita liberdade; de expressão principalmente.
                                                            Mas a grande liberdade foi dada aos vigarístas, que assim se instalaram a seu bel prazer nos postos e cargos de poder qual sanguessugas!

                                                            Exemplos como o da Coca-Cola ou dos Isqueiros são ridículos!

                                                            Na verdade existia a Spur Cola por exemplo; não era a SODA em si, mas sim Salazar que sabendo do que significava a Coca-Cola e sabendo que 10% da população dependia económicamente da produção de vinho, apenas deixaria a Coca-Cola entrar se fizessem uma Auto estrada de Valença do Minho a Vila Real de Santo António (junto do Porto e de Lisboa já existiam troços de AE).
                                                            Os isqueiros e a licença de isqueiro tem a ver com a nossa indústria de fósforos e o ter que fechar quase a sua totalidade.

                                                            Na verdade eram simples medidas proteccionístas, praticadas por todo o lado.
                                                            A República Checa por exemplo ainda agora antes de aderir à CE vendiam os seus Skodas "sem impostos", conseguindo um cidadão comprar um Octávia ao mesmo preço de utilitários.

                                                            A Espanha abriu o olho; e meio ano depois de verem o que se estava a passar em Portugal (1974) trataram de chamar o Rei e fazer eleições, partindo para a democracia moderna.

                                                            Marcello deveria ter feito o mesmo, no espaço de poucos anos.
                                                            Estou convencido que em 1980 já estaria tudo resolvido.

                                                            Certas coisas como confortos actuais, carros, telecomunicações, não têm a ver propriamente com o Regime antigo Português, mas sim uma evolução natural do mundo, a nível de todo o planeta!
                                                            Então os Japoneses não andavam de Kimono?
                                                            Os Alemães de triciclos motorizados?

                                                            ...

                                                            O regime Português teve o seu tempo e os seus defeitos.
                                                            O mundo evoluiu, nós evoluímos; mas temos que reconhecer que grande parte da vida Portuguesa é também muita ilusão; é viver acima das possibilidades.

                                                            O chico-espertísmo, o estado fiscal (cada vez com uma gordura de impostos maior: o automobilista que o diga) cada vez mais me enojam.
                                                            Razão pela qual; e porque estamos num fórum automóvel; que me abomina comprar um carro novo (como me abomimou em 2003 quando comprei o último) sabendo que "metade" da massa é para ficar ao dispor de déspotas que possivelmente lhe dão destinos NOJENTOS e ainda por cima nunca terão que prestar contas ou serem responsabilizados.

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                                                              #90
                                                              Originalmente Colocado por VitorPatricio Ver Post
                                                              O Ensino em Portugal sempre foi mau. Hoje em dia o problema maior é que a formação que é dada não corresponde às necessidades do pais.

                                                              Por Exemplo: Um Engenheiro em Portugal é formado à Francesa, ou seja para ser um engenheiro de secretaria/projecto quando o mais adequado seria à Alemã em que o Eng. vai ao local de trabalho acompanha o processo e inclusivé sabe exemplificar.

                                                              A falta de quadros tecnicos competentes em Portugal é gritante, já foi identificada por diversos governos mas parece que nada resulta, os Politecnicos que deveriam resolver este problema estão pior que antes, passaram anos recentes com excelentes orçamentos, e em vez de se equiparem em termos praticos, verificou-se um fluxo de professores das faculdades para os Politecnicos ficando estes ainda mais teoricos, no sentido que os professores que para lá foram são uma mais-valia teorica mas fracos na prática.
                                                              Acabaram com as escolas liceais técnicas

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