Num ano de crise quase extrema, em que o cinto, já muito justo, corre mais uns furos de aperto, o povo começa a aceitar que são precisos sacrifícios e a conformar-se com isso mesmo. Afinal Portugal precisa!
Mas, vendo melhor, com frequência surgem notícias de que, eventualmente, os sacrifícios não estarão a ser seguidos por todos e, claro está, isso, à primeira vista, não parece muito correcto.
Na verdade é internacionalmente recomendada a contenção da despesa pública para Portugal para que, em conjunto, consigamos alcançar, de uma vez por todas, o comboio europeu, que nos foge há décadas...
No entanto surgem notícias desconcertantes nesta matéria, pelo menos numa primeira abordagem...:
Ministros vão gastar mais em 2010 - Economia - DN
...Ou...:
Sócrates gasta 63 mil ? em flores - Exclusivo CM - Correio da Manhã
...Ou...:
A loja americana que veste Sócrates
Afinal em que é que ficamos?
Mas, vendo melhor, com frequência surgem notícias de que, eventualmente, os sacrifícios não estarão a ser seguidos por todos e, claro está, isso, à primeira vista, não parece muito correcto.
Na verdade é internacionalmente recomendada a contenção da despesa pública para Portugal para que, em conjunto, consigamos alcançar, de uma vez por todas, o comboio europeu, que nos foge há décadas...
No entanto surgem notícias desconcertantes nesta matéria, pelo menos numa primeira abordagem...:
Ministros vão gastar mais em 2010
por RUDOLFO REBÊLO01 Fevereiro 2010
As despesas dos 17 ministros com hotéis, viagens, telemóveis e combustíveis sobem 3,2%
Num ano em que Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, veio pedir a todos os portugueses "sacrifícios" e a palavra de ordem na administração pública é "cortar nos gastos", a equipa de ministros de José Sócrates vai aumentar a factura das suas despesas, em viagens, hotéis, telemóveis, carros e combustíveis em 3,2%. Pouco? Muito? A verdade é que está bem acima do aumento dos preços de bens e serviços (inflação de 0,8%) previstos para este ano. E atenção: estes gastos referem-se ao estrito número de pessoal directamente ao serviço dos 17 ministros e não incluem as contas dos secretários de Estado e demais equipa.
A ordem do Governo para os vários departamentos da máquina do Estado é praticamente "aumentos zero" nas compras de bens e nas despesas de funcionamento e de representação. Estas "instruções" são estendidas a todos os sectores, desde a Educação à Saúde. Como tecto é imposto um aumento de apenas de 0,4% em relação às despesas realizadas em 2009. Significa a permissão de gastar mais 783 milhões de euros. Na realidade, com uma inflação de 0,8%, se as contas de Teixeira dos Santos baterem certo, os funcionários públicos terão é de cortar na despesa 0,4%, em termos reais. Algo que, para a maioria dos serviços, já não é novidade.
Só que a contenção não parece ser igual para todos. Um raio X tirado às despesas dos gabinetes ministeriais - entre os quais figuram assessores, chefes de gabinete e secretariado - deixa a nu algum despesismo nas contas. Por exemplo, em viagens e hotéis, a despesa vai subir 13,2% este ano. O ministro dos Negócios Estrangeiros e a equipa adstrita ao seu gabinete vão gastar quatro vezes mais do que em 2009. Estão orçamentados meio milhão de euros, pouco mais de 40 mil euros por mês… Esta conta exclui diplomatas e a factura total da equipa política - que inclui os secretários de Estado, com orçamentos de despesas próprios.
José Sócrates também vai viajar mais. Pediu a Teixeira dos Santos que aumentasse em 50% os gastos com deslocações e estadias. A factura a apresentar no final do ano rondará os 135 mil euros (ver quadros). Em contrapartida, quase todos os ministros - à excepção dos titulares da Agricultura, Ciência e Administração Interna - cortaram nas despesas com viagens.
Teixeira dos Santos acaba mesmo por ser o "ministro modelo" da austeridade. Cortou nas despesas com viagens, telemóveis, carros e combustíveis.
Mas o seu exemplo não tem muitos seguidores. Os ministros dos Assuntos Parlamentares e da Administração Interna, Jorge Lacão e Rui Pereira, respectivamente, vão triplicar a despesa com telemóveis. Lacão, prevendo uma inflação de contactos parlamentares em ano de Governo minoritário, aumenta a despesa para os 24 mil euros e o ministro que tutela as polícias vai gastar 50 mil. Também o do Ambiente está entre os mais despesistas, num agrupamento onde os gastos sobem 2,8%, graças às poupanças do primeiro-ministro e do ministro das Finanças. Apesar da forte contenção de Sócrates e Teixeira dos Santos, as despesas em combustível sobem 8,4% . Ironia, Dulce Pássaro, a titular do Ambiente, triplica os gastos com os combustíveis...
No total, os ministros vão gastar nestes sete itens de que o DN fez um levantamento nada menos de 5,9 milhões de euros, mais 183 mil euros (+3,2%) que em 2009.
por RUDOLFO REBÊLO01 Fevereiro 2010
As despesas dos 17 ministros com hotéis, viagens, telemóveis e combustíveis sobem 3,2%
Num ano em que Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, veio pedir a todos os portugueses "sacrifícios" e a palavra de ordem na administração pública é "cortar nos gastos", a equipa de ministros de José Sócrates vai aumentar a factura das suas despesas, em viagens, hotéis, telemóveis, carros e combustíveis em 3,2%. Pouco? Muito? A verdade é que está bem acima do aumento dos preços de bens e serviços (inflação de 0,8%) previstos para este ano. E atenção: estes gastos referem-se ao estrito número de pessoal directamente ao serviço dos 17 ministros e não incluem as contas dos secretários de Estado e demais equipa.
A ordem do Governo para os vários departamentos da máquina do Estado é praticamente "aumentos zero" nas compras de bens e nas despesas de funcionamento e de representação. Estas "instruções" são estendidas a todos os sectores, desde a Educação à Saúde. Como tecto é imposto um aumento de apenas de 0,4% em relação às despesas realizadas em 2009. Significa a permissão de gastar mais 783 milhões de euros. Na realidade, com uma inflação de 0,8%, se as contas de Teixeira dos Santos baterem certo, os funcionários públicos terão é de cortar na despesa 0,4%, em termos reais. Algo que, para a maioria dos serviços, já não é novidade.
Só que a contenção não parece ser igual para todos. Um raio X tirado às despesas dos gabinetes ministeriais - entre os quais figuram assessores, chefes de gabinete e secretariado - deixa a nu algum despesismo nas contas. Por exemplo, em viagens e hotéis, a despesa vai subir 13,2% este ano. O ministro dos Negócios Estrangeiros e a equipa adstrita ao seu gabinete vão gastar quatro vezes mais do que em 2009. Estão orçamentados meio milhão de euros, pouco mais de 40 mil euros por mês… Esta conta exclui diplomatas e a factura total da equipa política - que inclui os secretários de Estado, com orçamentos de despesas próprios.
José Sócrates também vai viajar mais. Pediu a Teixeira dos Santos que aumentasse em 50% os gastos com deslocações e estadias. A factura a apresentar no final do ano rondará os 135 mil euros (ver quadros). Em contrapartida, quase todos os ministros - à excepção dos titulares da Agricultura, Ciência e Administração Interna - cortaram nas despesas com viagens.
Teixeira dos Santos acaba mesmo por ser o "ministro modelo" da austeridade. Cortou nas despesas com viagens, telemóveis, carros e combustíveis.
Mas o seu exemplo não tem muitos seguidores. Os ministros dos Assuntos Parlamentares e da Administração Interna, Jorge Lacão e Rui Pereira, respectivamente, vão triplicar a despesa com telemóveis. Lacão, prevendo uma inflação de contactos parlamentares em ano de Governo minoritário, aumenta a despesa para os 24 mil euros e o ministro que tutela as polícias vai gastar 50 mil. Também o do Ambiente está entre os mais despesistas, num agrupamento onde os gastos sobem 2,8%, graças às poupanças do primeiro-ministro e do ministro das Finanças. Apesar da forte contenção de Sócrates e Teixeira dos Santos, as despesas em combustível sobem 8,4% . Ironia, Dulce Pássaro, a titular do Ambiente, triplica os gastos com os combustíveis...
No total, os ministros vão gastar nestes sete itens de que o DN fez um levantamento nada menos de 5,9 milhões de euros, mais 183 mil euros (+3,2%) que em 2009.
...Ou...:
Sócrates gasta 63 mil € em flores
Proprietária da empresa contratada não está autorizada a falar sobre os serviços.
O Estado vai gastar 63 mil euros em flores para o Palácio de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro, durante os próximos três anos, o que perfaz uma despesa de 57,5 euros por dia, isto numa altura em que se pede aos portugueses que apertem o cinto devido à crise.
A Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros celebrou um contrato por ajuste directo de fornecimento e manutenção de arranjos de flores para São Bento no passado dia 22 de Janeiro, com a Nada Mais Nada Menos, em Lisboa. Contactada pelo CM, a proprietária da empresa de arranjos florais, Maria de Brito Subtil, recusou falar sobre este contrato. 'Não estou autorizada nem interessada', afirmou. Uma florista do centro de Lisboa garantiu ao CM, porém, que, com 57 euros por dia, 'já é possível comprar um arranjo floral bem composto'. Uma outra lojista especificou: 'Dá, por exemplo, para comprar cinco molhos de vinte rosas cada e ainda sobra algum dinheiro'.
Fonte do gabinete do primeiro--ministro adiantou ao CM que este serviço é contratado, em grande parte, para fazer face a eventos protocolares. 'Diz respeito a visitas de Estado que exigem esse tipo de preocupação, aqui e em qualquer país do Mundo', afirmou, sem querer entrar em mais pormenores, sustentando que o responsável do gabinete de José Sócrates para este tipo de questões se encontrava fora do País.
Os jardins da residência oficial do primeiro-ministro também obrigam a cuidados, com uma factura anual de 33 950 euros, num contrato adjudicado à Teleflora.
OBRAS CUSTAM 26 MIL EUROS
Em termos de ajustes directos, este ano, a Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros assinou também um contrato com a TMN para prestação de serviços móveis terrestres no valor de 75 mil euros para os próximos dois anos.
Só para o Palácio de São Bento constam ainda a instalação de painéis fotovoltaicos por parte da EDP, com um custo para o erário público em Dezembro de 2008 de 50 mil euros. Há ainda uma série de obras, como a substituição da caixilharia na cave, sistema de rega e melhoramentos na esquadra da PSP que totalizam pouco mais de 26 mil euros.
Ainda dentro do Governo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros gastou 756 mil euros em sistema de Corporate TV e gestão de conteúdos multimédia para a rede Consular Portuguesa aos que se somam 627 mil euros para a instalação do sistema de atendimento consular, em trinta consulados.
Proprietária da empresa contratada não está autorizada a falar sobre os serviços.
O Estado vai gastar 63 mil euros em flores para o Palácio de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro, durante os próximos três anos, o que perfaz uma despesa de 57,5 euros por dia, isto numa altura em que se pede aos portugueses que apertem o cinto devido à crise.
A Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros celebrou um contrato por ajuste directo de fornecimento e manutenção de arranjos de flores para São Bento no passado dia 22 de Janeiro, com a Nada Mais Nada Menos, em Lisboa. Contactada pelo CM, a proprietária da empresa de arranjos florais, Maria de Brito Subtil, recusou falar sobre este contrato. 'Não estou autorizada nem interessada', afirmou. Uma florista do centro de Lisboa garantiu ao CM, porém, que, com 57 euros por dia, 'já é possível comprar um arranjo floral bem composto'. Uma outra lojista especificou: 'Dá, por exemplo, para comprar cinco molhos de vinte rosas cada e ainda sobra algum dinheiro'.
Fonte do gabinete do primeiro--ministro adiantou ao CM que este serviço é contratado, em grande parte, para fazer face a eventos protocolares. 'Diz respeito a visitas de Estado que exigem esse tipo de preocupação, aqui e em qualquer país do Mundo', afirmou, sem querer entrar em mais pormenores, sustentando que o responsável do gabinete de José Sócrates para este tipo de questões se encontrava fora do País.
Os jardins da residência oficial do primeiro-ministro também obrigam a cuidados, com uma factura anual de 33 950 euros, num contrato adjudicado à Teleflora.
OBRAS CUSTAM 26 MIL EUROS
Em termos de ajustes directos, este ano, a Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros assinou também um contrato com a TMN para prestação de serviços móveis terrestres no valor de 75 mil euros para os próximos dois anos.
Só para o Palácio de São Bento constam ainda a instalação de painéis fotovoltaicos por parte da EDP, com um custo para o erário público em Dezembro de 2008 de 50 mil euros. Há ainda uma série de obras, como a substituição da caixilharia na cave, sistema de rega e melhoramentos na esquadra da PSP que totalizam pouco mais de 26 mil euros.
Ainda dentro do Governo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros gastou 756 mil euros em sistema de Corporate TV e gestão de conteúdos multimédia para a rede Consular Portuguesa aos que se somam 627 mil euros para a instalação do sistema de atendimento consular, em trinta consulados.
...Ou...:
A loja americana que veste Sócrates
Afinal em que é que ficamos?
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