Fica aqui a homenagem,...pelo menos a minha. Subscrevo este texto.
O seguinte texto não é da minha autoria... aliás desconheço o autor! No entanto estou 100% de Acordo.
por Luís Coelho da Silva a Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2011 às 22:42
Chega! Começo a não aguentar tanta náusea.
Na mesma semana em que foi assassinado um cronista social, faleceu um capitão de Abril.
Ao primeiro, a comunicação social, dedica horas.
Ao segundo dedicou minutos.
Para o primeiro são ouvidas dezenas de personalidades.
Do segundo nada se diz.
Do primeiro até temos de saber por onde vão ser distribuídas as cinzas.
Do segundo soube-se que o corpo esteve algures em câmara ardente.
Do primeiro traça-se um perfil de grande lutador pelas liberdades.
Do segundo pouco mais se diz que era um oficial na reserva.
A forma como a comunicação social tem tratado o homicídio de um mero cronista social tem sido, no mínimo, abusiva.
São jornalistas, astrólogos, parapsicólogos e uma verdadeira procissão de personagens de um jet set rasca e, no meio, usa-se e abusa-se das imagens onde se vê o cronista a entregar um ramo de flores a Maria Barroso, imagens que já vi serem repetidas quase uma dúzia de vezes.
A forma trágica como terminou aquilo que o cronista descreveu aos amigos que iria ser uma lua de mel é apresentada por astrólogas, parapsicólogos e outros especialistas deste ramo como uma bela história de amor, um misto de um episódio do Morangos com Açúcar com o Romeu e Julieta.
Chegamos ao ridículo de ver as astrólogas e parapsicólogos a tentarem demonstrar a culpa do jovem homicida exibindo e-mails e insinuando que este teria conquistado com palavras o distraído apaixonado, dando a entender que, como noutros tempos, o enganou.
E anda este país, com problemas gravíssimos, distraído com um episódio sórdido da lumpen-burguesia deste nosso jet set miserável, como uma pequena seita de gente que se auto-elege como bonita, vive de pequenos luxos obtidos à custa de papalvos, um meio onde se promovem personagens patéticas e decadentes a grandes figuras nacionais, onde autarcas financiam discotecas de astrólogas ou ajeitam as contas de idiotas convidando-os para reis do Carnaval.
Todo este espectáculo mórbido que só serviu para os portugueses saberem um pouco mais sobre como se fazem e desfazem as paixões conseguidas com trocas de favores começa a provocar-me náusea.
Já me custa assistir a um telejornal ou abrir as páginas dos jornais.
Enoja-me que estes jornalistas me queiram fazer pensar que os grandes problemas do país é como acabam as paixões dos nossos socialites, os sítios que querem poluir com as suas cinzas, ou os sms que trocaram com os seus engates.
Lá que insistam em dizer que crónica social é saber com quem namora uma qualquer Lili decrépita e decadente é uma coisa, agora que a sociedade portuguesa é o pequeno mundo dessa pobre gente é outra coisa.
O país tem muito mais com que se preocupar do que com os engates de modelos, com as trocas de sms, com paixões à primeira vista entre jornalistas de 65 anos e modelos de 20.
Chega! Começo a sentir náuseas.
Perfil
Vítor Alves, conhecido como um dos capitães de abril que fizeram a revolução de 1974 em Portugal, nasceu em setembro de 1935 em Mafra, onde iniciou a vida escolar, e tinha a patente de coronel desde 2001.
Em 1974, juntamente com Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço, fez parte da comissão coordenadora e executiva do Movimento das Forças Armadas (MFA), tendo redigido o programa.
Foi o responsável pelo comunicado do MFA divulgado à população no 25 de abril e substituiu Otelo Saraiva de Carvalho, a partir das 16h00, no posto de comando da Pontinha, passando a coordenar o desenvolvimento da ação.
Pertenceu ao Conselho de Revolução, do qual foi porta-voz, e foi ministro dos II e III Governos provisórios.
Em 1982, foi nomeado conselheiro do então Presidente da República, Ramalho Eanes, ano em que passou à reserva como militar e foi extinto o Conselho da Revolução.
Matriculou-se na Escola do Exército em 1954 e passou à reforma em 1991.
Durante a vida militar, esteve colocado em várias unidades, incluindo no Ultramar em comissão de serviço, onde permaneceu 11 anos, em Moçambique e Angola.
Fez vários estágios e cursos militares e em 1969 foi-lhe atribuído o Prémio Governador-Geral de Angola pelo trabalho desenvolvido no campo das atividades socioeconómicas em prol das populações africanas.
Recebeu em Portugal vários louvores e condecorações, entre os quais a Medalha de Mérito Militar e a Medalha de Comportamento Exemplar de Prata.
Vítor Alves foi nomeado para o cargo de ministro sem pasta em 1974, tendo exercido essas funções até 1975.
Nessa qualidade foi responsável pelas pastas da Defesa Nacional e da Comunicação Social, tendo visto aprovada, por sua iniciativa, a primeira lei de imprensa pós-25 de abril, que vigorou até 1999. Foi também porta-voz do Governo.
Desempenhou funções de ministro da Educação e Investigação Científica em 1975 e 1976.
Uma década depois seria candidato independente pelo PRD às eleições legislativas (1985), à presidência da Câmara de Lisboa (1986) e ao Parlamento Europeu (1987).
Participou na fundação da Associação 25 de Abril e posteriormente no conselho de acompanhamento do ministro da Justiça (1997-2000).
Vítor Alves recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade (1983), entre muitas outras distinções dentro e fora de Portugal
Fonte no texto
O seguinte texto não é da minha autoria... aliás desconheço o autor! No entanto estou 100% de Acordo.
por Luís Coelho da Silva a Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2011 às 22:42
Chega! Começo a não aguentar tanta náusea.
Na mesma semana em que foi assassinado um cronista social, faleceu um capitão de Abril.
Ao primeiro, a comunicação social, dedica horas.
Ao segundo dedicou minutos.
Para o primeiro são ouvidas dezenas de personalidades.
Do segundo nada se diz.
Do primeiro até temos de saber por onde vão ser distribuídas as cinzas.
Do segundo soube-se que o corpo esteve algures em câmara ardente.
Do primeiro traça-se um perfil de grande lutador pelas liberdades.
Do segundo pouco mais se diz que era um oficial na reserva.
A forma como a comunicação social tem tratado o homicídio de um mero cronista social tem sido, no mínimo, abusiva.
São jornalistas, astrólogos, parapsicólogos e uma verdadeira procissão de personagens de um jet set rasca e, no meio, usa-se e abusa-se das imagens onde se vê o cronista a entregar um ramo de flores a Maria Barroso, imagens que já vi serem repetidas quase uma dúzia de vezes.
A forma trágica como terminou aquilo que o cronista descreveu aos amigos que iria ser uma lua de mel é apresentada por astrólogas, parapsicólogos e outros especialistas deste ramo como uma bela história de amor, um misto de um episódio do Morangos com Açúcar com o Romeu e Julieta.
Chegamos ao ridículo de ver as astrólogas e parapsicólogos a tentarem demonstrar a culpa do jovem homicida exibindo e-mails e insinuando que este teria conquistado com palavras o distraído apaixonado, dando a entender que, como noutros tempos, o enganou.
E anda este país, com problemas gravíssimos, distraído com um episódio sórdido da lumpen-burguesia deste nosso jet set miserável, como uma pequena seita de gente que se auto-elege como bonita, vive de pequenos luxos obtidos à custa de papalvos, um meio onde se promovem personagens patéticas e decadentes a grandes figuras nacionais, onde autarcas financiam discotecas de astrólogas ou ajeitam as contas de idiotas convidando-os para reis do Carnaval.
Todo este espectáculo mórbido que só serviu para os portugueses saberem um pouco mais sobre como se fazem e desfazem as paixões conseguidas com trocas de favores começa a provocar-me náusea.
Já me custa assistir a um telejornal ou abrir as páginas dos jornais.
Enoja-me que estes jornalistas me queiram fazer pensar que os grandes problemas do país é como acabam as paixões dos nossos socialites, os sítios que querem poluir com as suas cinzas, ou os sms que trocaram com os seus engates.
Lá que insistam em dizer que crónica social é saber com quem namora uma qualquer Lili decrépita e decadente é uma coisa, agora que a sociedade portuguesa é o pequeno mundo dessa pobre gente é outra coisa.
O país tem muito mais com que se preocupar do que com os engates de modelos, com as trocas de sms, com paixões à primeira vista entre jornalistas de 65 anos e modelos de 20.
Chega! Começo a sentir náuseas.
Perfil
Vítor Alves, conhecido como um dos capitães de abril que fizeram a revolução de 1974 em Portugal, nasceu em setembro de 1935 em Mafra, onde iniciou a vida escolar, e tinha a patente de coronel desde 2001.
Em 1974, juntamente com Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço, fez parte da comissão coordenadora e executiva do Movimento das Forças Armadas (MFA), tendo redigido o programa.
Foi o responsável pelo comunicado do MFA divulgado à população no 25 de abril e substituiu Otelo Saraiva de Carvalho, a partir das 16h00, no posto de comando da Pontinha, passando a coordenar o desenvolvimento da ação.
Pertenceu ao Conselho de Revolução, do qual foi porta-voz, e foi ministro dos II e III Governos provisórios.
Em 1982, foi nomeado conselheiro do então Presidente da República, Ramalho Eanes, ano em que passou à reserva como militar e foi extinto o Conselho da Revolução.
Matriculou-se na Escola do Exército em 1954 e passou à reforma em 1991.
Durante a vida militar, esteve colocado em várias unidades, incluindo no Ultramar em comissão de serviço, onde permaneceu 11 anos, em Moçambique e Angola.
Fez vários estágios e cursos militares e em 1969 foi-lhe atribuído o Prémio Governador-Geral de Angola pelo trabalho desenvolvido no campo das atividades socioeconómicas em prol das populações africanas.
Recebeu em Portugal vários louvores e condecorações, entre os quais a Medalha de Mérito Militar e a Medalha de Comportamento Exemplar de Prata.
Vítor Alves foi nomeado para o cargo de ministro sem pasta em 1974, tendo exercido essas funções até 1975.
Nessa qualidade foi responsável pelas pastas da Defesa Nacional e da Comunicação Social, tendo visto aprovada, por sua iniciativa, a primeira lei de imprensa pós-25 de abril, que vigorou até 1999. Foi também porta-voz do Governo.
Desempenhou funções de ministro da Educação e Investigação Científica em 1975 e 1976.
Uma década depois seria candidato independente pelo PRD às eleições legislativas (1985), à presidência da Câmara de Lisboa (1986) e ao Parlamento Europeu (1987).
Participou na fundação da Associação 25 de Abril e posteriormente no conselho de acompanhamento do ministro da Justiça (1997-2000).
Vítor Alves recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade (1983), entre muitas outras distinções dentro e fora de Portugal
Comentário