Um doutorado é alguém que está certificado pelo ensino para começar a aprender.
Também não vamos chegar ao extremo de pensar que só se aprende fora da academia
Nós estamos sempre a aprender desde que nascemos, dentro da escola e fora da escola. Mas a maior parte do conhecimento científico e técnico é produzido dentro das universidades (por doutorados) e não nas empresas...
Também não vamos chegar ao extremo de pensar que só se aprende fora da academia
Nós estamos sempre a aprender desde que nascemos, dentro da escola e fora da escola. Mas a maior parte do conhecimento científico e técnico é produzido dentro das universidades (por doutorados) e não nas empresas...
Falas de Portugal, que não tem muitas empresas com departamentos de I&D, mas até há algumas que têm (e contratam doutorados), que têm muito mais conhecimento científico e técnico que as universidades (nas suas áreas).
Um doutorado é uma pessoa certificada para desenvolver investigação de forma autónoma.
Falas de Portugal, que não tem muitas empresas com departamentos de I&D, mas até há algumas que têm (e contratam doutorados), que têm muito mais conhecimento científico e técnico que as universidades (nas suas áreas).
Um doutorado é uma pessoa certificada para desenvolver investigação de forma autónoma.
Também não vamos chegar ao extremo de pensar que só se aprende fora da academia
Nós estamos sempre a aprender desde que nascemos, dentro da escola e fora da escola. Mas a maior parte do conhecimento científico e técnico é produzido dentro das universidades (por doutorados) e não nas empresas...
Pelo contrário. Não era essa a ideia que queria transmitir.
Eu vejo a escola como algo que nos dá bases, estrutura. Mas o seu papel é o de ferramenta, não é um objectivo em sí nem é o final de um percurso. A verdadeira aprendizagem dá-se quando se concilia tudo. Quanto mais progrides academicamente mais ferramentas tens ao teu dispor para o conhecimento, mas são isso, ferramentas.
Essa representação gráfica já é bastante conhecida, e representa simplisticamente o nível de especialização da pessoa.
Evidentemente que quanto mais especifico e especializado é um conhecimento, menos abrangente é.
Dessa forma esse grafismo não representa nem a abrangência de conhecimentos reais que a pessoa tem que possuir para chegar a esse nível de especialização, nem o nível de conhecimentos técnicos avançados necessarios dominar para chegar aos limites do conhecimento de determinada área e criar novos limites.
São essas superespecializações, acrescidas aos conhecimentos mais abrahgentes previamente adquiridos, que fazem com que a ciencia e a tecnologia evoluam em todas as areas, permitindo a evolução da nossa qualidade e quantidade de vida, que se traduz num modo de vida cada vez melhor.
São os doutorados que estão na linha da frente da investigação em todas as áreas, alargando os limites do conhecimento que acabam por nos afectar positivamente no nosso dia a dia, sob a forma de novos produtos, serviços, tecnologias, medicamentos...
Posto isso, essa representação gráfica não representa de todo a real influencia e importância dos doutorados na sociedade.
Então e um doutorado académico que contribuição directa dá à economia em Portugal? Normalmente muito pouca!
Se vissem o salário de alguns doutorados em algumas empresas em Portugal não diziam isso.
Um doutorado em Portugal está (quase) condenado ao desemprego. As faculdades estão lotadissimas em termos de pessoal docente (a maioria tem professores a mais) e apesar de existirem empresas em Portugal que contratam doutorados (Siemens, PT, etc.) estes representam menos de 0,1% do total de recursos humanos da empresa. Neste preciso momento tens dois tipos idênticos que acabaram um mestrado com 23 anos. Um deles vai trabalhar para uma empresa e o outro vai tirar um doutoramento, concluindo-o ao fim de 4 anos. Neste momento, ambos os tipos têm 27 anos e vão os dois à procura de trabalho: o doutorado vai ter muito mais dificuldades em arranjar emprego porque qualquer empresa valoriza mais os 4 anos de experiência profissional do seu colega do que o doutoramento. E durante aqueles 4 anos, o tipo que foi trabalhar ganhou dinheiro e o outro tipo não. Sinceramente, a não ser em termos de valorização pessoal um doutoramento é um perda de tempo (a nível profissional é uma perda de tempo, digam o que disserem, a não ser que consigam publicar 3 artigos na Science ou na Nature durante a tese).
Um doutorado em Portugal está (quase) condenado ao desemprego. As faculdades estão lotadissimas em termos de pessoal docente (a maioria tem professores a mais) e apesar de existirem empresas em Portugal que contratam doutorados (Siemens, PT, etc.) estes representam menos de 0,1% do total de recursos humanos da empresa. Neste preciso momento tens dois tipos idênticos que acabaram um mestrado com 23 anos. Um deles vai trabalhar para uma empresa e o outro vai tirar um doutoramento, concluindo-o ao fim de 4 anos. Neste momento, ambos os tipos têm 27 anos e vão os dois à procura de trabalho: o doutorado vai ter muito mais dificuldades em arranjar emprego porque qualquer empresa valoriza mais os 4 anos de experiência profissional do seu colega do que o doutoramento. E durante aqueles 4 anos, o tipo que foi trabalhar ganhou dinheiro e o outro tipo não. Sinceramente, a não ser em termos de valorização pessoal um doutoramento é um perda de tempo (a nível profissional é uma perda de tempo, digam o que disserem, a não ser que consigam publicar 3 artigos na Science ou na Nature durante a tese).
Estás a dar-me razão, Portugal não usa os seus doutorados porque não há empresas preparadas para os receber. É isso que tem de ser trabalhado! Claro que uma "chafarica" prefere um tipo com 4 anos experiência em outra "chafarica", do que um doutorado. Agora uma empresa com departamento de I&D nem olha para o CV do que esteve na "chafarica", mas já fica entusiasmado com o doutorado.
Dito isto, concordo com o que tu dizes, é essa a realidade.
Como já se disse, em termos académicos, o doutoramento permite a investigação autónoma e a coordenação de projetos de investigação.
Falou-se também do pequeno contributo "material" dos phd's para a economia do país. Neste caso o problema será mais da ainda frágil ligação entre Universidades e empresas do que dos investigadores, pudesses investigar em estreita colaboração com empresas referenciais e penso que nenhum declinaria tal possibilidade.
Depois comparou-se indivíduos com PHD e outros que em vez terminar o percurso académico foram trabalhar. Contudo, e sem arriscar números porque não os conheço, tenho a noção que uma parte substancial dos estudantes de PHD acumulam funções laborais com os estudos!
Depois comparou-se indivíduos com PHD e outros que em vez terminar o percurso académico foram trabalhar. Contudo, e sem arriscar números porque não os conheço, tenho a noção que uma parte substancial dos estudantes de PHD acumulam funções laborais com os estudos!
É muito frequente estudantes de doutoramento darem aulas ou estarem em projectos de investigação (pagos) durante o doutoramento.
Quanto a certas opiniões Por os portugueses se estarem pouco marimbando para cultura e conhecimento é que estamos como estamos, um país de broncos (salvo uma pequena porção) que não sabe fazer nada de jeito e por isso só consegue sobreviver à custa de revender coisas importadas e pedir dinheiro à UE.
Eu não tenciono doutorar-me a curto-prazo (até porque prefiro tentar apostar numa carreira sólida a nível internacional) nem me vejo a precisar efectivamente disso para o meu trabalho, mas a longo prazo, quando houver tempo e dinheiro, gostaria de me doutorar até por uma questão de realização pessoal.
O que tenho observado continuamente ao longo da minha vida é que à passagem por cada nível de ensino (desde que se aproveite mesmo para aprender e não apenas "passar") a minha mentalidade e maneira de ver o mundo tem mudado sempre, para melhor. Não espero que seja diferente com um doutoramento.
Editado pela última vez por SRLA; 29 September 2011, 17:18.
É muito frequente estudantes de doutoramento darem aulas ou estarem em projectos de investigação (pagos) durante o doutoramento.
Quanto a certas opiniões Por os portugueses se estarem pouco marimbando para cultura e conhecimento é que estamos como estamos, um país de broncos (salvo uma pequena porção) que não sabe fazer nada de jeito e por isso só consegue sobreviver à custa de revender coisas importadas e pedir dinheiro à UE.
Eu não tenciono doutorar-me a curto-prazo (até porque prefiro tentar apostar numa carreira sólida a nível internacional) nem me vejo a precisar efectivamente disso para o meu trabalho, mas a longo prazo, quando houver tempo e dinheiro, gostaria de me doutorar até por uma questão de realização pessoal.
O que tenho observado continuamente ao longo da minha vida é que à passagem por cada nível de ensino (desde que se aproveite mesmo para aprender e não apenas "passar") a minha mentalidade e maneira de ver o mundo tem mudado sempre, para melhor. Não espero que seja diferente com um doutoramento.
Penso de forma muito semelhante! Acrescento que só me vejo a ver a fazer um doutoramento que dê contributo directo a alguma empresa. Fazer um doutoramento que não tenha aplicação não me motivaria de forma alguma, embora a maior parte sejam desses. Muitos artigos em revistas e conferências (pois é o que dá CV para um lugar na faculdade) e pouco mais interessa.
Pessoas que conheci na Suíça a fazer doutoramento (neste caso até era na área farmacêutica) podia acabar o doutoramento sem nenhum artigo publicado, para publicar apenas em revistas da categoria da Science.
Um doutoramento é evidentemente sempre uma mais valia em qualquer circunstancia.
A relevância do doutoramento para o exercício de uma profissão é que é variável conforme a área de estudos.
Há profissões em que basicamente os requisitos de formação se esgotam com a licenciatura, em que um mestrado ou doutoramento essencialmente nada acrescentam ao exercício da profissão:
Enfermagem, Fisioterapia, restantes técnicos de diagnostico e terapêutica, contabilidade, e basicamente todos os cursos lecionados em politécnicos ou cujos requisitos profissionais eram os antigos bacharelatos, embora haja excepções.
Depois há profissões que com o mestrado já tem a formação suficiente para o exercício cabal da profissão, mas para as quais o doutoramento acrescenta algo para o seu exercício , não sendo essencial para o desempenho, embora seja útil em alguns casos.
Todas as Engenharias, se enquadram nesta categoria, entre outros exemplos.
E há as profissões para as quais o doutoramento é uma enorme mais valia, e uma necessidade para o exercício das mais altas competências que são requeridas pela profissão.
As tradicionais ciências clássicas e delas directamente derivadas são esse exemplo. Matemática, Física, Química, Biologia. È necessário um doutoramento para as funções de investigação autónoma e avalizada quer em ambiente académico, quer em ambiente profissional.
Um doutorado é alguém que vai a um sapateiro comprar formas para manter o cano das
botas direito, enquanto o sapateiro usa umas garrafas de plástico de 1,5L usadas e vazias.
E um doutoramento em Engenharia Informática? Sistemas de Informação? Vale a pena?
Edit: acho piada que nessa ilustração se ache que os doutorados só se interessam pela sua área de conhecimento!
não é isso; mas o grau de especialização é tão grande (no pun intended!) que se torna muito difícil ser igualmente especializado em 2 áreas. há quem o seja, mas são muito poucos!
As pessoas que estudam e apostam na formação de qualidade, não ficam impedidas de ganhar experiência, ou ficam??
É que se fala com frequência da teoria versus prática e da prática versus teoria, como quem tivesse a teoria tivesse um chip impeditivo de ter também prática...não me parece que sejam antagónicos.
Faz lembrar um pouco aquela discussão do engenheiro das universidades contra o engenheiro do politécnicos, em que se defendia muitas vezes que o engenheiro dos politécnicos só estava preparado para a tecnologia actual e que o mais teórico tinha uma base de conhecimento mais superior e daí estar mais preparado para as evoluções tecnologia.
Faz lembrar um pouco aquela discussão do engenheiro das universidades contra o engenheiro do politécnicos, em que se defendia muitas vezes que o engenheiro dos politécnicos só estava preparado para a tecnologia actual e que o mais teórico tinha uma base de conhecimento mais superior e daí estar mais preparado para as evoluções tecnologia.
Não é bem o caso em questão.
O engenheiro da universidade tinha o mesmo grau de ensino que o engenheiro do politécnico. Doutoramento é um grau mais acima.
Vejo tanta estupidez (nem sei se é a melhor palavra ou se estou a ser brando) por aqui...
Parecem religiosos que mandaram matar e perseguir os que diziam que a Terra era redonda. O que só demonstra a falta de respeito por pessoas que dão muito prestigio ao país com meios muito curtos. Demonstra também a forma como a sociedade portuguesa vê os doutorados.
Efectivamente o link inicial é a unica coisa que se aproveita...
Um Doutorado é alguém que investigou e descobriu algo que não se sabia... Alguém que se especializou em investigar e que descobriu algo novo.
Editado pela última vez por Taveirada; 29 September 2011, 20:39.
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