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    #31
    Se a esquerda não se entende, parece-me óbvio que o capítulo seguinte passa pela marcação de novas eleições.

    Comentário


      #32
      Originalmente Colocado por portishead Ver Post
      Se a esquerda não se entende, parece-me óbvio que o capítulo seguinte passa pela marcação de novas eleições.
      O que vai castigar ainda mais o ND e PASOK. Ou a Syriza ganha mais votos ou, pior ainda, a Aurora Dourada mete ainda mais deputados no parlamento.

      De qualquer forma, os Gregos deram um cartão vermelho aos 2 grandes partidos, duvido que mudam de ideias com novas eleições.

      Comentário


        #33
        Originalmente Colocado por ptsyndicate Ver Post
        300 deputados? Ainda dizemos (e bem) que os nossos 230 é muito.
        O partido mais votado ganha logo como bónus 50 deputados. Daí o grande desfasamento do nº de deputados e a % de votos entre o 1º e o 2º lugar.

        Comentário


          #34
          Originalmente Colocado por portishead Ver Post
          O partido mais votado ganha logo como bónus 50 deputados. Daí o grande desfasamento do nº de deputados e a % de votos entre o 1º e o 2º lugar.
          Ui. Ou seja, se vai a votos de novo, e a Syriza ganha os 3% que faltava, fica em 1º lugar e os 50 deputados extra? Isso muda muito mesmo.

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            #35
            Originalmente Colocado por luso2kx Ver Post
            O que vai castigar ainda mais o ND e PASOK. Ou a Syriza ganha mais votos ou, pior ainda, a Aurora Dourada mete ainda mais deputados no parlamento.

            De qualquer forma, os Gregos deram um cartão vermelho aos 2 grandes partidos, duvido que mudam de ideias com novas eleições.
            Ou então o contrário. Os gregos arrependem-se de o castigo ter sido tão grande e o PASOK e a ND sobem um bocadinho, o suficiente para um bloco central.

            Comentário


              #36
              Se a grécia sair da Europa estamos lixados, nós e o resto dos países da Europa...

              Comentário


                #37
                Originalmente Colocado por Scutar Ver Post
                Se a grécia sair da Europa estamos lixados, nós e o resto dos países da Europa...
                Não sabemos disso. Nem por um lado, nem por outro. Coloquei este artigo do CNN Money num outro tópico que explique que as consequências de uma saída Grega poderá nem ser assim tão grave como imaginemos e que grande parte do medo vem do facto que esta situação(um país a sair da Zona Euro) nunca ter acontecido antes.

                Greece may leave the eurozone but tragedy won't follow - May. 7, 2012

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                  #38
                  Originalmente Colocado por Oktober Ver Post
                  Ou então o contrário. Os gregos arrependem-se de o castigo ter sido tão grande e o PASOK e a ND sobem um bocadinho, o suficiente para um bloco central.
                  Não sei. Acho que isso poderá acontecer se a Comissão Europeia e BCE antecipa e propõe alterações significativas na programa Grega. Acho que a UE já deve ter tido uma ideia que o povo Grego não vão continuar a "sofrer e calar" com a programa atual. Essas últimas eleições foi indicativo nisso.

                  Comentário


                    #39
                    Para quem já esteve em Atenas é muito fácil ficar chocado com a forma de vida dos gregos.

                    Eu estive quando tudo parecia bem e já me fazia confusão de onde vinha aquela maneira "rica" de estar vida, veja-se estar na esplanada a tarde inteira num qualquer dia de semana (não, não eram turistas a enchê-las).

                    Depois, se há coisa evidente nos últimos 2 anos é a incapacidade do Estado grego em fazer valer um sentido de responsabilidade colectivo mínimo.

                    Tudo foge aos impostos à descarada, é relativamente comum 2 empregos em que um deles não existe oficialmente. O saque faz parte, centenas de profissões de desgaste rápido com reformas aos 50 anos, profissões com 16º e 17º ordenados, etc. Eles são assim, a verdade é essa.

                    Claro que não podiam faltar os autênticos elefantes brancos, nomeadamente os JO '04 e o novo aeroporto de Atenas. Provavelmente em termos macro foram o que ajudaram a dar o berro a um bem-estar completamente artificial.

                    E agora é giro culpar a austeridade mas a verdade é que, se os gregos estão como estão, à sua incapacidade de mudança o devem. Não cumprem rigorosamente nada. São um parceiro que não transmite confiança e que parece não se preocupar com isso.

                    O Estado grego enquanto não funcionar como Estado real e instituir alguma cultura de transparência e responsabilidade, com FMI ou sem FMI, com austeridade ou sem austeridade, terá sempre um país falhado como consequência. É preciso mudar, acima de tudo, uma forma de estar na vida do grego comum. E isso não se muda com dinheiro.

                    Já estas eleições conduziram alegremente à oficialização do suicídio colectivo. É mesmo uma questão de meses.

                    Comentário


                      #40
                      Alguém tem ideia de como funciona o sistema eleitoral na Grécia? Li na net alguns comentários que diziam que apesar da Nova Democracia ter eleito mais deputados tinha tido muito menos votos que o 2º classificado, por exemplo.
                      Em Portugal, teoricamente, também é possível mas os números que vi da Grécia eram surreais, tipo ter o dobro dos votos e elegar um quarto dos deputados.

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                        #41
                        Syriza: É óbvio que o veredicto popular torna nulo o acordo de resgate- Europa - Jornal de negócios online

                        Syriza: "É óbvio que o veredicto popular torna nulo o acordo de resgate"

                        Rejeição das actuais condições do resgate, suspensão de pagamentos até que esteja concluída uma investigação à dívida grega ou controlo estatal dos bancos: São três dos cinco pontos que a Coligação de Esquerda Radical vai levar em frente se chegar ao governo. A Esquerda Democrática já disse que sim a uma coligação. Mas uma maioria absoluta ainda está longe.



                        Rejeição imediata do memorando. Este é um dos pilares da política que Alexis Tsipras, o líder da Coligação de Esquerda Radical, ou Syriza, pretende impor caso chegue ao governo.

                        São cinco os pontos chave da política levada a cabo por Tsipras, segundo o anúncio que o próprio fez, de acordo com o “Kathimerini” e o “Athens News”. A declaração foi feita depois de receber, do presidente grego, o mandato para a formação de um governo, que o grego de 37 anos pretende que seja composto por partidos de esquerda.

                        1) Rejeição imediata do memorando, cancelando todas as medidas prestes a acontecer que vão "empobrecer ainda mais os gregos", como cortes de pensões e de salários;

                        2) Cancelamento imediato de todas as medidas a acontecer que vão "minar os direitos fundamentais dos trabalhadores", como abolição de acordos de trabalho colectivos.

                        3) Abolição imediata da lei que garante imunidade aos deputados, reforma da lei eleitoral e do sistema político, abolição os 50 assentos para o partido mais votado;

                        4) Controlo estatal dos bancos e uma investigação aos bancos gregos, com a imediata publicação da auditoria do BlackRock à banca grega;

                        5) Formação de um comité internacional para investigar as causas da dívida pública, com moratória sobre todo o serviço da dívida até que sejam publicadas as descobertas da auditoria.

                        Alexis Tsipras avançou, assim, as condições que coloca a quem tenta chamar para uma mais ampla coligação. Na nova coligação, que caso seja formada e obtenha uma maioria absoluta no parlamento para dar lugar a um novo governo, é certo que o líder do Syriza quer eliminar as condições do acordo com a troika.

                        “É óbvio que o veredicto popular torna nulo o acordo do resgate”, declarou Tsipras na conferência de imprensa que se seguiu ao encontro presidencial.

                        Sobre os líderes dos partidos que têm dividido o poder de Atenas, Antonis Samaras e Evangelos Venizelos, Tsipras afirmou que têm de recuar no apoio ao memorando, através de uma carta escrita aos dirigentes da União Europeia, segundo a agência grega Ana.

                        Se não o fizerem, é a prova de que a Nova Democracia e o Pasok existem não para salvar a nação mas para salvar o memorando, indica o “Athens News”.

                        Esquerda Democrática já disse sim

                        Entretanto, o líder do Syriza já se encontrou com o responsável da Esquerda Democrática, Fotis Kouvelis. O Syriza já recebeu o apoio deste partido: “Disse-lhe que se quer ir em frente num governo de partidos de esquerda, será com o apoio da Esquerda Democrática”. Juntos, conseguem apenas 71 assentos, longe dos 151 que possibilitam uma maioria absoluta.

                        Hoje, Tsipras, também irá encontrar-se com duas forças que não alcançaram a “barreira” de 3%, essencial para serem representados no parlamento.

                        Com o Partido Comunista, com quem se quer juntar numa mais ampla coligação, Alexis Tsipras vai reunir-se amanhã, no mesmo dia em que se volta a encontrar com Antonis Samaras, da Nova Democracia, e com Evangelos Venizelos, do socialista Pasok.
                        Espero que não consigam formar governo, pois esta gente está louca e sem querer encarar as possíveis consequências (ou será que nem têm noção das mesmas?).

                        Comentário


                          #42
                          Originalmente Colocado por dvck Ver Post
                          Alguém tem ideia de como funciona o sistema eleitoral na Grécia? Li na net alguns comentários que diziam que apesar da Nova Democracia ter eleito mais deputados tinha tido muito menos votos que o 2º classificado, por exemplo.
                          Em Portugal, teoricamente, também é possível mas os números que vi da Grécia eram surreais, tipo ter o dobro dos votos e elegar um quarto dos deputados.
                          Isso tá aí qualquer coisa mal interpretada, só pode.

                          Comentário


                            #43
                            É óbvio que tudo o que vai acontecendo na Grécia pode ser preocupante. Mas como li ontem num semanário alemão, um tal clima político até pode fazer bem ao país, pelo menos os gregos estavam descontentes com a actual situação política do país e reflectiram isso em votos (bom, mais ou menos, não podemos esquecer dos 40% de abstenção... este facto vem um pouco de encontro ao testemunho que o Andre deixou aqui). Este resultado eleitoral pode ter sido uma manobra arriscada e inconsequente, mas a mensagem passou e já há muito tempo que umas eleições europeias não eram tão comentadas e debatidas.

                            A entrada dos neonazis no parlamento é mais um aviso. Se não for levado a sério, tem tudo para acabar mal. Quando temos uma população “com fome” e insegura é meio caminho andado para os extremistas conseguirem influenciar essas pessoas (como a antiga classe média) e a radicalizarem as suas posições. É assustador saber que passados apenas 67 anos sobre o fim da 2ª grande guerra, foram eleitos de uma forma absolutamente democrática, nazis para o parlamento de um país da União Europeia. Eu sei que os extremistas de esquerda também não colhem muitos fãs por aqui e que até se gosta de misturar alhos com bugalhos sempre que se fala em extremismos, mas pelo menos conseguem entender as diferenças dos “radicalismos” que os separam? Conhecem algum partido extremista de esquerda que obriga todos os jornalistas a levantarem-se quando o seu líder chega à sala? :D

                            Comentário


                              #44
                              Originalmente Colocado por dvck Ver Post
                              Alguém tem ideia de como funciona o sistema eleitoral na Grécia? Li na net alguns comentários que diziam que apesar da Nova Democracia ter eleito mais deputados tinha tido muito menos votos que o 2º classificado, por exemplo.
                              Em Portugal, teoricamente, também é possível mas os números que vi da Grécia eram surreais, tipo ter o dobro dos votos e elegar um quarto dos deputados.
                              O que aconteceu foi que recentemente o PASOK e a ND mudaram a lei de forma a que o partido mais votado tivesse automaticamente um bónus de mais 50 deputados. Provavelmente no desespero de verem as sondagens acharam que seria suficiente para pelo menos terem a maioria absoluta juntos.

                              Andam a gozar com a cara dos Gregos e com a Democracia.

                              Talvez a esquerda radical seja o melhor possível para Grécia.

                              Comentário


                                #45
                                Originalmente Colocado por portishead Ver Post
                                Eu sei que os extremistas de esquerda também não colhem muitos fãs por aqui e que até se gosta de misturar alhos com bugalhos sempre que se fala em extremismos, mas pelo menos conseguem entender as diferenças dos “radicalismos” que os separam? Conhecem algum partido extremista de esquerda que obriga todos os jornalistas a levantarem-se quando o seu líder chega à sala? :D
                                Sim, eu entendo a diferença, mas quando vão parar ao poder morrem inocentes tanto devido à extrema esquerda como à "direita". No fundo são a mesma coisa. É só substituireis a palavra classe por raça e basicamente a ideologia é a mesma.
                                Editado pela última vez por NunoMF; 08 May 2012, 19:19.

                                Comentário


                                  #46
                                  Originalmente Colocado por DigCb Ver Post
                                  Isso tá aí qualquer coisa mal interpretada, só pode.
                                  Não, foi mais uma fraude do PASOK e da ND.

                                  Comentário


                                    #47
                                    E a atitude da direita radical que na conferência de imprensa expulsou uma jornalista que se recusou a levantar quando da entrada do presidente do partido?
                                    Respeitinho...

                                    Comentário


                                      #48
                                      Durão Barroso:
                                      "Os Estados-membros têm que ser consistentes e implementar as medidas com que se comprometeram. Os países intervencionados não têm alternativa – à excepção do incumprimento desordenado, excepção que não considero uma alternativa – a não ser seguir as medidas de consolidação orçamental, as reformas estruturais e, como é óbvio, alguns objectivos de investimento que impulsionem o crescimento."
                                      Sem novo governo à vista, Grécia arrisca-se a ficar sem ajuda externa- Europa - Jornal de negócios online

                                      Comentário


                                        #49
                                        Originalmente Colocado por GJP Ver Post
                                        é uma cidade de palhaçada

                                        protestam mais do que trabalham... enfim... sejam menos piegas e menos mercado paralelo
                                        Mas se eles fizessem o mesmo que o bimbo que referiu o famoso "piegas" só começariam a trabalhar aos 37 anos. E isto é malta trabalhadora, não arrasta os estudos e não tem à espera deles aos 37 anos um tacho de um amigo para um lugar de administrador...

                                        Comentário


                                          #50
                                          A dívida de Sócrates- A Escolha do Editor - Jornal de negócios online

                                          A dívida de Sócrates

                                          O colapso da alternância entre conservadores e socialistas, base do sistema partidário e do clientelismo de estado desde a queda da Junta Militar em 1974, condenou a Grécia à saída do euro.

                                          O colapso da alternância entre conservadores e socialistas, base do sistema partidário e do clientelismo de estado desde a queda da Junta Militar em 1974, condenou a Grécia à saída do euro.

                                          Novas eleições não irão alterar o essencial: para a maioria dos gregos a política de austeridade é insuportável e impõe-se a renegociação do acordo com a troika para garantir a permanência no euro.

                                          No quinto ano consecutivo de recessão, dois meses após credores privados terem perdoado mais de 100 mil milhões de euros na maior reestruturação negociada de sempre de dívida pública e da troika ter avançado com um segundo plano de resgate de 130 mil milhões de euros, consumou-se o colapso político.



                                          A ascensão dos extremos

                                          A forte votação da frente de esquerda radical SYRIZA nos grandes centros urbanos, a concentração do eleitorado conservador em pequenas cidades e áreas rurais, a dispersão de 19% dos votos em partidos que não conseguiram atingir os 3% necessários para representação parlamentar são aspectos novos e relevantes.

                                          A quebra abrupta de socialistas e conservadores, congregando apenas 32% dos votos - menos de metade do conseguido pelos dois partidos em todas as eleições desde 1977 -, resultou na ascensão dos extremos, culminando com a entrada dos neo-nazis no parlamento.

                                          Os 7% dos neo-nazis da "Alvorada Dourada" provam a falência da política de imigração grega e da União Europeia, da incapacidade do estado em garantir funções básicas de segurança perante a crescente criminalidade violenta, e demonstram, sobretudo, a persistência de um virulento nacionalismo de laivos racistas e matriz religiosa ortodoxa.

                                          O voto de protesto, que favoreceu essencialmente a esquerda radical, fortemente nacionalista na sua maioria, não será desviado a curto prazo para os partidos tradicionais podendo mesmo vir a favorecer novas formações populistas.

                                          Da Acrópole só se perfilam no horizonte governos instáveis, com escassa legitimidade política e sujeitos a forte contestação social e os parceiros europeus não podem aceitar financiar Atenas ilimitadamente, por tempo indeterminado e sem garantias de pagamento.

                                          A bancarrota sem demora

                                          O FMI, o BCE e a Comissão Europeia pouco terão de esperar para se confrontarem com a bancarrota grega.

                                          Se o executivo em funções não honrar, na próxima semana, o pagamento de 436 milhões de euros em obrigações que ficaram fora do acordo de reestruturação de Março, os credores recorrerão à via judicial.

                                          O incumprimento porá ainda em causa o plano de privatizações, comprometerá financiamentos do FMI e descartará definitivamente o retorno de Atenas aos mercados internacionais em 2015.

                                          Nenhum executivo grego conseguirá, de resto, reunir condições para impor a curto prazo medidas adicionais de austeridade, cifradas em cortes de 11,5 mil milhões de euros até 2014, e tão pouco poderá propor à troika paliativos de recurso como moratórias no pagamento de juros de dívida.

                                          A UE em 2009, quando a crise grega passou a ser impossível de esconder, não conseguiu definir uma política efectiva para estabilizar uma economia que representa menos de 2% do produto bruto comunitário e viu fracassar em Atenas uma estratégia assente essencialmente na austeridade anti-inflacionária para redução acelerada de défice orçamental e dívida pública e privada.

                                          Após a reestruturação de Março, que deixou nas mãos de privados apenas 27% da dívida grega, o BCE e os estados europeus terão de arcar com o grosso do impacto da bancarrota de Atenas e subsequente saída do euro.

                                          As consequências do naufrágio ateniense poderão vir a ser eventualmente contidas, preservando a moeda única, mas as ondas de choque atingirão em cheio países como o Chipre, cuja banca necessitará de ajuda massiva devido à sua exposição à dívida grega, acentuando temores e especulações quanto a Portugal, Irlanda, Espanha e Itália.

                                          A cicuta

                                          Para muitos gregos depois da grande farra é tempo da cicuta.

                                          Foram agonizando com o veneno em pequenas doses, paralisando a pouco e pouco, mas, agora, no transe do abandono do euro, o sufoco será total.

                                          No "Fédon" Platão legou a mais célebre das lendas sobre a morte de Sócrates, prostrado pela cicuta.

                                          As últimas palavras de Sócrates, dirigidas a um dos seus amigos e discípulos, teriam sido: "Critón, devemos um galo a Asclépio. Não te esqueças de saldar essa dívida."

                                          Nestes tempos desalmados é filosofia de rigor dos mercados tomar estas palavras à letra.

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                                            #51
                                            Alemanha avisa Grécia: Se a Grécia decidir não ficar na Zona Euro, não a podemos impedir- Política - Jornal de negócios online

                                            Alemanha avisa Grécia: "Se a Grécia decidir não ficar na Zona Euro, não a podemos impedir"

                                            A Grécia vai receber 5,2 mil milhões de euros na próxima tranche da ajuda externa. Mas apenas porque a tranche já foi aprovada. O restante fica à espera de uma definição política no país. A Alemanha já disse que ajuda só se concretiza caso as reformas continuem, em resposta às ameaças do Syriza. "A Grécia não pode ser poupada a esta consolidação", disse Schäuble.



                                            As ameaças da Coligação da Esquerda Radical, o Syriza, sobre a rejeição do pacote de ajuda externa à Grécia, já desencadearam respostas na Comissão Europeia e na Alemanha.

                                            "Eles têm de decidir se ficam ou não na Zona Euro. Se a Grécia decidir não ficar na Zona Euro, não a podemos impedir”, avisou o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, numa conferência em Bruxelas, citado pela Bloomberg.

                                            Não há espaço para renegociar as condições do pacote de ajuda externa recebido pela Grécia, no valor de 130 mil milhões de euros, que se seguiu ao primeiro pacote de resgate de 110 mil milhões, avisou, também, o responsável pela pasta das Finanças germânicas. E avisou: qualquer dúvida em relação às condições do resgate trarão "incertezas catastróficas para os mercados financeiros".

                                            "Não há falta de solidariedade. Mas a Grécia não pode ser poupada a esta consolidação. É óbvio que é por isso que a grande maioria dos gregos quer ficar na Zona Euro, porque os gregos sabem que as alternativas para a Grécia não são positivas", declarou Schäuble, segundo a Bloomberg.

                                            Merkel diz que não há alternativas

                                            "Sempre disse que ultrapassar a crise é um processo longo e extenuante e sempre quis resolver de um modo que a Grécia permaneça como membro da Zona Euro. Nada mudou a esse respeito", declarou Angela Merkel numa entrevista ao alemão Neue Presse, a que a Bloomberg teve acesso antes da publicação.

                                            Schäuble e Merkel não foram os únicos membros do Governo alemão a lançar farpas à Grécia: "A Alemanha gostaria que a Grécia permanecesse na Zona Euro. Contudo, a permanência da Grécia na Zona Euro não está nas nossas mãos". A declaração é do ministro dos Negócios Estrangeiros, Guido Westerwelle, igualmente em Bruxelas, segundo a Reuters.

                                            Westerwelle afirmou também que não serão entregues quaisquer novas tranches da ajuda externa caso o país não continue com as reformas acordadas. "O que se mantém válido é que os acordos com a troika e os objectivos das reformas têm de ser respeitados", completou Merkel na sua entrevista, dizendo que "é a única forma de a Grécia voltar à estabilidade e à força económica".

                                            5,2 mil milhões vão a caminho, mas só porque já foram aprovados

                                            Sob este cenário, a Dow Jones avançou, hoje, que a entrega da tranche de 5,2 mil milhões de euros que Atenas deveria receber amanhã iria ser adiada. Algo que foi desmentido pelo porta-voz do comissário europeu, Amadeu Altafaj, num telefonema à Agência France Press (AFP).

                                            "O pagamento terá lugar", disse. "Porque já foi aprovado”, explicou Altafaj, deixando esse alerta para os gregos.

                                            “Temos de dizer aos gregos que, neste momento, a situação é grave, que nenhum país da Zona Euro estará disponível para entregar uma quantidade de 130 mil milhões de euros aos gregos, caso não exista um governo em funções que respeite as regras e que administre o dinheiro entregue”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo, Jean Asselborn, citado pela AFP.

                                            Os avisos europeus acontecem depois de ter sido atribuído a Alexis Tsipras, líder da Coligação da Esquerda Radical, o mandato presidencial para tentar formar governo, depois de a força política mais votada no domingo, a Nova Democracia, não o ter conseguido. A tarefa não tem sido fácil para Tsipras.

                                            O dirigente do Syriza já avisou que, se chegar ao Governo, “não vai haver 11 mil milhões de euros de medidas de austeridade adicionais”, como exige o acordo para que sejam libertadas novas tranches de financiamento.

                                            Da Alemanha, também já veio um alerta que a Grécia não ficará sem dinheiro até Julho, de acordo com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Michael Link. As dificuldades que se têm verificado para formar um governo têm levantado alertas sobre se os helénicos não terão de regressar às urnas.

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                                              #52
                                              Originalmente Colocado por NunoMF Ver Post
                                              O que aconteceu foi que recentemente o PASOK e a ND mudaram a lei de forma a que o partido mais votado tivesse automaticamente um bónus de mais 50 deputados. Provavelmente no desespero de verem as sondagens acharam que seria suficiente para pelo menos terem a maioria absoluta juntos.

                                              Andam a gozar com a cara dos Gregos e com a Democracia.

                                              Talvez a esquerda radical seja o melhor possível para Grécia.
                                              Isso é ridículo. Desvirtua completamente o voto popular.

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                                                #53
                                                Na mais velha democracia do mundo o sistema eleitoral favorece completamente os 2 maiores partidos para facilitar maiorias. Acho até que quem ganha o círculo eleitoral elege todos os deputados desse mesmo círculo, para se ter uma noção de como as coisas são.

                                                Há diversos países com limites bem mais rígidos para a representação parlamentar de acordo com uma percentagem mínima de votos. A Alemanha é um deles. O objectivo é simples: evitar dar voz a partidos extremistas do calor do momento que depois crescem à custa do tempo de antena/visibilidade que ganham com a representação parlamentar.

                                                Essa particularidade grega de haver bónus de deputados para o partido mais votado não me choca. O timing é que foi desastroso.

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                                                  #54
                                                  Líder conservador anuncia falta de acordo para governo de coligação- Europa - Jornal de negócios online

                                                  Líder conservador anuncia falta de acordo para governo de coligação

                                                  O líder conservador grego, Antonis Samaras, vencedor sem maioria absoluta das legislativas de domingo na Grécia, anunciou que não chegou a acordo para um governo de coligação com o líder da esquerda radical.



                                                  Samaras disse ter referido a Alexis Tsipras, o dirigente da coligação da esquerda radical Syriza que a rejeição do memorando assinado com os credores internacionais conduziria o país à falência.

                                                  O líder da Nova Democracia (ND) reiterou que está preparado para apoiar um governo minoritário, na condição de que a Grécia permaneça na zona euro.

                                                  Samaras considerou que as posições de Tsipras significam "aceitar que a Grécia saia do euro e a falência do país".
                                                  E parece que afinal já não vão os 5,2 mil milhões.

                                                  Grécia: Zona euro adia para segunda-feira o desbloqueio de mil milhões de euros- Europa - Jornal de negócios online
                                                  ....
                                                  A zona euro decidiu bloquear mil milhões de euros, dos 5,2 mil milhões da prestação dos credores que será enviada quinta-feira para a Grécia, e aguardar pela reunião dos ministros das Finanças da zona euro.
                                                  ...

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                                                    #55
                                                    Grécia não recebe tranche completa do resgate - Expresso.pt

                                                    Grécia não recebe tranche completa do resgate

                                                    Fundo Europeu de Estabilização Financeira credita apenas 4,2 mil milhões da tranche que deveria entrar hoje na conta especial reservada ao pagamento da dívida grega. Até dia 18, Atenas tem de reembolsar 3,3 mil milhões ao BCE.

                                                    ....

                                                    Comentário


                                                      #56
                                                      Ó sim. Isso vai mesmo agradar ainda mais os Gregos. A Syriza ainda poderá ganhar aqueles 3% extra se vai a novas eleições. Depois é que a festa realmente começa.

                                                      Comentário


                                                        #57
                                                        Nem quero imaginar o que vai acontecer àquela gente se ficarem sem dinheiro.

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                                                          #58
                                                          Este caso da Grécia não está a ter destaque suficiente. Nomeadamente aqui em Portugal. Parece que ainda há quem se alinha com a doida da Merckel a dizer que "eles são malandros! Precisam de ser castigados!". A história está a repetir-se mas esta gente prefere estar nos seus poleiros e fingir que nada está a passar.
                                                          Editado pela última vez por luso2kx; 10 May 2012, 11:38.

                                                          Comentário


                                                            #59
                                                            Originalmente Colocado por NunoMF Ver Post
                                                            Não, foi mais uma fraude do PASOK e da ND.
                                                            É, sem pele nem espinhas, um golpe de Estado institucionalizado.

                                                            Comentário


                                                              #60
                                                              Grécia: Syriza falha formação do Governo. Palavra é dada agora aos socialistas - Europa - Jornal de negócios online

                                                              Grécia: Syriza falha formação do Governo. Palavra é dada agora aos socialistas

                                                              .....
                                                              Teria sido desejável se tivessem empurrado a Grécia para fora do euro há três anos- Economia - Jornal de negócios online
                                                              "Teria sido desejável se tivessem empurrado a Grécia para fora do euro há três anos"

                                                              Muita "agonia" teria sido evitada se a Grécia tivesse saído do euro antes de ser resgatada, em 2010, na opinião do analista conhecido como "Senhor Pessimista". "O público tem sido alvo de uma lavagem cerebral", acrescenta, referindo-se a receios sobre a saída do euro.



                                                              “Teria sido desejável se os países do euro tivessem empurrado a Grécia para fora do euro há três anos”, considera o “guru” dos mercados Marc Faber. E porquê? “Teria poupado uma grande agonia”.

                                                              “O público tem sido alvo de uma lavagem cerebral”, declarou Faber. O “Senhor Pessimista”, como é conhecido nos mercados, afirmou hoje que se tem sido levado a pensar “que o desmembramento do euro seria um completo desastre”, indicou, hoje, o analista numa entrevista à Bloomberg Television.

                                                              Ao contrário de um “desastre”, “essa seria uma solução”, segundo o analista. “Fazer simplesmente um resgate não vai resolver o problema”, acrescentou Faber, que publica a “newsletter” sobre oportunidades de investimento “Gloom, Boom and Doom” (GBD). O resgate, segundo diz Marc Faber, tem feito com que o “problema se tornou cada vez maior”.

                                                              A saída da moeda única seria positiva tanto para a Grécia como para a Zona Euro. Nesta altura, acrescenta, o melhor seria o regresso de toda a região às suas próprias divisas, mantendo o euro como moeda internacional. “Tal como quando se viaja na América Latina – com o dólar, consegue-se pagar tudo”, cita a agência Bloomberg.

                                                              Marc Faber é um analista conhecido por ter previsto o “crash” bolsista de 1987. Em 2010, disse ao Negócios que, nos anos seguintes, se iria verificar um crescimento inexistente no mundo ocidental.

                                                              A Grécia vive agora um momento de tensão, após as eleições legislativas de domingo, que não atribuíram uma vitória eleitoral com maioria absoluta a nenhum partido.

                                                              Entretanto, depois de o partido conservador Nova Democracia, o mais votado, não ter conseguido formar um governo, foi passada a palavra ao Syriza, a Coligação da Esquerda Radical, que defende o corte dos compromissos incluídos no programa de resgate à Grécia, o que trouxe, de novo, para a discussão a possibilidade de Atenas abandonar o euro. O Syriza não conseguiu concretizar a constituição de um Executivo com um apoio parlamentar alargado e já é o Pasok, o partido eleito em 2009, que está a tentar formar um governo.

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