O merceeiro do bairro já não é o Sr. António. Agora chama-se Mohammed

[pjota]

Não percebo esta ideia de que, para se ter algum sucesso, tem de se ter um ponto de partida miserável e estar disposto a passar mal. Até porque, com a imensidão de excluídos que há no mundo, haverá sempre alguém disposto a passar pior para ter o dito "sucesso". E, assim que atingir um patamar mínimo de conforto, é candidato a ser substituído por outro miserável ainda mais miserável.

O capitalismo assente na miséria não me parece um bom princípio. Sobretudo quando se vê que os poucos no planeta que são muito ricos, chegam a acumular sozinhos, fortunas superiores ao PIB de nações inteiras de miseráveis.

Trapaças e cambalachos à parte, que são sempre condenáveis, considero que deveria haver um sistema que, premiando o mérito e estimulando o esforço de cada um, deveria ter em consideração um patamar mínimo de dignidade e de conforto para as pessoas, apostando numa melhor redistribuição da riqueza produzida.

Causa-me mais impressão saber que o dono da mercearia onde vou dorme nas traseiras da loja, do que saber que ele tem o suficiente para proporcionar conforto à sua família.

Afinal, tanta treta sobre a economia do conhecimento, e depois o que conta é a disponibilidade de cada um para passar o pior possível. Não me parece nada bem.

[Valium]

...

Causa-me mais impressão saber que o dono da mercearia onde vou dorme nas traseiras da loja, do que saber que ele tem o suficiente para proporcionar conforto à sua família.

Afinal, tanta treta sobre a economia do conhecimento, e depois o que conta é a disponibilidade de cada um para passar o pior possível. Não me parece nada bem.

Não me parece que seja isso que esteja em causa, ninguém diz que eles devem viver assim ou é por isso que vão aquele estabelecimento. É uma opção "empresarial" que lhes saí do lombo, que optam por fazer para ganhar mais €€€ e enviar para casa.
A realidade PT em França, Suiça ou Luxemburgo há uns anos atrás não era muito diferente, trabalho, trabalho, trabalho, e amealhar o máximo possível.

Tal como os PT podem fazer o mesmo horário, o inverso também acontece, é opção. São é realidades diferentes, com objectivos igualmente diferentes.

[diogocoelho]

isto nao e so aqui em lisboa

no fim de semana passado tive em Barcelona e de 40 em 40 metros a uma mercearia com donos indianos etc etc

[LEMF]

Ou essas mais as lojas de electrónica em Manhattan.

Nem precisam de ir tão longe. Basta irem às paralelas das ramblas em Barcelona.

[DigCb]

isto nao e so aqui em lisboa

no fim de semana passado tive em Barcelona e de 40 em 40 metros a uma mercearia com donos indianos etc etc

É só marroquinos em Barcelona. Até chateia.

[jmf]

Se os portugueses seguissem o exemplo dos chinesses também tinham boas lojas!
- os chineses não metem despesas pessoais na firma.
- Os chineses não pagam prémios e coisas do género.
- Os chineses só tiram o salário deles quando há dinheiro.
- Os chineses sabem aonde anda cada cêntimo que tem dentro da firma.
- Os chineses não distribuem resultados.
- Com os chineses nunca é preciso "puxar" pela cabeça, dá tudo certo à primeira vez.
- Os chineses não são empresas, sai mais barato mas não tem o património pessoal protegido
...
Depois há o estilo de vida, por exemplo, uma casa à noite tem o chão totalmente ocupado por esteiras com gajos a dormir, só há um fino corredor entre as esteiras, há horas marcadas para tomar banho, só uns poucos chinocas sortudos tem quartos ou casas a sério.

Depois tens outro tipo de chineses, por exemplo os empresários chineses dos armazéns grossistas, têm empresas, para passarem uma factura real é um caso sério (vendem a 5€ mas na factura só querem colocar 1€), têm grandes carros tudo premium pagos a pronto ,mesmo as carrinhas da empresa são topo de gama, jantam na marisqueiras boas lagostas e marisco do melhor (basta ir jantar ao porto alto numa marisqueira para ver in locco), gastam rios de dinheiro nos casinos, vestem sempre roupas das melhores marcas e não são falsificadas como as que vendem lol, os empregados destes (também chineses dormem nos armazéns como cães de guarda) e recebem muito mal.

[Peste]

Não percebo esta ideia de que, para se ter algum sucesso, tem de se ter um ponto de partida miserável e estar disposto a passar mal. Até porque, com a imensidão de excluídos que há no mundo, haverá sempre alguém disposto a passar pior para ter o dito "sucesso". E, assim que atingir um patamar mínimo de conforto, é candidato a ser substituído por outro miserável ainda mais miserável.

O capitalismo assente na miséria não me parece um bom princípio. Sobretudo quando se vê que os poucos no planeta que são muito ricos, chegam a acumular sozinhos, fortunas superiores ao PIB de nações inteiras de miseráveis.

Trapaças e cambalachos à parte, que são sempre condenáveis, considero que deveria haver um sistema que, premiando o mérito e estimulando o esforço de cada um, deveria ter em consideração um patamar mínimo de dignidade e de conforto para as pessoas, apostando numa melhor redistribuição da riqueza produzida.

Causa-me mais impressão saber que o dono da mercearia onde vou dorme nas traseiras da loja, do que saber que ele tem o suficiente para proporcionar conforto à sua família.

Afinal, tanta treta sobre a economia do conhecimento, e depois o que conta é a disponibilidade de cada um para passar o pior possível. Não me parece nada bem.

É isso mesmo. Quanto à economia, a função de um economista é olhar para a realidade e torna-la mais eficiente optimizando o que está mal, como por exemplo a deficiente distribuição da riqueza.

Mas nem todos seguem estas premissas, uns porque não entendem de todo a realidade económica (sabem umas teorias de cor e mal) ou não entendem como se aplicam num mundo que é inerentemente ineficiente, outros porque lhes interessa um mundo tal como está, porque podem tirar partido disso.

[CarlosL]

E já cá faltavam os delírios teóricos.....

....

Isto faz confusão a muita gente, especialmente aqueles que acreditam que a intervenção do estado os deve proteger da competição "desleal" de quem está disposto a fazer mais por menos. Estes, diga-se de passagem, representam uma grande parte da população europeia que verá os seus níveis de vida a diminuir progressivamente à medida que as economias emergentes reclamam mais recursos.

E está a acontecer a uma velocidade estonteante.

[armandosilva]

Qual é o espanto do autor do topico? Se ja tivesse ido a Paris iria constatar que mercearias dessas por lá sao mato e olha que clientela nao falta. O importante é ires á baixa da cidade e HAVER comercio

[jomaso]

Se os portugueses seguissem o exemplo dos chinesses também tinham boas lojas!
- os chineses não metem despesas pessoais na firma.
- Os chineses não pagam prémios e coisas do género.
- Os chineses só tiram o salário deles quando há dinheiro.
- Os chineses sabem aonde anda cada cêntimo que tem dentro da firma.
- Os chineses não distribuem resultados.
- Com os chineses nunca é preciso "puxar" pela cabeça, dá tudo certo à primeira vez.
- Os chineses não são empresas, sai mais barato mas não tem o património pessoal protegido
...
Depois há o estilo de vida, por exemplo, uma casa à noite tem o chão totalmente ocupado por esteiras com gajos a dormir, só há um fino corredor entre as esteiras, há horas marcadas para tomar banho, só uns poucos chinocas sortudos tem quartos ou casas a sério.

Esqueceste de referir que também não pagam impostos.
Não há cá facturas pra niguém em grande parte dos sitios.
É toma lá guito e dá cá a mercadoria.
Tenho um amigo meu que fazia feiras há uns anos atrás. Cheguei a ir com ele à zona industrial do Mindelo (quase toda comprada por chineses) comprar artigo que ele vendia nas feiras.
Nem máquina registadora tinham. Apenas calculadora. Na zona industrial andavam todos de BMW, Audi e Mercedes e quem os queria ver à noite era no casino de Espinho ou da Póvoa.
Na altura ficou muito conhecido o facto de comprarem armazéns com sacos do lixo cheios de notas.
A empresa do meu pai se não pagasse impostos e demais licenças, também era porreiro. Assim também eu sou bom gestor.

[PEDROM]

O ideal era estarmos todos ao nível dos Chineses,paquistaneses,e outros miseráveis.Isso sim é que era de valor.Não poder-mos descer mais na qualidade de vida.Trabalhar-mos o dia todo por umas tigelas de arroz.Aí mais ninguém ia ter inveja de nós,a não ser que tivesse-mos um sardão maior.Esse dia está perto,é só esperarem.

[Joana1984]

Mas as mercearias dos bairros não são mais caras do que os hiper/supermercados?

[Lom]

Normalmente são mais caras,mas o que faz as pessoas irem as mercearias, é o serviço personalizado,a atenção que dão aos clientes e o facto de não se perder muito tempo a procura dos produtos.

[pjota]

O ideal era estarmos todos ao nível dos Chineses,paquistaneses,e outros miseráveis.Isso sim é que era de valor.Não poder-mos descer mais na qualidade de vida.Trabalhar-mos o dia todo por umas tigelas de arroz.Aí mais ninguém ia ter inveja de nós,a não ser que tivesse-mos um sardão maior.Esse dia está perto,é só esperarem.

O que, num mercado competitivo como este, pode fazer toda a diferença. LOL

[kushinadaime]

Esqueceste de referir que também não pagam impostos.
Não há cá facturas pra niguém em grande parte dos sitios.
É toma lá guito e dá cá a mercadoria.
Tenho um amigo meu que fazia feiras há uns anos atrás. Cheguei a ir com ele à zona industrial do Mindelo (quase toda comprada por chineses) comprar artigo que ele vendia nas feiras.
Nem máquina registadora tinham. Apenas calculadora. Na zona industrial andavam todos de BMW, Audi e Mercedes e quem os queria ver à noite era no casino de Espinho ou da Póvoa.
Na altura ficou muito conhecido o facto de comprarem armazéns com sacos do lixo cheios de notas.
A empresa do meu pai se não pagasse impostos e demais licenças, também era porreiro. Assim também eu sou bom gestor.

Tenho a noção que há alguns assim...

O ideal era estarmos todos ao nível dos Chineses,paquistaneses,e outros miseráveis.Isso sim é que era de valor.Não poder-mos descer mais na qualidade de vida.Trabalhar-mos o dia todo por umas tigelas de arroz.Aí mais ninguém ia ter inveja de nós,a não ser que tivesse-mos um sardão maior.Esse dia está perto,é só esperarem.

Mas enquanto o nível de vida deles está a subir como um foguete, o nosso cai que nem uma pedra, e vai ser cada vez mais, não tarda muito e serão eles a dizer isto.
É o que dá os portugueses querem ter direito a isto e aquilo sem suporte, e também as fábricas estarem a "fugir" para esses países.

[XO]

É sempre engraçado ouvir falar de "distribuição de riqueza" em Portugal. Muito mesmo.
Pena é que haja muitos que seja "all the perks without the work"

Abraços
XO

[ClioII]

Normalmente são mais caras,mas o que faz as pessoas irem as mercearias, é o serviço personalizado,a atenção que dão aos clientes e o facto de não se perder muito tempo a procura dos produtos.

Serviço personalizado?!? Onde?!? As pessoas vão às mercearias para não ter que conduzir 30 minutos até ao hipermercado nos arrabaldes, uns porque não têm carro, outros porque não têm tempo, outros porque não lhes apetece, e outros porque "é só uma coisinha" e não justifica grande deslocação. Agora, serviço personalizado nessas lojas, não estou a ver...

[PEDROM]

Estão mesmo a ver uma velhota do bairro de Alfama,deslocar-se ao Continente do Colombo,porque lá o leite e o arroz são mais baratos.

[CarlosL]

O ideal era estarmos todos ao nível dos Chineses,paquistaneses,e outros miseráveis.Isso sim é que era de valor.Não poder-mos descer mais na qualidade de vida.Trabalhar-mos o dia todo por umas tigelas de arroz.Aí mais ninguém ia ter inveja de nós,a não ser que tivesse-mos um sardão maior.Esse dia está perto,é só esperarem.

Mas os Chineses não são miseráveis. De onde tiraste essa ideia? Eu até que ando a tratar de contratar uma tradutora Chinês-Português e a última chinesinha pediu-me 2.000 usd / mês e disse-me logo que tinha o namorado na China.

Quanto ao arroz, nós até fazemos um arroz muito bom de tomate ou de grelos, de modo que não passaremos fome.

[Rasec]

Depois tens outro tipo de chineses, por exemplo os empresários chineses dos armazéns grossistas, têm empresas, para passarem uma factura real é um caso sério (vendem a 5€ mas na factura só querem colocar 1€), têm grandes carros tudo premium pagos a pronto ,mesmo as carrinhas da empresa são topo de gama, jantam na marisqueiras boas lagostas e marisco do melhor (basta ir jantar ao porto alto numa marisqueira para ver in locco), gastam rios de dinheiro nos casinos, vestem sempre roupas das melhores marcas e não são falsificadas como as que vendem lol, os empregados destes (também chineses dormem nos armazéns como cães de guarda) e recebem muito mal.

Essa do gastam rios de dinheiro no casino não é bem assim, "lavam rios de dinheiro" no casino aplica-se muito mais!

[jmf]

Essa do gastam rios de dinheiro no casino não é bem assim, "lavam rios de dinheiro" no casino aplica-se muito mais!

Exactamente!! Faltou-me a palavra apropriada.

[MerryBerry]

Eu sou sincera e gosto muito de ir às compras e ninguem me conhecer, mas tb gosto muito de entrar na loja e o Bom Dia ser personalizado, perguntarem pela familia, quererem ir levar as compras a casa porque os sacos estão pesados, chegar lá e ter aqueles produtos que sabem que se gosta ali guardados só para nós!!! È uma "qualidade" que não tem preço!!!

Já eu não concordo nada com isso. A mim tanto se me faz que seja um bom-dia personalizado ou não, desde que seja um bom-dia educado.

Honestamente tenho imensas reservas acerca do comércio local pois é um antro de fofoquice, portanto, adoro ir à frutaria da chinesa ao pé de minha casa em que a mulher se está a caga* para essas coisas e só quer é receber o dinheiro e saber se queremos coentros ou salsa.

[jmf]

Mas enquanto o nível de vida deles está a subir como um foguete, o nosso cai que nem uma pedra, e vai ser cada vez mais, não tarda muito e serão eles a dizer isto.
É o que dá os portugueses querem ter direito a isto e aquilo sem suporte, e também as fábricas estarem a "fugir" para esses países.

Quando se parte de um "standart" muito baixo é normal a subida rápida.

As fábricas há muito tempo que fugiram para a China (uma das razões do estado que se encontra a UE), embora com recursos humanos inesgotáveis (formam mais engenheiros por ano que secalhar nós temos de população activa) muitas unidades e em especial as que requerem muita mão de obra estão já a achar a China cara, olham agora para Bangldesh, Tailandia ou India como destinos mais atractivos ao seus investimentos.

[Joana1984]

Serviço personalizado?!? Onde?!? As pessoas vão às mercearias para não ter que conduzir 30 minutos até ao hipermercado nos arrabaldes, uns porque não têm carro, outros porque não têm tempo, outros porque não lhes apetece, e outros porque "é só uma coisinha" e não justifica grande deslocação. Agora, serviço personalizado nessas lojas, não estou a ver...

Ok, mas se no bairro existir um mini-preço, não sai mais barato ir ao mini-preço do que à mercearia?

[BEF1FAN]

Cobram mais que o Lidl e por norma que a mercearia tradicional, mas depende dos produtos para este último.. O tal factor aberto até mais tarde (nem todas estão até às 24h, algumas até 21/22 só), algumas ao lado abrem outro negócio (internet, lembranças, etc)

Ah ok

[PEDROM]

Ok, mas se no bairro existir um mini-preço, não sai mais barato ir ao mini-preço do que à mercearia?

Vê-se logo que não conheces Lisboa antiga.

[Ruibadboy]

Os Chineses tb estão a apostar forte em frutarias.

E têm muito sucesso.

Hã tempos deu no telejornal da noite, a ASAE a fechar uma frutaria e a levar a dona detida (chinesa), tinham fruta como se fosse de Portugal, mas não era.

Achei estranho prenderem uma pessoa que trabalha numa frutaria, mesmo que essa fruta seja contrafeita, provavelmente a chinesa estava ilegal no país.

[ChicoSLB]

Já eu não concordo nada com isso. A mim tanto se me faz que seja um bom-dia personalizado ou não, desde que seja um bom-dia educado.

Honestamente tenho imensas reservas acerca do comércio local pois é um antro de fofoquice, portanto, adoro ir à frutaria da chinesa ao pé de minha casa em que a mulher se está a caga* para essas coisas e só quer é receber o dinheiro e saber se queremos coentros ou salsa.

Correcção coentlos ou sarsa

[Joana1984]

Vê-se logo que não conheces Lisboa antiga.

Eu falava das Avenidas Novas, Lumiar.

[LIC]

Estão mesmo a ver uma velhota do bairro de Alfama,deslocar-se ao Continente do Colombo,porque lá o leite e o arroz são mais baratos.

E aproveitam e vão logo comprar a roupa para não terem de ir à feira