Leiam esta reportagem do CM e os pontos que destaco a negro.
Nestes dias em que o mar anda bravo, deve ser frustrante ser nadador-salvador.
Arriscam a vida, aconselham as pessoas na areia e muitas vezes são ignorados.
E no fim, os mesmos que os ignoram, acabam por ser salvos pelos nadadores-salvadores.
Deve ser ingrato e frustrante pôr a propria vida em perigo, para tentar salvar outros, em casos de clara falta de civismo.
Reportagem CM
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Praias: No pós-marés vivas, as ondas ainda impunham respeito e as correntes eram fortes
Mergulhos de cabeça em dia para poucas brincadeiras (COM VÍDEO).
Os olhos mal pestanejavam e nem as perguntas do CM faziam os nadadores-salvadores desviarem a atenção do mar e dos milhares de banhistas que fizeram questão de passar mais um dia de Sol na praia.
O mar esteve, na Linha do Estoril e nas praias da Costa da Caparica, aparentemente mais tranquilo, em oposição à agitação de segunda e terça. Mas os socorristas não deram grande margem de manobra aos mais destemidos. É que, apesar da ondulação mais baixa, o mar manteve-se instável, com correntes fortes.
Em Carcavelos, cinco pessoas tiveram mesmo de ser resgatadas. Um dos nadadores-salvadores ficou ferido ao retirar da água um banhista. Um instrumento de salvamento bateu-lhe, com violência, no rosto. Mas os ferimentos não foram graves.
As bandeiras vermelhas hasteadas segunda e terça-feira em grande parte dos areais deram lugar, ontem, às amarelas. As pessoas não abdicavam de um mergulho no mar, mas poucas foram as que se aventuraram para longe.
Além do mais, na Caparica, Fonte da Telha e em Carcavelos era possível ver um nadador-salvador de 50 em 50 metros, comunicando via rádio.
As marés vivas registadas anteontem e, sobretudo, ontem - muitas vagas invadiram o areal, como sucedeu em Carcavelos e Tróia, apanhando desprevenidos os banhistas, que viram alguns bens estragados - fizeram com que, segundo testemunhos dos nadadores-salvadores, muitos ficassem em casa.
Ainda assim, houve quem aproveitasse as consequências do mar agitado de terça-feira: dezenas de crianças deliciaram-se em autênticas "piscinas" criadas no areal de Carcavelos pelo mar bravo - foi igualmente uma maneira que os pais encontraram para terem os filhos longe do mar agitado -, enquanto os adultos aventuravam-se em ondas a rondar um metro, mas com bastante força. O que obrigava a intervenções constantes dos nadadores-salvadores. Queixam-se da falta de civismo das pessoas, que desrespeitam as ordens e as cores das bandeiras.
Com o avançar das horas, a Capitania do Porto de Cascais previa que a situação ficasse mais calma, sublinhando que o fenómeno das marés vivas é cíclico.
METEOROLOGIA DIZ QUE REGISTOS FORAM "NORMAIS"
Paula Leitão, do Instituto de Meteorologia, disse que, apesar da enorme agitação marítima de terça-feira, os registos foram "normais". "Os registos a que eu tenho acesso não me dão razão para pensar que tenha havido algo fora do normal", afirmou, não atribuindo uma ligação directa deste fenómeno à passagem junto à costa do furacão ‘Gordon'.
"MARÉS VIVAS É FENÓMENO CÍCLICO", por Dário Moreira, Comandante da Capitania de Cascais
Correio da Manhã - Um dia após a agitação marítima nas praias tudo esteve mais calmo.
Dário Moreira - Sim, foi tudo mais tranquilo. Como se previa, a agitação marítima diminuiu.
- Ou seja, as condições vão melhorar?
- As marés vivas são um fenómeno cíclico, prevendo-se novamente daqui a 15 dias. O que aconteceu foi a conjugação da preia--mar com os resquícios de uma tempestade no Atlântico, provocando uma agitação fora do normal.
- Reforçaram os meios?
- Houve vários meios náuticos a vigiar e também intensificámos as patrulhas em terra.
- As pessoas são pouco cívicas?
- Muitos acidentes podiam ser evitados. Estamos longe de uma cultura de segurança desejável.
Nestes dias em que o mar anda bravo, deve ser frustrante ser nadador-salvador.
Arriscam a vida, aconselham as pessoas na areia e muitas vezes são ignorados.
E no fim, os mesmos que os ignoram, acabam por ser salvos pelos nadadores-salvadores.
Deve ser ingrato e frustrante pôr a propria vida em perigo, para tentar salvar outros, em casos de clara falta de civismo.
Reportagem CM
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Praias: No pós-marés vivas, as ondas ainda impunham respeito e as correntes eram fortes
Mergulhos de cabeça em dia para poucas brincadeiras (COM VÍDEO).
Os olhos mal pestanejavam e nem as perguntas do CM faziam os nadadores-salvadores desviarem a atenção do mar e dos milhares de banhistas que fizeram questão de passar mais um dia de Sol na praia.
O mar esteve, na Linha do Estoril e nas praias da Costa da Caparica, aparentemente mais tranquilo, em oposição à agitação de segunda e terça. Mas os socorristas não deram grande margem de manobra aos mais destemidos. É que, apesar da ondulação mais baixa, o mar manteve-se instável, com correntes fortes.
Em Carcavelos, cinco pessoas tiveram mesmo de ser resgatadas. Um dos nadadores-salvadores ficou ferido ao retirar da água um banhista. Um instrumento de salvamento bateu-lhe, com violência, no rosto. Mas os ferimentos não foram graves.
As bandeiras vermelhas hasteadas segunda e terça-feira em grande parte dos areais deram lugar, ontem, às amarelas. As pessoas não abdicavam de um mergulho no mar, mas poucas foram as que se aventuraram para longe.
Além do mais, na Caparica, Fonte da Telha e em Carcavelos era possível ver um nadador-salvador de 50 em 50 metros, comunicando via rádio.
As marés vivas registadas anteontem e, sobretudo, ontem - muitas vagas invadiram o areal, como sucedeu em Carcavelos e Tróia, apanhando desprevenidos os banhistas, que viram alguns bens estragados - fizeram com que, segundo testemunhos dos nadadores-salvadores, muitos ficassem em casa.
Ainda assim, houve quem aproveitasse as consequências do mar agitado de terça-feira: dezenas de crianças deliciaram-se em autênticas "piscinas" criadas no areal de Carcavelos pelo mar bravo - foi igualmente uma maneira que os pais encontraram para terem os filhos longe do mar agitado -, enquanto os adultos aventuravam-se em ondas a rondar um metro, mas com bastante força. O que obrigava a intervenções constantes dos nadadores-salvadores. Queixam-se da falta de civismo das pessoas, que desrespeitam as ordens e as cores das bandeiras.
Com o avançar das horas, a Capitania do Porto de Cascais previa que a situação ficasse mais calma, sublinhando que o fenómeno das marés vivas é cíclico.
METEOROLOGIA DIZ QUE REGISTOS FORAM "NORMAIS"
Paula Leitão, do Instituto de Meteorologia, disse que, apesar da enorme agitação marítima de terça-feira, os registos foram "normais". "Os registos a que eu tenho acesso não me dão razão para pensar que tenha havido algo fora do normal", afirmou, não atribuindo uma ligação directa deste fenómeno à passagem junto à costa do furacão ‘Gordon'.
"MARÉS VIVAS É FENÓMENO CÍCLICO", por Dário Moreira, Comandante da Capitania de Cascais
Correio da Manhã - Um dia após a agitação marítima nas praias tudo esteve mais calmo.
Dário Moreira - Sim, foi tudo mais tranquilo. Como se previa, a agitação marítima diminuiu.
- Ou seja, as condições vão melhorar?
- As marés vivas são um fenómeno cíclico, prevendo-se novamente daqui a 15 dias. O que aconteceu foi a conjugação da preia--mar com os resquícios de uma tempestade no Atlântico, provocando uma agitação fora do normal.
- Reforçaram os meios?
- Houve vários meios náuticos a vigiar e também intensificámos as patrulhas em terra.
- As pessoas são pouco cívicas?
- Muitos acidentes podiam ser evitados. Estamos longe de uma cultura de segurança desejável.
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