Link: http://www.dft.gov.uk/162259/162469/221412/221552/228196/228215/carsmakeandmodeltheriskofdri1801
Sou antigo neste fórum.
Nem sequer sou um membro dos mais activos, como o demonstram os menos de 4.000 posts em 4 anos (exceptuando o tempo dos fóruns que precederam este).
Mas já assisti a muitas discussões sobre a temática da sinistralidade rodoviária, muitas delas mediadas pelo João Dias (que é, de certa forma, o mais parecido que temos com um especialista na matéria – exceptuando, espero, na parte mas activa da prática) e outras nascidas dos muitos acidentes horríveis que têm sucedido, ano após ano, aqui no burgo. [Nota: O João Dias é mesmo um especialista – encartado - no assunto…]
A discussão vai, inevitavelmente, parar ao mesmo; de um lado os defensores da castração química para os que andam a mais de 51km/h, do outro os que acham que 350km/h é uma velocidade aceitável para o IC19, às 8:30 da manhã de um dia de nevoeiro.
No meio ficam – claro – aqueles que não acham nem uma coisa nem outra e que se interrogam, entre dois posts mais enraivecidos pelo “eu não disse que tu tinhas dito que eu tinha dito qualquer coisa”, como ultrapassar este problema que nos envergonha.
Afinal, continuamos a morrer mais na estrada do que na Guerra do Golfo. Darfour é um pequeno problema humanitário quando comparado com os números totais da sinistralidade europeia. A diferença é que se morre em Darfour de forma horrivelmente inadvertida, enquanto por cá “vamos escolhendo” morrer, por uma ou por muitas razões.
Já o disse, vezes infindas, até me cansar, que considero que a solução para este problema passa por 3 grandes etapas, enormíssimas, mas fáceis de elencar:
1 - Educação – No sentido lato. Do civismo à boa conduta. Do culto da paciência-onde-não-há-remédio ao sentimento cívico de auxílio ao próximo. De nada serve não cuspir para o chão, se trancamos o carro do parceiro, em segunda ou terceira fila. Até fica bem apagar o cigarro no cinzeiro mas estragamos tudo quando buzinamos insistentemente quando a senhora deixa o carro ir abaixo no semáforo. A educação também oferece um tal de gosto por aprender, mas isso já era pedir muito.
2 - Formação – A velha questão do ensino, da teoria e da prática da condução em todas as suas dimensões, do estudo e conhecimento da mecânica, tão fundamental para perceber que um disco de travão só trava até determinado ponto de esforço ou que lá por serem de borracha – e regra geral – os pneus precisam de ar no seu interior; do estudo das leis da física, do atrito à força centrífuga; do estudo da psicologia e da sociologia, inclusive, para fazer perceber que cada condutor é em si uma máquina que tem falhas e erros de programação, que tantas vezes conduzem a situações limite e tendencialmente fatais. Andar na AE, à chuva, num dia mau - com o instrutor ao lado. Em resumo tudo o que se devia exigir a um condutor, numa escola.
3 - Informação – Tudo o que sabemos, quase instintivamente, dados, números, regras, sinais. Precisamos de saber mais, de preferência de antemão, antes de nos fazermos à estrada. Quanto a mim, em nada ajuda à prevenção rodoviária saber que a culpa TODA dos acidentes é do excesso de velocidade e do consumo não moderado de tintol. Nem eu, nem a Adega Cooperativa lá da terra temos nada a ganhar com essa apoucada e mísera informação.
Ora, este longuíssimo desabafo, culmina 4 anos de discussões no fórum, em que disse sempre a mesmíssima coisa: Educação, Formação e Informação.
Numa dessas últimas discussões perguntei porque raio a acidentologia não nos fornecia, por exemplo, estudos feitos com base em números reais, sobre os riscos de guiar o carro X em lugar do carro Y, em situação de acidente.
Pensei logo em várias coisas: pressão dos construtores, perigo de tornar menos importante e credível o NCAP, o esforço académico para fazer um estudo dessa natureza. Pode também ter sido um caso, pouco explicável e nada fundado, de sindroma da teoria da conspiração.
Hoje, por acaso, descobri que afinal os estudos existem (e fiquei furioso por não ter tido conhecimento deles antes)
Trata-se do Transport Statistics Bulletin publicado pelo Department of Transport através do Instituto de Estatística do RU, especificamente do: Cars: Make and Model: The Risk of Driver Injury in Great Britain: 2000 – 2004. (também há dados 1996-2000, no mesmo site)
Nem posso imaginar as consequências da publicação destes dados em Portugal.
A transparência poderia, nesse caso, começar a criar opacidades inusitadas.
Mas isto sou só eu a puxar a brasa à questão da Informação…
Link: http://www.dft.gov.uk/162259/162469/221412/221552/228196/228215/carsmakeandmodeltheriskofdri1801
Sou antigo neste fórum.
Nem sequer sou um membro dos mais activos, como o demonstram os menos de 4.000 posts em 4 anos (exceptuando o tempo dos fóruns que precederam este).
Mas já assisti a muitas discussões sobre a temática da sinistralidade rodoviária, muitas delas mediadas pelo João Dias (que é, de certa forma, o mais parecido que temos com um especialista na matéria – exceptuando, espero, na parte mas activa da prática) e outras nascidas dos muitos acidentes horríveis que têm sucedido, ano após ano, aqui no burgo. [Nota: O João Dias é mesmo um especialista – encartado - no assunto…]
A discussão vai, inevitavelmente, parar ao mesmo; de um lado os defensores da castração química para os que andam a mais de 51km/h, do outro os que acham que 350km/h é uma velocidade aceitável para o IC19, às 8:30 da manhã de um dia de nevoeiro.
No meio ficam – claro – aqueles que não acham nem uma coisa nem outra e que se interrogam, entre dois posts mais enraivecidos pelo “eu não disse que tu tinhas dito que eu tinha dito qualquer coisa”, como ultrapassar este problema que nos envergonha.
Afinal, continuamos a morrer mais na estrada do que na Guerra do Golfo. Darfour é um pequeno problema humanitário quando comparado com os números totais da sinistralidade europeia. A diferença é que se morre em Darfour de forma horrivelmente inadvertida, enquanto por cá “vamos escolhendo” morrer, por uma ou por muitas razões.
Já o disse, vezes infindas, até me cansar, que considero que a solução para este problema passa por 3 grandes etapas, enormíssimas, mas fáceis de elencar:
1 - Educação – No sentido lato. Do civismo à boa conduta. Do culto da paciência-onde-não-há-remédio ao sentimento cívico de auxílio ao próximo. De nada serve não cuspir para o chão, se trancamos o carro do parceiro, em segunda ou terceira fila. Até fica bem apagar o cigarro no cinzeiro mas estragamos tudo quando buzinamos insistentemente quando a senhora deixa o carro ir abaixo no semáforo. A educação também oferece um tal de gosto por aprender, mas isso já era pedir muito.
2 - Formação – A velha questão do ensino, da teoria e da prática da condução em todas as suas dimensões, do estudo e conhecimento da mecânica, tão fundamental para perceber que um disco de travão só trava até determinado ponto de esforço ou que lá por serem de borracha – e regra geral – os pneus precisam de ar no seu interior; do estudo das leis da física, do atrito à força centrífuga; do estudo da psicologia e da sociologia, inclusive, para fazer perceber que cada condutor é em si uma máquina que tem falhas e erros de programação, que tantas vezes conduzem a situações limite e tendencialmente fatais. Andar na AE, à chuva, num dia mau - com o instrutor ao lado. Em resumo tudo o que se devia exigir a um condutor, numa escola.
3 - Informação – Tudo o que sabemos, quase instintivamente, dados, números, regras, sinais. Precisamos de saber mais, de preferência de antemão, antes de nos fazermos à estrada. Quanto a mim, em nada ajuda à prevenção rodoviária saber que a culpa TODA dos acidentes é do excesso de velocidade e do consumo não moderado de tintol. Nem eu, nem a Adega Cooperativa lá da terra temos nada a ganhar com essa apoucada e mísera informação.
Ora, este longuíssimo desabafo, culmina 4 anos de discussões no fórum, em que disse sempre a mesmíssima coisa: Educação, Formação e Informação.
Numa dessas últimas discussões perguntei porque raio a acidentologia não nos fornecia, por exemplo, estudos feitos com base em números reais, sobre os riscos de guiar o carro X em lugar do carro Y, em situação de acidente.
Pensei logo em várias coisas: pressão dos construtores, perigo de tornar menos importante e credível o NCAP, o esforço académico para fazer um estudo dessa natureza. Pode também ter sido um caso, pouco explicável e nada fundado, de sindroma da teoria da conspiração.
Hoje, por acaso, descobri que afinal os estudos existem (e fiquei furioso por não ter tido conhecimento deles antes)
Trata-se do Transport Statistics Bulletin publicado pelo Department of Transport através do Instituto de Estatística do RU, especificamente do: Cars: Make and Model: The Risk of Driver Injury in Great Britain: 2000 – 2004. (também há dados 1996-2000, no mesmo site)
Nem posso imaginar as consequências da publicação destes dados em Portugal.
A transparência poderia, nesse caso, começar a criar opacidades inusitadas.
Mas isto sou só eu a puxar a brasa à questão da Informação…
Link: http://www.dft.gov.uk/162259/162469/221412/221552/228196/228215/carsmakeandmodeltheriskofdri1801
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