Rapper homofóbico cancelado em Lisboa
O rapper jamaicano Sizzla Kalonji, que viu esta quarta-feira cancelado um concerto em Barcelona, não tem sala para atuar na data em que está anunciado pela promotora para Lisboa, a 5 de abril. O concerto é já dado como praticamente cancelado.
A promotora portuguesa do espetáculo, JahLive, desde Janeiro, está a divulgar Sizzla na Sala TMN. Contudo, o JN sabe que o espaço não acolherá a atuação e Lisboa poderá tornar-se mais uma das cidades europeias a banir o cantor.
Desde 2002 que o jamaicano se faz notar pelas suas composições incitadoras de atos violentos contra os homossexuais. "Jamais pedirei desculpas a um gay" é apenas uma das letras que Sizzla compôs numa carreira repleta quer de expulsões de vários países europeus, quer de repatriamentos -como aconteceu em Madrid, em 2008, quando chegou a ser detido.
O anúncio do espetáculo em Portugal está a provocar uma enorme contestação à TMN, por ativistas dos Direitos Humanos e movimentos de defesa dos homossexuais. Porém, o JN apurou que a operadora móvel nem gere o espaço, nem tem qualquer responsabilidade na programação de artistas.
O porta-voz da JhaLive, Tiago Romão, acredita que o Sizzla atuará em Lisboa, independentemente da polémica e da inexistência de uma sala. "Ele (o cantor) mudou a sua atitude desde que teve um acidente, há seis meses. As pessoas não podem ser penalizadas eternamente pelo que fizeram", defendeu.
"É preciso perceber e respeitar o facto do Sizzla veicular a realidade do seu país, onde, como é obvio, os gays não são bem vistos. Eu sou europeu e até tenho amigos gays. Mas não se percebe porque é que alguns países europeus estão a impedir um cantor de se exprimir e falar sobre algo que é natural no seu país", referiu Tiago Romão, em relação ao facto de o concerto que decorreria hoje na Suécia nem sequer ter começado, por semelhante contestação. "Ele está muito diferente, pelo menos há três anos", acrescentou.
A verdade é que a realidade contradiz este quadro: Sizzla tornou-se recentemente cidadão honorário do Zimbabué, cujo o presidente Robert Mugabe defende a pena de morte para os homossexuais. Aliás, a mensagem violenta que veicula e o facto de apoiar tais leis mereceu-lhe receber até uma enorme quinta naquele país africano.
"Mato sodomitas e 'batty man' (trad.: homens efeminados), que trazem a SIDA para o meio da gente... Abatam-os e matem-os. Não volto atrás nas minhas palavras" - é outro dos trechos do seu crivo.
"Há aqui uma reação que não se entende. Tantos artistas que vêm a Portugal e que têm enormes problemas com a Justiça. Olhe-se o Snoop Dog, conhecido como o 'violador', foi cabeça de cartaz por cá", disse.
"Se fosse gay, iria informar-me. Ninguém pode prejudicar os direitos de se exprimir. E a nossa promotora sempre trabalhou com artistas conscientes", continuou, salientando inúmeras vezes que "o cantor regenerou-se e tornou-se um exemplo de que é possível cometer-se erros na vida, corrigindo-os depois".
O JN sabe que cerca de 50% dos bilhetes já foram adquiridos. Para que sala? é agora a grande incógnita.
Há uma hora, confrontada com este episódio, o gabinete de comunicação da TMN garantiu que a empresa "não é proprietária do Armazém F" (vulgarmente conhecida pela 'Sala TMN ao Vivo') e que "apenas cede o naming right (trad.: cedência de nome) ao referido espaço".
"A TMN desconhecia a existência deste rapper, tal como desconhecia que estava agendado um concerto em Portugal com o mesmo. Por isso, todas as explicações relacionadas com a vinda deste cantor devem ser obtidas junto das empresas promotoras do espetáculo, onde não se inclui nem nunca se incluiu a TMN", disse, a mesma fonte, frisando que a operadora "jamais teria o seu nome associado a tal evento".
O rapper jamaicano Sizzla Kalonji, que viu esta quarta-feira cancelado um concerto em Barcelona, não tem sala para atuar na data em que está anunciado pela promotora para Lisboa, a 5 de abril. O concerto é já dado como praticamente cancelado.
A promotora portuguesa do espetáculo, JahLive, desde Janeiro, está a divulgar Sizzla na Sala TMN. Contudo, o JN sabe que o espaço não acolherá a atuação e Lisboa poderá tornar-se mais uma das cidades europeias a banir o cantor.
Desde 2002 que o jamaicano se faz notar pelas suas composições incitadoras de atos violentos contra os homossexuais. "Jamais pedirei desculpas a um gay" é apenas uma das letras que Sizzla compôs numa carreira repleta quer de expulsões de vários países europeus, quer de repatriamentos -como aconteceu em Madrid, em 2008, quando chegou a ser detido.
O anúncio do espetáculo em Portugal está a provocar uma enorme contestação à TMN, por ativistas dos Direitos Humanos e movimentos de defesa dos homossexuais. Porém, o JN apurou que a operadora móvel nem gere o espaço, nem tem qualquer responsabilidade na programação de artistas.
O porta-voz da JhaLive, Tiago Romão, acredita que o Sizzla atuará em Lisboa, independentemente da polémica e da inexistência de uma sala. "Ele (o cantor) mudou a sua atitude desde que teve um acidente, há seis meses. As pessoas não podem ser penalizadas eternamente pelo que fizeram", defendeu.
"É preciso perceber e respeitar o facto do Sizzla veicular a realidade do seu país, onde, como é obvio, os gays não são bem vistos. Eu sou europeu e até tenho amigos gays. Mas não se percebe porque é que alguns países europeus estão a impedir um cantor de se exprimir e falar sobre algo que é natural no seu país", referiu Tiago Romão, em relação ao facto de o concerto que decorreria hoje na Suécia nem sequer ter começado, por semelhante contestação. "Ele está muito diferente, pelo menos há três anos", acrescentou.
A verdade é que a realidade contradiz este quadro: Sizzla tornou-se recentemente cidadão honorário do Zimbabué, cujo o presidente Robert Mugabe defende a pena de morte para os homossexuais. Aliás, a mensagem violenta que veicula e o facto de apoiar tais leis mereceu-lhe receber até uma enorme quinta naquele país africano.
"Mato sodomitas e 'batty man' (trad.: homens efeminados), que trazem a SIDA para o meio da gente... Abatam-os e matem-os. Não volto atrás nas minhas palavras" - é outro dos trechos do seu crivo.
"Há aqui uma reação que não se entende. Tantos artistas que vêm a Portugal e que têm enormes problemas com a Justiça. Olhe-se o Snoop Dog, conhecido como o 'violador', foi cabeça de cartaz por cá", disse.
"Se fosse gay, iria informar-me. Ninguém pode prejudicar os direitos de se exprimir. E a nossa promotora sempre trabalhou com artistas conscientes", continuou, salientando inúmeras vezes que "o cantor regenerou-se e tornou-se um exemplo de que é possível cometer-se erros na vida, corrigindo-os depois".
O JN sabe que cerca de 50% dos bilhetes já foram adquiridos. Para que sala? é agora a grande incógnita.
Há uma hora, confrontada com este episódio, o gabinete de comunicação da TMN garantiu que a empresa "não é proprietária do Armazém F" (vulgarmente conhecida pela 'Sala TMN ao Vivo') e que "apenas cede o naming right (trad.: cedência de nome) ao referido espaço".
"A TMN desconhecia a existência deste rapper, tal como desconhecia que estava agendado um concerto em Portugal com o mesmo. Por isso, todas as explicações relacionadas com a vinda deste cantor devem ser obtidas junto das empresas promotoras do espetáculo, onde não se inclui nem nunca se incluiu a TMN", disse, a mesma fonte, frisando que a operadora "jamais teria o seu nome associado a tal evento".
Comentário