Para começar, gosto deles pequeninos e leves.
E nada melhor que ter uma experiência no outro extremo da escala, ao pôr as mãos num classe R.
O meu carrinho habitual é um pequeno e ágil Mx5 (1ª geração), muito básico, apenas com o essencial, apesar de isso não ser impedimento a que o rasteirinho seja um das experiências de condução mais divertidas que possa haver, mesmo sendo um carro lento.
Nada serve melhor de contraste, do que experimentar um dos mastodontes dos nossos dias.
v6, diesel, caixa automática, 2.3t, 4wd, mais de 5 metros de comprido e 3m de distância entre-eixos, e um interior equipado com todas as mordomias possiveis e imaginárias.
ALém disso, esta unidade vinha equipada com pack AMG, o que incluia generosas rodas 265/40 e 21polegadas. BESTA!
O Mx5 traz 185/65 14"!
Claro que não são carros comparáveis, mas é interessante ver a abrangência do que pode ser o automovel.
Tenho tido contactos recorrentes com o R320, mas como pendura, e sem dúvida, do ponto de vista do passageiro é um óptimo companheiro de viagem.
O mau aproveitamento de espaço deste gigante, permite que as 2 solitárias poltronas da 2ª fila garantam "resmas" de espaço para os seus ocupantes.
Efectuei um par de viagens nelas, tanto para o norte como o sul do país, e é melhor que viajar em executiva. Cadeiras bastante confortáveis, espaço a rodos, permitindo esticar as pernas, espreguiçar, etc, e com a saída de ventilação ao centro a permitir ter uma zona de conforto distinta da que se tem na frente.
O conforto é apenas prejudicado pelo package AMG e as giganormes jantes de 21.
Então quando o asfalto deixa de ser em alcatrão e passa aquelas coisas em cimento, o ruido dos largos pneus 265 é imenso, e as irregularidades revelam a "secura" das suspensão. Claramente um caso de roda a mais.
Isto tudo do ponto de vista do passageiro.
Mas neste fim de semana que passou, pude fazer uma apreciação do lugar do condutor.
Infelizmente, não deu para ser um contacto mais prolongado, como desejaria, porque o tempo realmente tava uma bosta, com muita chuva, o que me impedia de explorar mais convenientemente o carro num número mais diversificado de cenários, mas, também graçs ao tempo chuvoso, deu para sentir, o que imagino que outros condutores de mastodontes devem sentir ao volante.
Uma estranha sensação de invulnebarilidade.
Mas já lá vamos.
O contacto imediato com um carro destes, quando estamos habituados a andar com o rabo no chão pode ser intimidante, mas é sensaçaõ que dura apenas um minuto.
E o que mais impressionou desde logo foi a facilidade do acto de conduzir algo como este gigante.
A direcção é leve (e sem feel), mas parece fazer do carro mais pequeno e leve do que realmente é.
A caixa automática (nunca tinha experimentado nenhuma) é realmente um descanso no pára-arranca, apesar de que quando queremos um pouco mais de gozo, revelar as suas limitações.
Calcar o acelarador com determinação, não temos resposta imediata, há que esperar 1, 2 segundos até o cérebrozinho da caixa entender que me quero pôr a andar... e bem.
E, caso queiramos apenas aumentar um pouco a velocidade a que vamos, pressionando apenas um pouco mais o acelarador, não obtemos resposta.
Temos que ser um pouco mais brutos, do que aquilo a que estou habituado (velhinhos acelarador com cabo e caixa manual)
Uma questão de hábito, talvez.
Do pouco que deu para explorar o motor, permitiu destacar duas coisas.
Como parece fazer troça das 2.3t do corpo que carrega, com pujança assinalável, da mesma forma como a experiência audio em o fazer é desagradável.
Força não lhe falta, mas o ruido que emana, bem... deve ser bom no meio dos outro diesel.
Não vou falar em dinâmica, porque não deu propriamente para explorar tal coisa, mas, é carrinho para permitir ritmos apressados, com excelente tracção (sendo 4wd e com pneus daquela largura espantaria-me se não fosse), dando sempre sensação de ter grip de reserva.
Conduzi-o sempre em piso molhado, e o facto de estarmos dentro de algo imenso, em posição mais alta que o normal, e aquela sensação que vamos agarrados que nem uma lapa, dá sem dúvida uma óptima sensação de segurança, quase de invulnebarilidade.
No meio do trânsito só apetece gritar para o gajo da frente que vai com muito mais cuidado do que tu.... "Sai da frente, homem pequenino, ou passo-te a ferro!" ou então, "worms, meet your doom, MWAHAHAH" ou ainda dar uma de CARMAGEDON.
Brincadeiras À parte, o facto é que a sensação de estarmos num casulo isolado do exterior é ominpresente.
Tramado foi estacionar o bacamarte, principalmente na rua onde moro, que é algo estreitinha e que me mostrou eficazmente o conceito de "raio de viragem"
Bem, de resto, qualidades tipicas que associamos a um Mercedes, como qualidade a um bom nivel, mas não excepcional, pormenores decorativos, como os apliques em madeira de gosto duvidos, visibilidade no geral boa, com os pilares A a não serem demasiado intrusivos e os retrovisores a darem boa conta do recado, boa posição de condução, cadeiras excelentes, óptimo sistema de som, conforto a bom nivel (apesar das rodas de 21).
O motor é um pouco "áspero" e a caixa hesitante (para quem está habituado a outras andanças), mas o objectivo do R passa por fazer travessias transcontinentais, de preferência por AE.
Permite velocidades de cruzeiro altas, sem que os passageiros sejam incomodados por isso, com os valores de ruido contidos no geral.
------------------------------------
Apesar de no geral me ter impressionado, sobretudo pela facilidade de condução de um carro "generoso", ainda assim continuo a condenar este carro, num ponto de vista mais conceptual.
Leva um pouco para aquela discussão que se gerava no tópico do carro do ano, comparando o Polo com o iQ
Fazer um carro com qualidade, conforto e espaçoso e com boas caracteristicas estradistas não deve ser dificil.
O R falha a um nivel mais conceptual.
Mais de 5 metros e 2.3t para levar 6 passageiros (com prejudicio da bagageira), torna-o num carro bastante ineficiente do ponto de vista de packaging.
Recentemente, mostrou mesmo isso, com o R a ter lotação esgotada, sendo obrigado a usar uma box no tejadilho para que a totalidade da bagagem fosse transportada.
A abordagem a este "crossover" não foi a mais correcta, pois não resolveram nenhum problema ou responderam a alguma questão.
Tudo foi respondido de uma forma aditiva. Fossem centimetros ou hardware, transformando-o apenas e só num grande desperdicio de recursos.
A Mercedes já provou que é capaz de descortinar os "mistérios" do packaging, ao ter soluções mais inteligentes como o classe A na sua gama.
Tendo em conta o carácter mais versátil que o R se propõe atingir, seria mais fácil vender um conjunto de soluções de packaging, engenharia e design que permitissem algo mais compacto, leve e eficiente de diferentes pontos de vista.
Uma verdadeira alternativa ao classe E station ou ao SUV ML.
Questões como conforto, espaço ou qualidade não seriam postas em causa.
FOi uma experiência interessante que espero vir a repetir, mas só ajudou a corroborar toda a parte teórica que era a opinião que tinha formado sobre este carro.
Uma enorme oportunidade perdida!
E nada melhor que ter uma experiência no outro extremo da escala, ao pôr as mãos num classe R.
O meu carrinho habitual é um pequeno e ágil Mx5 (1ª geração), muito básico, apenas com o essencial, apesar de isso não ser impedimento a que o rasteirinho seja um das experiências de condução mais divertidas que possa haver, mesmo sendo um carro lento.
Nada serve melhor de contraste, do que experimentar um dos mastodontes dos nossos dias.
v6, diesel, caixa automática, 2.3t, 4wd, mais de 5 metros de comprido e 3m de distância entre-eixos, e um interior equipado com todas as mordomias possiveis e imaginárias.
ALém disso, esta unidade vinha equipada com pack AMG, o que incluia generosas rodas 265/40 e 21polegadas. BESTA!
O Mx5 traz 185/65 14"!
Claro que não são carros comparáveis, mas é interessante ver a abrangência do que pode ser o automovel.
Tenho tido contactos recorrentes com o R320, mas como pendura, e sem dúvida, do ponto de vista do passageiro é um óptimo companheiro de viagem.
O mau aproveitamento de espaço deste gigante, permite que as 2 solitárias poltronas da 2ª fila garantam "resmas" de espaço para os seus ocupantes.
Efectuei um par de viagens nelas, tanto para o norte como o sul do país, e é melhor que viajar em executiva. Cadeiras bastante confortáveis, espaço a rodos, permitindo esticar as pernas, espreguiçar, etc, e com a saída de ventilação ao centro a permitir ter uma zona de conforto distinta da que se tem na frente.
O conforto é apenas prejudicado pelo package AMG e as giganormes jantes de 21.
Então quando o asfalto deixa de ser em alcatrão e passa aquelas coisas em cimento, o ruido dos largos pneus 265 é imenso, e as irregularidades revelam a "secura" das suspensão. Claramente um caso de roda a mais.
Isto tudo do ponto de vista do passageiro.
Mas neste fim de semana que passou, pude fazer uma apreciação do lugar do condutor.
Infelizmente, não deu para ser um contacto mais prolongado, como desejaria, porque o tempo realmente tava uma bosta, com muita chuva, o que me impedia de explorar mais convenientemente o carro num número mais diversificado de cenários, mas, também graçs ao tempo chuvoso, deu para sentir, o que imagino que outros condutores de mastodontes devem sentir ao volante.
Uma estranha sensação de invulnebarilidade.
Mas já lá vamos.
O contacto imediato com um carro destes, quando estamos habituados a andar com o rabo no chão pode ser intimidante, mas é sensaçaõ que dura apenas um minuto.
E o que mais impressionou desde logo foi a facilidade do acto de conduzir algo como este gigante.
A direcção é leve (e sem feel), mas parece fazer do carro mais pequeno e leve do que realmente é.
A caixa automática (nunca tinha experimentado nenhuma) é realmente um descanso no pára-arranca, apesar de que quando queremos um pouco mais de gozo, revelar as suas limitações.
Calcar o acelarador com determinação, não temos resposta imediata, há que esperar 1, 2 segundos até o cérebrozinho da caixa entender que me quero pôr a andar... e bem.
E, caso queiramos apenas aumentar um pouco a velocidade a que vamos, pressionando apenas um pouco mais o acelarador, não obtemos resposta.
Temos que ser um pouco mais brutos, do que aquilo a que estou habituado (velhinhos acelarador com cabo e caixa manual)
Uma questão de hábito, talvez.
Do pouco que deu para explorar o motor, permitiu destacar duas coisas.
Como parece fazer troça das 2.3t do corpo que carrega, com pujança assinalável, da mesma forma como a experiência audio em o fazer é desagradável.
Força não lhe falta, mas o ruido que emana, bem... deve ser bom no meio dos outro diesel.
Não vou falar em dinâmica, porque não deu propriamente para explorar tal coisa, mas, é carrinho para permitir ritmos apressados, com excelente tracção (sendo 4wd e com pneus daquela largura espantaria-me se não fosse), dando sempre sensação de ter grip de reserva.
Conduzi-o sempre em piso molhado, e o facto de estarmos dentro de algo imenso, em posição mais alta que o normal, e aquela sensação que vamos agarrados que nem uma lapa, dá sem dúvida uma óptima sensação de segurança, quase de invulnebarilidade.
No meio do trânsito só apetece gritar para o gajo da frente que vai com muito mais cuidado do que tu.... "Sai da frente, homem pequenino, ou passo-te a ferro!" ou então, "worms, meet your doom, MWAHAHAH" ou ainda dar uma de CARMAGEDON.
Brincadeiras À parte, o facto é que a sensação de estarmos num casulo isolado do exterior é ominpresente.
Tramado foi estacionar o bacamarte, principalmente na rua onde moro, que é algo estreitinha e que me mostrou eficazmente o conceito de "raio de viragem"
Bem, de resto, qualidades tipicas que associamos a um Mercedes, como qualidade a um bom nivel, mas não excepcional, pormenores decorativos, como os apliques em madeira de gosto duvidos, visibilidade no geral boa, com os pilares A a não serem demasiado intrusivos e os retrovisores a darem boa conta do recado, boa posição de condução, cadeiras excelentes, óptimo sistema de som, conforto a bom nivel (apesar das rodas de 21).
O motor é um pouco "áspero" e a caixa hesitante (para quem está habituado a outras andanças), mas o objectivo do R passa por fazer travessias transcontinentais, de preferência por AE.
Permite velocidades de cruzeiro altas, sem que os passageiros sejam incomodados por isso, com os valores de ruido contidos no geral.
------------------------------------
Apesar de no geral me ter impressionado, sobretudo pela facilidade de condução de um carro "generoso", ainda assim continuo a condenar este carro, num ponto de vista mais conceptual.
Leva um pouco para aquela discussão que se gerava no tópico do carro do ano, comparando o Polo com o iQ
Fazer um carro com qualidade, conforto e espaçoso e com boas caracteristicas estradistas não deve ser dificil.
O R falha a um nivel mais conceptual.
Mais de 5 metros e 2.3t para levar 6 passageiros (com prejudicio da bagageira), torna-o num carro bastante ineficiente do ponto de vista de packaging.
Recentemente, mostrou mesmo isso, com o R a ter lotação esgotada, sendo obrigado a usar uma box no tejadilho para que a totalidade da bagagem fosse transportada.
A abordagem a este "crossover" não foi a mais correcta, pois não resolveram nenhum problema ou responderam a alguma questão.
Tudo foi respondido de uma forma aditiva. Fossem centimetros ou hardware, transformando-o apenas e só num grande desperdicio de recursos.
A Mercedes já provou que é capaz de descortinar os "mistérios" do packaging, ao ter soluções mais inteligentes como o classe A na sua gama.
Tendo em conta o carácter mais versátil que o R se propõe atingir, seria mais fácil vender um conjunto de soluções de packaging, engenharia e design que permitissem algo mais compacto, leve e eficiente de diferentes pontos de vista.
Uma verdadeira alternativa ao classe E station ou ao SUV ML.
Questões como conforto, espaço ou qualidade não seriam postas em causa.
FOi uma experiência interessante que espero vir a repetir, mas só ajudou a corroborar toda a parte teórica que era a opinião que tinha formado sobre este carro.
Uma enorme oportunidade perdida!
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