Agora que o salão já foi, nada como fazer um pequeno report sobre o primeiro salão do ano.
E para dizer a verdade, não foi grande coisa. Muito contido. Melhor que o depressivo salão do ano passado, mas este também não foi propriamente frutifero em mostrar novos caminhos.
Foi bastante conservador, o que mostraram de novo tinha aquela sensação de deja vu, e mesmo no mundo dos concepts não houve nada que nos fizesse realmente fazer "woooow"
Tentando resumir para não chatear muito, e começando pelos veiculos de produção.
A única real novidade foi claramente o Hyundai Veloster.
É uma criatura estranha. Perdeu maior parte da consistência visual do concept que lhe deu origem, e tal como o CR-Z da Honda, acabamos com algo distinto, mas muito "marreco".
Demasiadas inconsistências no desenho, com uma frente baixa e larga, e uma traseira que aposta em valores mais verticais.
Aliás, do pilar B para trás temos um volume excessivamente maciço, dado pelas diminutas janelas, caracterizadas por uma linha ascendente acentuada.
O que chateia mais na traseira é mesmo a interpretação "manhosa" do que tinhamos no concept. Um pequeno vidro ridiculo, grupos ópticos gigantes, e aquelas côncavidades forçadas a acompanhar os grupos ópticos, deveriam ir para o pódium das piores soluções visuais já vistas num automóvel. Se não conseguiam transpôr para produção a curiosa solução do concept, arranjassem algo melhor.
Comparado com outras criaturas semelhantes, apesar de estilo distinto e uma 3ª porta lateral (a meu ver, uma solução à Rx8 cairia melhor), acaba por pecar por falta de coesão e proporção.
Outro que desilude é o Passat especifico para os EUA.
Concebido propositadamente para o mercado americano, prescindindo do refinamento e cuidado interior que encontramos no modelo europeu, ao mesmo tempo que cresce em dimensões, permite um produto alguns milhares de dolares mais baixo e com oferta de mais espaço, comparando com o que havia.
no entanto, o virus da previsibilidade e deja vu também atacou no outro lado do Atlântico.
Toda a linguagem visual da VW aposta num aspecto limpo e elegante, clássico.
Mas a definição do mesmo não teria de ficar obrigatoriamente associada a algo tão conservador e aborrecido. Uma oportunidade perdida de avançar com o estilo da marca, claramente. Isto tem de combater os best-sellers Camry e Accord que também apostam numa vertente mais conservadora, mas o mais exuberante Sonata da Hyundai está-se a revelar um sucesso de vendas, o que pode complicar a carreira comercial do Passat por lá, e este estilo demasiado clássico, facilmente confundido com o recente Jetta, pode não ser a melhor arma para atacar o segmento mais vendido nos EUA.
O BMW serie 6 aparece primeiro na variante Cabrio.
No geral, temos uma criatura bastante elegante, com um tratamento de superfície sem necessidade de grandes reparos. Apesar de achar que a frente merecia algo mais em consonância com a acutilante e atractiva traseira, continuo a achar no geral, uma grande evolução para o visualmente anafado antecessor.
No entanto, e citando outras opiniões de quem viu ao vivo, li muitas criticas de que esta versão Cabrio acaba por perder bastante para o "concept" que apareceu em formato Coupe. Tudo isto devido à forma como a integração das partes necessárias a esta carroçaria aberta ocorrem na traseira. Desde "shutlines" demasiado grandes, que acabam por focar a nossa atenção nelas, até ao posicionamento das mesmas no volume traseiro, que acabam por prejudicar a percepção do mesmo, cortando o "peso" de um volume já si leve.
Também a forma como o "deck" traseiro é "invadido" pelos suportes traseiros que fazem parte da capota, estando apenas colocados no topo do deck, necessitariam de um melhor trabalho de integração.
Infelizmente, nada como ver ao vivo para ter uma noção mais correcta disto que é apontado.
O Chevrolet Sonic/Aveo foi uma surpresa agradável. Apesar de alguns tiques que me fazem remeter para um Colt, estamos na presença de um pequeno hatchback que parece estar bem proporcionado, com elementos distintivos, como os curiosos duplos faróis dianteiros, a descoberto, e com tudo no sitio certo. Ao contrário de outros produtos recentes da Chevy, o Sonic/Aveo parece ser o melhor resolvido entre todos. Não parece uma criatura desajustada e "pesada" visualmente como o pequeno Spark, nem parecem se ter esquecido de dar atenção a todas as partes do carro, como acontece no Cruze e Orlando.
Mas se a versão hatchback parece-me bastante convincente, ainda não sei muito bem o que achar da versão sedan.
Isto, porque pelas imagens que tenho visto, o adicionar do 3ª volume a algo tão compacto, transforma o Sonic numa caricatura. Um micro-machine do que deve ser o sedan.
Teria de ver ao vivo para confirmar, mas apesar do 3º volume parecer estar bem integrado, fica a sensação de termos um sucessor espiritual para o pequeno mazda 121, que mais parecia um carrinho de brincar.
No entanto, não deixa de ser mais interessnte e credivel que outras coisas no mercado.
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E para dizer a verdade, não foi grande coisa. Muito contido. Melhor que o depressivo salão do ano passado, mas este também não foi propriamente frutifero em mostrar novos caminhos.
Foi bastante conservador, o que mostraram de novo tinha aquela sensação de deja vu, e mesmo no mundo dos concepts não houve nada que nos fizesse realmente fazer "woooow"
Tentando resumir para não chatear muito, e começando pelos veiculos de produção.
A única real novidade foi claramente o Hyundai Veloster.
É uma criatura estranha. Perdeu maior parte da consistência visual do concept que lhe deu origem, e tal como o CR-Z da Honda, acabamos com algo distinto, mas muito "marreco".
Demasiadas inconsistências no desenho, com uma frente baixa e larga, e uma traseira que aposta em valores mais verticais.
Aliás, do pilar B para trás temos um volume excessivamente maciço, dado pelas diminutas janelas, caracterizadas por uma linha ascendente acentuada.
O que chateia mais na traseira é mesmo a interpretação "manhosa" do que tinhamos no concept. Um pequeno vidro ridiculo, grupos ópticos gigantes, e aquelas côncavidades forçadas a acompanhar os grupos ópticos, deveriam ir para o pódium das piores soluções visuais já vistas num automóvel. Se não conseguiam transpôr para produção a curiosa solução do concept, arranjassem algo melhor.
Comparado com outras criaturas semelhantes, apesar de estilo distinto e uma 3ª porta lateral (a meu ver, uma solução à Rx8 cairia melhor), acaba por pecar por falta de coesão e proporção.
Outro que desilude é o Passat especifico para os EUA.
Concebido propositadamente para o mercado americano, prescindindo do refinamento e cuidado interior que encontramos no modelo europeu, ao mesmo tempo que cresce em dimensões, permite um produto alguns milhares de dolares mais baixo e com oferta de mais espaço, comparando com o que havia.
no entanto, o virus da previsibilidade e deja vu também atacou no outro lado do Atlântico.
Toda a linguagem visual da VW aposta num aspecto limpo e elegante, clássico.
Mas a definição do mesmo não teria de ficar obrigatoriamente associada a algo tão conservador e aborrecido. Uma oportunidade perdida de avançar com o estilo da marca, claramente. Isto tem de combater os best-sellers Camry e Accord que também apostam numa vertente mais conservadora, mas o mais exuberante Sonata da Hyundai está-se a revelar um sucesso de vendas, o que pode complicar a carreira comercial do Passat por lá, e este estilo demasiado clássico, facilmente confundido com o recente Jetta, pode não ser a melhor arma para atacar o segmento mais vendido nos EUA.
O BMW serie 6 aparece primeiro na variante Cabrio.
No geral, temos uma criatura bastante elegante, com um tratamento de superfície sem necessidade de grandes reparos. Apesar de achar que a frente merecia algo mais em consonância com a acutilante e atractiva traseira, continuo a achar no geral, uma grande evolução para o visualmente anafado antecessor.
No entanto, e citando outras opiniões de quem viu ao vivo, li muitas criticas de que esta versão Cabrio acaba por perder bastante para o "concept" que apareceu em formato Coupe. Tudo isto devido à forma como a integração das partes necessárias a esta carroçaria aberta ocorrem na traseira. Desde "shutlines" demasiado grandes, que acabam por focar a nossa atenção nelas, até ao posicionamento das mesmas no volume traseiro, que acabam por prejudicar a percepção do mesmo, cortando o "peso" de um volume já si leve.
Também a forma como o "deck" traseiro é "invadido" pelos suportes traseiros que fazem parte da capota, estando apenas colocados no topo do deck, necessitariam de um melhor trabalho de integração.
Infelizmente, nada como ver ao vivo para ter uma noção mais correcta disto que é apontado.
O Chevrolet Sonic/Aveo foi uma surpresa agradável. Apesar de alguns tiques que me fazem remeter para um Colt, estamos na presença de um pequeno hatchback que parece estar bem proporcionado, com elementos distintivos, como os curiosos duplos faróis dianteiros, a descoberto, e com tudo no sitio certo. Ao contrário de outros produtos recentes da Chevy, o Sonic/Aveo parece ser o melhor resolvido entre todos. Não parece uma criatura desajustada e "pesada" visualmente como o pequeno Spark, nem parecem se ter esquecido de dar atenção a todas as partes do carro, como acontece no Cruze e Orlando.
Mas se a versão hatchback parece-me bastante convincente, ainda não sei muito bem o que achar da versão sedan.
Isto, porque pelas imagens que tenho visto, o adicionar do 3ª volume a algo tão compacto, transforma o Sonic numa caricatura. Um micro-machine do que deve ser o sedan.
Teria de ver ao vivo para confirmar, mas apesar do 3º volume parecer estar bem integrado, fica a sensação de termos um sucessor espiritual para o pequeno mazda 121, que mais parecia um carrinho de brincar.
No entanto, não deixa de ser mais interessnte e credivel que outras coisas no mercado.
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