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    #61
    Agora que o salão já foi, nada como fazer um pequeno report sobre o primeiro salão do ano.
    E para dizer a verdade, não foi grande coisa. Muito contido. Melhor que o depressivo salão do ano passado, mas este também não foi propriamente frutifero em mostrar novos caminhos.

    Foi bastante conservador, o que mostraram de novo tinha aquela sensação de deja vu, e mesmo no mundo dos concepts não houve nada que nos fizesse realmente fazer "woooow"

    Tentando resumir para não chatear muito, e começando pelos veiculos de produção.

    A única real novidade foi claramente o Hyundai Veloster.
    É uma criatura estranha. Perdeu maior parte da consistência visual do concept que lhe deu origem, e tal como o CR-Z da Honda, acabamos com algo distinto, mas muito "marreco".
    Demasiadas inconsistências no desenho, com uma frente baixa e larga, e uma traseira que aposta em valores mais verticais.
    Aliás, do pilar B para trás temos um volume excessivamente maciço, dado pelas diminutas janelas, caracterizadas por uma linha ascendente acentuada.
    O que chateia mais na traseira é mesmo a interpretação "manhosa" do que tinhamos no concept. Um pequeno vidro ridiculo, grupos ópticos gigantes, e aquelas côncavidades forçadas a acompanhar os grupos ópticos, deveriam ir para o pódium das piores soluções visuais já vistas num automóvel. Se não conseguiam transpôr para produção a curiosa solução do concept, arranjassem algo melhor.
    Comparado com outras criaturas semelhantes, apesar de estilo distinto e uma 3ª porta lateral (a meu ver, uma solução à Rx8 cairia melhor), acaba por pecar por falta de coesão e proporção.

    Outro que desilude é o Passat especifico para os EUA.
    Concebido propositadamente para o mercado americano, prescindindo do refinamento e cuidado interior que encontramos no modelo europeu, ao mesmo tempo que cresce em dimensões, permite um produto alguns milhares de dolares mais baixo e com oferta de mais espaço, comparando com o que havia.
    no entanto, o virus da previsibilidade e deja vu também atacou no outro lado do Atlântico.
    Toda a linguagem visual da VW aposta num aspecto limpo e elegante, clássico.
    Mas a definição do mesmo não teria de ficar obrigatoriamente associada a algo tão conservador e aborrecido. Uma oportunidade perdida de avançar com o estilo da marca, claramente. Isto tem de combater os best-sellers Camry e Accord que também apostam numa vertente mais conservadora, mas o mais exuberante Sonata da Hyundai está-se a revelar um sucesso de vendas, o que pode complicar a carreira comercial do Passat por lá, e este estilo demasiado clássico, facilmente confundido com o recente Jetta, pode não ser a melhor arma para atacar o segmento mais vendido nos EUA.

    O BMW serie 6 aparece primeiro na variante Cabrio.
    No geral, temos uma criatura bastante elegante, com um tratamento de superfície sem necessidade de grandes reparos. Apesar de achar que a frente merecia algo mais em consonância com a acutilante e atractiva traseira, continuo a achar no geral, uma grande evolução para o visualmente anafado antecessor.
    No entanto, e citando outras opiniões de quem viu ao vivo, li muitas criticas de que esta versão Cabrio acaba por perder bastante para o "concept" que apareceu em formato Coupe. Tudo isto devido à forma como a integração das partes necessárias a esta carroçaria aberta ocorrem na traseira. Desde "shutlines" demasiado grandes, que acabam por focar a nossa atenção nelas, até ao posicionamento das mesmas no volume traseiro, que acabam por prejudicar a percepção do mesmo, cortando o "peso" de um volume já si leve.
    Também a forma como o "deck" traseiro é "invadido" pelos suportes traseiros que fazem parte da capota, estando apenas colocados no topo do deck, necessitariam de um melhor trabalho de integração.
    Infelizmente, nada como ver ao vivo para ter uma noção mais correcta disto que é apontado.

    O Chevrolet Sonic/Aveo foi uma surpresa agradável. Apesar de alguns tiques que me fazem remeter para um Colt, estamos na presença de um pequeno hatchback que parece estar bem proporcionado, com elementos distintivos, como os curiosos duplos faróis dianteiros, a descoberto, e com tudo no sitio certo. Ao contrário de outros produtos recentes da Chevy, o Sonic/Aveo parece ser o melhor resolvido entre todos. Não parece uma criatura desajustada e "pesada" visualmente como o pequeno Spark, nem parecem se ter esquecido de dar atenção a todas as partes do carro, como acontece no Cruze e Orlando.
    Mas se a versão hatchback parece-me bastante convincente, ainda não sei muito bem o que achar da versão sedan.
    Isto, porque pelas imagens que tenho visto, o adicionar do 3ª volume a algo tão compacto, transforma o Sonic numa caricatura. Um micro-machine do que deve ser o sedan.
    Teria de ver ao vivo para confirmar, mas apesar do 3º volume parecer estar bem integrado, fica a sensação de termos um sucessor espiritual para o pequeno mazda 121, que mais parecia um carrinho de brincar.
    No entanto, não deixa de ser mais interessnte e credivel que outras coisas no mercado.

    ...

    Comentário


      #62
      ...Continuando com os modelos de produção...

      O Buick Verano podemos considerá-lo como a versão sedan do Astra.
      Retém toda a lateral e maior parte do volume do habitáculo, apenas com diferenças nos extremos e claro, o 3º volume.
      A Buick é conhecida pelo adicionar de cromados q.b., como o Verano demonstra, seja pelas sobrancelhas nos farolins traseiros, ou pelos elementos sobre o capot, junto ao pilar A.
      Aparte o excesso de decoração, temos um desenho conservador, mas bastante bem executado. Ao contrário do outro sedan alemão presente Passat, apesar de igualmente conservador, consegue não cair no excessivamente vulgar, conseguindo também um corpo elegante e limpo.
      As sobrancelhas nos grupos opticos traseiros, acabam por cortar eficazmente o volume do mesmo, dado o destaque que as mesmas têm. Mas sinceramente, preferiria uma solução mais pura para esse efeito. Fosse através da definição de volumes ou superfícies, a decoração deveria ser sempre algo a que não recorrer.
      MAs as pessoas gostam, e como cromados dá a ideia de requinte e luxo, não admira o sucesso da marca pelo mercado chinês.

      Continuando nos sedans, e sendo o mercado americano definido por eles, não admira a quantidade de propostas presentes, e encontramos um dos ícones desse mercado, o renovado 300C.
      Bem, seria sempre dificil substituir um desenho tão bem conseguido. Mesmo tendendo um pouco para o caricatural e para o universo dos muscle-cars, o 300C tornou-se justamente, uma das melhores expressões visuais do que deve ser o tipico grande sedan americano. Uma expressão visual de poder. Claramente inspirado pelo passado, mas ao mesmo tempo, eficazmente contemporâneo, sobretudo dado pelas proporções gerais. Rodas grandes a garantir uma óptima pose, ajudada pela proporção carroçaria/janelas. Era só musculo, que nem a enorme grelha cromada conseguia diluir.
      O novo mostra as mesmas proporções gerais, mas temos uma criatura bem mais elegante. Menos "gangsta style" e mais aristocratico.
      A meu ver, o único verdadeiro reparo surge na definição dos grupos ópticos dianteiros, que parecem ter perdido demasiada expressividade. Um outro pormenor parece ser o esquecimento de uma linha ou outro elemento de continuação da linha de cintura após a mesma encontrar a roda da frente. Os grupos ópticos não conseguem visualmente serem esse elemento de ligação.
      Mas no geral, não deixa de ser um dos melhores do salão, no que toca a modelos de produção.
      Uma boa evolução do 300, que ao apostar no ingrediente elegância, mas sem perder todo o músculo da geração anterior, poderá conseguir reconvencer o mercado e atingir os niveis de vendas de outrora.
      No entanto, continuo a achar que o 300 é um bom Chrysler mas não um bom Lancia, apenas por uma questão de valores de ambas as marcas.

      Apesar de ter aparecido como concept, os 2 Hondas Civics que apareceram,não são mais que modelos de produção "tunados", e aparte os parachoques e jantes show-off, acredito que estamos a ver os modelos de produção, tal o nivel de acabamento. Já têm retrovisores, puxadores nas portas, até bocados de plástico preto a fazerem a continuação da abertura vidrada lateral. A desilusão é grande, não interessa a carroçaria, mas o coupe até acaba por ser o pior.
      Sei que isto é a versão americana e a europeia deverá ser diferente, mas realmente não sei o que lhes deu na cabeça. Isto mais parece um trabalho de um "tuner", tal a falta de coesão e harmonia do que um trabalho feito num atelier de um construtor. O desenho base não convence, as proporções também não, as partes não se conjugam bem umas com as outras e com o todo, e igualmente a definição das mesmas mostra que se tiveram a esforçar demais.
      Salva-se o contorno do perfil fluido. Não é o pior do salão, mas está lá perto.

      Passando por outra coisa má, o Prius V.
      Acho muito bem que espandam a gama Prius. Já é sinónimo mais de marca do que modelo.
      Mas o resultado do V é assustador. A maior altura iria sempre ser um desafio.
      O perfil do Prius é basicamente um arco ininterrupto. A Kammtail define-o, e obriga a algumas soluções atipicas para contornar algumas limitações funcionais desta solução, como a visibilidade traseira, onde encontramos um óculo traseiro prolongado pelo tejadilho.
      O V para conseguir minimamente o arco de perfil, prolonga desnecessariamente a overhang frontal. O apex do arco encontra-se para lá da cabeça do condutor, e na traseira, encontramos uma solução bem mais convencional para a definição do seu volume. Uma traseira fundamentalmente vertical, com um óculo traseiro simples, igual a tantos outros carros "convencionais". Como nota, os grupos ópticos traseiros parecem ter sido comprados num catálogo maxi-tuning.
      Proporcionalmente não resulta, o resultado final demosntra falta de harmonia, e é uma pena. Acho que poderiam ter feito melhor. Tendo altura superior,e sabendo que nunca conseguiriam criar um perfil tão "sleek" como o Prius, se calhar poderiam ter estudado formas mais alternativas de adaptar o Kammtail a um veiculo mais alto, mesmo que no final prejudicasse em parte o espaço ganho.
      Por outro lado, o concept C é bastante mais convincente como um todo, mas fica para depois.

      Fica a faltar apenas uma nota final para o A6 da Audi.
      Podemo-nos queixar da falta de originalidade e de ser igual aos outros Audi, mas a qualidade final do desenho é inquestionável, melhor que qualquer outra coisa presente no salão.
      Uma óptima evolução do anterior. Proporções melhores, graças à redução do vão frontal, uma aposta visual na horizontalidade, exemplificando esse tratamento nos "rasgados" grupos ópticos, tratamento das superfícies perfeito, e não perdeu apenas peso em kilos, também perdeu no aspecto, ao conseguir mostrar pilares mais finos do que é a norma, não apenas tornando todo o desenho mais elegante e leve, como melhorando a visibilidade, um dos males dos carros actuais.
      Não fosse a falta de real surpresa, o deja vu constante, e punha o A6 no topo, destacado, dos carros de produção apresentados. A atenção ao pormenor é brilhante.
      E consegue sair da vulgaridade e banalidade visual que o seu primo Passat apresenta.

      O A6, o 300C e o Sonic acabam por ser as melhores propostas. E logo atrás o Verano da Buick.
      O Veloster, apesar do mais original, acaba por ter um desenho com demasiados compromissos, e nunca chega realmente a convencer, apesar de no geral, apresentar boa definição de superficie e uma frente acertada.
      O 6 da BMW, acho que acabará por convencer mais na versão Coupe. O Cabrio tenho de ver ao vivo para confirmar as criticas feitas ao mesmo de quem o viu. Mas não deixa de ser criatura bastante elegante.
      O resto é desilusão. O Prius V, os Civic e o Passat revelam alguma negligência, desleixo e falta de orientação.

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        #63
        só não concordo no que respeita a 2 carros, o buick verano e o passat.

        o buick porque é um produto mediocre, com um espaço mediocre (ve o autonews) e com cromados a mais.

        quanto ao passat, é aborrecido, mas é o carro que a vw precisava neste momento.

        para começar a construir volume nos eua é melhor ser cauteloso, e tanto os japoneses como os coreanos o foram, no inicio.
        a ideia é ir passo a passo.

        quanto ao resto concordo.

        e obrigado pela excelente análise, com tanto modelo desinteressante aínda tiveste algum trabalho

        Comentário


          #64
          Originalmente Colocado por bg2 Ver Post
          só não concordo no que respeita a 2 carros, o buick verano e o passat.

          o buick porque é um produto mediocre, com um espaço mediocre (ve o autonews) e com cromados a mais.

          quanto ao passat, é aborrecido, mas é o carro que a vw precisava neste momento.

          para começar a construir volume nos eua é melhor ser cauteloso, e tanto os japoneses como os coreanos o foram, no inicio.
          a ideia é ir passo a passo.

          quanto ao resto concordo.

          e obrigado pela excelente análise, com tanto modelo desinteressante aínda tiveste algum trabalho
          Só um pormenor
          Não fiz análise do produto.
          O Verano/Passat têm pontos fortes e fracos, mas estive apenas a fazer uma resumidissima análisa estática/estética.
          Apesar de cromados a mais, o Verano tem um desenho no geral bem resolvido, e apesar de tender para o conservador, o facto de ter tanto do Astra nele, só ajuda na avaliação do seu desenho, já que o Astra, por muito cliché que seja, tem um desenho também ele muito bem resolvido.
          O Passat também é no geral bem resolvido, mas fá-lo apenas com superior vulgaridade. Não tem nada de especialmente atractivo nele, apesar do aspecto clássico e até elegante.

          O problema da VW nos EUA, tem sido por 2 factores. Produtos desajustados ao mercado. Não deixam de ser bons produtos, mas o preço era bem superior à concorrência, e apesar da superior qualidade aparente e sofisticação, não eram argumentos contra os clássicos e fiáveis japoneses. O que leva à 2ª razão do insucesso da VW por lá. Serviço pós-venda. Parece que a maior parte das queixas vão nesse sentido. Não é das marcas mais fiáveis por lá, e o serviço pós-venda deixava a desejar na resolução das mais variadas situações. Também só fiquei a saber desta condicionante, quando começaram a lançar produtos "exclusivos" para os EUA, primeiro o Jetta, maior e mais simples que o carro que veio substituir, e repetiram a mesma fórmula um tamanho acima para este Passat.

          Se este é o produto certo ou não, o sucesso comercial ditará isso.
          Agora, o que posso criticar é o desenho desinspirado do carro. O segmento pode ser conservador por natureza (o Camry da Toyota é o automóvel ligeiro mais vendido nos EUA, por exemplo), mas não significa que devamos ter coisas insipidas e vulgares. Podemos ter desenhos discretos e elegantes, subtis. A própria VW já teve um bom representante do que pode ser um desenho conservador, mas sem cair no banal. O Passat B5.

          EDIT: Lembrei-me de um bom exemplo, de que como o desenho pode ser bom, mas nao significa que o produto acompanhe o nivel. eheh
          O já mitico Duster da Dacia. Sem brincadeira, foi um dos melhores desenhos do ano passado. Fizuma análise muito positiva do mesmo e da sua aparente simplicidade e do facto de expressar nada mais do que aquilo que é. um desenho muito honesto, muito bem resolvido. Mas se fôrmos a analisar o produto em si, é fácil perceber que a bitola foi colocada um pouco abaixo da média.
          Editado pela última vez por crash; 17 January 2011, 14:46.

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            #65
            À excepção do Ford Vertrek, que me parece interessante, todas as outras imagens apresentadas parecem tiradas de um concurso para o carro mais feio.

            Que falta de imaginação do aprendiz de designer que fez o design da VW Passat, num segmento importante para a VW, apresentar aquilo!!!

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              #66
              pois, eu comentei em termos de produto, não tento de design

              quanto à VW na america, não sei se este seria o momento para arriscar.
              até porque, mesmo na europa a banalidade está-se a tornar uma imagem de marca no proprio passat

              Comentário


                #67
                Os que mais gostei foram o 918 e os Civic.

                quanto à Vw a Porsche foi seleccionada para desenvolver modelos desportivos e sedans para o grupo Vw, e não a Audi.

                Comentário


                  #68
                  Faço uma correção ao meu post anterior o Porsche está bonito.

                  Mas quando cometei estava a falar nos veiculos de grande serie.

                  Comentário


                    #69
                    Faltavam os concepts, e aqui vão eles...

                    Começando pela "estrela" do salão
                    Porsche 918 RSR.
                    Apesar de ser um favorito das multidões, tal como o roadster de Geneve, no que toca à pele, não é propriamente nada de surpreendente.
                    A Porsche continua a evoluir de forma discreta a estética dos seus carros, e o 918 é apenas mais um passo evolutivo do que um começo de uma página nova, como por exemplo o 458, que fez quase tábua rasa do que a Ferrari andava a fazer.
                    Não que o estilo do 918 seja mau, mas tendo em conta o potencial tecnológico do mesmo e o posicionamento que terá, como um sucessor do Carrera GT, estava claramente à espera de mais.
                    O 918 é bastante clássico na sua aproximação ao tema do supercar, com volumes e superfícies remniscentes de outras épocas, mas "polvilhados" com elementos bastante contemporâneos, como por exemplo, os grupos ópticos traseiros integralmente em LED's.
                    Provavelmente veremos alguns elementos estilisticos transitarem para os sucessores do Boxster/Cayman, e distanciá-los de forma mais convincente do seu irmão maior, 911.

                    Continuando na Euroland, encontramos o Mini Paceman, que não é mais que a versão 3p do Countryman. Claramente de armas apontadas ao Evoque, apesar de achar que o Evoque está uns pontos acima no que toca a aspecto.
                    Bem, segundo designers que viram isto ao vivo, os resultados são muito bons, apesar de como o Countryman continua a ser bastante caricatural em essência.
                    Menos 20mm de altura, e uma predominância de temas mais horizontais, permitiu melhores proporções gerais, sobretudo na forma como o carro fica plantado na estrada.
                    Novidades no léxico visual da Mini, é mesmo o libertar dos farolins verticais, para uns novos grupos ópticos traseiros de formato mais horizontal, apesar das semelhanças com a traseira do Ds3.
                    O tejadilho a replicar o "baseball cap" do Mini Coupe, também introduz um elemento mais dinâmico à linguagem visual do Mini.
                    Também é de notar as subtis diferenças no tratamento da superficie, com o aparecimento de um subtil destaque sobre o arco de roda traseiro, quebrando a secção uniforme que costuma caracterizar o estilo Mini.
                    Apesar das reacções positivas a esta nova variante, tem-se de ver mesmo ao vivo, para ver se consegue disfarçar melhor as suas dimensões exageradas para este tipo de linguagem visual. Cada vez que me cruzo com o Countryman, a percepção de estar a ver algo insuflado é constante. O que não é muito abonatório.

                    Passando para a Hyundai com o seu Curb.
                    Sou fã da generalidade dos concepts da Hyundai, porque nos últimos anos têm posto cá fora uma série de exercicios bastante convincentes, criaturas formalmente complexas, com desenhos no geral bastante bem resolvidos.
                    O Curb é no geral, bastante positivo, mas falha em 2 aspectos. As letras Curb na traseira com aquela dimensão era dispensável e mais importante, a frente, com aquela coisa grosseira a que chamam grelha.
                    Tudo bem que a grelha é usada como um dos principais elementos identificadores da marca, mas neste caso pedia claramente algo melhor integrado no todo e não este elemento de dimensões generosas num contrastante preto. Os peculiares grupos ópticos, quase parecendo ter propriedades liquidas, já exigem uma certa abertura para os aceitar, mas conjugados com aquela enorme grelha, não obrigado. Pela positiva todo o tratamente dado à lateral, com um elemento bastante gráfico, uma única linha, que se fecha sobre ela própria e a dar interesse visual, dado provocar subtis jogos de luz-sombra
                    No entanto, apesar de ser um nicho recente, estes pseudo-SUV's compactos, já têm basicamente um manual de normas. E a saber: volume do habitáculo baixo, com uma altura vidrada reduzida (com tendência para uma redução constante conforme mais nos aproximamos da traseira), a ir buscar inspiração no mundo dos desportivos, contrastando com pujante volume inferior, com rodas de dimensão generosa e musculosos arcos, elementos claramente vindos do mundo dos SUV. A área vidrada também segue um fio condutor, normalmente caracterizada por ser ininterrupta (ajudado pelo pilar A de cor negra). Countryman/Paceman, Evoque, Juke e agora este Curbe não andam muito afastados um dos outros no que toca ao uso destes ingredientes.

                    O Kia KV7, é sem dúvida dos pontos altos do salão. Pode indicar um futuro MPV da mesma forma que o Kue deu origem ao Sportage. O Kv7 relaciona-se mais com o Soul, na forma como lida com os volumes, e contra-corrente, apresenta volumes e superf´cies softs, sem perseguir look dinâmicos e agressivos. Isto é um MPV, não um sports-car disfarçado de MPV. Nada como um estilo adequado a um propósito. Garante uma refrescante honestidade ao modelo. E a forma elegante como eles trataram todo o exterior é de louvar. Temos uma predominância de linhas horizontais, que sempre ajudam a tornar mais elegante este volumoso modelo, e a forma como trataram o elemento visual que identifica a marca (visto na grelha, denominado de nariz de tigre), e o aplicaram como tema de forma harmoniosa por toda a carroçaria é sem dúvida um dos pontos altos deste concept.
                    Encontramos não só no gráfico da frente, a integrar grupos ópticos e grelha, como no já característico párabrisas e na superfície vidrada lateral, reduzindo a sua altura entre o pilar C e o pilar D.
                    O tratamento da superficie é bastante simples, mas excelentemente executado, apenas caracterizado por uma subtil aresta a definir a linha de cintura, e que assume-se como linha de corte ao aproximarmo-nos dos extremos. AO nivel dos arcos de roda, temos apenas discretos alargamentos, apenas o suficiente para dar o merecido destaque às rodas e à forma como o carro fica "plantado" na estrada, de forma confiante e decisiva.
                    Obviamente que o interior ganha destaque ao ser transformado num espaço estilo "lounge", distante da realidade automóvel. Talvez num futuro a médio prazo, venha a ser uma realidade, quando estivermos num contexto "minority report" e os carros andem sozinhos
                    De qualquer forma, esperemos que a Kia avance com algo nestes moldes para um possivel sucessor da insonsa Carnival e pelo caminho encontre um nome melhor também.

                    Da Toyota, temos o Prius C, que constrasta de forma abrupta em termos de resultados visuais com o Prius V.
                    Um Prius mais compacto já anda nos planos da Toyota faz algum tempo, com o aparecimento de diversos concepts nesse sentido. O Prius C aproxima-seum pouco mais da realidade produtiva, sendo basicamente um "restyling" do FT-CH apresentado o ano passado.
                    Está bastante bem resolvido, pegando nos temas que caracterizam o Prius, e dando-nos possiveis caminhos para o futuro do mesmo, sobretudo na definição dos extremos, com soluções muito melhor integradas no todo que o Prius hoje não consegue ter.
                    Já que vamos ver de alguma ou outra forma um Prius mais compacto, estou para ver se continuam com algumas das soluções, sobretudo no que toca à definição da frente, onde temos grupos ópticos como um prolongamento do párabrisas e os limpa párabrisas exemplarmente arrumados entre os mesmos.
                    Ganha uma frente bastante distinta, apesar, de a meu ver, ainda necessitar trabalhar a forma como os mesmos se prolongam pelo capot, já que de determinados ângulos, a óptica mais distante acaba por ficar com aspecto estranho. Como exemplo, basta lembrar o look estrábico do Morgan Aero 8 quando saiu. Para não existirem esses erros de percepção, a forma dos mesmos vão ter que ser alteradas para algo mais convincente quando visto de qualquer ângulo.
                    De resto, nada a apontar.
                    Dado as pretensões mais "juvenis" deste modelo (e possivelmente dando alternativa ao CRZ), temos no geral um estilo mais dinâmico, com um ombro mais destacado e definido do que no Prius que conhecemos, a originar uma pequena reêntrancia que ajuda ainda a destacá-lo mais, providenciando um pouco de musculo extra no look do mesmo. A transição mais abrupta da frente para a lateral, dada pelas arestas verticais, ajuda a dar um aspecto mais quadradão e largo à frente. Temos também uma série de linhas (interrompendo a ascendente light catcher) e orientação de superficie na direcção à roda traseira, que também contribui para dar algum enfoque a essa área, num tratamento mais comum visto em pujantes RWD, com vias largas, para saber realmente de onde vem o poderio da máquina.
                    Bem, aqui ficamo-nos pelo plano de intenções (dado ser um FWD), mas contribui para um estilo bastante mais apelativo que o seu irmão senior, e no geral bem melhor resolvido que o outro hibrido sport, o CR-Z.
                    Esperar para ver o que acontece até à dura realidade. Depois do Prius V, um tipo fica receoso.

                    O Ford Vertrek é outra criatura a destacar pelas implicações que terá no futuro visual da Ford.
                    Depois do Focus e C-Max, que leva o kinetic design para caminhos não aconselhados, mais focados no excessivo peso visual da profusão de vincadas linhas e elementos, o Vertrek mostra uma viragem para uma apetecivel abordagem mais light do mesmo.
                    Apesar de bastante dinãmico, e ainda com linhas a mais, consegue ser uma criatura bem mais elegante em execução.
                    Destaque para a linha de cintura, que parece ter sido apertada entre os dedos e puxada para fora, excelentemente bem julgada e que cria uma muito bem vinda tensão nas duas superfícies que separa, como ganhando quase uma qualidade elástica.
                    Temos também grupos ópticos mais elegantes, depois dos mamarrachos que se vê no novo FOcus, criando uma maior predominância de linhas horizontais nos extremos, o que num carro alto, é sempre bom parecer algo mais largo do que na realidade é, dando melhor percepção de estabilidade.
                    O pormenor curioso deste concept está nas suas proporções.
                    Remetem-nos automaticamente para o universo da Audi, com proporções basicamente idênticas entre a área vidrada e a restante carroçaria. Apesar de bem mais pequeno, é como se tivessem desenhado o Vertrek a olhar para um Audi Q5 e Q7, dado as proporções e posicionamento de alguns elementos.
                    Esperemos que no modelo de produção, que este concept não parece estar muito longe (como sabemos, substituirá o Kuga e o Escape), decidam limpar a parte inferior da carroçaria que ainda tem "informação" a mais.
                    Não deixa de ser uma boa evolução na linguagem visual da Ford, sem dúvida.

                    Uma nota final para a GMC Sierra All Terrain HD . Apesar de baseada num modelo de produção, temos uma besta eficazmente bem resolvida, com todos os elementos nela perfeitamente integrados no todo. Forma a seguir a função de forma exemplar sem que com isso, se prejudique todo o apelo visual deste "camião".
                    Sem dúvida, nesta tipologia em particular, ninguém chega aos calcanhares dos americanos, nem que seja pelo facto de as suas pick-ups serem gigantes ao pé das propostas "estrangeiras". eheh
                    Numa palavra: excelente.

                    Neste salão, nos concepts, destaca-se claramente os modelos asiáticos, sobretudo o KV7 e o Prius C. As potencialidades dos mesmos são grandes, e esperemos que transitem para o mundo real sem perderem a sua essência.
                    A Kia já demonstrou ser capaz disso com a transição do Kue para Sportage, tou curioso para ver o resultado com o KV7. No caso do Prius C, a preocupação é maior, até porque nos últimos tempos, parece que se esqueceram que os olhos também comem. O presidente da Toyota já apresentou ideias nesse sentido, de renovar o look dos modelos da marca, de modo a torná-los mais apeteciveis, mas ainda não passámos do plano de intenções. E o Prius V, e o novo Yaris e até o Lexus CT200H assustam um pouco por motivos diversos. Esperar para ver...
                    Editado pela última vez por crash; 18 January 2011, 11:02.

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