Originalmente Colocado por Ooze27
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O critério universidade joga para os dois lados: ter andado numa grande univ tanto pode ser positivo como negativo.
A minha experiência diz que buscar um carola duma grande escola é sempre uma fonte de problemas ( tenho colegas que discordam). Primeiro pq precisam de muito mais coaching e depois pq são muito mais exigentes com os empregadores e não aceitam as condições que mercado pode oferecer. Isso é depois reflectido na taxa de retenção: são sempre os primeiros a sair precisamente porque acham que o diploma deles vale sempre mais do que o que recebem e sai por dois tostões à primeira oportunidade e não têm tempo de mostra o que valem.
Já a rapaziada do interior exemplo da UBI ( já que falas nisso) ou politécnicos é diferente. Podem ter background técnico inferior mas a consciência de que "valem" um pouco menos faz deles indivíduos de muito maior potencial no longo prazo. Vestem mais facilmente a camisola e valorizam a oportunidade que lhes dão.
Essa questão do "mostrar o que vale" é outro grande mito urbano. Ninguém mostra o que vale em poucos meses. O que tu vales demonstra-se ao fim de 1, 2 ou 3 anos e resulta apenas parcialmente da tua competências técnicas. O que tu vales é o conjunto de competências sociais ( como te integras na equipa e relacionamento com clientes) de liderança ( se for o caso), e espírito de sacrifício.
As pessoas têm momentos altos e baixo e essa características não saltam logo à vista e é preciso dar tempo.
Para mim: essa história do "este gajo é muita bom" é uma treta. Uma pessoa só é boa qd está integrada numa equipa e contribui activamente ou então, em caso muito pontuais quando é um mercenário encartado que tem um tarefa específica : faz exemplarmente e no fim salta fora. Mas aí: é como se fosse um prestador externo...
A mensagem que deixo aos mais novos:
1) se queres mostrar o que vales: tens de aguentar firme a pancada inicial (das injustiças salariais, desorganização etc) e resistir a sair à primeira oportunidade ou primeiro desgosto ou desentendimento. Os desentendimentos e conflitos existem e são ultrapassáveis.
2) se a tua carreira em 35 anos ( média espectável) não tenhas a audácia de achar que ao fim de 1 , 2 ou até 5 anos és o rei da técnica e o melhor do universo e arredores. É falso, o percurso profissional é de aprendizagem permanente.
3) faz formação complementar mas não exijas aumentos de salário por troca de diplomas. Os aumentos de salários estão indexados à tua performance e à tua dedicação à empresa apenas.
Sei que é difícil para a geração actual mas em duas palavras: "sejam pacientes".
E desculpem-me a arrogância
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