O fim do automóvel como "objecto de posse"

[ZylmhuinVII]

Estás a dizer que quem usa carro diariamente para as deslocações casa trabalho não é o cliente de car sharing?

Não, estou a dizer que quem conduz uma hora para o trabalho e outra para casa não é o cliente-tipo do carsharing.

[Celsius]

Não será um tema muito popular num fórum de automóveis, mas acredito que estamos num ponto do viragem (mais um) da nossa sociedade, e que a posse privada de automóveis terá um fim a médio prazo, um pouco como os cavalos são uma realidade de lazer e não de locomoção/trabalho hoje em dia como eram há 150 anos atrás.

Fica aqui um artigo muito interessante:

https://amp.businessinsider.com/carp...-europe-2019-3

Claro que não vai acontecer de um dia para o outro, começará mas grandes cidades (aliás já começou) e alastrará aos poucos e poucos, mas acredito que estamos num ponto de viragem sem retorno.

Depois de software as a service, entertainment as a service, temos transportation as a service como uma realidade.

Só li agora o artigo.

Tem pontos de vista interessantes mas demasiado banha da cobra para mim.

O facto será, se alguma vez acontecer, q o acesso a uber e lyft evite q pessoas comprem carro mais do q a existência de táxis é/foi.

Até lá é business as usual.

[nferrari]

Há três ou quatro anos tinha comentado por aí que poderíamos a começar a ter subscrições de pacotes de mobilidade, como fazemos por exemplo com um serviço de internet, televisão e mais voz.

[Ruie34]

Essa mudança para próximo do local de trabalho já começou há muito e vai continuar por várias décadas.

Não estou só a falar de Portugal, mas a cultura de vida de subúrbio está cada vez mais a diminuir (sim, já sei que há gente que não concorda, estou a falar de dados estatísticos de grandes populações não de pessoas específicas).

Com a cada vez menos necessidade de acumular tralha, cada vez é necessário menos espaço, por exemplo a garagem deixa de ser uma necessidade essencial. Logo uma casa mais pequena e mais central acaba por ser preferível a uma casa enorme nos subúrbios.

O que pode diferir é o conceito de próximo. Quantas mais pessoas quiserem fazê-lo, mais elevados serão os preços dos imóveis, logo mais pessoas terão que ir para os subúrbios.

O caminho passa por reduzir as necessidades de deslocação. Isto que consegue-se com a eliminação de certas profissões, pela automatização, e pelo desempenho de outras remotamente. Com estas medidas aliviava-se a pressão sobre o mercado imobiliário, reduzia-se o número de kms percorridos diariamente e consequentemente de emissões para a atmosfera, reduzia-se o número de utilizadores dos transportes públicos e por arrasto menor o investimento necessário nos mesmos.

[Rasec]

Há três ou quatro anos tinha comentado por aí que poderíamos a começar a ter subscrições de pacotes de mobilidade, como fazemos por exemplo com um serviço de internet, televisão e mais voz.

A Uber já faz isso nos EUA, um passe mensal a um preço muito baixo, era um piloto que tanto quanto sei está a crescer bastante.

[carlosfst]

Há três ou quatro anos tinha comentado por aí que poderíamos a começar a ter subscrições de pacotes de mobilidade, como fazemos por exemplo com um serviço de internet, televisão e mais voz.

É por aí.

Imagina todo o parque automovel ser drivenow. Pagas uma subscrição com garantia que tens sempre acesso ao serviço.

Perfeito seria um "sem numero" de modalidades possiveis. Desde o segmento, ao combustivel, ao tipo de carro, preço por X kms ano, etc etc.

Muito mais facil isto que arranjar uma casa perto do trabalho para todos.

[nferrari]

A Uber já faz isso nos EUA, um passe mensal a um preço muito baixo, era um piloto que tanto quanto sei está a crescer bastante.

Sim, mas o ideal é que não seja dado apenas por um operador, mas que seja uma entidade externa que os agregue.

[carlosfst]

Do ponto de vista racional, faz mais sentido que o utilizador conduza do que ter um motorista.

[MCXXXIX]

sim, porque ter propriedade que vale ZERO passado 10 anos, é brilhante.

É muito mais do que isso, só propriedade privada individual incentiva a iniciativa privada e a inovação. Isso sim é o verdadeiro valor, imensamente mais do que uma conta bem recheada

Quando se tem uma duzia de grandes empresas poderosas a substituirem e mandarem mais do que grandes estados, isto é o que? Chamem o que quiserem, capitalismo selvagem, novo socialismo, social-capitalismo, sei lá, pode ser tudo isso, mas uma coisa que não é de certeza, não é liberalismo economico e livre concorrencia

Sugiro uma leitura aquilo que acontecia antes e o que aconteceu depois da revolução agricola e as razões da mesma e tambem uma leitura à tentativa de inicio de revolução industrial (subsidiada e fracassada e razões desse fracasso) russa, na altura em que começaram a surgir os teares mecanizados

Essas ideias novo socialistas só servem mesmo para escrever os livros que certos idealistas e fantasistas tanto gostam de exibir na mesinha da sala de estar quando recebem visitas, na pratica nada funciona, daí apenas resulta marasmo

[Tictac]

Só acredito nisto nos grande centros urbanos, e penso que nesses, poderá funcionar de forma bastante eficaz.
Venham aqui ao norte dizer a quem mora a mais de 5km da cidade que não precisa de carro

No fundo, isto funcionará onde os transportes públicos também já funcionam. É o grande erro dos governos, carrega imenso os impostos nos automóveis no entanto não tem ideia que para muitas pessoas, todas aquelas que não vivem nos centros urbanos, são obrigatóriamente dependente deles!

Quando estudei numa capital europeia, tinha metro para todo o lado, ou autocarro, ou qualquer outra boa solução e quase sempre mais rápida que o carro, qual é o sentido de usar carro?

Cada vez sou mais é a favor de rentings, um bem que desvaloriza desta maneira, começa a não ser compensador comprar.

[cuica]

Acho que o binómio eléctrico-autónomo vai fazer toda a diferença.
Para quem tiver paciência/interesse para estas coisas, googlem Tony Seba:

https://tonyseba.com/wp-content/uplo...Disruption.pdf

https://static1.squarespace.com/stat...ort_051517.pdf

[Nuno156]

As coisas não são a preto e branco.

Há décadas que existe arrendamento e venda de habitações.
Um não acaba com o outro.

Há quem alugue.
Há quem compre.
Há quem faça leasing.
Há quem faça renting.
Há quem faça ALD.
Há quem ande de Uber.
Há quem ande de transportes públicos.
Há quem ande a pé.
Há quem não vá e mande vir.

Não faz sentido pensar que uma opção deixe de existir porque surge outra.

[LinoMarques]

Vai haver uma redução do automóvel como objecto de posse, mas nunca o fim completo.

[ZylmhuinVII]

Vai haver uma redução do automóvel como objecto de posse, mas nunca o fim completo.

Mas isso é óbvio!

[Rasec]

Vai haver uma redução do automóvel como objecto de posse, mas nunca o fim completo.

É disso que se fala Lino....

Ainda hoje há quem tenha cavalos

[Bolide]

Até porque este tipo de negócio só é sustentável em locais com grande densidade populacional, vai lá para o meio do alentejo sem carro e depois conta como correu

Além de que o carro tem uma série de objetos pessoais que utilizo no dia a dia, andar em carros partilhados ia obrigar-me andar com uma mochila atrás.

Para quem vive e trabalha em zonas com estacionamento muito difícil no centro das cidades se tiver garagem no prédio não me parece que troque o carro privado por um partilhado que vai ter de deixar na rua, andar à chuva, perder tempo à procura de lugar para estacionar, só vantagens

[Nuno156]

Há gente para tudo.

[Bolide]

Nesses serviços não se pode terminar as viagens nos parques públicos fechados, é ridículo. Vou trabalhar para as torres do Amoreiras ou do Colombo e tenho de deixar o carro na rua? Para mim vale zero um serviço com estas condições.

[SalvadorP]

É muito interessante este tema.

Eu tive um desportivo durante uns anos, que entre desvalorização, impostos, manutençòes, combustiveis, etc.. me custou cerca de 500 euros/mês.

Agora pontualmente alugo, claro que muito menos, mas permite-nos uma liberdade interessante, do género ter um Mustang nos EUA, um Ferrari em Italia, etc. gasto muito menos e posso variar mais e posso não gastar de todo.

[Rasec]

Nesses serviços não se pode terminar as viagens nos parques públicos fechados, é ridículo. Vou trabalhar para as torres do Amoreiras ou do Colombo e tenho de deixar o carro na rua? Para mim vale zero um serviço com estas condições.

Quais serviços?!

Estás a ver o problema apenas da lente do que conheces hoje em dia, agora imagina (vá, pensa fora da caixa!), que facilmente podes estacionar qualquer carro em qq local (desde que dentro da lei), e todos os carros em todos os locais são de todas as pessoas quando deles precisarem.


Será utópico? Bem, imaginar há 20 anos atrás um dia teríamos na mão um aparelho que tira fotos, permite falar, escrever, ver video, GPS, fazer compras, etc etc etc também pareceria utópico.

[SalvadorP]

Até porque este tipo de negócio só é sustentável em locais com grande densidade populacional, vai lá para o meio do alentejo sem carro e depois conta como correu

Além de que o carro tem uma série de objetos pessoais que utilizo no dia a dia, andar em carros partilhados ia obrigar-me andar com uma mochila atrás.

Para quem vive e trabalha em zonas com estacionamento muito difícil no centro das cidades se tiver garagem no prédio não me parece que troque o carro privado por um partilhado que vai ter de deixar na rua, andar à chuva, perder tempo à procura de lugar para estacionar, só vantagens

Darwin dizia que quem tinha sucesso, não eram os mais fortes, nem os mais inteligentes, mas sim os que se adaptavam melhor

[Quark]

Quem acha que é o fim do automóvel como objecto de posse... é porque não conhece o país para lá de Lisboa ou Porto....

Para quem conhece sabe que o automóvel é tão essencial como o frigorífico.... E que dada a distribuição das populações nunca o automóvel será substituível por nada ou nenhum serviço.......

[Leverage]

Em Madrid já há mais de 2000 carros neste modelo. É só abrir o carro na APP e ir para o destino. O custo varia entre 19 e 29 cent por minuto dependendo da plataforma que se usa.

Quase todos eléctricos e alguns hibridos, são bastante usados! É interessante ver que durante o dia raramente um destes carros fica parado mais de 1h/2h (pelo que observo na minha rua que nem tem muito movimento).

Quantos mais melhor.

[Reidoasfalto]

Nem todos vivem nas grandes metrópoles!!

E os que vivem lá na terrinha, que o autocarro, passa de manhã e só ao final do dia?... quando passa...
Eu também se pudesse vendia os meus, mas infelizmente depois teria que ficar em casa a viver do RSI

[Topolino]

Quais serviços?!

Estás a ver o problema apenas da lente do que conheces hoje em dia, agora imagina (vá, pensa fora da caixa!), que facilmente podes estacionar qualquer carro em qq local (desde que dentro da lei), e todos os carros em todos os locais são de todas as pessoas quando deles precisarem.


Será utópico? Bem, imaginar há 20 anos atrás um dia teríamos na mão um aparelho que tira fotos, permite falar, escrever, ver video, GPS, fazer compras, etc etc etc também pareceria utópico.

Há 20 anos tínhamos n previsões que não se verificaram ou estão muitíssimo atrasadas.

[Topolino]

Em Madrid já há mais de 2000 carros neste modelo. É só abrir o carro na APP e ir para o destino. O custo varia entre 19 e 29 cent por minuto dependendo da plataforma que se usa.

Quase todos eléctricos e alguns hibridos, são bastante usados! É interessante ver que durante o dia raramente um destes carros fica parado mais de 1h/2h (pelo que observo na minha rua que nem tem muito movimento).

Quantos mais melhor.

POr minuto? Então há vantagem em conduzir como o Fangio?

[nokia71]

Isto é tudo muito bonito, mas apenas funcionará em países com um custo de serviço que se adeque ao salário médio das pessoas. Já existem muitos serviços desse tal "Futuro", em muitas cidades. O problema é que nos países com menores salários, a adesão acaba por ser muito reduzida. Existem custos fixos que não podem ser ignorados, mesmo que se introduza a condução autónoma. Agora, em locais com salários elevados, estes serviços funcionam muito bem.

[Quark]

Nem todos vivem nas grandes metrópoles!!

E os que vivem lá na terrinha, que o autocarro, passa de manhã e só ao final do dia?... quando passa...
Eu também se pudesse vendia os meus, mas infelizmente depois teria que ficar em casa a viver do RSI

Mas somos todos governados por Betos políticos e comentadores Betos de Lisboa... que não conhecem nem querem saber do resto do país....

[Rasec]

Nem todos vivem nas grandes metrópoles!!

E os que vivem lá na terrinha, que o autocarro, passa de manhã e só ao final do dia?... quando passa...
Eu também se pudesse vendia os meus, mas infelizmente depois teria que ficar em casa a viver do RSI

Lê o tópico desde o início...

A internet também não chegou à terrinha logo no princípio. Muita terrinha há sem internet ainda.

Aliás, há muita terrinha no mundo onde ainda nem o automóvel chegou

[Bolide]

Tendo dinheiro é sempre melhor ter tudo e não depender de ninguém, o resto são contos de fada Não tendo claro que é melhor ter acesso a carros partilhados do que andar a pé.