O fim do automóvel como "objecto de posse"

[Reidoasfalto]

Lê o tópico desde o início...

A internet também não chegou à terrinha logo no princípio. Muita terrinha há sem internet ainda.

Aliás, há muita terrinha no mundo onde ainda nem o automóvel chegou

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[Quark]

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A internet também não chegou à terrinha logo no princípio. Muita terrinha há sem internet ainda.

Aliás, há muita terrinha no mundo onde ainda nem o automóvel chegou

E em 99% das terrinhas não chegou uma coisa chamada transporte público.... sim pq um autocarro de manhã e outra à tarde não é TP.... Nem nunca chegará.... pq para haver transporte público, tem que haver densidade populacional que justifique..... E a mesma coisa o fim do automóvel com objecto de posse..... esquece nunca acontecerá... ou se acontecer será incompatível viver fora das áreas metropolitanas de Lisboa ou Porto e ter qualidade de vida aceitável.....

[Ruie34]

Parece-me que está claro que esta modalidade de transporte é pensada para as grandes metrópoles, onde a posse de um automóvel de utilização esporádica se torna cada vez mais um incomodo.

Nestes debates, por vezes, dá-se demasiada importância ao número de km andados, quando o mais importante é o nº de utilizações diárias/semanais/mensais, e o tempo que as mesmas levam. Eu posso fazer poucos km, mas necessitar de um carro diariamente... como posso fazer várias centenas de km, numa ou duas deslocações semanais.

[Nuno156]

(...)
Será utópico? Bem, imaginar há 20 anos atrás um dia teríamos na mão um aparelho que tira fotos, permite falar, escrever, ver video, GPS, fazer compras, etc etc etc também pareceria utópico.

Os bolsos são como as vaginas… errr… opiniões! Cada um tem o seu.
Já os lugares de estacionamento… são da "cambra" (ou da EMEL), cada uma quer a mama desse lugar.

[pontopt]

Para quem necessita de carro diariamente, dificilmente fará sentido.
Para quem tem crianças e necessita das cadeiras para as transportar numa base diária, não faz sentido.
Para quem faz deslocações pontuais, pode fazer sentido.

[freefall2900]

A meu ver para já e num futuro próximo, não passará de um nicho de mercado. Há vários factores em jogo, tais como o afastamento cada vez maior das pessoas para os subúrbios, que não são servidos por nenhum transporte, a velocidade a que tudo se processa hoje em dia, obrigando a 100% de disponibilidade e rapidez de um meio de transporte e claro, os custos daí imputados, quem tem crianças ainda pior, etc.

Esse sistema funciona bem para quem realmente tem bons níveis salariais e não se quer chatear com questões relacionadas com manutenção/condução/trânsito...mas para isso já existem os táxis e ubers que preenchem bem essas necessidades de mobilidade esporádica.

Muita utopia e pouca uva. Os meios particulares de transporte irão continuar a dominar. Diminuirá um pouco, mas continuarão a dominar o mercado.


Se assim fosse todos mudavam para arrendamento e entregar-se-ia tudo o que fosse imóveis ao Estado ou a empresas para estas o gerirem. Mas como se vê por aqui e pela realidade que esse não é o caso.

Até porque este forum em nada representa a população portuguesa. Não passam de ideias que não são aprovadas no duro teste da realidade.

[Leverage]

POr minuto? Então há vantagem em conduzir como o Fangio?

Sim . Mas há muitos radares...

[tonyV]

É a moda das prestações e subscrições (spotify, netflix, carros, viagens, etc)......dispenso, psicologicamente é "desgastante", mês após mês ver sempre aquela alocação fixa

[Rasec]

É a moda das prestações e subscrições (spotify, netflix, carros, viagens, etc)......dispenso, psicologicamente é "desgastante", mês após mês ver sempre aquela alocação fixa

Sim, porque pagar gasolina, estacionamento, impostos.... E sem falar em custo de aquisição e manutenção.... isso não é desgastante?

[msantos]

Parece-me que está claro que esta modalidade de transporte é pensada para as grandes metrópoles, onde a posse de um automóvel de utilização esporádica se torna cada vez mais um incomodo.

Nestes debates, por vezes, dá-se demasiada importância ao número de km andados, quando o mais importante é o nº de utilizações diárias/semanais/mensais, e o tempo que as mesmas levam. Eu posso fazer poucos km, mas necessitar de um carro diariamente... como posso fazer várias centenas de km, numa ou duas deslocações semanais.

É mesmo isso, eu não faço muitos km por ano mas se não tivesse carro estava "arrumado", os transportes públicos são raros e ainda por cima caros.

A minha mulher trabalha a 4 km de casa se tivesse que ir de transportes tinha que sair de casa 1,5 horas mais cedo e chegava 1 hora mais tarde ao fim do dia, pois são os horários da "camioneta".
Para quem mora no centro de uma cidade como Lisboa ou o Porto essa utopia de não precisar de automóvel é bem mais real do que para quem vive no resto do país.

[Nuno156]

É a moda das prestações e subscrições (spotify, netflix, carros, viagens, etc)......dispenso, psicologicamente é "desgastante", mês após mês ver sempre aquela alocação fixa

É o sonho de qualquer um… o dinheiro a desaparecer da conta sem ser necessário fazer nada para isso…
A pior coisa que pode acontecer é chegar ao fim do mês com dinheiro na conta.

Que stress, não conseguir gastar o dinheiro todo que se ganha.
Ter de fazer um esforço sobre-humano para descobrir novas coisas onde esbanjar o dinheiro!
Felizmente que existem estes génios das startups que estão sempre a inventar novos meios para ajudar a zerar a conta…

O que eu mais gosto é do conceito de agora o software já só estar disponível em modalidade de aluguer.
Assim poupa o trabalho de regularmente andar a comprar novas versões.
Que seca que era ir ao site pagar e descarregar uma nova versão.

Que stress!

[ASOT]

Mais uma thread tipicamente lunática do fAHO, cheio de fantasia, purpurinas e unicórnios, mas com tendências Orweilianas e ainda por cima, com um certo anti-esquerda a concordar com isto tal a incoerência.

Implementem essas ideias dignas das porcarias dos summits desta vida, mas apenas em locais reais....não numa zona que nem infraestruturas básicas possuí.

[Bolide]

Antigamente o pessoal tinha a mania de utilizar a mesma licença do autocad e do photoshop durante 10 anos era uma chatice! Agora tem sempre a última versão onde fazem o mesmo que já faziam antes mas não interessa, paga e é se queres

[Nuno156]

Sim, porque pagar gasolina, estacionamento, impostos.... E sem falar em custo de aquisição e manutenção.... isso não é desgastante?

Não queres, não gastas.
Não queres atestar hoje, vais a pé e atestas amanhã.
Não queres pagar o estacionamento, vais de transportes.

Os impostos… foram os que deram ideias aos gajos que agora alugam tudo e não vendem nada.

Aqui há uns anos eu comprei um software… agora só em modalidade de subscrição.
A sério?!?!
Raramente uso, vou pagar todos os meses a que propósito?

Obviamente que continuo a usar a versão antiga.
Mas os gajos que agora quiserem esse software já só em modalidade de subscrição (deixam de pagar, deixam de ter).

[Nuno156]

Mais uma thread tipicamente lunática do fAHO (...)

Ninguém te obriga a participar…

[Rasec]

Não queres, não gastas.
Não queres atestar hoje, vais a pé e atestas amanhã.
Não queres pagar o estacionamento, vais de transportes.

Os impostos… foram os que deram ideias aos gajos que agora alugam tudo e não vendem nada.

Aqui há uns anos eu comprei um software… agora só em modalidade de subscrição.
A sério?!?!
Raramente uso, vou pagar todos os meses a que propósito?

Obviamente que continuo a usar a versão antiga.
Mas os gajos que agora quiserem esse software já só em modalidade de subscrição (deixam de pagar, deixam de ter).

Não queres usar, não uses... [emoji23][emoji23]

[Nuno156]

Não queres usar, não uses... [emoji23][emoji23]

Não percebeste.
O TonyV referia-se a ter planos de subscrição para ter um serviço, quer uses… OU NÃO.
O ponto está aí.
Pagas a mensalidade, quer uses 30 dias, ou apenas 5 (porque estavas os outros dias de férias, por exemplo).

Portanto, o teu: "Não queres usar, não uses..."
É mais: "Não queres usar, não uses... DESDE QUE BUFES NA MESMA."
É essa a diferença.

[Bolide]

A única subscrição que tenho é do Netflix, mas apenas porque nunca tive interesse em colecionar filmes ou séries, já antigamente ia ao video clube e não comprava os filmes originais para guardar em casa, portanto vai dar ao mesmo, apenas substituí as cassetes e dvd's por streaming.

[Nuno156]

A única subscrição que tenho é do Netflix, mas apenas porque nunca tive interesse em colecionar filmes ou séries, já antigamente ia ao video clube e não comprava os filmes originais para guardar em casa, portanto vai dar ao mesmo, apenas substituí as cassetes e dvd's por streaming.

Como é que vês Netflix?
WiFi do vizinho?

[Bolide]

Sim e uma puxada do poste da edp para não pagar mais nenhuma mensalidade O chato é ter de carregar os garrafões de água até à fonte.

[TURBO]

[Nuno156]

Sim e uma puxada do poste da edp para não pagar mais nenhuma mensalidade O chato é ter de carregar os garrafões de água até à fonte.

Bem me queria parecer.
Pagar Netflix foi promessa, então? Ou é como o outro? Fizeste um sorteio para ver a qual dos credores ias pagar este mês, e calhou a Netflix?

[SalvadorP]

Recentemente falei sobre este tema com um amigo no seu aniversário (68) e ele falava-me precisamente de vender o carro que tinha parado a maior parte dos dias da semana.

No caso falamos de uma pessoa ainda activa profissionalmente que vive em plena Lisboa (Alvalade) e que trabalha a partir de casa. Utiliza carro para deslocações de lazer é uma ou outra deslocação curta na cidade.

Claro que usar este tipo de solução não se aplica a todas as realidades e claro que o sentido de posse vai resistir a estas novas possibilidades.

Por outro lado se seria óptimo vivermos com muito menos carros, é fácil perceber que a indústria automóvel e tudo o que a rodeia teria que ter uma enorme adaptação se só tivesse que produzir 20% do que produz Actualmente.

Uma coisa é certa o estilo de vida dos países desenvolvidos baseia-se em muito consumo e consequentemente muita produção e parece-me que a pressão que isto põe sob os recursos não é sustentável durante muitos mais anos.

[Nuno156]

É impossível eu algum dia vir a aderir à moda de não ter um carro meu.
Não me consigo imaginar sem a adrenalina anual de ter de pagar o IUC e o seguro.
Acho que nunca serei capaz de sobreviver sem receber a carta do seguro a dizer que o meu carro vale metade do que valia quando o comprei, mas que, ainda assim, tenho de pagar mais pelo seguro.
Nem consigo compreender como é que alguém consegue viver sem ser achincalhado deste modo pelo menos uma vez por ano.

[TURBO]

Não será um tema muito popular num fórum de automóveis, mas acredito que estamos num ponto do viragem (mais um) da nossa sociedade, e que a posse privada de automóveis terá um fim a médio prazo, um pouco como os cavalos são uma realidade de lazer e não de locomoção/trabalho hoje em dia como eram há 150 anos atrás.

Fica aqui um artigo muito interessante:

https://amp.businessinsider.com/carp...-europe-2019-3

Claro que não vai acontecer de um dia para o outro, começará mas grandes cidades (aliás já começou) e alastrará aos poucos e poucos, mas acredito que estamos num ponto de viragem sem retorno.

Depois de software as a service, entertainment as a service, temos transportation as a service como uma realidade.

Corrido a tiro pá. Pior é mono eléctrico na estrada com zzzzzzzz,

[freefall2900]

Recentemente falei sobre este tema com um amigo no seu aniversário (68) e ele falava-me precisamente de vender o carro que tinha parado a maior parte dos dias da semana.

No caso falamos de uma pessoa ainda activa profissionalmente que vive em plena Lisboa (Alvalade) e que trabalha a partir de casa. Utiliza carro para deslocações de lazer é uma ou outra deslocação curta na cidade.

Claro que usar este tipo de solução não se aplica a todas as realidades e claro que o sentido de posse vai resistir a estas novas possibilidades.

Por outro lado se seria óptimo vivermos com muito menos carros, é fácil perceber que a indústria automóvel e tudo o que a rodeia teria que ter uma enorme adaptação se só tivesse que produzir 20% do que produz Actualmente.

Uma coisa é certa o estilo de vida dos países desenvolvidos baseia-se em muito consumo e consequentemente muita produção e parece-me que a pressão que isto põe sob os recursos não é sustentável durante muitos mais anos.

Esse tipo de utilizador encaixa bem no conceito que o Rasec indica, no entanto não deixa de ser um nicho de mercado..porquê? Vejamos:



- Mora em plena Lisboa, ao pé de transportes públicos. Lisboa dentro tem bons TP, fora desta é um desastre completo.

- Trabalha a partir de casa, não precisa de deslocações diárias casa-trabalho.

- Já está na idade da reforma e não tem grande actividade nem pressas, nem tem filhos OU já os tem criados e/ou autónomos. Quem tem filhos sabe o quanto é necessário ter facilidade de deslocações e rapidez (creche, hospitais, compras, etc)

- Tirando as férias grandes, provavelmente faz todas as actividades de lazer dentro da metrópole.



Este caso em específico é claramente não significativo do típico trabalhador familiar com filhos, logo não deixa de ser apenas um caso particular de nicho de mercado.

Um conceito que se aplique para as massas claramente não passa pelo aluguer de automóveis, só se os preços fossem realmente baixos (o que duvido muito, sobretudo em PT).

[Obtuso]

Também não vejo esta solução em larga escala. Servirá apenas para utilizadores pontuais de carros e para utilizadores que viajam, ou seja, vai ser apenas uma rent a car 2.0, onde se prescinde da estrutura burocrática de entrega de viatura, etc.

[SalvadorP]

Esse tipo de utilizador encaixa bem no conceito que o Rasec indica, no entanto não deixa de ser um nicho de mercado..porquê? Vejamos:

- Mora em plena Lisboa, ao pé de transportes públicos. Lisboa dentro tem bons TP, fora desta é um desastre completo.

- Trabalha a partir de casa, não precisa de deslocações diárias casa-trabalho.

- Já está na idade da reforma e não tem grande actividade nem pressas, nem tem filhos OU já os tem criados e/ou autónomos. Quem tem filhos sabe o quanto é necessário ter facilidade de deslocações e rapidez (creche, hospitais, compras, etc)

- Tirando as férias grandes, provavelmente faz todas as actividades de lazer dentro da metrópole.


Este caso em específico é claramente não significativo do típico trabalhador familiar com filhos, logo não deixa de ser apenas um caso particular de nicho de mercado.

Um conceito que se aplique para as massas claramente não passa pelo aluguer de automóveis, só se os preços fossem realmente baixos (o que duvido muito, sobretudo em PT).

Genericamente é como dizes.

Mas discordo da parte de que seja um nicho de mercado com muito pouca expressão. Porque também me parece que actualmente começa a haver muita gente a preferir uma casa pequena numa boa localização a uma casa maior mais periférica.

As vantagens de viver bem localizado são inúmeras, eu sempre levei a minha filha mais velha a pé para o infantário, eram uns 50 mts, actualmente levo a mais nova para a escola a pé são uns 400/500 mts, faça chuva ou faça sol.

Portanto, eu há uns anos, quando vivia em plena Lisboa, zona das Amoreiras, era o típico trabalhador com filhos e poderia ter prescindido de carro (pelo menos de um) se houvesse uma boa estrutura e diversidade de transportes.

Há uma tomada de consciência de que o recurso "tempo" é super valioso.

[Obtuso]

Genericamente é como dizes.

Mas discordo da parte de que seja um nicho de mercado com muito pouca expressão. Porque também me parece que actualmente começa a haver muita gente a preferir uma casa pequena numa boa localização a uma casa maior mais periférica.

As vantagens de viver bem localizado são inúmeras, eu sempre levei a minha filha mais velha a pé para o infantário, eram uns 50 mts, actualmente levo a mais nova para a escola a pé são uns 400/500 mts, faça chuva ou faça sol.

Há uma tomada de consciência de que o recurso "tempo" é super valioso.

Mas isso é um bocado relativo. Eu moro no centro da cidade e há zonas que demoro mais a chegar do que quem vier de "fora" num acesso mais "directo".

E em todo o caso, quem não precisa realmente de carro, já hoje não o tem. E quem precisa de usar pontualmente, também já o faz através de rent a car. Melhor, já o faz através de uber e nem precisa sequer ter carta de condução. Fantástico, não é?

[freefall2900]

Genericamente é como dizes.

Mas discordo da parte de que seja um nicho de mercado com muito pouca expressão. Porque também me parece que actualmente começa a haver muita gente a preferir uma casa pequena numa boa localização a uma casa maior mais periférica.

As vantagens de viver bem localizado são inúmeras, eu sempre levei a minha filha mais velha a pé para o infantário, eram uns 50 mts, actualmente levo a mais nova para a escola a pé são uns 400/500 mts, faça chuva ou faça sol.

Portanto, eu há uns anos, quando vivia em plena Lisboa, zona das Amoreiras, era o típico trabalhador com filhos e poderia ter prescindido de carro (pelo menos de um) se houvesse uma boa estrutura e diversidade de transportes.

Há uma tomada de consciência de que o recurso "tempo" é super valioso.

O "haver muita gente" continuam a ser nicho de mercado. Os que fazem o que dizes até são mais os estrangeiros face aos preços absurdos da habitação na metrópole, tanto em compra como em aluguer. Portanto continua a ser um nicho de mercado, daqueles conceitos que fica apenas para os mais abastados e que não se querem preocupar com nada.