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Dois países: Um por um, a cair no mar.

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    #61
    citação:Originalmente colocada por Excalibur

    citação:Originalmente colocada por J.R.

    citação:Originalmente colocada por Excalibur

    Mas claro ainda há poucas semanas no Prós e Contras o Ex-CEMA (Chefe Estado Maior da Armada) disse que agora há quem queira outra Marinha em Portugal, ao pretenderem dar meios á GNR-BF para patrulhar no mar.
    Se o Sr. CEMA se preocupasse que os procedimentos da Sua Marinha que tem uma cadeia de comunicações ARCAICA e a culpa é EXCLUSIVAMENTE DELE a meia hora de vôo é perfeitamente aceitável.

    Mais uma vez a pretensa falta de meios é apenas uma DESCULPA para a incompetência.

    Ele não se queixou dos meios, ele na altura alertou para um eventual dispersão de meios que dai resultará (criação de uma brigada naval no seio da GNR-BF).

    E a falta de interacção entre ds diversas forças de defesa militares e civis, é um problema de LONGA DATA.

    Aliás esta falta de interacção é visivel na protecção civil e na epoca de fogos.


    Eu vou voltar a "bater no CEGUINHO", mas continuo sem perceber porque carga de água se insiste é dar tantas valências e meios á GNR.
    Se a Marinha nem consegue interagir com a velha F.A. começa a ser obvio o pq de criar uma Marinha paralela:D.

    Mas em vez de ir às raizes do problema estão a duplicar como fizeram com a Administração Pública e diversos Institutos;).

    O erro é capaz de ser o mesmo, não sei.

    Comentário


      #62
      citação:Originalmente colocada por J.R.

      citação:Originalmente colocada por Excalibur

      citação:Originalmente colocada por J.R.

      Se o Sr. CEMA se preocupasse que os procedimentos da Sua Marinha que tem uma cadeia de comunicações ARCAICA e a culpa é EXCLUSIVAMENTE DELE a meia hora de vôo é perfeitamente aceitável.

      Mais uma vez a pretensa falta de meios é apenas uma DESCULPA para a incompetência.

      Ele não se queixou dos meios, ele na altura alertou para um eventual dispersão de meios que dai resultará (criação de uma brigada naval no seio da GNR-BF).

      E a falta de interacção entre ds diversas forças de defesa militares e civis, é um problema de LONGA DATA.

      Aliás esta falta de interacção é visivel na protecção civil e na epoca de fogos.


      Eu vou voltar a "bater no CEGUINHO", mas continuo sem perceber porque carga de água se insiste é dar tantas valências e meios á GNR.
      Se a Marinha nem consegue interagir com a velha F.A. começa a ser obvio o pq de criar uma Marinha paralela:D.

      Mas em vez de ir às raizes do problema estão a duplicar como fizeram com a Administração Pública e diversos Institutos;).

      O erro é capaz de ser o mesmo, não sei.
      Claro que é o mesmo, FALTA DE COORDENAÇÂO e COMUNICAÇÃO.

      E de uma vez por todas já acabavam com um POLICIA MILITARIZADA (GNR), investiam na PSP (100% Civil) e coordenavam tudo de forma eficaz, e o Min. da Administração Interna Deixava de brincar aos soldadinhos através de Guarda Pretoriana do regime.

      Comentário


        #63
        Já agora, para continuar aqui;).

        O pesqueiro naufragou pelas 06h42 – [u]hora a que o equipamento de emergência lançou o alerta por satélite</u>. Apenas às [u]07h30 o satélite indicou a posição do barco </u>–e só quase duas horas depois, às 09h15, surgiu o primeiro socorro: um salva-vidas chega perto do barco. Na praia da Légua (Alcobaça), a angústia de quem assiste impotente à tragédia torna-se esperança. Mas as ondas não o deixam aproximar-se. Um a um, os pescadores são levados pelo mar. [u]Quando o helicóptero chegou, às 09h55</u>, já só havia um náufrago para salvar.

        http://www.correiomanha.pt/noticia.a...dCanal=181&p=0

        Péleve
        Obviamente que isto é um caso mas.... muitas vezes... o problema não são meios;).

        Comentário


          #64
          Reportagem Exclusiva Hoje no Diário de Referência

          Agora tirem as vossas conclusões, dado que o O CEMA diz que "Nunca conseguirá explicar aos Portugueses".

          [8)]



          Reportagem CM - Falhanço


          A Marinha de Guerra conhecia desde as 06h42 a zona onde naufragara o pesqueiro ‘Luz do Sameiro’ – mas uma investigação do CM demonstra que só perto das 08h30 chamou os meios de socorro, que chegaram tarde. Só um tripulante foi salvo. Morreram seis pescadores





          Quatro satélites gravitam à volta da terra com um único objectivo: eles captam os sinais enviados por embarcações em perigo e enviam o alerta para os centros de busca e salvamento. Cerca de 90 por cento dos mares está sob vigilância. O sinal emitido pelo pesqueiro ‘Luz do Sameiro’, em dificuldades ao largo da praia de Légua, no concelho de Alcobaça, foi captado pelo satélite e chegou, precisamente às 06h42 de 29 de Dezembro à base de rastreio de Toulouse, no Sul de França.

          O ‘Luz do Sameiro’ estava equipado com a bóia de emergência – uma ‘garrafa’ flutuante que se desprende da borda do barco em contacto com a água e emite para o satélite o sinal de naufrágio. O código enviado pela bóia permite mais duas coisas: identificar a embarcação e o local aproximado do desastre. Na base de Toulouse, às 06h42 daquela sexta-feira, ficaram a saber que o barco de pesca ‘Luz do Sameiro’, matriculado no porto de Vila do Conde, tinha naufragado na zona costeira da Nazaré.

          A informação de França chegou numa questão de segundos ao centro português de busca e salvamento – instalado no ‘bunker’ da NATO, em Oeiras, mas sob responsabilidade da nossa Marinha de Guerra.

          A esta hora ainda ninguém sabia com rigor de geógrafo a localização exacta do naufrágio. O primeiro sinal enviado pelo satélite apenas indicou a latitude – uma linha imaginária, paralela ao Equador, que começava escassas dezenas de milhas a Norte da Nazaré e terminava na costa dos Estados Unidos.

          No centro de busca e salvamento, em Oeiras, foi então cometido o primeiro erro – diz José Teixeira, oficial da marinha mercante. Este homem, que leva 30 anos de mar, conhece como actuam as autoridades de Espanha e do Norte da Europa – e não tem a mais pequena dúvida: “Um helicóptero devia ter descolado imediatamente para a zona da Nazaré. Já se sabia que o barco era um pequeno pesqueiro português. Não podia navegar muito afastado da nossa costa.”

          07h00

          A Marinha de Guerra nada fez a não ser esperar que um novo sinal da bóia do ‘Luz do Sameiro’, captado pelo satélite, indicasse a posição exacta do barco.

          A investigação do Correio da Manhã permite concluir que no centro de busca e salvamento, pelas 07h00, havia a certeza absoluta de que o pesqueiro estava em dificuldades, ao largo, escassas milhas a Norte da Nazaré.

          Ainda assim, não foi pedido o helicóptero à Força Aérea. Nesta altura, segundo José Teixeira, “a operação de socorro já leva 15 minutos de atraso”.

          07h15

          Um segundo sinal de satélite, captado pela estação de Toulouse, permite finalmente conhecer ao milímetro a posição do barco em dificuldades. O centro português de busca e salvamento fica a saber que o ‘Luz do Sameiro’ naufragou na praia da Légua – exactamente na latitude indicada no primeiro sinal enviado pela bóia de emergência.

          Enquanto os sete pescadores a bordo eram castigados pela ondas de dois metros e meio, reinava a calma no centro de busca e salvamento. Nem um telefonema a pedir o helicóptero da Força Aérea, nem um telefonema a mandar sair a lancha da estação do Instituto de Socorros a Náufragos na Nazaré.

          Pelas 07h15 o armador do barco, Manuel Maio, recebe um telefonema, em Caxinas. Era do centro de busca e salvamento – a ‘rádio-baliza’, como os pescadores chamam. Manuel Maio ouviu o que não queria ouvir. O seu barco naufragara na praia da Légua, a Norte da Nazaré. Tinha o filho a bordo, era o mestre do pesqueiro.

          O militar de serviço no centro de busca e salvamento seguiu à risca as formalidades burocráticas. Queria confirmar com o armador se o barco estava mesmo no mar, não fosse o caso de se tratar de um falso alarme, e quantos pescadores estavam a bordo. “Eu nem sabia onde era a praia da Légua. Ele é que me disse que era em Alcobaça, a Norte da Nazaré”, recorda ao CM Manuel Maio.

          08h20

          O ‘Luz do Sameiro’ está em sérias dificuldades, a cerca de 100 metros da praia. Aproximava-se de um perigoso banco de areia, autêntico viveiro de robalos e douradas, peixe nobre com elevado valor comercial. Aquela zona, enxameada de redes abandonadas, é uma armadilha fatal – e aconteceu o pior: redes ficaram enroladas na hélice e o barco sem governo, batido por mar forte, acabou por encalhar no banco de areia onde as vagas rebentam com violência.

          O único sobrevivente, o ucraniano Vasyl Hurny, cozinheiro a bordo, contou que estava a dormir e acordou com um estrondo – o casco de aço a bater no fundo de areia. Subiu ao convés. Encontrou o mestre, Inácio Maio, e o contramestre, José Ferreira, aflitos: aceleravam o motor mas a hélice, enleada em redes, não respondia. Os outros quatro tripulantes, segundo Vasyl, também acordaram nessa altura.

          O barco naufragou pelas 06h42. Hora e meia depois ainda não havia sinal de socorro. Os pescadores, cansados, com medo, castigados pela rebentação e pelo frio, perdiam as forças e a esperança.

          Pelas 08h20 um pescador desportivo, José Saldanha, chega à praia da Légua – e o barco está ali à sua frente. Ainda viu quatro pescadores no convés. Corre a telefonar para o 112. Só então, o centro de busca e salvamento parece acordar para a tragédia.

          08h25

          A esta hora as estações do Instituto de Socorros a Náufragos, subordinadas à Marinha de Guerra, ainda não abriram: os tripulantes dos salva-vidas trabalham das 09h00 às 17h00 e fora deste horário estão em casa com os telemóveis ligados à espera de chamada.

          António Bernardo, patrão do salva-vidas da Nazaré, preparava-se para sair de casa, em São Martinho do Porto, a caminho do trabalho, quando foi informado de que devia largar para a praia da Légua.

          08h45

          Apenas duas horas e 20 minutos depois de o ‘Luz do Sameiro’ ter emitido o primeiro sinal de alerta, o centro de busca e salvamento pede à Força Aérea o helicóptero estacionado no Montijo, a meia hora de voo da Nazaré. O pedido chega à Base Aérea às 08h45.

          José Teixeira, oficial da Marinha Mercante, lastima tanto tempo perdido e não poupa críticas aos procedimentos utilizados pela Armada nas operações de salvamento no mar. “Na Europa do Norte e em Espanha o helicóptero descola para uma zona de busca mal o satélite obtém a primeira coordenada de latitude. Em Portugal, esperam pela localização exacta. E este tempo de espera pode ser fatal”, diz José Teixeira.

          No caso do naufrágio do ‘Luz do Sameiro’ , o centro de busca e salvamento já tem às 07h15 as coordenadas exactas do naufrágio – mas, até chamar o helicóptero, tem de cumprir um rol de normas inúteis. “Telefonam para os capitães do portos, telefonam para o armador, telefonam para o oficial de serviço no Comando Naval, gastam tempo precioso numa teia infernal de burocracia e avaliações e, por fim, fazem o telefonema que devia ser o primeiro da lista – para o oficial de dia na Base Aérea do Montijo a pedir o bendito do helicóptero”, diz José Teixeira.

          08h55

          O mapa com a localização das estações do Instituto de Socorros a Náufragos de Caminha a Vila Real de Santo António é enganador. Dá a ideia, pela quantidade de pontos, que a costa está bem protegida. “Os salva-vidas são desadequados”, diz José Teixeira. Os mais rápidos, semi-rígidos com cascos em fibra e flutuadores, são demasiados pequenos para enfrentarem mar adverso. Os maiores são lentos.

          Faltam, por exemplo, salva-vidas com um fundo em almofadas pneumáticas (estilo ‘hovercraft’) com motores a jacto – que aguentam temporais bravos e são capazes de passar por zonas de forte rebentação.

          O patrão António Bernardo largou da estação da Nazaré precisamente às 08h55. O salva-vidas, da classe ‘Patrão Joaquim Lobo’, navega há 19 anos. É lento. Dá no máximo dez nós por hora, o equivalente a cerca de 18 quilómetros por hora. Mas é impossível ao patrão do leme manter por muito tempo a velocidade máxima. O motor aquece com muita facilidade. Se aquecer de mais bloqueia e só pode ser ligado de novo uma hora e meia depois.

          09h15

          O salva-vidas da Nazaré chega às 09h15 ao local do naufrágio. A tripulação avista quatro pescadores agarrados aos ferros no convés do barco. Mas nada pode fazer. Afasta-se. O patrão António Bernardo, de 55 anos, já medalhado por salvamentos heróicos, sabe que a sua lancha não tem capacidade para entrar na zona de rebentação – e, mesmo que o fizesse, as redes à deriva à volta do pesqueiro naufragado eram uma armadilha para a hélice. “Se ele tivesse um valente ’hovercraft’ com motor a jacto teria lá chegado e salvava os pescadores”, garante José Teixeira.

          10h04

          O helicóptero da Força Aérea surge, por fim, nos céus da praia da Légua. São exactamente 10h04. Apenas há um pescador com vida. Foi salvo.

          A Força Aérea também tem horários a cumprir. Entre as 09h00 e as 17h00 as bases aéreas fervilham de actividade. Neste período a Força Aérea garante que consegue ter um helicóptero pronto para descolar 30 minutos depois de receber o alerta. Fora do horário normal, com a base a meio gás, o tempo de resposta aumenta para 45 minutos.

          Até em Portugal é possível fazer melhor. Os helicópteros do Serviço Nacional de Bombeiros e de Protecção Civil (SNBPC) descolam em escassos 15 minutos.

          Na manhã do naufrágio na praia da Légua os serviços de Protecção Civil informaram o centro de busca e salvamento da Marinha de Guerra que o helicóptero estacionado em Santa Comba Dão estava pronto para voar sobre os náufragos. A oferta foi feita às 09h15. A Marinha recusou.

          O helicóptero dos bombeiros, equipado com um guincho e com um tripulante treinado para descer e recuperar os náufragos, teria chegado à praia pelas 09h40, cerca de 25 minutos antes do aparelho da Força Aérea.

          Do areal da praia da Légua, bombeiros, nadadores salvadores e equipas de emergência médica assistiram impotentes ao drama de pelo menos quatro pescadores que ainda lutavam pela vida no convés do barco naufragado. As ondas levaram um a um. Sobreviveu o mais forte, ucraniano, com experiência de mergulho profissional.

          “Motas de água lançadas da praia teriam salvado aqueles homens”, diz o comandante José Teixeira.

          HORROR A BORDO DO PESQUEIRO

          O ‘Luz do Sameiro’ saiu do porto da Nazaré para a pesca, pelas 02h30 de sexta-feira, 29 de Dezembro. O mestre Inácio tomou rumo para o banco de areia da praia da Légua onde abundam os robalos – o ouro do mar. É uma zona proibida de pesca. Este mar está enxameado de redes ilegais que se enrolaram na hélice: o barco ficou sem governo e encalhou. Os pescadores aguardaram quase três horas por socorro. Só um se salvou, içado pelo helicóptero.

          ALMIRANTE ASSUME FALHAS

          O chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) assumiu ontem responsabilidades pelas tentativas falhadas de salvar do mar seis pescadores do barco que naufragou na praia da Légua, a Norte da Nazaré. O almirante Melo Gomes apresenta-se “solidário com os marinheiros que tentaram o salvamento”, sem êxito.

          “Assumo todas as responsabilidades – as nossas – como é meu dever, certo de que todos saberão também assumir as suas, retirando lições”, afirmou o chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Melo Gomes, num documento distribuído em todas as unidades da Marinha e a que a agência Lusa teve acesso.

          O almirante Melo Gomes reconhece no documento que, apesar de “tudo” ter sido feito para salvar os pescadores do pesqueiro ‘Luz do Sameiro’, a Marinha de Guerra “nunca conseguirá explicar ao público” o facto de não ter conseguido salvar todos os sete tripulantes “a tão curta distância da praia”. O almirante Melo Gomes afirma-se seguro “da eficácia” com que os marinheiros utilizaram os meios ao seu dispor.

          A EFICÁCIA BRITÂNICA E DA VIZINHA ESPANHA

          Para o governo britânico o tempo de resposta dos meios de salvamento é uma prioridade e não deve exceder os cinco minutos – desde o alerta até à chegada ao local. As autoridades responsáveis conseguiram-no em 98 por cento dos casos, em 2004 e 2005. O Governo investiu ainda num hangar, em Portland, em que os meios aéreos servem apenas para buscas e salvamento no mar.

          Em Espanha. o plano nacional de salvamento, traçado para 2006 e até 2009, pretende reduzir o tempo de resposta dos meios marítimos. Há lanchas rápidas que chegam a qualquer ponto do mar, até às 15 milhas da costa, no máximo de 75 minutos e um helicóptero de salvamento, que dentro das 25 milhas chega num máximo de 60 minutos.

          TRÊS HORAS NO MAR GELADO

          O ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas admitiu ontem que o Governo reforce os meios de salvamento no mar – mas alertou que a segurança dos pescadores “começa nas condições das embarcações e na utilização de coletes salva-vidas”.

          Os coletes não teriam salvo os seis pescadores que morreram a bordo do ‘Luz do Sameiro’. A temperatura da água, na manhã do naufrágio, rondava os dez graus.

          “O corpo humano não aguenta mais de duas horas na água abaixo dos 18 graus centígrados” – diz José Teixeira, oficial da Marinha Mercante. Mesmo que os pescadores se atirassem ao mar com os coletes salva-vidas envergados, teriam ficado na água fria durante mais de três horas – entre as 06h42 e as 10h04 – quando o helicóptero chegou à zona do desastre, a escassos 100 metros do areal da praia da Légua.

          SOCORRO

          A lancha salva-vidas da Nazaré, que esteve no local do naufrágio, é lenta – e nem pode acelerar à velocidade máxima, porque o motor aquece e pára. O Serviço Nacional de Bombeiros e de Protecção Civil tinha este helicóptero pronto a descolar em Santa Comba Dão e informou a Marinha de Guerra, que recusou. Teria chegado á praia 25 minutos antes do helicóptero militar.

          NÁUFRAGO INGLÊS SALVO EM SAGRES

          Um veleiro britânico, de nome ‘Nomad’, encalhou ontem de manhã no sítio da Pedra do Cajado, duas milhas a Norte do Cabo de S. Vicente, em Sagres, Vila do Bispo.

          O único tripulante, um inglês de 32 anos, saiu ileso do acidente. Os Bombeiros de Vila do Bispo retiraram-no do fundo da falésia, na zona da Pedra do Cajado. Três fachos luminosos foram avistados às 06h00 pela tripulação da embarcação de pesca ‘Princesa de Sagres’, que lançou o alerta, tendo o salvamento ocorrido cerca de três horas depois.

          O velejador viajava de Londres para Gibraltar e assegurou ser um marinheiro experimentado. A embarcação, de dez metros de comprimento, ficou completamente destruída e o proprietário vai ser notificado para proceder à remoção, tarefa que não se afigura fácil devido à localização.

          LÁ FORA

          INGLATERRA

          Em Inglaterra o governo criou um órgão responsável pelas medidas de segurança no mar e na zona costeira que, neste país, se prolonga por 16 898 quilómetros.

          TESTES

          Todos os anos as equipas de salvamento inglesas fazem testes às tecnologias utilizadas e ao tempo de INSPECÇÃO

          Um dos objectivos do governo britânico, que desde 1998 debate a segurança marítima, é que as embarcações sejam todas inspeccionadas.

          ESPANHA

          Em Espanha, o plano de salvamento concebido para os próximos dois anos passa pela formação dos homens envolvidos no sistema de socorro marítimo.

          ZONAS DE RISCO

          O plano de socorro marítimo espanhol sublinha ainda a necessidade de adoptar planos específicos tendo em atenção as zonas geográficas e os seus riscos.

          COORDENAÇÃO

          Outro dos objectivos fundamentais é a coordenação dos organismos que estão incumbidos do socorro a náufragos e dos que se responsabilizam pela contaminação marinha.
          Manuel Catarino/S.S./A.A

          Comentário


            #65
            "A lancha salva-vidas da Nazaré, que esteve no local do naufrágio, é lenta – e nem pode acelerar à velocidade máxima, porque o motor aquece e pára. O Serviço Nacional de Bombeiros e de Protecção Civil tinha este helicóptero pronto a descolar em Santa Comba Dão e informou a Marinha de Guerra, que recusou. Teria chegado á praia 25 minutos antes do helicóptero militar."

            Se isto é verdade, duas conclusões imediatas. as prioridades da Marinha estão centradas em meios (submarinos) que permitam carreiras gloriosas dos seus oficiais e não nos meios mais discretos e menos gloriosos mas bem mais essenciais , os salva-vidas. Além de incapaz numa emergência, não teve a sensatez de permitir que outros, melhor posicionados, pudessem actuar. Chama-se a isto proteger uma quinta, mesmo sabendo que a mesma não passa de uma horta abandonada....

            "O almirante Melo Gomes afirma-se seguro “da eficácia” com que os marinheiros utilizaram os meios ao seu dispor"

            Isto só pode ser lido como piada. Se os meios e o pessoal da Marinha não foram eficazes, conforme se prova pelos 6 mortos, que raio de eficácia é que ele se estará a referir?

            Concedo que nem sempre pode haver sucesso nos salvamentos, que há situações incontroláveis, que há desgraças para além da intervenção dos meios de salvamento..mas esta não era uma dessas siytuações. Esta era uma daqueles em que, quase que obrigatoriamente, o sucesso tinha de ser 100% !!

            Comentário


              #66
              citação:
              Marinha recebeu em 2006 91% de falsos alarmes
              Nove em cada dez dos pedidos de socorro recebidos pela Marinha em 2006, com origem em bóias semelhantes à da traineira naufragada há dias junto à Nazaré, eram falsos, disse ontem ao DN fonte oficial da Armada.

              "Recebemos 234 alarmes, mas só 21 eram verdadeiros", afirmou o comandante Braz de Oliveira, porta-voz da Marinha. Como aquele tipo de equipamento - conhecido pela sigla EPIRB e que é um emissor de rádio que envia sinais de socorro só com a identificação do barco em perigo - não tem acoplado um GPS, como os mais modernos, a Marinha tem de esperar entre 15 minutos e duas horas pela triangulação do sinal por três satélites para eliminar as chamadas "ambiguidades" (erros de posição) iniciais, adiantou a fonte.

              No caso da traineira Luz do Sameiro, em que a demora na sua localização exacta tem suscitado grandes críticas por não se compreender o intervalo de quase uma hora e 45 minutos entre o primeiro sinal de socorro (06.42) e o aviso do INEM (após o alerta de um popular às 08.25), o erro inicial foi de várias milhas para norte da praia da Légua.

              Braz de Oliveira adiantou que os 91% de alarmes falsos oriundos dos EPIRB registados em 2006, depois de investigados, tinham tido várias origens: queda do aparelho (também chamado radiobaliza) no mar sem que a tripulação se apercebesse, lavagem do barco, uma onda mais alta que atingia a bóia. "Algumas até dispararam em casa" de marinheiros, garantiu o oficial.

              Sobre as averiguações à actuação da Marinha e da Força Aérea na operação de busca e salvamento do barco, em que só foi salvo um dos sete pescadores da Luz do Sameiro, fonte oficial do Ministério da Defesa disse ontem ao DN que ainda "não está concluído" o processo de "compilação de todos os detalhes relevantes" da actuação, quase ao minuto, do que fizeram os militares desde a emissão (às 06.42) do primeiro sinal de socorro emitido pela bóia da traineira.

              Assim, nove dias após o naufrágio daquela embarcação a 50 metros da praia, ainda só são conhecidos os registos da actuação das entidades civis envolvidas: o INEM, que recebeu às 08.25 a primeira chamada de alerta, e os bombeiros de Pataias, que foram activados às 08.32.
              http://dn.sapo.pt/2007/01/07/tema/ma...sos_alarm.html

              Comentário


                #67
                Portugal precisa de uma guarda costeira.

                [img]uploaded/nthor/20071717843_home_clip_image002.jpg[/img]

                Não faz sentido um país com uma ZEE deste tamanho não a ter.

                Em termos de operacionalidade uma guarda costeira seria mais indicada para este tipo de missões.

                Mas como isto é um país do 3º mundo, há que sustentar os nossos políticos e afilhados.




                Comentário


                  #68
                  Não leiam a reportagem do CM. Só ela própria contradiz-se

                  Comentário


                    #69
                    citação:Originalmente colocada por Nthor

                    Portugal precisa de uma guarda costeira.

                    [img]uploaded/nthor/20071717843_home_clip_image002.jpg[/img]

                    [u]Não faz sentido um país com uma ZEE deste tamanho não a ter.

                    Em termos de operacionalidade uma guarda costeira seria mais indicada para este tipo de missões.
                    </u>

                    Mas como isto é um país do 3º mundo, há que sustentar os nossos políticos e afilhados.

                    Sem qualquer tipo de dúvida.

                    Comentário


                      #70
                      epa o meu pai falou com quem estava de serviço no montijo e o heli foi pedido 1h30 depois


                      essa dos bombeiros terem dito que tambem iam la e a marinha ter negado a sua ajuda é que é muito ma


                      ja agora de dia 31 para dia 1 ou seja na passagem de ano, caiu alguem ao mar e para não haver polemicas puseram um p3 no ar durante 25 horas com a mesma tripulação, sendo que só parou 1 vez para rebastecer

                      Comentário


                        #71
                        guarda costeira???

                        senão dão dinheiro para algumas esquadras vão comprar meios para a guarda costeira???

                        os p3 que compramos ai a 20 anos, compramos 6 e só 5 voaram, porque 1 veio só para peças, foi tudo comprado usado,neste momento esta 1 em sintra 1 em alverca,para museus e os outros vão a vida porque compramos uns a holanda em 2 mão

                        não se decidem no caso do c130


                        e vão comprar ai 50 navios e 50 helis e mais uns 20 aviões para a busca???

                        Comentário


                          #72
                          citação:Originalmente colocada por bruno_dias

                          guarda costeira???

                          senão dão dinheiro para algumas esquadras vão comprar meios para a guarda costeira???

                          os p3 que compramos ai a 20 anos, compramos 6 e só 5 voaram, porque 1 veio só para peças, foi tudo comprado usado,neste momento esta 1 em sintra 1 em alverca,para museus e os outros vão a vida porque compramos uns a holanda em 2 mão

                          não se decidem no caso do c130


                          e vão comprar ai 50 navios e 50 helis e mais uns 20 aviões para a busca???
                          Pois, neste país só se faz alguma coisa por três motivos:

                          se der para criar uns quintais para os amigos os famosos jobs, o caso mais gritante é a protecção civil.

                          se servir os interesses eleitoralistas do partido no governo

                          se servir os interesses de quem financia os partidos no governo

                          Se não for assim, nada feito.




                          Comentário


                            #73
                            quer se goste ou não do que disses-te é a verdade

                            a ota é para dar dinheiro a algumas pessoas que tem la terrenos pessoas que perdem eleições , tgv é para alguem ganhar e muito com as obras etc etc

                            Comentário


                              #74
                              citação:Originalmente colocada por Indigo

                              Não leiam a reportagem do [u]CM.</u> Só ela própria contradiz-se
                              CM = Tablóide!, logo que cada um tire as suas próprias conclusões;).

                              Comentário


                                #75
                                citação:Originalmente colocada por bruno_dias
                                [u]
                                guarda costeira???
                                </u>
                                [u]Sim, pq não;)?, </u>não digo que não se aproveite os recursos humanos/materiais e técnicos da Marinha de Guerra/F.Área e mesmo do Exército mas que se crie uma Força de Rápida Intervenção (Task-Force) que em situações como a que foi agora passada podia ter salvo mais Vidas Humanas.

                                Comentário


                                  #76
                                  Aconselho a maioria dos users que postaram neste tópico a, antes de falarem sem saber o que estão a dizer, se informem melhor!!!

                                  A sério, tentem; não custa muito................e não fazem figuras "tristes"!
                                  Claro que falar "à sorte" dá menos trabalho..............

                                  Comentário


                                    #77
                                    ASAS

                                    Em vez de lançar somente uma atoarda, podia elucidar com a sua suprema sapiencia para que não voltemos a incorrer nos mesmos erros.

                                    Assim é fácil vir largar uma "bojarda" e não fundamentar coisa nenhuma.

                                    Comentário


                                      #78
                                      citação:Originalmente colocada por Excalibur

                                      ASAS

                                      Em vez de lançar somente uma atoarda, podia elucidar com a sua suprema sapiencia para que não voltemos a incorrer nos mesmos erros.

                                      Assim é fácil vir largar uma "bojarda" e não fundamentar coisa nenhuma.

                                      X2, sempre nos podia elucidar sobre tema deveras interressante pois o conhecimento não oucupa lugar;) e assim não fazíamos juízos de valor errados.

                                      Comentário


                                        #79
                                        citação:Originalmente colocada por ASAS

                                        Aconselho a maioria dos users que postaram neste tópico a, antes de falarem sem saber o que estão a dizer, se informem melhor!!!
                                        Eu tenho algumas lacunas de conhecimento e gosto muito que quem sabe mais, faça o especial favor de partilhar o que sabe.

                                        Um antecipado e expectante obrigado.



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                                          #80
                                          citação:Originalmente colocada por ASAS

                                          Aconselho a maioria dos users que postaram neste tópico a, antes de falarem sem saber o que estão a dizer, se informem melhor!!!

                                          A sério, tentem; não custa muito................e não fazem figuras "tristes"!
                                          Claro que falar "à sorte" dá menos trabalho..............
                                          100% de acordo!

                                          Uns acabam com isto, outros acabam com aquilo. Uns querem helis, outros salva-vidas, outros equipam os centros de busca e salvamento com telemoveis. Parece, enfim parece que a solução está mesmo à nossa mão, só os responsaveis por esta área não conseguem perceber...


                                          Mas infelizmente,

                                          Não é pelo facto de mudarmos o nome da marinha para guarda-costeira que passamos a ter mais meios.

                                          No mar (e para quem conhece o meio, isto é obvio) não existem salvamentos instantaneos, um navio de socorro pode levar horas e horas a chegar ao local do naufrágio. As condições meteo podem nem sequer permitir o apoio aereo. O mar é um meio adverso e não é pelo facto de se ter salva-vidas espalhados pela costa que será possivel salvar todos aqueles que nele se aventuram.

                                          Pensem um pouco: por hipótese, será possivel garantir da mesma forma, a segurança de um banhista, quer seja numa praia vigiada ou numa praia não vigiada? Da mesma forma quem se aventura para locais proibidos fica vulneravel, quem desafia o perigo de forma irresponsavel fica vulneravel, quem não toma as precauções de segurança(mesmo individual), fica vulneravel. E meus amigos, não é possivel, não há nenhum sistema de segurança que garanta protecção de 100%, ninguém pode garantir isso.

                                          Contudo, ao longo do ano, os nossos meios conseguem garantir um nivel de protecção que, considerando a adversidade da nossa costa e a sua extenção, assim como a elevada densidade de tráfego maritimo, é muito elevado. Não é de 100%, nem isso é possivel.

                                          Hoje em dia as embarcações de maior dimensão são (obrigatoriamente) dotadas de balsas salva-vidas que em situações de normalidade garantem a "almofada" de tempo que os meios necessitam para actuar. Ora, quem anda a 100 metros da praia (em zona alías ilegal) não goza desta protecção.

                                          Eu lamento profundamente as vidas que se perderam, sei que é sempre possivel melhorar os meios e os sistemas, mas também sei que aos pescadores compete a maior fatia neste bolo: a responsabilidade, a formação, a consciência.

                                          Comentário


                                            #81
                                            citação:Originalmente colocada por Manuel Jasmim


                                            *Não é pelo facto de mudarmos o nome da marinha para guarda-costeira que passamos a ter mais meios.

                                            [u]**No mar (e para quem conhece o meio, isto é obvio) </u>

                                            Eu lamento profundamente as vidas que se perderam, sei que é sempre possivel melhorar os meios e os sistemas, ***mas também sei que aos pescadores compete a maior fatia neste bolo: a responsabilidade, a formação, a consciência.
                                            * Não é mudar o nome;), é criar outra unidade operacional;).

                                            ** Conheço o Mar e como Força da Natureza que É Respeito-o e Muito!

                                            *** Concordo!

                                            Comentário


                                              #82
                                              ja ha helis que operam em qualquer condição

                                              Comentário


                                                #83
                                                citação:Originalmente colocada por Manuel Jasmim

                                                Não é pelo facto de mudarmos o nome da marinha para guarda-costeira que passamos a ter mais meios.
                                                Isso meios há sempre, mas só para alguns, caso da fundação sóares que é um dos maiores sorvedouros de dinheiros do estado, mas há mais, muitos mais.




                                                Comentário


                                                  #84
                                                  citação:Originalmente colocada por ASAS

                                                  Aconselho a maioria dos users que postaram neste tópico a, antes de falarem sem saber o que estão a dizer, se informem melhor!!!

                                                  A sério, tentem; não custa muito................e não fazem figuras "tristes"!
                                                  Claro que falar "à sorte" dá menos trabalho..............

                                                  depois deste comentario brilhante, estou desde dia 7 a espera de aprender algo

                                                  Comentário


                                                    #85
                                                    A noticia é de hoje e trás mais umas informações sobre a ineficácia ou inexistência de meios na nossa costa, isto apesar dos acordos internacionais dos quais Portugal é signatário.

                                                    [8)]


                                                    SOS
                                                    País surdo aos sinais de socorro


                                                    Nunca se vai conseguir saber se Inácio Maio, o mestre do pesqueiro que naufragou na praia da Légua, pressionou o botão vermelho de emergência do rádio que tinha a bordo – e não se saberá por uma trágica razão: os barcos de pesca costeira estão obrigados a ter este equipamento para pedir ajuda, mas ao longo de toda a costa portuguesa não existe uma única estação que oiça os pedidos de socorro.

                                                    O ‘Luz do Sameiro’ tinha a bordo todos os meios de socorro exigidos por lei: coletes para os sete tripulantes, balsa salva-vidas, bóia de emergência que em contacto com água emite um sinal por satélite – e o rádio com um simples botão capaz de indicar o preciso local do naufrágio. O pesqueiro, matriculado no porto de Vila do Conde, foi inspeccionado em Setembro do ano passado. Estava tudo em ordem.

                                                    Na última sexta-feira do ano, dia 29, encalhou num banco de areia, a menos de 100 metros da praia da Légua, a norte da Nazaré. A bóia de emergência, em forma de garrafa, flutuante, funcionou: o sinal foi captado pelo satélite e chegou precisamente às 06h42 à base de rastreio de Toulouse, em França.

                                                    Como o CM já noticiou, na edição de 6 de Janeiro, a informação de França foi enviada numa questão de segundos para o centro de busca e salvamento, instalado no ‘bunker’ da NATO, em Oeiras, mas sob a responsabilidade da nossa Marinha de Guerra – que só uma hora e 45 minutos depois, demasiado tarde, chamou os meios de socorros.

                                                    Além desta bóia de emergência, o ‘Luz do Sameiro’ tinha a bordo um rádio, como é da lei, equipado com um simples botão vermelho. Em caso de grave perigo, basta pressioná-lo durante cinco segundos. Nem é preciso falar. O sinal chega à costa e permite duas coisas: identificar o barco e conhecer, com rigor matemático, a posição do naufrágio.

                                                    Mas ao longo da costa portuguesa, de Caminha a Vila Real de Santo António, não existe uma única estação de rádio para escutar os pedidos de ajuda. Os gritos de socorro perdem-se – ninguém os ouve.

                                                    Inácio Maio, o mestre do ‘Luz do Sameiro’, tinha a bordo dois meios para lançar o alerta: a bóia de emergência (conhecida como EPIRB, do inglês Emergency Position Indicacion Radio Beacon), e o rádio com um GPS integrado.

                                                    A bóia, que tanto pode ser accionada manualmente como pode soltar-se do barco em contacto com a água, indicou imediatamente o nome do barco e a latitude do naufrágio – uma linha imaginária, paralela ao Equador, que começava a escassas milhas a norte da Nazaré e terminava na costa dos Estados Unidos. A Marinha devia ter enviado imediatamente para a zona da Nazaré os meios de socorro. Não o fez. Esperou que um segundo sinal captado pelo satélite indicasse a posição exacta da bóia. Mas, às 07h15, o centro de busca e salvamento da Marinha já sabia que o ‘Luz do Sameiro’ naufragara na praia da Légua – e só pelas 08h30 accionou os meios de socorro.

                                                    Além da bóia, terá o mestre Inácio Maio carregado no botão vermelho do rádio. Se o fez, emitiu um sinal com a posição exacta do barco em dificuldades – inútil sinal, porque ninguém em Portugal o ouviu.

                                                    Estivesse ele na costa mais a norte ou encostado na foz do Guadiana, no Algarve, o seu grito de socorro teria sido recebido por um dos centros de busca e salvamento no mar instalados em Espanha.

                                                    O TRÁGICO DESTINO DA 'SALGUEIRINHA'

                                                    Ainda hoje permanece em mistério o naufrágio da ‘Salgueirinha’ – uma traineira que se afundou ao largo da barra de Aveiro, na noite de 18 de Outubro de 2004, com sete pescadores de Caxinas a bordo. Ninguém se salvou. O mar estava alteroso, mas nada de meter medo a uma traineira de 17 metros de comprimento e um motor novo. O pior era o vento forte e a chuva grossa.

                                                    O mestre, José Viana, reconhecido com respeito pelos demais homens de Caxinas, falou com a mulher, ao telemóvel: estava para aí a duas milhas da barra e navegava devagar, com um vigia à proa por causa da ventania e da fraca visibilidade. A conversa foi curta. O mestre desligou dizendo à mulher que “o Armando estava aos gritos na proa”.

                                                    Armando era o vigia – e competia-lhe avisar o mestre, na casa do leme, mal avistasse outro barco em rota de colisão. Sabe-se que o vigia gritou – mais nada. Se o mestre carregou no botão do rádio – o pedido de ajuda não foi ouvido. Nessa noite, nenhum meio de socorro acudiu à ‘Salgueirinha’.

                                                    2500 PESCADORES E 500 BARCOS ESTÃO ENTREGUES À SUA SORTE

                                                    Todos os dias saem para o mar quase 500 barcos portugueses de pesca costeira com cerca de cerca de 2500 homens a bordo. Os pescadores estão entregues à sua sorte. Toda a costa europeia está coberta por estações de rádio que captam os pedidos de socorro enviados por embarcações em dificuldades – excepto os cerca de 900 quilómetros que se entendem de Caminha, na Foz do Rio Minho, a Vila Real de Santo António, na Foz do Guadiana, no Algarve.

                                                    A costa portuguesa está surda aos gritos de quem anda no mar. Os armadores de pesca estão obrigados, desde 1999, a instalarem nos barcos o rádio com GPS integrado. Mas nestes últimos sete anos nem uma estação foi construída para captar o sinal de que há vidas em perigo no mar.

                                                    O mapa reproduzido nestas páginas mostra a cor-de-laranja as zonas de costa debaixo da cobertura deste dispositivo de emergência. Do Norte da Europa até Espanha – é um oásis de segurança. Entre Caminha e Vila Real de Santo António –o perigo espreita.

                                                    PORMENORES

                                                    1999

                                                    Os armadores de pesca costeira estão obrigados, desde 1999, a instalarem nos barcos os rádios com GPS integrado que permitem, através de um botão, emitir pedidos de socorro. Estes sinais dão a identificação do barca e a posição exacta do naufrágio.

                                                    PREÇO

                                                    Os rádios com GPS integrado custam entre 900 e 1500 euros – conforme a marca. Uma bóia de emergência (EPIRB) custa entre 600 e 1600 euros.

                                                    RAIO DE ACÇÃO

                                                    Na ausência de estações costeiras que recebam os pedidos de socorro enviados pelo rádio, a Marinha de Guerra instalou nos navios aparelhos que captam os sinais. Os rádios que equipam os barcos de pesca apenas são eficazes num raio de 40 milhas (o equivalente a cerca de 70 quilómetros). Os pesqueiros não ultrapassam esta distância da costa. E nem sempre está um navio da Marinha de Guerra a menos de 40 milhas de um barco de pesca.

                                                    MARINHA DE GUERRA

                                                    A Armada, ao longo da costa entre Caminha e Sagres, apenas mantém no mar dois navios – quase sempre uma fragata e uma corveta. Ao largo da costa algarvia, entre Sagres e Vila Real de Santo António, navegam pequenas patrulhas. Os cerca de 900 quilómetros estão desprotegidos.

                                                    ACORDOS

                                                    Portugal é subscritor da Convenção Internacional para a Salvaguarda das Vidas no Mar e, por isso, obrigou-se a instalar na costa as estações para captação de pedidos de socorro.

                                                    SETE MINISTROS COM CULPA

                                                    A construção de estações costeiras que permitam captar os pedidos de socorro vindos do mar é da responsabilidade do Ministério da Defesa. Desde 1 de Fevereiro de 1999, quando passou a ser obrigatória a instalação de rádios com GPS nos barcos de pesca, até agora, o País conheceu sete ministros da Defesa – em nenhum dos mandatos a costa portuguesa ficou mais segura.

                                                    Veiga Simão tomou posse a 25 de Novembro de 1997 e abandonou o Ministério da Defesa a 29 de Maio de 1999 – já estava em vigor a obrigatoriedade de as embarcações de pesca terem a bordo o bendito rádio. Sucedeu-lhe Jaime Gama, que lá esteve até Outubro de 1999. Nada foi feito. Em mais um Governo chefiado por António Gueterres, tomou posse um terceiro ministro da Defesa – o advogado Júlio Castro Caldas, que ocupou o cargo entre Outubro de 1999 e 2 de Julho de 2001. Saiu Castro Caldas, entrou Rui Pena. No seu mandato, que durou até Abril de 2002, a costa portuguesa continuou surda aos pedidos de socorro vindos do mar.

                                                    Novo Governo, desta vez chefiado por Durão Barroso, novo ministro – Paulo Portas, que se manteve no Ministério da Defesa até Julho de 2004. Terá sido, porventura, o mais mediático e tonitruante dos ministros. Ainda assim, a costa portuguesa, ao contrário do resto da Europa, continuou de ouvidos moucos aos gritos de SOS lançados do mar. Novo primeiro-ministro, José Sócrates, outro ministro da Defesa – Luís Amado: tomou posse em Março de 2006, até que, em Julho do ano seguinte, substituiu Freitas do Amaral nos Negócios Estrangeiros. Veio Severiano Teixeira. Está há seis meses no cargo.
                                                    Manuel Catarino

                                                    Diáriolde Referência

                                                    Comentário


                                                      #86
                                                      citação:Originalmente colocada por Excalibur

                                                      A bóia de emergência, em forma de garrafa, flutuante, funcionou: o sinal foi captado pelo satélite e chegou precisamente às 06h42 à base de rastreio de Toulouse, em França.

                                                      Como o CM já noticiou, na edição de 6 de Janeiro, a informação de França foi enviada numa questão de segundos para o centro de busca e salvamento, instalado no ‘bunker’ da NATO, em Oeiras, mas sob a responsabilidade da nossa Marinha de Guerra – [u]que só uma hora e 45 minutos depois</u>, demasiado tarde, chamou os meios de socorros.




                                                      , indicou imediatamente o nome do barco e a latitude do naufrágio – uma linha imaginária, paralela ao Equador, que começava a escassas milhas a norte da Nazaré e terminava na costa dos Estados Unidos. A Marinha devia ter enviado imediatamente para a zona da Nazaré os meios de socorro. Não o fez. Esperou que um segundo sinal captado pelo satélite indicasse a posição exacta da bóia. Mas, às 07h15, o centro de busca e salvamento da Marinha já sabia que o ‘Luz do Sameiro’ naufragara na praia da Légua – e só pelas 08h30 accionou os meios de socorro.
                                                      Quais meios quais carapuça.
                                                      Com o que tinham, que era mais que suficiente para este caso, NÃO AGIRAM.
                                                      E isso o CEMA "Nunca conseguirá explicar aos Portugueses".

                                                      Comentário


                                                        #87
                                                        É um país surdo e triste este em que vivemos, em que há outros valores a servir .




                                                        Comentário


                                                          #88
                                                          citação:Originalmente colocada por J.R.

                                                          Quais meios quais carapuça.
                                                          Com o que tinham, que era mais que suficiente para este caso, NÃO AGIRAM.
                                                          E isso o CEMA "Nunca conseguirá explicar aos Portugueses".
                                                          J.R.

                                                          Isso que menciona parece-me mais que óbvio e não tem merecido qualquer comentário ou objecção contra.

                                                          A questão prende-se com as estações costeiras que façam um exacto Pin Point de uma embarcacão em pedido de socorro.

                                                          E ai Portugal está em falha quer com os seus marinheiros/pescadores quer com a comunidade internacional, são esses meios de que falo mais concretamente, quanto aos outros poderemos dizer que estão a ser mal utilizados.

                                                          Comentário


                                                            #89
                                                            De acordo;).

                                                            Comentário


                                                              #90
                                                              citação:Originalmente colocada por Excalibur

                                                              Mas ao longo da costa portuguesa, de Caminha a Vila Real de Santo António, não existe uma única estação de rádio para escutar os pedidos de ajuda. Os gritos de socorro perdem-se – ninguém os ouve.
                                                              Esta situação é mesmo radical[8], e depois ainda há "umas vozes de fundo" que afirmam que é irreal pensar numa Guarda-Costeira ou num grupo operacional mesmo dentro da Marinha de Guerra com objectivos similares há de uma G.C..

                                                              Comentário

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