Fiquei, confesso, estupefacto com a atitude tomada pela Igreja Católica no seu jornal oficial. Não pela oportunidade, mas pelo conteúdo, palavras usadas e argumentação.
Com o devido respeito pelos crentes, e até pelos descrentes, parece-me que há aqui uma tentativa de interferência numa área que ultrapassa o dogma da fé católica em absoluto.
Parece-me, também, que isto já é uma mania... do presente reinado, desculpem, papado.
O jornal oficial do Vaticano condena com veemência a realização do Dakar. «É sangrento, irresponsável, violento e uma cínica tentativa de impor gostos inquestionavelmente ocidentais num continente ainda em desenvolvimento», lia-se na edição de hoje do «L'Osservatore Romano».
A citação, transcrita pela Reuters a partir de um editorial, reaje à morte do motociclista sul africano Elmer Symons durante a quarta etapa, embora o mesmo texto esteja errado quanto ao ponto de partida da prova: «o Paris-Dakar, que muitos classificam como um evento desportivo, na realidade tem muito pouco a ver com uma competição saudável», lê-se no mesmo editorial.
O artigo vai mais longe: diz que a prova e os seus patrocinadores atraiçoam as realidades locais de África com «cinismo», chamando aos despojos dos automóveis, motos e camiões que ficam abandonados no deserto «enferrujados monumentos à irresponsabilidade».
Até ao momento, ninguém da organização, a cargo da A.S.O., se pronunciou sobre a opinião do Vaticano.
A prova de todo-o-terreno mais famosa de todo o mundo, que não parte de Paris desde 2001, saíu de Lisboa nestas duas edições mais recentes. Ao longo da sua história de 29 anos, já assistiu a 49 mortes, 24 das quais de concorrentes.
Com o devido respeito pelos crentes, e até pelos descrentes, parece-me que há aqui uma tentativa de interferência numa área que ultrapassa o dogma da fé católica em absoluto.
Parece-me, também, que isto já é uma mania... do presente reinado, desculpem, papado.
O jornal oficial do Vaticano condena com veemência a realização do Dakar. «É sangrento, irresponsável, violento e uma cínica tentativa de impor gostos inquestionavelmente ocidentais num continente ainda em desenvolvimento», lia-se na edição de hoje do «L'Osservatore Romano».
A citação, transcrita pela Reuters a partir de um editorial, reaje à morte do motociclista sul africano Elmer Symons durante a quarta etapa, embora o mesmo texto esteja errado quanto ao ponto de partida da prova: «o Paris-Dakar, que muitos classificam como um evento desportivo, na realidade tem muito pouco a ver com uma competição saudável», lê-se no mesmo editorial.
O artigo vai mais longe: diz que a prova e os seus patrocinadores atraiçoam as realidades locais de África com «cinismo», chamando aos despojos dos automóveis, motos e camiões que ficam abandonados no deserto «enferrujados monumentos à irresponsabilidade».
Até ao momento, ninguém da organização, a cargo da A.S.O., se pronunciou sobre a opinião do Vaticano.
A prova de todo-o-terreno mais famosa de todo o mundo, que não parte de Paris desde 2001, saíu de Lisboa nestas duas edições mais recentes. Ao longo da sua história de 29 anos, já assistiu a 49 mortes, 24 das quais de concorrentes.
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