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    #31
    Como diram muitos não podemos comparar Portugal com os outros paises, nós somos diferentes, uma realidade à parte, alem da nossa falta de habilitações, tambem não nos podemos esquecer que nós somos de longe quem tem uma segurança no emprego monstrosa o que desvaloriza o emprego, é impossivel despedir sem o empregado autorizar, nem de nós recebemos 14 meses por ano ao contrario de 12 dos outros paises, quanto a subsídios cá é a dar com um pau, no estranjeiro não há assim tantos, mas fazendo contas aos vencimentosnosso salarioX12+subsidios e diutirnidades continua a dar:
    Editado pela última vez por kushinadaime; 30 March 2008, 19:52.

    Comentário


      #32
      Originalmente Colocado por kushinadaime Ver Post
      Como diram muitos não podemos comparar Portugal com os outros paises, nós somos diferentes, uma realidade à parte,
      Hã?

      Originalmente Colocado por kushinadaime Ver Post
      alem da nossa falta de habilitações,
      Originalmente Colocado por Nthor Ver Post
      A relação directa com a educação é inquestionável, mas não na vertente habitualmente avançada pelos mais demagogos.

      Ou seja, os Portugueses ganham mal não por terem baixos índices de formação, mas antes têm o acesso à educação condicionado pelos baixos vencimentos, tanto os seus actuais vencimentos, quer os vencimentos pagos aos seus pais.

      O tal efeito da pescadinha de rabo na boca.


      Originalmente Colocado por kushinadaime Ver Post
      tambem não nos podemos esquecer que nós somos de longe quem tem uma segurança no emprego monstrosa o que desvaloriza o emprego, é impossivel despedir sem o empregado autorizar,
      Isso não está correcto, nem é minimamente próximo da realidade.

      O mito existe de facto, mas apenas pq os empresários não querem pagar indemnização quando despedem alguém, é nisso que se fala quando se usa esse argumento.

      Despedir alguém em Portugal é mais fácil do que despedir alguém em África.

      Indemnizar é que custa.


      Originalmente Colocado por kushinadaime Ver Post
      nem de nós recebemos 14 meses por ano ao contrario de 12 dos outros paises,
      Tb é mais mito do que realidade, há muitos países onde se recebe 14 meses, mas naqueles onde se paga só 12 os vencimentos são 4 a 6 vezes mais altos do que cá.



      Originalmente Colocado por kushinadaime Ver Post
      quanto a subsídios cá é a dar com um pau, no estranjeiro não há assim tantos, mas fazendo contas o nosso salarioX12+subsidios e diutirnidades continua a dar:
      Isso dos subsídios é mais no sector empresarial, quem trabalha recebe 3€ de subsidio de almoço e já goza.

      Comentário


        #33
        Originalmente Colocado por kushinadaime Ver Post
        Como diram muitos não podemos comparar Portugal com os outros paises, nós somos diferentes, uma realidade à parte, alem da nossa falta de habilitações, tambem não nos podemos esquecer que nós somos de longe quem tem uma segurança no emprego monstrosa o que desvaloriza o emprego, é impossivel despedir sem o empregado autorizar, nem de nós recebemos 14 meses por ano ao contrario de 12 dos outros paises, quanto a subsídios cá é a dar com um pau, no estranjeiro não há assim tantos, mas fazendo contas aos vencimentosnosso salarioX12+subsidios e diutirnidades continua a dar:
        onde está escrito salárioX12 deveria ser salarioX14

        Comentário


          #34
          Auch... quase metade do 2º pior...

          Não fazia ideia que isto tava assim tão mal.... ainda há uns anitos não estávamos à frente da Grécia?

          Comentário


            #35
            Originalmente Colocado por Nthor Ver Post
            Hã?





            Isso não está correcto, nem é minimamente próximo da realidade.

            O mito existe de facto, mas apenas pq os empresários não querem pagar indemnização quando despedem alguém, é nisso que se fala quando se usa esse argumento.

            Despedir alguém em Portugal é mais fácil do que despedir alguém em África.

            Indemnizar é que custa.


            Tb é mais mito do que realidade, há muitos países onde se recebe 14 meses, mas naqueles onde se paga só 12 os vencimentos são 4 a 6 vezes mais altos do que cá.



            Isso dos subsídios é mais no sector empresarial, quem trabalha recebe 3€ de subsidio de almoço e já goza.
            Em Portugal nem se consegue despedir um empregado que seja condenado a prisão por nos roubar... já para não falar que nos paises onde se ganha mais que em portugal há flexiseguranças e coisas do genero mais algumas facilidades por exemplo em redimensionalizar empresas ou alterar severamente a actividade...
            Em africa não há dificuldade alguma em despedir ou evitar o despedimento, tudo depende das kaslanikoves...

            Comentário


              #36
              não ha empregos bons.
              alias JOB = just ovre broken
              a perimeira coisa a fazer para se ter começar a
              ganhar dinehrio é mandar o emprego as urtigas

              Comentário


                #37
                Ao olhar para essa tabela, é óbvio que os dados de Portugal não "colam" à realidade que observamos.

                A única explicação possível é que continua a existir uma fuga maciça ao fisco...

                Comentário


                  #38
                  Originalmente Colocado por Tiago Leal Ver Post
                  O pessoal aqui da ilha até se passa quando eu falo dos ordenados de Portugal Chamam-me mentiroso... E perguntam como se pode viver assim, visto que o custo de vida não é proporcional aos salários baixos...
                  A resposta é: com miséria e muita dificuldade...

                  Comentário


                    #39
                    Ou com casa, telefone, carro, combustível, energia, água e alimentação por conta da empresa?

                    Comentário


                      #40
                      Originalmente Colocado por LuisNeves Ver Post
                      Ao olhar para essa tabela, é óbvio que os dados de Portugal não "colam" à realidade que observamos.

                      A única explicação possível é que continua a existir uma fuga maciça ao fisco...
                      O que significa que continua a pouca vergonha, embora menor mas ainda impune...

                      Comentário


                        #41
                        Originalmente Colocado por pmct Ver Post
                        não ha empregos bons.
                        alias JOB = just ovre broken
                        a perimeira coisa a fazer para se ter começar a
                        ganhar dinehrio é mandar o emprego as urtigas
                        E eu que o diga, vejo todos os dias os clientes da empresa que trabalham a recibos verdes em que trabalho, é só garantir que se tem vários clientes depois e só facturar...

                        Originalmente Colocado por LuisNeves Ver Post
                        Ao olhar para essa tabela, é óbvio que os dados de Portugal não "colam" à realidade que observamos.

                        A única explicação possível é que continua a existir uma fuga maciça ao fisco...
                        Jura...!!!

                        Comentário


                          #42
                          Não tenham dúvidas que as medidas tomadas pelos sucessivos governos só serão sentidas daqui a alguns anos, isto se derem resultado.
                          Mas como mais que uma vez tenho aqui dito, apesar da maior ou menor incompetência do Estado, a culpa dos salários baixos recai sobre quem paga à maior parte da população...e é claro que o povo Português tem a sua quota parte de culpa.

                          Comentário


                            #43
                            Originalmente Colocado por cuica Ver Post
                            Não tenham dúvidas que as medidas tomadas pelos sucessivos governos só serão sentidas daqui a alguns anos, isto se derem resultado.
                            Mas como mais que uma vez tenho aqui dito, apesar da maior ou menor incompetência do Estado, a culpa dos salários baixos recai sobre quem paga à maior parte da população...e é claro que o povo Português tem a sua quota parte de culpa.
                            eu acho que a culpa é mais de quem os aceita

                            Comentário


                              #44
                              Originalmente Colocado por pmct Ver Post
                              eu acho que a culpa é mais de quem os aceita
                              Opinião nada tendenciosa, pois não?

                              Comentário


                                #45
                                Originalmente Colocado por cuica Ver Post
                                Não tenham dúvidas que as medidas tomadas pelos sucessivos governos só serão sentidas daqui a alguns anos, isto se derem resultado.
                                Mas como mais que uma vez tenho aqui dito, apesar da maior ou menor incompetência do Estado, a culpa dos salários baixos recai sobre quem paga à maior parte da população...e é claro que o povo Português tem a sua quota parte de culpa.
                                E, então, que medidas tomar para que quem paga passe a pagar mais de acordo com o contexto europeu, vulgo UE?

                                Comentário


                                  #46
                                  Originalmente Colocado por K2000 Ver Post
                                  Opinião nada tendenciosa, pois não?
                                  so aceita quem quer não achas ?
                                  chama-se lei da oferta e da procura

                                  Comentário


                                    #47
                                    Originalmente Colocado por pmct Ver Post
                                    so aceita quem quer não achas ?
                                    chama-se lei da oferta e da procura
                                    É mais a lei da miséria ou do morrer de fome.

                                    Estamos a falar de pessoas não de sacos de cebolas.

                                    Comentário


                                      #48
                                      Originalmente Colocado por pmct Ver Post
                                      so aceita quem quer não achas ?
                                      chama-se lei da oferta e da procura
                                      Não, isso só teria lógica se houvesse mais oferta do que procura, caso contrário, a teoria cai logo toda abaixo. Agora só resta às pessoas reflectirem sobre a situação, há mais oferta ou mais procura?

                                      Comentário


                                        #49
                                        Recordando...:

                                        Competitividade, produtividade e salários em Portugal e na UE

                                        por Eugénio Rosa [*]

                                        RESUMO DESTE ESTUDO

                                        Tem-se assistido, com uma frequência crescente, à utilização de termos técnicos ou científicos, com significado deturpado, na manipulação da opinião pública. Dois dos mais utilizados com esse fim têm sido o da "competitividade" e o da "produtividade" que, depois, são associados ao de "salários", para construir um discurso que, devido à sua simplicidade e repetição pelos media, apesar de falso, acaba por ser tomado como verdadeiro por muitos portugueses. Esse discurso é o seguinte: "O País, para se desenvolver, precisa de ser competitivo; e para aumentar a competitividade é necessário aumentar a produtividade (leia-se do trabalho); e para que esta cresça é necessário a contenção (leia-se redução) dos salários". Pretende-se, assim, associar desenvolvimento a contenção e mesmo baixa dos salários, procurando-se fazer crer que o desenvolvimento não é possível se não se verificar a contenção ou mesmo baixa dos salários. Ora esta relação não tem qualquer fundamento técnico ou científico, e é mesmo falsa.

                                        A "competitividade" e a "produtividade" são dois conceitos que, sob o ponto de vista técnico, significam coisas completamente diferentes.
                                        A produtividade pode aumentar sem que a competitividade cresça. Para que isso aconteça, basta que uma empresa, com produtos ultrapassados ou de má qualidade, aumente a sua produtividade, ou seja, aumente a quantidade de produtos que obtém com os mesmos recursos que utiliza, mas como não os consegue vender porque os consumidores os não compram não é competitiva, piorando a sua posição no mercado.
                                        Inversamente, a competitividade pode crescer sem que seja necessário aumentar a produtividade. Para que isso aconteça, basta que a empresa melhore o seu marketing, ou que encontre um canal de distribuição mais adequado, ou que consiga associar aos seus produtos uma marca de prestigio, etc, o que determina que a sua posição no mercado, relativamente às outras empresas, melhore. Portanto, num caso e no outro não será a contenção ou a redução dos salários que resolverá os problemas destas empresas.

                                        A confirmar isso, uma equipa do próprio MIT, que é uma conhecida instituição universitária americana, com quem o governo de Sócrates assinou em 2006 um contrato de muitos milhões de euros, após ter entrevistado os gestores de 500 empresas internacionais durante vários anos, concluiu o seguinte: "Contrariamente à convicção genérica de muitos gestores (nós acrescentaríamos, e também de muitos políticos) concluímos que as soluções que dependem da diminuição dos custos reduzindo os salários e benefícios sociais constituem sempre becos sem saída" . "As estratégias baseadas na exploração de mão-de-obra barata acabam em selvas competitivas, onde as vitórias são cada vez menores e cada dia surge um novo concorrente" . E "mesmo nas indústrias de mão-de-obra intensiva, como o vestuário, muitos outros custos e riscos, se sobrepõem à vantagem de salários baixos". E concluíram : "As actividades que acabam por ter êxito são aquelas que assentam na aprendizagem e na inovação contínua".

                                        A análise empírica prova também, contrariamente ao discurso oficial dominante nos media, que os países mais competitivos da União Europeia são precisamente os que têm salários mais elevados. Por exemplo, em 2005, o salário médio bruto na indústria e nos serviços na Suiça era 3,1 vezes superior ao pago em Portugal. Apesar dos baixos salários pagos, o nosso País ocupa no Ranking de Competitividade Global, elaborado pelo "insuspeito" Fórum Económico Mundial (Davos), a 34ª posição, enquanto a Suiça ocupa a 1ª posição (os EUA, entre 2005/06 e 2006/07, caíram da 1ª posição para a 6ª). Igualmente, a nível da UE15, verifica-se que os países com maior capacidade competitiva são aqueles em que existe uma melhor repartição dos rendimentos. Por ex., em 2005, o rendimento dos 20% mais ricos da população era, em Portugal, 8,2 vezes superior ao rendimento dos 20% mais pobres da população, enquanto na Finlândia essa relação era 3,6 vezes, na Suécia 3,3 vezes, na Dinamarca 3,5 vezes, na Alemanha 4,1 vezes, etc.

                                        Os baixos salários pagos em Portugal incentivam a baixa qualificação e escolaridade, e também o abandono escolar, na medida em que o emprego criado pelas empresas é, na sua maioria, de baixa escolaridade, de baixa qualificação, e mal pago. A baixa escolaridade e qualificação dos empresários (os patrões que surgiram na década 1991-2000 tinham, em média, apenas 7,7 anos de escolaridade), é um dos maiores obstáculos actuais ao aumento da produtividade e da competitividade das empresas pois impedem, por ignorância ou com medo de perder o controlo da empresa, qualquer tipo de inovação.

                                        Comentário


                                          #50
                                          ...Continuando... :

                                          Tem-se assistido, com uma frequência crescente, à utilização nos media de termos técnicos e científicos, com um significado que eles não têm, em campanhas de manipulação da opinião pública. Desta forma, utilizando o prestigio da técnica e da ciência, procura-se credibilizar a mensagem que se pretende fazer passar, mesmo quando essa mensagem defende uma politica que contraria os ensinamentos da ciência económica.

                                          Dois termos técnicos frequentemente utilizados são o da "competitividade" e o da "produtividade", que depois são associados ao de "salários", este último já bem conhecido pela opinião pública, o que ajuda a "naturalizar" os dois primeiros, pretendendo-se assim tornar a utilização dos dois primeiros, com o sentido incorrecto que lhes é dado, inquestionáveis. É uma forma clássica de manipulação estudada já pelas ciências da comunicação.

                                          O discurso oficial sobre a competitividade, produtividade e salários é basicamente o seguinte: " O País, para se desenvolver, precisa de ser competitivo; e para aumentar a competitividade é necessário aumentar a produtividade (leia-se do trabalho); e para que esta cresça é necessário a contenção (leia-se redução) dos salários". Procura-se desta forma associar crescimento, aumento de competitividade e de produtividade com contenção ou mesmo baixa de salários, pretendendo fazer crer que os primeiros não se verificam sem que se verifique o último. É um discurso que não tem consistência técnica, e que é falso mas que, devido à sua simplicidade e repetição pelos media, acaba por ser tomado como verdadeiro por muitos portugueses.

                                          São exemplos deste discurso oficial o Relatório do Orçamento do Estado de 2006 e o Boletim Económico – Primavera 2007 do Banco de Portugal, publicado já em Abril deste ano. No primeiro, logo na pág. 2, pode-se ler o seguinte: "A única forma de manter níveis de competitividade externa é através da contenção … dos custos salariais". E no Boletim do Banco de Portugal lê-se, na pág.36, o seguinte: " A rigidez salarial no mercado de trabalho português, uma das mais elevadas da União Europeia, não facilita o ajustamento das empresas a choques negativos sobre a procura dos seus produtos, especialmente tendo em conta que a legislação laboral dificulta a adaptação do número de trabalhadores à evolução da actividade das empresas".Este discurso oficial, que depois tem sido ampliado e repetido pela comunicação social, nomeadamente a afecta ao poder económico e politico, deve ser desmontado porque é falso e manipulador.

                                          A DIFERENÇA ENTRE COMPETITIVIDADE E PRODUTIVIDADE

                                          A "competitividade" e a "produtividade" são dois conceitos que, sob o ponto de vista técnico, significam coisas completamente diferentes. Para concluir isso, basta ter presente que a produtividade pode aumentar sem que a competitividade cresça; e inversamente, a competitividade pode crescer sem que seja necessário aumentar a produtividade.

                                          E isto porque a produtividade é uma medida que se obtém dividindo a quantidade de produtos obtidos pela quantidade de recursos utilizados. Para ser mais fácil o seu cálculo utiliza-se valores monetários dividindo o valor obtido, frequentemente o VAB, pela quantidade de recursos utilizados. Embora o VAB obtido seja o resultado de múltiplos recursos, normalmente utiliza-se apenas um para facilitar o seu cálculo, que é habitualmente o trabalho (número de trabalhadores, ou o total de horas trabalhadas), obtendo-se assim a chamada produtividade do trabalho. Ora a competitividade é uma coisa completamente diferente, já que se refere (mede) a posição vantajosa ou não de uma empresa no mercado relativamente às outras. E como é fácil de concluir a produtividade de uma empresa pode aumentar sem que aumente a sua competitividade. Para que isso aconteça basta que uma empresa, com produtos ultrapassados ou de má qualidade, aumente a sua produtividade, ou seja, aumente a quantidade de produtos que obtém com os mesmos recursos que utiliza, mas como não os consegue vender porque os consumidores os não compram, a sua posição no mercado piora, piorando a sua competitividade. E inversamente poderá suceder que uma empresa se torne mais competitiva, portanto que a sua posição no mercado melhore relativamente às outras empresas, sem que aumente a sua produtividade. Para que isso aconteça basta que melhore o seu marketing, ou que encontre um canal de distribuição mais adequado, ou que consiga associar aos seus produtos uma marca de prestigio, etc..O problema da economia portuguesa é que se pretende aumentar a produtividade para produzir produtos muitos deles já ultrapassados, alguns com reduzida qualidade, e a maioria deles com muita pouca inovação incorporada, portanto para segmentos de mercado onde já não se é competitivo .

                                          UMA POLITICA DE BAIXOS SALÁRIOS SÓ PODERÁ LEVAR O PAÍS A UM BECO SEM SAÍDA

                                          Num livro recente publicado por uma equipa de especialistas americanos do MIT, com o titulo "A competitividade e as novas barreiras da economia", baseado no estudo de 500 empresas internacionais realizado durante vários anos, os autores concluíram sobre a estratégia de baixos salários o seguinte, a que puseram o título esclarecedor "PERDEM AS ESTRATÉGIAS DOS SALÁRIOS BAIXOS", : "Contrariamente à convicção genérica de muitos gestores (nós acrescentaríamos, e também de muitos políticos) concluímos que as soluções que dependem da diminuição dos custos reduzindo os salários e benefícios sociais constituem sempre becos sem saída" (pág. 75). "As estratégias baseadas na exploração de mão de obra barata acabam em selvas competitivas, onde as vitórias são cada vez menores e cada dia surge um novo concorrente" (pág. 76). "Mesmo nas indústrias de mão de obra intensiva, como o vestuário, muitos outros custos e riscos, se sobrepõem à vantagem de salários baixos" (pág. 76). E terminam : "As actividades que acabam por ter êxito são aquelas que assentam na aprendizagem e na inovação continua" (pág. 76).

                                          No entanto, estas verdades elementares infelizmente ainda não são reconhecidas quer pelo actual governo quer por aqueles economistas a que Sócrates chama "objectivos" (Silva Lopes, Augusto Mateus, Teodora Cardoso, Eduardo Catroga, etc) porque estão sempre disponíveis para defender a politica governamental e, por isso, têm acesso privilegiado aos media.

                                          BAIXOS SALÁRIOS INCENTIVAM BAIXA ESCOLARIDADE E BAIXA QUALIFICAÇÃO

                                          O governo fala muito que é fundamental aumentar a escolaridade e a qualificação em Portugal. Mas a verdade é que baixos salários incentivam e perpetuam a baixa escolaridade, o abandono escolar e a baixa qualificação em Portugal. Como o perfil produtivo da nossa economia assenta na exploração de baixos salários, é inevitável que recorra a trabalho pouco qualificado e de baixa escolaridade, incentivando o seu aparecimento. Como afirmou um gestor de uma empresa multinacional à equipa do MIT, referindo-se aos trabalhadores chineses, e utilizando a linguagem que caracteriza o capitalismo, em que a dignidade das pessoas pouco conta,: "Se pagamos com amendoins temos macacos" (pág. 294).

                                          Por outro lado, a precariedade desmobiliza quer as empresas quer os trabalhadores relativamente à formação ao longo da vida. As primeiras, porque não têm a garantia que tiram partido do investimento realizado. Os segundos, porque não têm condições nem motivação para se empenharem num esforço permanente de qualificação profissional. A essa mesma conclusão chegou a equipa do MIT mesmo em relação à economia americana, tendo escrito o seguinte: "Da mesma forma, os pontos fracos do sistema de formação americano são o reverso da medalha de algumas vantagens da flexibilidade do seu mercado de trabalho. Precisamente porque os operários circulam entre empresas, permitindo aos empregadores contratar as competências de que necessitam no mercado de trabalho em vez de as criarem dentro das empresas investindo na formação dos trabalhadores". Se a isto juntarmos, para o caso português, o perfil da nossa economia, assente fundamentalmente em trabalho mal pago e pouco qualificado, e o facto de a maioria dos empresários não possuírem as capacidades mínimas de gestão, rapidamente se conclui porque razão está a ser tão difícil a introdução da cultura da formação profissional ao longo da vida, que é tão necessária, já que cerca de 71% da população empregada portuguesa actual tem apenas o ensino básico ou menos.

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                                            #51
                                            ...E concluindo...:

                                            OS PAÍSES DA U.E. COM SALÁRIOS MAIS ELEVADO SÃO OS MAIS COMPETITIVOS

                                            A análise empírica prova, contrariamente ao discurso oficial dominante nos media, que os países mais competitivos da União Europeia são precisamente os que têm salários mais elevados. Os dados oficiais do quadro seguinte provam isso.



                                            Como mostram os dados do quadro, são precisamente os países da União Europeia com salários na Industria e Serviços mais elevados que ocupam os primeiros lugares no Ranking de Competitividade Global elaborado pelo Fórum Económico Mundial (Davos), que é diferente do divulgado pelo media portugueses, que é o "ranking" do IMD, uma escola Suiça de negócios. Por exemplo, no do Fórum a Suiça país onde o salário médio bruto pago na Industria e Serviços era 3,1 vezes superior ao pago em Portugal ocupa a 1ª posição no Ranking de Competitividade Global (os Estados Unidos da América que ocupavam, em 2005/2006, a 1ª posição caíram, em 2006-2007, para a 6ª posição).

                                            Por outro lado, como também revelam os dados do quadro, Portugal apesar dos baixos salários pagos, entre 2005/ 2006 e 2006/2007, caiu da 31ª posição para a 34ª posição, enquanto a Suiça subiu da 4ª para a 1ª posição.

                                            Afirmar, como faz o pensamento económico único dominante nos media, que o aumento da competitividade consegue-se com baixos salários e com a sua contenção é enganar a opinião pública, já que não tem qualquer fundamento nem cientifico nem empírico.

                                            A BAIXA ESCOLARIDADE E QUALIFICAÇÃO DOS EMPRESÁRIOS É UM DOS MAIORES OBSTÁCULOS AO AUMENTO DA PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS

                                            Um dos obstáculos mais importantes ao aumento da produtividade e competitividade das empresas portuguesas é precisamente a baixa escolaridade e qualificação dos patrões portugueses. E isto porque ocupam uma posição estratégica nas empresas, podendo impedir, como o fazem, por ignorância ou com medo de perderem o controlo, a introdução da inovação em todos os domínios. E quando têm escolaridade elevada, a maioria está mais interessada na banca, no imobiliário e nos hipermercados, onde o lucro é elevado, fácil e garantido, ou então são autênticos predadores mais interessados em apoderarem-se do que existe, do que em criar algo de novo, e muito menos em investir na industria, que terá de ser a base do aumento da competitividade da economia portuguesa. Basta recordar a banca e as grandes empresas publicas privatizadas, cujo único objectivo é obter lucros gigantescos à custa dos consumidores, com preços mesmo superiores aos preços médios comunitários, e as OPAs mais recentes.

                                            O quadro que se apresenta seguidamente, foi construído com dados retirados de um estudo recente publicado pelo Ministério do Trabalho com o titulo "Indicadores de empreendedorismo", e mostra o nível médio de escolaridade e a origem dos "empresários" que apareceram na década 1991-2000 em Portugal.




                                            O nível médio de escolaridade dos patrões que surgiram na década 1991-2000 era apenas de 7,7 anos, portanto menos que a escolaridade mínima obrigatória, e 47,9% eram antes simples trabalhadores qualificados. É significativo e esclarecedor que logo que passam a patrões se auto-designem "quadro superiores".

                                            OS PAISES DA UE COM MELHOR DISTRIBUIÇÃO DO RENDIMENTO SÃO OS MAIS COMPETIVOS


                                            Tal como se constatou em relação aos salários, também em relação à repartição do rendimento a experiência empírica revela que existe uma clara correlação positiva entre competitividade e distribuição do rendimento a nível da UE. Efectivamente como mostram os dados do quadro seguinte, uma elevada competitividade está associada a uma melhor repartição do rendimento.




                                            Portugal é o país com mais baixa competitividade em relação a todos os países que constam do quadro mas, em contrapartida, é o país onde é maior a desigualdade na distribuição dos rendimentos e mais rapidamente a desigualdade está a crescer.

                                            Efectivamente, em 2005, último ano em relação ao qual o Eurostat divulgou dados, em Portugal o rendimento dos 20% mais ricos da população era 8,2 vezes superior ao rendimento dos 20% mais pobres da população, portanto muito superior à média comunitária, que era 4,8 vezes. Por outro lado, em 1999, Portugal era já o país da U.E. onde a repartição era mais desigual (6,4 vezes), e apesar disso, entre 1999 e 2005, foi o país onde a desigualdade na distribuição do rendimento mais aumentou (+28,1%), quando o crescimento médio nos países da UE15 foi de 4,3%, ou seja, quase sete vezes menos do que o verificado em Portugal durante o mesmo período.

                                            Os dados do quatro também mostram que seria possível aumentar os salários em Portugal com uma melhor repartição do rendimento. Para alcançar isso, bastaria aproximá-la à repartição da média da UE15, o que teria efeitos importantes e positivos não só em termos de justiça social mas também da economia, já que determinaria o aumento do mercado interno o que, por sua vez, estimularia o crescimento económico.

                                            12/Maio/2007
                                            http://resistir.info/e_rosa/competit..._salarios.html

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                                              #52
                                              Originalmente Colocado por Nthor Ver Post
                                              curioso ai, para alem de termos dos salarios minimos mais baixos e menor poder de compra somos tambem dos paises onde mais gente recebe apenas o salario minimo! incrivel. comparem-nos com a eslovenia por exemplo...é para verem onde isto está a chegar.

                                              e não digam que é apenas uma questão de habilitações, porque tem sido publicadas varias reportagens com licenciados que à falta de melhor têm de trabalhar pelo salário mínimo...
                                              alias creio até que há uma dúzia de anos atrás um individuo com o 6º ano ou a 4a classe a ganhar o salario minimo não vivia pior do que actualmente uma pessoa com o dobro dos seus estudos e a ganhar na mesma o salario minimo.

                                              Comentário


                                                #53
                                                Originalmente Colocado por Diogo32 Ver Post
                                                curioso ai, para alem de termos dos salarios minimos mais baixos e menor poder de compra somos tambem dos paises onde mais gente recebe apenas o salario minimo! incrivel. comparem-nos com a eslovenia por exemplo...é para verem onde isto está a chegar.

                                                e não digam que é apenas uma questão de habilitações, porque tem sido publicadas varias reportagens com licenciados que à falta de melhor têm de trabalhar pelo salário mínimo...
                                                alias creio até que há uma dúzia de anos atrás um individuo com o 6º ano ou a 4a classe a ganhar o salario minimo não vivia pior do que actualmente uma pessoa com o dobro dos seus estudos e a ganhar na mesma o salario minimo.
                                                Exactamente.

                                                Comentário


                                                  #54
                                                  Não conheço este Eugénio Rosa, dele só o li o texto sobre a segurança social e desde ai o considero uma nodoa

                                                  Comentário


                                                    #55
                                                    Originalmente Colocado por kushinadaime Ver Post
                                                    Não conheço este Eugénio Rosa, dele só o li o texto sobre a segurança social e desde ai o considero uma nodoa
                                                    A ideia nem é "avaliar o Eugénio Rosa", mas aquilo que ele escreveu a respeito deste assunto!

                                                    Comentário


                                                      #56
                                                      Originalmente Colocado por pmct Ver Post
                                                      não ha empregos bons.
                                                      alias JOB = just ovre broken
                                                      a perimeira coisa a fazer para se ter começar a
                                                      ganhar dinehrio é mandar o emprego as urtigas
                                                      Grande verdade.
                                                      Em Portugal, mais do que em qualquer outro país europeu.

                                                      Comentário


                                                        #57
                                                        Originalmente Colocado por Nthor Ver Post
                                                        É mais a lei da miséria ou do morrer de fome.

                                                        Estamos a falar de pessoas não de sacos de cebolas.
                                                        quer queriras quer não a lei da oferta e da procura manda mais que qualquer decreto.
                                                        se queres melhores melhores condiçoes de vida tens que te enquadrar em actividades onde a lei da ofreta e da procura te seja mais favoravel.
                                                        O patraão so vai pagar o suficiente para o empregado não se ir embora aqui na china na filandia onde tu quiseres
                                                        alem disso o emprego não é a solução pra nada quando muito é a solução para os problems imediatos , ate ao fim do me quando muito

                                                        Comentário


                                                          #58
                                                          Originalmente Colocado por pmct Ver Post
                                                          quer queriras quer não a lei da oferta e da procura manda mais que qualquer decreto.
                                                          se queres melhores melhores condiçoes de vida tens que te enquadrar em actividades onde a lei da ofreta e da procura te seja mais favoravel.
                                                          O patraão so vai pagar o suficiente para o empregado não se ir embora aqui na china na filandia onde tu quiseres
                                                          alem disso o emprego não é a solução pra nada quando muito é a solução para os problems imediatos , ate ao fim do me quando muito
                                                          O emprego é confortável: permite desligar o botão para OFF às 19h e FDS, recebendo sempre o mesmo no final do mês.

                                                          Para a maioria é óptimo, mas sinceramente, julgo que andamos cá para fazer mais qualquer coisa do que ter uma vida standarizada.

                                                          Comentário


                                                            #59
                                                            Originalmente Colocado por Vorsprung durch Technik Ver Post
                                                            O emprego é confortável: permite desligar o botão para OFF às 19h e FDS, recebendo sempre o mesmo no final do mês.

                                                            Para a maioria é óptimo, mas sinceramente, julgo que andamos cá para fazer mais qualquer coisa do que ter uma vida standarizada.
                                                            A minha mulher trabalha no bes e ganha 1300€ mes as vezes viro-me pra ela e digo vales a mesma coisa que 32 mil acçoes do bes.
                                                            ela fica danada , mas é verdade finaceiramente falando é claro.

                                                            ISto pra dizer que existem n forma de fazer dinheiro alem do trabalho depedente, er não percebo esta paranoia generalizada com o emprego seguro...
                                                            mas enfim cada cabeça sua sentença

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                                                              #60
                                                              Originalmente Colocado por Diogo32 Ver Post

                                                              e não digam que é apenas uma questão de habilitações, porque tem sido publicadas varias reportagens com licenciados que à falta de melhor têm de trabalhar pelo salário mínimo...
                                                              o problema nao é o numero de licenciados, mas sim as especializações que esses licenciados no desemprego possuem. Cursos superiores sociais e artisticos, infelizmente são os que mais contribuem para um numero cada vez maior de desempregados licenciados.

                                                              por isso nao digam que já há licenciados a mais, porque não há! Tem é de haver, e depressa, um ajuste do numero de vagas que abre para o ensino superior, de modo a que se controle depressa este novo problema.

                                                              Relativamente ao texto do Eugenio Rosa, tem muita informação interessante.

                                                              Comentário

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