Os censores e a reprovação da liberdade da TVI Grande mulher é Manuela Moura Guedes! Grande efeito faz, para ser apontada como a inimiga única do socratismo, numa tacticazeca mal-enjorcada de redução ao inimigo único (e público) e de isolamento!...
No dia seguinte à Deliberação 11/CONT-TV/2009 da ERC sobre o Jornal Nacional da TVI (que comento no post de 28-5-2009 («Os fretes da ERC e a repressão política sobre a TVI»), e na sequência de sugestão perceptível nessa deliberação, o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas (CDSJ), difundiu ontem, 29-5-2009, o Comunicado «Posição do CD a propósito a última edição do "Jornal Nacional – 6.ª feira"» para «reprovar o desempenho de Manuela Moura Guedes» (sic) «na condução do Jornal Nacional - 6.ª feira».
O comunicado não está assinado, mas aqui fica a composição do actual Conselho Deontológico (sic) do Sindicato dos Jornalistas: António Melo, Carlos Camponez, Orlando César e Otília Leitão (se houver alguém que consiga descobrir a composição completa do Conselho, inclusivé com os suplentes, publicá-la-ei).
Pelo interesse teleológico, publico o comunicado de reprovação do desempenho de Manuela Moura Guedes (em pdf, para conferir no sítio do Sindicato dos Socialistas Jornalistas):
Mais, este comunicado excede-os no acinte. O acinte não contamina os factos: o acinte demonstra má-fé. O CD do Sindicato dos Socialistas Jornalistas, acusa a jornalista de confundir «factos e opiniões» (qual dos factos do Jornal Nacional sobre o Freeport foi desmentido?), desonestidade («se exima da responsabilidade de comentar as notícias com honestidade»), conotação e contaminação («conotarem e contaminarem o conteúdo informativo»), de entertainer (vá lá que, como Estrela Serrano, também não chegaram exactamente à deselegância do primeiro-ministro...), de agressividade (excedendo a «acutilância»), de «enxovalho» («especáculo de enxovalho, em que eles são as vítimas») aos entrevistados, que «são vítimas» (os portugueses até lhes pareceu que tinha sido Marinho e Pinto a insultá-la em directo na parte socratina da entrevista, pois até aí tinha sido cordato...).
O comunicado conclui com a palavra de ordem desta manobra de subversão socratina da liberdade de expressão em Portugal (subversão que talvez beneficie da atenuante que o Partido criou do "crime continuado"...): «reprovar».
Para terminar, sublinho que dos órgãos sociais do Sindicato dos Socialistas Jornalistas não se conhece nem uma palavra de repúdio, ou sequer defesa, pelo ataque do Governo e do primeiro-ministro em particular contra os jornalistas, através de queixas sobre delito de informação e delito de opinião.
É muit triste para os portugueses verem os próprios jornalistas a participarem na censura dos colegas, em aliança com o Governo que lhes reprime a liberdade através de processos judiciais. Mas mais triste, creio, será para a própria classe dos jornalistas portugueses ficar marcada por este servicinho ao Governo socialista. Uma vergonha.
No dia seguinte à Deliberação 11/CONT-TV/2009 da ERC sobre o Jornal Nacional da TVI (que comento no post de 28-5-2009 («Os fretes da ERC e a repressão política sobre a TVI»), e na sequência de sugestão perceptível nessa deliberação, o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas (CDSJ), difundiu ontem, 29-5-2009, o Comunicado «Posição do CD a propósito a última edição do "Jornal Nacional – 6.ª feira"» para «reprovar o desempenho de Manuela Moura Guedes» (sic) «na condução do Jornal Nacional - 6.ª feira».
O comunicado não está assinado, mas aqui fica a composição do actual Conselho Deontológico (sic) do Sindicato dos Jornalistas: António Melo, Carlos Camponez, Orlando César e Otília Leitão (se houver alguém que consiga descobrir a composição completa do Conselho, inclusivé com os suplentes, publicá-la-ei).
Pelo interesse teleológico, publico o comunicado de reprovação do desempenho de Manuela Moura Guedes (em pdf, para conferir no sítio do Sindicato dos Socialistas Jornalistas):
«Conselho Deontológico
Comunicado
Posição do CD a propósito a última edição do «Jornal Nacional – 6.ª feira»
Na sequência de queixas chegadas nos últimos dias, a propósito da recente polémica suscitada pela entrevista concedida pelo bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, à jornalista Manuela Moura Guedes, na edição do «Jornal Nacional - 6ª feira», do passado dia 22 de Maio, o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas considera o seguinte:
1- Ao contrário de discussões anteriores, centradas sobre casos concretos de conteúdo de notícias e da investigação jornalística, a polémica surgida na sequência da entrevista dada pelo bastonário da Ordem dos Advogados a Manuela Moura Guedes teve o condão de reposicionar as questões no justo ponto da deontologia jornalística, nomeadamente quanto ao papel da pivô naquele serviço noticioso da TVI.
2- O caso em apreço surge no contexto de um avolumar de situações sobre o «Jornal Nacional - 6ª feira» que têm merecido acompanhamento e discussão no seio do Conselho Deontológico.
3- A questão que nos parece central neste debate prende-se com o facto de se saber até onde pode ir a intervenção de um ou de uma jornalista pivô num espaço noticioso, ainda que regendo-se por uma estratégia editorial própria, distinta dos restantes serviços informativos, como acontece no caso «Jornal Nacional - 6ª feira».
4- O Conselho Deontológico considera que um jornalista que desempenha funções de apresentador de um noticiário televisivo continua vinculado aos princípios éticos e deontológicos que norteiam o exercício da profissão. Nesse sentido, considera-se inaceitável que, para além de outros aspectos, na apresentação das notícias, o jornalista confunda factos e opiniões e se exima da responsabilidade de comentar as notícias com honestidade.
5- Por isso, os apresentadores do serviço noticioso devem abster-se de introduzir apartes, comentários, expressões e recorrer à linguagem não oral, susceptíveis de conotarem e contaminarem o conteúdo informativo, comprometendo a própria isenção dos profissionais que, conjuntamente, trabalham naquele espaço de informação.
6- O Conselho Deontológico considera que, sem prejuízo dos sempre discutíveis aspectos editoriais, os pivôs devem estar claramente conscientes de qual o seu papel, se o de entertainer ou o de jornalista, não devendo confundir o conflito e o espectacular com a importância das notícias.
7- Do mesmo modo, considera-se que os jornalistas não podem substituir a acutilância pela agressividade e devem, em nome do objectivo último de contribuir para um juízo final do público, permitir que os seus entrevistados expressem os seus pontos de vista com serenidade e não sejam apenas convidados a participar num espectáculo de enxovalho, em que eles são as vítimas.
8- O Conselho Deontológico não pode deixar de reprovar o desempenho de Manuela Moura Guedes na condução do «Jornal Nacional – 6.ª feira» e concitar a própria e a direcção da TVI ao cumprimento dos valores éticos da profissão.
Lisboa, 29 de Maio de 2009
O Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas» (sic)
O comunicado, de colegas que são jornalistas, em alegre orquestração com a ERC (e o resto...) é ainda mais duro do que a deliberação de 28-5-2009 da ERC sobre a TVI e mais violento do que a declaração de voto da respectiva vogal Prof. Estrela Serrano. Na mesma linha, e mais exactamente na linha da Prof.ª Estrela Serrano, que segue, mas evita as mesmas palavras: onde Estrela Serrano fala em «"linguagem" gestual e facial da sua apresentadora, que inclui trejeitos, risos irónicos, e outras formas de expressão não verbais»; o comunicado do Conselho de Censurologia acusa a jornalista, sobre quem emitiu o comunicado, de introduzir "apartes, comentários, expressões e recorrer à linguagem não oral»....Comunicado
Posição do CD a propósito a última edição do «Jornal Nacional – 6.ª feira»
Na sequência de queixas chegadas nos últimos dias, a propósito da recente polémica suscitada pela entrevista concedida pelo bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, à jornalista Manuela Moura Guedes, na edição do «Jornal Nacional - 6ª feira», do passado dia 22 de Maio, o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas considera o seguinte:
1- Ao contrário de discussões anteriores, centradas sobre casos concretos de conteúdo de notícias e da investigação jornalística, a polémica surgida na sequência da entrevista dada pelo bastonário da Ordem dos Advogados a Manuela Moura Guedes teve o condão de reposicionar as questões no justo ponto da deontologia jornalística, nomeadamente quanto ao papel da pivô naquele serviço noticioso da TVI.
2- O caso em apreço surge no contexto de um avolumar de situações sobre o «Jornal Nacional - 6ª feira» que têm merecido acompanhamento e discussão no seio do Conselho Deontológico.
3- A questão que nos parece central neste debate prende-se com o facto de se saber até onde pode ir a intervenção de um ou de uma jornalista pivô num espaço noticioso, ainda que regendo-se por uma estratégia editorial própria, distinta dos restantes serviços informativos, como acontece no caso «Jornal Nacional - 6ª feira».
4- O Conselho Deontológico considera que um jornalista que desempenha funções de apresentador de um noticiário televisivo continua vinculado aos princípios éticos e deontológicos que norteiam o exercício da profissão. Nesse sentido, considera-se inaceitável que, para além de outros aspectos, na apresentação das notícias, o jornalista confunda factos e opiniões e se exima da responsabilidade de comentar as notícias com honestidade.
5- Por isso, os apresentadores do serviço noticioso devem abster-se de introduzir apartes, comentários, expressões e recorrer à linguagem não oral, susceptíveis de conotarem e contaminarem o conteúdo informativo, comprometendo a própria isenção dos profissionais que, conjuntamente, trabalham naquele espaço de informação.
6- O Conselho Deontológico considera que, sem prejuízo dos sempre discutíveis aspectos editoriais, os pivôs devem estar claramente conscientes de qual o seu papel, se o de entertainer ou o de jornalista, não devendo confundir o conflito e o espectacular com a importância das notícias.
7- Do mesmo modo, considera-se que os jornalistas não podem substituir a acutilância pela agressividade e devem, em nome do objectivo último de contribuir para um juízo final do público, permitir que os seus entrevistados expressem os seus pontos de vista com serenidade e não sejam apenas convidados a participar num espectáculo de enxovalho, em que eles são as vítimas.
8- O Conselho Deontológico não pode deixar de reprovar o desempenho de Manuela Moura Guedes na condução do «Jornal Nacional – 6.ª feira» e concitar a própria e a direcção da TVI ao cumprimento dos valores éticos da profissão.
Lisboa, 29 de Maio de 2009
O Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas» (sic)
Mais, este comunicado excede-os no acinte. O acinte não contamina os factos: o acinte demonstra má-fé. O CD do Sindicato dos Socialistas Jornalistas, acusa a jornalista de confundir «factos e opiniões» (qual dos factos do Jornal Nacional sobre o Freeport foi desmentido?), desonestidade («se exima da responsabilidade de comentar as notícias com honestidade»), conotação e contaminação («conotarem e contaminarem o conteúdo informativo»), de entertainer (vá lá que, como Estrela Serrano, também não chegaram exactamente à deselegância do primeiro-ministro...), de agressividade (excedendo a «acutilância»), de «enxovalho» («especáculo de enxovalho, em que eles são as vítimas») aos entrevistados, que «são vítimas» (os portugueses até lhes pareceu que tinha sido Marinho e Pinto a insultá-la em directo na parte socratina da entrevista, pois até aí tinha sido cordato...).
O comunicado conclui com a palavra de ordem desta manobra de subversão socratina da liberdade de expressão em Portugal (subversão que talvez beneficie da atenuante que o Partido criou do "crime continuado"...): «reprovar».
Para terminar, sublinho que dos órgãos sociais do Sindicato dos Socialistas Jornalistas não se conhece nem uma palavra de repúdio, ou sequer defesa, pelo ataque do Governo e do primeiro-ministro em particular contra os jornalistas, através de queixas sobre delito de informação e delito de opinião.
É muit triste para os portugueses verem os próprios jornalistas a participarem na censura dos colegas, em aliança com o Governo que lhes reprime a liberdade através de processos judiciais. Mas mais triste, creio, será para a própria classe dos jornalistas portugueses ficar marcada por este servicinho ao Governo socialista. Uma vergonha.
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