O emigrante que regressa a Portugal, louco ou nem por isso?

[Phili]

Londres é o centro financeiro do mundo. É a cidade com mais multinacionais do mundo. É juntamente com NY a cidade com mais espectáculos de teatro. Tem os melhores museus do mundo (British museum, história natural, ciência, cera, etc.) e são quase todos gratuitos. É a cidade mais multi-cultural do mundo (provavelmente não deve existir uma nacionalidade/etnia que não represente pelo menos um habitante de Londres). Possui o maior metro do mundo com 400km de linhas. Possui o principal aeroporto da Europa com ligações para todo o mundo, a maioria sem escalas. As melhores universidades do mundo estão em Londres ou lá perto (Oxford, Cambridge, LBS).

Bem, acho melhor parar por aqui... Lisboa é melhor que isto? Onde? Como?

Está bem, mas o que é que isso contribui para a vida de um emigrante, a mais do que se estivesse em Portugal? Vai mais vezes ao teatro? duvido. Ao museu? tb duvido. Anda mais de avião?... tb duvido. Não estou a falar de 2 ou 3. Estou a falar da maioria. Além disso serão esses elementos que melhoram ou pioram a qualidade de vida de um emigrante?? E é disso que se está aqui a falar.

A qualidade de vida (para um emigrante) mede-se quanto a mim por níveis de segurança, infraestruturas de educação para os filhos (e se os preços estão ao alcance da carteira), qualidade e preço da habitação, proximidade da habitação com relação ao local de trabalho, rede de transportes públicos, nível de inserção no meio local (em suma relações com os nativos, relações de vizinhança, etc). Sem contar que estar num país estranho, com uma cultura diferente nunca é o mesmo que estar em "casa" onde é mais fácil viveres em harmonia com toda a gente, criares vínculos de amizade e estabeleceres redes de suporte à família. É neste sentido que se fala em "qualidade de vida".

[abcdzeta]

Está bem, mas o que é que isso contribui para a vida de um emigrante, a mais do que se estivesse em Portugal? Vai mais vezes ao teatro? duvido. Ao museu? tb duvido. Anda mais de avião?... tb duvido. Não estou a falar de 2 ou 3. Estou a falar da maioria. Além disso serão esses elementos que melhoram ou pioram a qualidade de vida de um emigrante?? E é disso que se está aqui a falar.

A qualidade de vida (para um emigrante) mede-se quanto a mim por níveis de segurança, infraestruturas de educação para os filhos (e se os preços estão ao alcance da carteira), qualidade e preço da habitação, proximidade da habitação com relação ao local de trabalho, rede de transportes públicos, nível de inserção no meio local (em suma relações com os nativos, relações de vizinhança, etc). Sem contar que estar num país estranho, com uma cultura diferente nunca é o mesmo que estar em "casa" onde é mais fácil viveres em harmonia com toda a gente, criares vínculos de amizade e estabeleceres redes de suporte à família. É neste sentido que se fala em "qualidade de vida".

Nessas circunstâncias, a meu ver se o objectivo é só trabalhar que nem um cão sem disfrutar da cidade, mais vale ir para uma cidade mais pequena e pacata que ai o custo de vida é muito menor.

[air]

Está bem, mas o que é que isso contribui para a vida de um emigrante, a mais do que se estivesse em Portugal? Vai mais vezes ao teatro? duvido. Ao museu? tb duvido. Anda mais de avião?... tb duvido. Não estou a falar de 2 ou 3. Estou a falar da maioria. Além disso serão esses elementos que melhoram ou pioram a qualidade de vida de um emigrante?? E é disso que se está aqui a falar.

A qualidade de vida (para um emigrante) mede-se quanto a mim por níveis de segurança, infraestruturas de educação para os filhos (e se os preços estão ao alcance da carteira), qualidade e preço da habitação, proximidade da habitação com relação ao local de trabalho, rede de transportes públicos, nível de inserção no meio local (em suma relações com os nativos, relações de vizinhança, etc). Sem contar que estar num país estranho, com uma cultura diferente nunca é o mesmo que estar em "casa" onde é mais fácil viveres em harmonia com toda a gente, criares vínculos de amizade e estabeleceres redes de suporte à família. É neste sentido que se fala em "qualidade de vida".

Aí está um bom resumo. Há que pesar tudo! Como disse vim a título temporário, pois para mim é fundamental ter na minha vida a minha família, amigos, ambiente, etc. Nem tudo se mede com teatros, aviões, escolas, etc. Nascemos num determinado país e tenho uma ligação com ele, não ao ponto de só o ver à frente, mas ao ponto de lhe saber dar o valor que ele tem. E neste caso muitos desculpem-me, mas o português comum não dá valor ao seu país. Só sabe falar mal e dizer "lá fora é que é".

A esses tenho um conselho: venham ver com os vossos olhos! (e ver não é passar férias!)

[Fumega]

Lembro-me da primeira vez que viajei a Barcelona (foi em férias). A vontade que tive foi de rasgar o bilhete de regresso e nunca mais voltar para Portugal. Já tive a oportunidade de viajar para muitos sitios na Europa e se já achamos Portugal um país de m****, então quando sentimos a experiencia de um país como Espanha, França ou UK em cidades como Madrid, Barcelona, Paris ou Londres, aí chegamos à conclusão que o nosso país não é uma m****, mas sim uma grande m****. Desculpem lá, mas é verdade e não me venham com a treta do patriotismo, pois tirando a geografia, demografia e condições climáticas, o nosso país não nada de melhor que os restantes do Euro

Já lá estive, o que aquilo tem assim tão de especial, diz lá.
É só ciganos e romenos, e se achas que Lisboa é insegura, então Barcelona é África do Sul.

Faz-me lembrar a minha situação: candidatei-me a uma pós-graduação da CMU nos EUA. Sei que dificilmente consigo entrar, mas a minha namorada já disse que não quer sair de Portugal. Também já lhe disse que se entrar no tal curso, ela sabe o caminho para o aeroporto e eu vou estar dentro do avião, quer ela esteja lá quer não...

Então não vais? E eu vou para Harvard. Díficil entrar? É mais para para o impossível. A não ser que tenhas andado na FEUP ou derivados, e estejas com médias de 20.

Londres é o centro financeiro do mundo. É a cidade com mais multinacionais do mundo. É juntamente com NY a cidade com mais espectáculos de teatro. Tem os melhores museus do mundo (British museum, história natural, ciência, cera, etc.) e são quase todos gratuitos. É a cidade mais multi-cultural do mundo (provavelmente não deve existir uma nacionalidade/etnia que não represente pelo menos um habitante de Londres). Possui o maior metro do mundo com 400km de linhas. Possui o principal aeroporto da Europa com ligações para todo o mundo, a maioria sem escalas. As melhores universidades do mundo estão em Londres ou lá perto (Oxford, Cambridge, LBS).

Bem, acho melhor parar por aqui... Lisboa é melhor que isto? Onde? Como?

Ok pá, pelos teus posts já deu para ver que és um menino do papá que não tem a mínima noção da realidade.

É o centro financeiro do mundo? Teatro? Heathrow? So what?
Qualidade de vida em Londres? A não ser que tenhas bom £££ não tens nenhuma, mas nenhuma mesmo.
É tudo caríssimo, educação pública uma porcaria autêntica (e ainda dizem que em Portugal é má), e em quesão de violência e bullying então... Sendo ainda por cima imigrante complica ainda mais.
Agora se tiveres ££££ tudo muda, mas a realidade de um emigrante tuga não é essa.

[Phili]

Nessas circunstâncias, a meu ver se o objectivo é só trabalhar que nem um cão sem disfrutar da cidade, mais vale ir para uma cidade mais pequena e pacata que ai o custo de vida é muito menor.

E há muitos emigrantes a viver em cidades mais pequenas. Desde que haja trabalho... Eu por exemplo conheço um rapaz que trabalha numa cidade pequena na Alemanha. Ele trabalha num restaurante, passa o dia todo na net quando o restaurante não tem movimento, em foruns (foi assim que o conheci). Qual achas que é a vida que ele tem a mais do que teria em Portugal? trabalha bastante, tem uma namorada e faz umas saídas à noite. Simples. Fala mal dos alemães que se farta, aliás odeia a Alemanha... no fundo se ele estivesse em Portugal a ganhar um pouco menos estaria melhor, pois o nível de vida lá tb é mais elevado.

Emigrar é bom para quem tem formação, trabalhos muito bem pagos e não tem encargos familiares, filhos e responsabilidades. Aí dá para levar um vidão. Mas esses são a minoria. Temos que olhar é para o emigrante típico. Se olharmos para os imigrantes que cá temos o cenário é o mesmo. O ideal quanto a mim é uma carreira internacional e para isso não é preciso emigrar em muitos casos(dependendo das áreas claro). Aliás são esses os que levam um vidão, com hotel pago, carro, vida de restaurante. O meu namorado ia à segunda para Atenas, vinha à sexta, tinha lá apartamento, empregada doméstica, taxista contratado pela empresa para o ir buscar ao aeroporto. E seja qual for o país onde estiver é sempre assim. Hajam é oportunidades de carreira nesse sentido.

[abcdzeta]

Já lá estive, o que aquilo tem assim tão de especial, diz lá.
É só ciganos e romenos, e se achas que Lisboa é insegura, então Barcelona é África do Sul.

Tenho ideia que este tipo de comentários dá direito a ban...

[abcdzeta]

E há muitos emigrantes a viver em cidades mais pequenas. Desde que haja trabalho... Eu por exemplo conheço um rapaz que trabalha numa cidade pequena na Alemanha. Ele trabalha num restaurante, passa o dia todo na net quando o restaurante não tem movimento, em foruns (foi assim que o conheci). Qual achas que é a vida que ele tem a mais do que teria em Portugal? trabalha bastante, tem uma namorada e faz umas saídas à noite. Simples. Fala mal dos alemães que se farta, aliás odeia a Alemanha... no fundo se ele estivesse em Portugal a ganhar um pouco menos estaria melhor, pois o nível de vida lá tb é mais elevado.

Emigrar é bom para quem tem formação, trabalhos muito bem pagos e não tem encargos familiares, filhos e responsabilidades. Aí dá para levar um vidão. Mas esses são a minoria. Temos que olhar é para o emigrante típico. Se olharmos para os imigrantes que cá temos o cenário é o mesmo. O ideal quanto a mim é uma carreira internacional e para isso não é preciso emigrar em muitos casos(dependendo das áreas claro). Aliás são esses os que levam um vidão, com hotel pago, carro, vida de restaurante. O meu namorado ia à segunda para Atenas, vinha à sexta, tinha lá apartamento, empregada doméstica, taxista contratado pela empresa para o ir buscar ao aeroporto. E seja qual for o país onde estiver é sempre assim. Hajam é oportunidades de carreira nesse sentido.

Ele tinha essa qualidade de vida toda e voltou por ti? Bem, estou surpreendido...

[Phili]

Ele tinha essa qualidade de vida toda e voltou por ti? Bem, estou surpreendido...

Não "voltou". Não é passado, é presente. Essa é a vida dele. Trabalha para uma empresa alemã com filial em PT e quando tem projectos em clientes lá fora, está fora a semana toda geralmente. Não vejo incompatibilidade nenhuma nisso. Uma coisa não impede a outra. Eu mesma estou lá muitas vezes com ele. E há mais colegas dele na mesma situação. E olha que tem mais qualidade que muitos namoros em que ambos estão sempre em território português.

[air]

Ele tinha essa qualidade de vida toda e voltou por ti? Bem, estou surpreendido...

Não queres explicar melhor a tua experiência para te podermos enquadrar?

[Phili]

Faz-me lembrar a minha situação: candidatei-me a uma pós-graduação da CMU nos EUA. Sei que dificilmente consigo entrar, mas a minha namorada já disse que não quer sair de Portugal. Também já lhe disse que se entrar no tal curso, ela sabe o caminho para o aeroporto e eu vou estar dentro do avião, quer ela esteja lá quer não...

A tua situação aposto que é bem diferente da minha. Eu namoro com ele desde os 16. Estamos com 32 agora. Temos uma filha de 13. Vivemos juntos há muitos anos e já lá vão mais de 10 anos a correr mundo. Inicialmente foi muito difícil mas eu estava a tirar o meu curso não podia largar tudo. Tínhamos a miúda ainda pequena. Depois arranjei emprego... e ela estava na escola. Da mesma forma que eu não coloquei entraves à carreira dele ele tb não colocou à minha. E como a empresa paga as viagens semanais dava para conciliar. Além disso mudar para outro país não me resolve o problema pois ele nunca tem projecto fixo. Às vezes na mesma semana vai trabalhar a 3 países.

Da mesma forma que ela não parece motivada a isso, tu tb não pareces motivado a ficar em terra ou a tentar perceber o que a leva a não querer ir. Experimenta pedi-la em casamento. Pode ser o empurrão que está a faltar. No meu caso mantivemos a relação fazendo um pouco de sacrifício de parte a parte. Mas acredita que muitas amigas minhas dizem que não aguentavam uma situação assim (isso dizem elas agora). Mas essas escolhas tb se pagam. Andam sempre aflitas com falta de dinheiro antes do final do mês, sofrem muito mais de rotina amorosa do que eu que sempre que ele chega estamos em lua de mel... etc

[air]

A tua situação aposto que é bem diferente da minha. Eu namoro com ele desde os 16. Estamos com 32 agora. Temos uma filha de 13. Vivemos juntos há muitos anos e já lá vão mais de 10 anos a correr mundo. Inicialmente foi muito difícil mas eu estava a tirar o meu curso não podia largar tudo. Tínhamos a miúda ainda pequena. Depois arranjei emprego... e ela estava na escola. Da mesma forma que eu não coloquei entraves à carreira dele ele tb não colocou à minha. E como a empresa paga as viagens semanais dava para conciliar. Além disso mudar para outro país não me resolve o problema pois ele nunca tem projecto fixo. Às vezes na mesma semana vai trabalhar a 3 países.

Da mesma forma que ela não parece motivada a isso, tu tb não pareces motivado a ficar em terra ou a tentar perceber o que a leva a não querer ir. Experimenta pedi-la em casamento. Pode ser o empurrão que está a faltar. No meu caso mantivemos a relação fazendo um pouco de sacrifício de parte a parte. Mas acredita que muitas amigas minhas dizem que não aguentavam uma situação assim (isso dizem elas agora). Mas essas escolhas tb se pagam. Andam sempre aflitas com falta de dinheiro antes do final do mês, sofrem muito mais de rotina amorosa do que eu que sempre que ele chega estamos em lua de mel... etc

Um percurso interessante...

Eu também namoro à distância e como a empresa não paga viagens só vou de 3 em 3 semanas (em média). Mesmo assim vai-se aguentando!

[Phili]

Um percurso interessante...

Eu também namoro à distância e como a empresa não paga viagens só vou de 3 em 3 semanas (em média). Mesmo assim vai-se aguentando!

Eu costumo dizer que gostar só não basta.
É preciso que os dois empurrem o barco na mesma direcção. Enquanto houver vontade tudo se aguenta. Mas acredito que não seja fácil para vocês. Entretanto a tua situação há-de melhorar. De qq forma conheço casais de namorados que estão os dois em PT e vêem-se menos do que isso.

[air]

Eu costumo dizer que gostar só não basta.
É preciso que os dois empurrem o barco na mesma direcção. Enquanto houver vontade tudo se aguenta. Mas acredito que não seja fácil para vocês. Entretanto a tua situação há-de melhorar. De qq forma conheço casais de namorados que estão os dois em PT e vêem-se menos do que isso.

Precisamente, bastar não basta. É preciso que os dois estejam no mesmo barco e a puxar para o mesmo lado. Tive sorte, a minha namorada sempre me apoiou e sabe que pode ser bom para o meu (e neste caso "nosso") futuro. Mas já vou nisto há 1 ano e meio, mais meio ano sou capaz de ficar por cá. O futuro depende de muita coisa, não me importava de ficar mais 2 ou 3 anos, mas aí penso que teria de ir mais vezes a Portugal.

Com filhos deve ser muito complicado partir assim por 1 semana, mas o que conta não é o tempo que se passa juntos, mas a qualidade desse tempo!

[Phili]

Precisamente, bastar não basta. É preciso que os dois estejam no mesmo barco e a puxar para o mesmo lado. Tive sorte, a minha namorada sempre me apoiou e sabe que pode ser bom para o meu (e neste caso "nosso") futuro. Mas já vou nisto há 1 ano e meio, mais meio ano sou capaz de ficar por cá. O futuro depende de muita coisa, não me importava de ficar mais 2 ou 3 anos, mas aí penso que teria de ir mais vezes a Portugal.

Com filhos deve ser muito complicado partir assim por 1 semana, mas o que conta não é o tempo que se passa juntos, mas a qualidade desse tempo!

É verdade. Custa um bocado, mas custava mais quando ela era mais pequena. Mesmo assim fazendo as contas são 4 noites fora e 3 em casa. Podia ser pior!! E neste momento há semanas em que ele não sai de PT pois tb tem clientes em Portugal. Depois ainda temos as férias de verão, nas férias escolares viajamos sempre para ir vê-lo tb, alguns fins de semana em vez de ele vir vamos nós. No final até acho bastante positivo. A minha filha conhece mais do mundo que eu alguma vez conheci na idade dela. Isso tb é bom para a educação dela. Temos que ver o lado positivo tb. Até estou a pensar em tirar informática e arranjar emprego na empresa dele. Daqui a pouco a miúda está na Universidade.

[air]

É verdade. Custa um bocado, mas custava mais quando ela era mais pequena. Mesmo assim fazendo as contas são 4 noites fora e 3 em casa. Podia ser pior!! E neste momento há semanas em que ele não sai de PT pois tb tem clientes em Portugal. Depois ainda temos as férias de verão, nas férias escolares viajamos sempre para ir vê-lo tb, alguns fins de semana em vez de ele vir vamos nós. No final até acho bastante positivo. A minha filha conhece mais do mundo que eu alguma vez conheci na idade dela. Isso tb é bom para a educação dela. Temos que ver o lado positivo tb. Até estou a pensar em tirar informática e arranjar emprego na empresa dele. Daqui a pouco a miúda está na Universidade.

Acho que pode ser excelente para a miúda essa situação. E o bom de ter filhos muito novos é precisamente quando eles são adolescentes os pais também ainda são jovens!

[Bansheefreak]

Eu cá adorava ter uma relação assim como vocês, mais á distancia..

[Phili]

Eu cá adorava ter uma relação assim como vocês, mais á distancia..

Esse tipo de relação seria o quê? Uma relação platónica?

[Bansheefreak]

Ya

Eu gosto de estar afastado da pessoa por vezes de modo a sentir saudades.

[nasps]

"Apanhei" este tópico e pareceu-me adequado repescá-lo.
É uma temática interessante esta do regresso "precoce" a Portugal. Dou apenas o meu caso pessoal.

Desde 2013 que andei fortemente à procura de "fugir" (é a palavra certa) de POrtugal. Ora porque era a crise, ora era porque via pessoal proximo a ir. E pensei "caramba, então eu tb não conseguia ter uma vida melhor lá fora?". O facto de ter uma profissao especializada (engenharia) fez com que pensasse que seria relativamente fácil, arranjar colocação. E tinha emprego em Portugal.

Demorei quase 2 anos a arranjar qualquer coisa. Em finais de 2014 arrisquei em ir para a Suiça. (Nota prévia, sou casado e com um filho de 5 anos.)
O plano? simples...arranjar condições - legais, logisticas, etc - para que em 3-4 meses pudessemos estar todos juntos.

Hoje, quase passados 4 meses, estou em vias de voltar a PT. Este tempo de afastamento da familia, do país, fez-me dar o real valor das pequenas coisas que nos fazem felizes...
Num daqueles dias mais "tristes" por aqui só pensava "o que é melhor? Poder ir buscar o meu filho todos os dias ao jardim de infância, ir com ele para a piscina, jogar à bola, dar-lhe banho, ou ter mais dinheiro?"
RELATIVIZAR...
Eu confesso, tinha uma vida boa em PT, não passava dificuldades...e por isso se calhar olho para trás e vejo que provavelmente saí do país pelas razões erradas.

Felizmente que deixei em Portugal bons contactos e, a voltar, tenho emprego...por isso...a única conclusão que tiro desta lição de vida é que não sou "material de emigrar". Entre ter mais dinheiro ou poder ser feliz junto dos que amo...não há dúvidas para mim...

Mas, cada cabeça sua sentença...

[Karma]

Se tivesses ido logo com a tua mulher e o teu filho as coisas provavelmente seriam diferentes.

Tenho exemplos de gente que tinham (ou podiam ter) uma boa vida em Portugal (tal como tu), com mulher e filhos, e mudaram-se para Dublin com a família, passado 1 ano nao esperam em mudar tao cedo. Assim como foste, como é óbvio, nao é bom.

E 4 meses fora nao é tempo nenhum.

[nasps]

Se tivesses ido logo com a tua mulher e o teu filho as coisas provavelmente seriam diferentes.

Tenho exemplos de gente que tinham (ou podiam ter) uma boa vida em Portugal (tal como tu), com mulher e filhos, e mudaram-se para Dublin com a família, passado 1 ano nao esperam em mudar tao cedo. Assim como foste, como é óbvio, nao é bom.

Talvez...nunca iremos saber...Já sabia que não ia ficar "rico"...mas lá está, se calhar não é o mais importante...

E 4 meses fora nao é tempo nenhum.

Era exactamente aquilo que eu diria a quem viesse ter comigo com o mesmo problema. Foi preciso "passar por elas" para ver o outro lado. Chamem-me "romântico"

[Paulinhonanet]

Para aqueles que pensam em regressar, o melhor seria absorver o know-how e observar o que se faz nos países onde residem e clonar a ideia em Portugal, abrindo o seu próprio negócio.

No meu caso, basta andar pelas ruas de Londres como inspiração e ver-se muita coisa que ainda não existe em Portugal.

Eu tambem já sinto vontade de voltar a Portugal, e quando o fizer, será isso que irei fazer.

[Vocsa]

nasps, eu penso que quem sai deve ter bem em mente o objectivo pelo qual o está a fazer. Não sair porque sim, ou porque toda a gente o está a fazer.

Se o fizeste por dinheiro e cá até estavas estável.. tinha meio caminho para correr mal. Quem sai apenas por dinheiro costuma estar apertado e com muito poucas soluções.

Depois há quem saia por questões de cultura, conhecimento e abertura, crescimento ou mesmo aventura. Esses são excelentes motivos para quem está estável arriscar...

Sair nunca é fácil, que se desengane quem pensa o contrário. E como tal é necessário ter as tais motivações que ajudem a ultrapassar os tempos de adaptação.

Deixando a família para trás deve ser mesmo muito duro. Só quem não tem alternativa aguenta uma coisa dessas (ou quem foge da familia )

[Karma]

Talvez...nunca iremos saber...Já sabia que não ia ficar "rico"...mas lá está, se calhar não é o mais importante...

Era exactamente aquilo que eu diria a quem viesse ter comigo com o mesmo problema. Foi preciso "passar por elas" para ver o outro lado. Chamem-me "romântico"

Rico nao ficavas, mas podias ter uma vida diferente. Tenho um caso parecido ao teu na Suica (mas nao tem filhos). A namorada esteve muito tempo longe, quase 1 ano, mas agora estao lá os dois mais felizes que nunca.

Como já disse, o teu problema podia ter sido perfeitamente evitado caso tivesses ido logo com a família. Ninguém é obrigado a "passar por elas".

[nasps]

Vocsa e Karma...se há coisa que assumo é que de facto as razões da minha saída de PT não foram totalmente bem pensadas assim como também acho que psicologicamente não me preparei devidamente pra este salto. Aliado ao facto de ter vindo no Inverno...também "ajudou".

O curioso é que esta decisão de voltar está tão...bem pensada (ao contrário da que me levou a sair) que acho dificil dar oportunidade a cá ficar. Entre estar na eminência de uma distimia (só falta diagnosticar) e ter prazer na vida...a escolha parece-me óbvia.

Se me irei arrepender...certamente que sim...terei é de arranjar mecanismos para combater...mas no meu ambiente é capaz de ficar mais fácil. Desligar o Facebook vai ser a primeira coisa a fazer...

[Vocsa]

Conheço muitos casos de gente que regressou em relativamente pouco tempo.

Assim sem fazer contas, a olho, dos meus conhecidos que saíram, diria que metade regressou em pouco tempo (meses) e não gostou da experiência.

Falas do inverno com razão. Eu acrescento ainda que a experiência muda de país para país. Emigrar para a Suiça não é o mesmo que para a Italia, Espanha, UK. São experiências muito dispares. E há pessoas que se dão melhor nuns lados que noutros.

Eu aconselho sempre a quem quer emigrar, se puder, vá primeiro passar um fim de semana a esse país ou cidade. Nem que seja para tentar perceber como se sente por lá. Mesmo de férias há sempre locais que nos passam bom "feeling" e outros que não nos dizem nada. E isto é uma questão muito pessoal.

[nasps]

A perspectiva de turista é sempre muito diferente.
Se bem que sempre que vou viajar a algum lado pergunto-me sempre "eu conseguia viver aqui?" Invariavelmente a resposta é sempre positiva mas quando fazemos essa pergunta temos sempre o bilhete de volta.

Acho que se temos aquela premissa de "é bom ir mas é ainda melhor voltar", começa logo a corre mal do início...

[Jbranco]

Tenho amigos insuspeitos dessas coisas que depois de emigrarem (no caso deles já com 40 ou 50 anos) até entraram em depressão. Cada caso é um caso.

[nasps]

Eu que estou a caminho dos 40, claramente que estou a entrar numa depressão...
Para isso...vou embora!

[Kijk]

Eu nasci fora de Portugal mas fui criado na zona de Lisboa. Os meus pais cresceram fora de Portugal. O meu pai sempre viveu longe de mim por razões profissionais Quando entrei para a universidade em Lisboa ambos os meus pais emigraram para o outro lado do mundo. Quando tive a primeira oportunidade, saí de Portugal e ainda não voltei (já lá vão 9 anos).

Eu adoro Portugal, sou 100% português, mas não me apego ao país. Quero lá saber se está frio, calor, se a comida é boa, se compreendo a língua... para mim, uma pessoa tem de ser feliz onde quer que esteja, com quem quer que esteja. Eu tenho essa capacidade, adapto-me perfeitamente às circunstâncias e nada disso me abala. Tenho saudades de tudo, mas também tenho tanta coisa nova para conhecer... estar limitado, apegado a um só país, para mim é extremamente redutor.

Ser emigrante não é para todos e não há mal nenhum se não se adaptar. Cada um é diferente, e lá porque uns emigram e são felizes, não quer dizer que essa seja a solução para toda a gente.