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Morreu José Saramago aos 87 anos (Faz 1 ano)

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    O pessoal deve estar a pensar "o que que lhe deu para vir agora desenterrar este assunto?!".
    Sabem, li o que se escreveu por aqui e senti uma enorme tristeza por aquilo que somos capazes de fazer a um filho da terra irmão de sangue que elevou bem alto o nome do país e que, mesmo depois de tudo o que lhe fizeram, sempre se orgulhou de ser português.

    Ele foi aquele que teve a dignidade de se manter fiel às suas ideias. Foi um dos últimos pensadores livres que não se importava de remar contra a maré.
    Ah, mas teve a coragem de mexer em assuntos que são propriedade da Igreja… e isso incomodou muita gente! E essa instituição que se diz tão compreensiva amando o próximo como a si mesma, não entendeu o que significa liberdade de pensamento nem conseguiu amar o seu semelhante, assim como todo o grupo de fanáticos que não foram capazes de aceitar opiniões que podiam pôr em causa as suas verdades absolutas.

    O grande problema que existe é que a religião não consegue discutir abertamente. Eu faço-o com os meus pais respeitando-os e recebendo reciprocidade, embora já lhes tenha confessado que a religiosidade advém da necessidade que as pessoas têm de acreditar em algo para além desta realidade. Não lhes apraz, mas aceitam-me como sou.

    Ninguém é dono da verdade e, quando num diálogo uma das partes reivindica a verdade absoluta para si não aceitando ser posta em causa, não se apercebe que não tolerando as opiniões dos outros, acaba simplesmente por perder a razão. A sua liberdade de pensamento representou uma mais-valia para o nosso património cultural, embora haja quem prefira que vivamos todos sob a lei da carneirada.

    Comentário


      Para uns quantos, felizmente calou-se uma voz incómoda. É verdade. Silenciar quem não está pela Igreja foi sempre uma das atitudes predilectas daqueles que a seguem cegamente. Embora para muita gente miserável, a sua morte tenha representado um motivo de satisfação, lamento ter de informá-los que as suas ideias e a sua mensagem não morreram. Essas são impossíveis de silenciar porque estão dentro das cabeças de todos quantos o leram.

      Os religiosos usam a fé de forma agressiva e incompreensível para quem não acredita em deus. Afinal, não se esqueçam que estamos a falar de uma entidade que nunca ninguém viu, nem há provas irrefutáveis de que exista.
      Isto, por si só, já deveria ser o suficiente para vocês, crentes, compreenderem que possa existir quem não o seja e entenderem os seus motivos.
      Foi precisamente isso que Saramago tentou fazer, demonstrando porquê que não acreditava em deus e nas religiões. A vocês só vos restava discordar mas aceitar a sua divergência individual. Só que isso é algo de impensável para quem não admite, não tolera e não permite – atitudes que denotam tudo menos um exemplo de boa-fé.

      Daí a enorme alegria que muitos demonstraram pela sua morte. No meio de tanto ódio, pergunto-me onde estão aí os ensinamentos religiosos? É que para a Igreja e os seus seguidores mais fervorosos, a saudosa Santa Inquisição que silenciava as pessoas que não alinhavam ou se sujeitavam submeter à sua fé, agia com justiça. Pelo menos calava as vozes contrárias, pelo que o silenciar desta voz foi motivo de regozijo para tantos.
      Mais uma vez uma atitude deplorável que vai-me afastando mais e mais das religiões que se dizem seguidoras de grandes valores humanistas, mas que na prática demonstram que é de lá que provêm valores tão maus como este.

      Comentário


        Saramago se tivesse sido "só" um escritor que obteve um Nobel, seria decerto o Maior em Portugal, bastava ter sido escritor de profissão e como cidadão cumprir com os seus deveres.

        Mas Saramago, nunca pagou impostos nem em Portugal nem em Espanha onde decidiu viver(Lazarote), foi condenado em Espanha a pagar uma soma avultada, dai a bebandada da mulher e filha para Portugal antes que fosse tudo penhorado, e toca de viver à custa de uma Fundação num Pais que tinham renegado!

        Enquanto participação na vida politica Saramago nos tempos do PREC resolveu despedir os seus proprios colegas do jornal porque Sim, realmente uma bela atitude de camarada!!!

        Em relação à Igreja pouco me importa, mas acho que só se referiu à Igreja e alimentou a polemica na altura do lançamento do seu ultimo livro por oportunismo Propagandista, apenas para ter Publicidade à borla e vender mais livros.

        Comentário


          Para não vos maçar mais, termino a minha participação neste tópico prestando a minha homenagem ao escritor e homem que teve a coragem de dizer aquilo que pensava sem medo, recusando-se a submeter ao comodismo de se juntar à carneirada e dizer «Ámen» sem questionar.
          Um homem que teve a ousadia de se insurgir contra a maior instituição do mundo fazendo estremecer os seus alicerces. Esta atitude só está ao alcance de uns poucos, o que, aliado à sua singularidade literária reconhecida por quem de direito, me faz lamentar a sua perda.

          A quase totalidade das pessoas com que lido são gente sem coragem, sem vontade própria, sem ideias e sem intelecção genuína.
          Então, como posso eu não admirar uma pessoa que ousa pensar pela própria cabeça e dizer as suas verdades livremente e sem medo?
          Afinal, onde estão as ideias e cogitações de toda essa gente que o critica e nada tem para dizer, debater ou refutar?

          Num país cheio de hipocrisias e do politicamente correcto, uma ovelha que teve a lucidez de se afastar, subir ao alto do monte e olhar para o rebanho, não é um proscrito – é um pensador livre.

          Politiquices bacocas, essas ficam para quem apenas consegue retirar isso da imensidão da figura que foi Saramago.
          Consumatum est
          .

          Comentário


            O Sousa Lara, anda aí a fazer das suas...

            O Presidente da República, Cavaco Silva, marcou, esta quarta-feira, 17, presença na inauguração da Feira do Livro de Bogotá (FILBO), da qual Portugal é, nesta 26ª edição, convidado de honra.
            Durante o discurso de inauguração do pavilhão português vários nomes de grandes escritores portugueses foram lembrados. Cavaco Silva referiu-se a Camões como o maior dos poetas e o chefe de Estado da Colômbia, João Manuel Santos, lembrou Fernando Pessoa.
            O que está a gerar mal-estar entre a comunidade literaria nacional (parte dela representada e presente na FILBO) foi a ausência de qualquer referência, por parte de Cavaco Silva, a José Saramago, o único Nobel português da Literatura.
            A programação do pavilhão português vai ficar marcada por espetáculos, debates, sessões de cinema, exposições entre outros e por lá vão passar cerca de 23 escritores nacionais.


            Comentário


              Os Tribunais Espanhois ainda andam à procura de 717.651 euros de impostos que a família de Saramago nunca pagou quando vivia em Lanzarote e renegava Portugal.

              Comentário


                Originalmente Colocado por BLADERUNNER Ver Post
                Para não vos maçar mais, termino a minha participação neste tópico prestando a minha homenagem ao escritor e homem que teve a coragem de dizer aquilo que pensava sem medo, recusando-se a submeter ao comodismo de se juntar à carneirada e dizer «Ámen» sem questionar.
                Um homem que teve a ousadia de se insurgir contra a maior instituição do mundo fazendo estremecer os seus alicerces. Esta atitude só está ao alcance de uns poucos, o que, aliado à sua singularidade literária reconhecida por quem de direito, me faz lamentar a sua perda.

                A quase totalidade das pessoas com que lido são gente sem coragem, sem vontade própria, sem ideias e sem intelecção genuína.
                Então, como posso eu não admirar uma pessoa que ousa pensar pela própria cabeça e dizer as suas verdades livremente e sem medo?
                Afinal, onde estão as ideias e cogitações de toda essa gente que o critica e nada tem para dizer, debater ou refutar?

                Num país cheio de hipocrisias e do politicamente correcto, uma ovelha que teve a lucidez de se afastar, subir ao alto do monte e olhar para o rebanho, não é um proscrito – é um pensador livre.

                Politiquices bacocas, essas ficam para quem apenas consegue retirar isso da imensidão da figura que foi Saramago.
                Consumatum est
                .
                Nem sempre foi um pensador livre:

                O director que marcou o 'verão quente' de 1975 - Portugal - DN

                Comentário


                  Originalmente Colocado por VitorPatricio Ver Post
                  Os Tribunais Espanhois ainda andam à procura de 717.651 euros de impostos que a família de Saramago nunca pagou quando vivia em Lanzarote e renegava Portugal.
                  eu tenho ideia de que já desistiram de procurar

                  Comentário


                    Rui Tovar: “Era mal-educado e um arrogante”

                    Rui Tovar não poupa críticas a José Saramago de quem foi ‘vítima' e dá o seu testemunho na obra ‘Os Saneamentos Políticos no Diário de Notícias'.

                    Todos os dias havia saneamentos no ‘DN’. O Saramago [diretor-adjunto entre abril e novembro de 1975] era mal-educado e um arrogante. Acho que estamos a tentar branquear o Saramago. Ele era um grande escritor, mas não era um grande homem". Palavras de Rui Tovar ao CM, um dos nomes ‘saneados’ que deu o seu testemunho para a obra ‘Os Saneamentos Políticos do ‘Diário de Notícias’, do investigador Pedro Marques Gomes, 27 anos, lançada ontem apesar da polémica.
                    De recordar que a editora Alêtheia acusou a Global Notícias de tentar impedir a publicação do livro que, entre outros aspetos, identifica José Saramago como o "iniciador" do processo de afastamento de jornalistas, no ‘Verão Quente’ de 1975. Em reação, a empresa de Joaquim Oliveira negou, mas disse ser contra a reprodução ‘não autorizada’ de uma capa da autoria do ‘DN’". Zita Seabra alega: "ninguém lê um jornal da capa de um livro, que além disso está cortada" e "não se apagam acontecimentos da história". Surpreendido com a polémica, o autor referiu ao CM que, após falar com os 22 protagonistas, reparou que "passados 40 anos sobre os acontecimentos, os intervenientes ainda falam com muita emoção".
                    Rui Tovar, antigo jornalista do ‘DN’ e atual cronista e comentador do CM e da CMTV é um deles: "havia uma censura muito mais reles do que a que havia no 25 de Abril". A escritora Maria Teresa Horta também deu o seu contributo para a obra, mas conta que foi alvo de censura após "a entrada do Miguel Coutinho".

                    Rui Tovar:

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