Faz mais a Senhora Isabel Jonet pelo combate à pobreza que a esquerdalhada toda junta.
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Isabel Jonet e a arrogância da esquerda ululante
Não há nada como em tempos ter feito parte de uma tribo da esquerda jacobina (no meu caso, uma tribo marxista-leninista-maoista) para entender muito bem a fúria da esquerda ululante face às declarações de Isabel Jonet na SICN. Ela não surpreende: é apenas um subproduto da arrogância intelectual dos que, à esquerda, se sentem intérpretes do sentido da História (com H maiúsculo) e proprietários monopolistas da preocupação com o destino dos mais pobres.
A Helena já aqui referiu como os nossos profissionais da indignação são selectivos e só viram as suas baterias para os que se situam fora da confraria e não lhes prestam vassalagem. É uma observação pertinente e reveladora porque o que realmente perturba essas almas é sentirem ameaçada a posição que acham que desempenham nesta santa terrinha: a de intérpretes do destino da Humanidade e, nesta, dos que eles designam como explorados.
A indignação – que nalguns casos assumiu proporções de real obscenidade, tal a grosseria dos seus protagonistas – contra Isabel Jonet não deriva de ela ter dito algumas coisas de bom senso, como pode comprovar quem se der ao trabalho de ver e rever o vídeo, como eu próprio fiz. Também não tem nada a ver com ela supostamente ter defendido que não havia miséria em Portugal, pois resulta óbvio que estava a referir que não existe em Portugal a miséria que ela viu na Grécia.
O primeiro problema da esquerda jacobina com Isabel Jonet é que ela ajuda os pobres – e os pobres são propriedade dessa esquerda, pelo menos no seu entendimento. Pior: ajuda-os com actos concretos que aliviam o seu sofrimento, não com palavras, proclamações e apelos à revolta que muitas vezes têm como efeito concreto piorar a vida dos mais fracos. No imaginário dessa esquerda toda a compaixão está reservada para os da tribo marxista ou descendentes, os restantes não passam de cínicos que, como agora acusam Isabel Jonet de também fazer, utilizam os pobres com fins políticos.
No meu livro “Era uma vez a Revolução” eu abordo precisamente este tipo de atitudes ao reflectir sobre as origens e as consequências de um sentimento muito comum a todas as esquerdas, o que possuem uma espécie de “superioridade moral” sobre todos os demais: “Ainda hoje, quando olho para a forma muitas vezes arrogante como a esquerda jacobina olha para todos os demais, quando sinto como no debate público todos os que não se filiam, de um forma ou outra, na tradição estatista e dirigista da esquerda, sofrem de uma espécie de capitis deminutio por, supostamente, não se preocuparem também com o bem da sociedade, recordo a lógica mistificadora da “superioridade moral”. É, no fundo, a mesma lógica que sustenta que o sector privado visa apenas o lucro egoísta – e que os burgueses só querem engordar à custa dos trabalhadores –, enquanto o Estado visaria apenas o bem comum.”
Há ainda outro elemento muito importante que une a generalidade das reacções de indignação exaltada: a oposição radical a qualquer forma de caridade, algo que definem logo como caridadezinha. Não é uma posição nova nas esquerdas radicais, apesar de poucos se preocuparem em justificar o porquê da sua oposição a uma prática que resulta de um dos sentimentos humanos mais nobres, o da compaixão. Os mais iletrados limitam-se a dizer que tudo isso é “salazarento”, essa espécie de ónus que evita qualquer necessidade de justificação e serve sempre para tentar atirar o opróbrio para cima dos adversários. Os menos iletrados procurarão dizer defender que o Estado tem obrigações de solidariedade porque “as pessoas têm direitos”, sugerindo que a caridade se destina a perpetuar precisamente a falta desses direitos.
Haveria muito a dizer sobre estes raciocínios, mas a minha experiência jacobina permite-me ser apenas cínico: o que realmente pensam muitas dessas almas, mas nunca confessam, é que a caridade – ou o Banco Alimentar contra a Fome – contribuiu para aliviar o sofrimento dos pobres e isso torna menos provável a sua revolta, ou seja, torna mais longínqua a revolução libertadora com que sonham – e garanto-vos que sei do que falo, porque já pensei assim. Atenção que não estou a dizer que eles desejam o sofrimento dos pobres – o que estou a dizer é que a sua crença num amanhã radioso os leva a opor a tudo o que posso melhorar um dia a dia que vêm sempre como miserável. O militante da esquerda jacobina não dá uma esmola a um pobre – organiza a revolta desse pobre, tentando fazer dele um soldado da revolução. Numa versão mais social-democrata, leva-o apenas a reclamar um subsídio à mesa do Orçamento.
Não surpreende por isso que o trabalho de Isabel Jonet perturbe estas mentes. E surpreende ainda menos que as suas palavras, muito tera-a-terra, muito sensatas, muito capazes de tocarem as pessoas comuns, os irritem de forma superlativa. A bem ver, só me surpreende a pouca irritação que há com estas indignações – a nossa paciência é, de facto, muito grande. Demasiado grande?
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Originalmente Colocado por CarlosL Ver PostÉ interessante ver que em Portugal, qualquer pessoa que se destaque pelas suas obras é logo vítima daqueles que se dedicam ao escárnio e mal dizer, que coincidentemente, são os que menos fazem em prol da sociedade.
Se as pessoas se instruíssem um pouco para além da A Bola e da Revista Maria, poderiam verificar que no UK as crianças que passam fome, e são muitas, nada tem a ver com a crise ou com as medidas do governo para colocar o país nos carris.
E ninguém acusa de insensibilidade social, aqueles que criticam os pais pelo estado de má nutrição das crianças.
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Originalmente Colocado por Nightlord Ver PostO desporto favorito do tuga é ser treinador de bancada e escolher alguns alvos...mas isto depois passa e escolhem o alvo seguinte
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Originalmente Colocado por Observador Ver Post
Gente lúcida é outra coisa...
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Originalmente Colocado por Sweden Ver PostTexto excelente. Não podia concordar mais com o José Manuel Fernandes. Aliás, ultimamente ele tem escrito uns textos de opinião excelentes. Ainda há coisa de uma semana explicou como deve ser as razões da guerra dos estivadores (aqui para quem quiser ler: Povo: Nem todos podem ser estivadores, mas muitos gostavam )
Gente lúcida é outra coisa...
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Originalmente Colocado por pmfp Ver PostE digo mais, era enfia-los dentro do saco juntamente com as batatas.
Bom, agora a sério, neste país há gente podre seja da esquerda, direita, centro, norte ou sul, e se a esquerda tem defeitos, a direita também.
Mas enfim estamos hoje em dia numa de falar mal da esquerda, são modas.
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Desde quando é que a esquerda quer ter o monopólio da pobreza? Porque motivo quereria um esquerdista ser dono da pobreza ? Eu sou de esquerda e o que mais desejo é a erradicação de todas as formas de miséria e de pobreza. O mesmo poderia dizer de muitos cidadãos ligados à esquerda e à direita. Não confundam todo um conjunto de pessoas unidas em torno de alguns princípios politicamente associados à esquerda com os poucos que, identificando-se com a esquerda, só estão realmente interessados numa coisa: a luta pelo poder.
Outra coisa: Na realidade, os "esquerdalhas" não são contra a caridade. Os esquerdalhas são contra a "caridadezinha" e contra a promoção da caridade como se fosse a única solução para resolver dois dos maiores flagelos da nossa sociedade: a miséria e a fome.
Edit (que no fundo é uma reformulação do post original, que ficou incompleto): Pergunto ao CarlosL se ele acha que a má nutrição das crianças que vão para as escolas portuguesas se deve mais à falta de dinheiro dos pais para comprar géneros alimentares ou à irresponsabilidades destes.Editado pela última vez por Lucio77; 05 December 2012, 22:57.
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Originalmente Colocado por NaoInteressa Ver PostEu não tenho nada para desenvolver. Gosto de iniciativas como o BA.
Mas sei bem o que lá se passa em Alcântara...
Toda a gente sabe.
Por isso eu quando ajudo é sempre outro tipo de instituições que precisam bem mais que o BA, que é das mais conhecidas daí ser das que mais ajudas obtém.
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Originalmente Colocado por ZylmhuinVII Ver PostAlguém viu a entrevista dela?
Com que frase nos vamos indignar esta semana?
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Por acaso já tive oportunidade de conhecer a Isabel Jonet.
Tive que por questões profissionais falar com ela várias vezes e com muitas ouras pessoas do Banco Alimentar.
Fiquei com boa impressão da Sra. e absolutamente seguro de que tem um certo carisma entre os seus pares, o que é um bom sinal.
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Originalmente Colocado por MerryBerry Ver PostEu gostava era que houvesse campanhas desta dimensão para alimentar animais abandonados.
Contigo a frente de tudo não era? Somos parecidos então, desde que seja eu a controlar e houvessem valores a entrar, bem, até podia ser um peditório para grilos.
Já agora , I am great in bed also...
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Originalmente Colocado por Sao Ver PostUma coisa é comprar produtos a terminar a validade outra coisa é produtos fora de validade.
Uma coisa é passar uns dias, outra é meses.. e já comi coisas fora de prazo e não me fez nenhum mal.
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Originalmente Colocado por Vehicle Ver Postum produto que acaba a validade hoje, a partir das 0 horas deixar de estar bom para consumo?
Uma coisa é passar uns dias, outra é meses.. e já comi coisas fora de prazo e não me fez nenhum mal.
Há alimentos que em poucos dias não convém serem consumidos, tipo pão.
Há outros que duram imenso, os enlatados.
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Originalmente Colocado por Observador Ver PostFaz mais a Senhora Isabel Jonet pelo combate à pobreza que a esquerdalhada toda junta.
Rendimento mínimo complemento solidário para idosos,passes com desconto de 50% para estudantes, portáteis gratuitos com internet para crianças carenciadas etc etc etc
Não foi a Isabel Jonet nem a direita.
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