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    Originalmente Colocado por CivicES5 Ver Post
    E os corpos docentes que estão dispostos a trabalhar em Viseu são os mesmos que estão dispostos a trabalhar em Lisboa?
    E o corpo docente (+50% Sueco em Viseu era o quê)?

    O corpo docente de Coimbra, Aveiro e Porto ao longo dos anos foi/é o quê?

    A UCP é uma e os pólos respondem todos ao mesmo local. Local esse que recebe feedback de toda a gente (inclusivé alunos (e ex), professores (e ex), etc.....agora se olham para o lado ano após ano é de ser interesse). Branqueamento disto remete-me a uma pergunta, qual a tua associação/interesse com a UCP?

    Comentário


      Originalmente Colocado por tonyV Ver Post
      E o corpo docente (+50% Sueco em Viseu era o quê)?

      O corpo docente de Coimbra, Aveiro e Porto ao longo dos anos foi/é o quê?

      A UCP é uma e os pólos respondem todos ao mesmo local. Local esse que recebe feedback de toda a gente (inclusivé alunos (e ex), professores (e ex), etc.....agora se olham para o lado ano após ano é de ser interesse). Branqueamento disto remete-me a uma pergunta, qual a tua associação/interesse com a UCP?
      Eu não conheço o corpo docente nem sei como é que os pólos funcionam e interagem, portanto não estou a branquear nada. Sou apenas um dos "alumni" de Economia em Lisboa.
      Editado pela última vez por CivicES5; 06 December 2019, 15:43.

      Comentário


        Originalmente Colocado por Andre Ver Post
        Os corpos docentes pouco interessam se não há doentes para ver.
        Isso é gozo, não?

        Tempos Médios de Espera

        1.221 pessoas em espera para especialidade de urologia. 4 anos de espera.

        Se há algo que não está a falhar são os doentes.

        Também na região centro: Tempos Médios de Espera

        Centenas de dias de espera em imensas especialidades.

        Não há doentes para ver?

        Comentário


          Originalmente Colocado por Obtuso Ver Post
          Isso é gozo, não?
          Alguns quando é para defender o próprio tacho dizem as maiores barbaridades e até gozam com os 'pobres' ou, neste caso, de quem está a sofrer/morrer.

          Mas como são 'senhores doutores' o importante é manterem o status (quo).

          Comentário


            Originalmente Colocado por Obtuso Ver Post
            Isso é gozo, não?

            Tempos Médios de Espera

            1.221 pessoas em espera para especialidade de urologia. 4 anos de espera.

            Se há algo que não está a falhar são os doentes.

            Também na região centro: Tempos Médios de Espera

            Centenas de dias de espera em imensas especialidades.

            Não há doentes para ver?
            se não há doentes que os estudantes de medicina possam ver (e aprender com) durante o curso, duh

            Comentário


              Originalmente Colocado por Andre Ver Post
              se não há doentes que os estudantes de medicina possam ver (e aprender com) durante o curso, duh
              Mau...os estudantes de medicina não podem ver nenhum doente que espera consulta de especialidade?

              Claro que não aprendem com nenhum...em 4 anos só o veriam um vez tal é o tamanho das listas!

              https://www.pordata.pt/Portugal/SNS+...Continente-159
              https://www.pordata.pt/Portugal/Alun...A3o+e+sexo-802

              Mesmo olhando para os internamentos, tens uma média de 68 internamentos/ano por aluno. 970 consultas/ano de especialidade por aluno.

              Isto grosso modo, porque naturalmente não estarão as oportunidades de contacto nas principais cidades com medicina.

              Mas isto são casos insuficientes?

              Comentário


                Mas e que tal leres o que é escrito ou invés de entrares em verborreia non-sense completamente off to the point?

                Não interessa se o corpo docente apresentado pela UCP é bom ou mau...se no curso os estudantes não iriam ter contacto com doentes em níveis minimamente aceitáveis. É uma condição básica/sine qua non em qualquer curso de medicina (nomeadamente na 2ª metade correspondente ao 4º a 6º ano, os ditos anos clínicos).

                Para tal os estudantes precisam de ter acesso a doentes, precisam de estar nas enfermarias, precisam de visitar e estar nos blocos operatórios. E isso implica que o curso esteja integrado em hospitais terciários e/ou centrais que tenham todas as especialidades, com todo o tipo de doentes e com todo o tipo de patologia, com urgências centrais. E isso em Portugal significa necessariamente estar ligado ou ao CHLN, ao CHLC, ao CHUC, ao CHP ou ao São João. Mesmo Covilhã e Braga têm que ir fazer boa parte fora.

                E por isso é que as faculdades de Medicina funcionam necessariamente em verdadeiros centros universitários hospitalares e por isso é que os cursos do Algarve e Aveiro deram barraca e tiveram que fechar. E é por isso que na Madeira ou nos Açores só se consegue fazer a primeira metade do curso, os ditos anos teóricos.

                Como tal dificilmente a Católica ou qualquer outra consegue cumprir os mínimos para conseguir formar um estudante de Medicina com base no que pode oferecer de contacto clínico a um estudante tendo em conta o sector privado da Saúde em Portugal. Mesmo que em Lisboa esse doente circulasse pela Luz, Lusíadas e todas as CUFs, não ia conseguir ter contacto clínico minimamente satisfatório ou equiparável a um estudante de qualquer outra universidade pública.

                É também a razão para mesmo a nível da formação pós-graduada/especialidade a oferta nos privados ser muito reduzida e circunscrita a meia dúzia de especialidades. E, em todas elas, continuam a ter que fazer mais de metade da formação fora...no público. Por alguma razão será.

                Eu sei que tudo neste país é tratado com a mesma ignorância e na base dos chavões e ideais pre-concebidas de sempre.

                Mas informem-se, pelo menos minimamente, antes de falar. Não custa nada.
                Editado pela última vez por Andre; 06 December 2019, 19:05.

                Comentário


                  O português simplório não se importa de pagar fortunas em impostos para financiar centenas de cursos com zero empregabilidade real (a somar aos impostos gastos a pagar a professores do superior que dão estes cursos que, btw, são a principal razão pela qual certos cursos existem in the first place), no entanto no que toca ao curso de medicina de repente todo o tuga simplório é um Centeno.


                  O tuga simplório não se importa subsidiar a formação de enfermeiros (que btw devem rondar 3/4x o número de médicos formados) para a maioria deles (sobretudo na última década) emigrar (aliás para estes a emigração é até encorajada porque são todos muito coitadinhos, muito mal pagos, muito mal tratados e no tempo do governo do mauzão do Passos as TVs até iam ao aeroporto para as despedidas dos meninos), mas se apenas um médico emigrar é o ai jesus que não pode ser porque cada médico custa “três mil milhões” a formar e é uma vergonha e são uns chulos porque recebem muito e não valorizam o país que lhes paga os estudos e a ordem é uma máfia etc. e tal.


                  O mesmo se aplica por exemplo a engenheiros no geral que todos anos emigram aos milhares de PT e têm cursos igualmente subsidiados pelo contribuinte português.


                  O tuga simplório olha para o lado quando todos os governos salvam bancos com milhares de milhões do bolso do contribuinte (exceto o governo do mauzão do Passos com o BES...) ou quando os Sócrates da vida roubam um país (ou seja todos nós) anos a fio e vão acabar por sair livres, mas no que toca a médicos calma lá que todos recebem 5 milhões limpos ao ano no SNS e por isso é impensável pagar-se mais mesmo havendo falta de médicos no geral e cada vez mais falta de bons médicos (you pay peanuts you get monkeys...).


                  O tuga simplório gosta de mandar abaixo os médicos porque acham que recebem muito, porque são más pessoas e que os com notas mais baixas é que eram bons etc., mas eleva a estatuto de deuses burgessos manientos e atrasados mentais como os JJs desta vida.


                  O tuga simplório acha que notas não são tudo e que todos os médicos que entraram são apenas bons teóricos e “não têm coração” e que os enfermeiros é que são muito bons seres humanos e o diabo a quatro, mas quando a vida de alguém próximo está em risco não é aos enfermeiros que eles recorrem, e quando algo corre mal não é “aos outros” que eles pedem satisfações, é, claro, aos médicos.


                  E ainda gostava de saber como funciona a teoria desta gente, é trocar tudo, ou seja todos os que têm mais de 17,5/18 de média não podem ser médicos porque "só são bons na teoria" e são muito más pessoas" e só os que têm menos de 17,5 é que podem ser. E o limite inferior ? É média de 16 ? 15 ? 14 ? A partir de que ponto é que dá ? Se calhar é média entre 15 e 17,5 porque abaixo de 15 já seriam demasiado burros ? (também acho que as médias podem ser redutoras, mas não é fácil arranjar outros critérios justos e nos quais seria mais fácil haver corrupção para meter o filho do amigo etc. e tal.)


                  Mas calma, quando for o nosso familiar que está muito mal e precisa de um diagnóstico se calhar aí fecho os olhos e marimbo-me no fator "boa pessoa" e quero o melhor médico possível (que btw implica dominar bem a teoria - não só claro - mas também).


                  O problema da maioria dos tugas com os médicos é simples, os que são classe média e abaixo acham que são todos muito ricos (e para os mais pobres até posso aceitar isso, quando nunca se teve nada qlq um que receba por exemplo "o dobro que nós” é milionário”) os outros - mesmo os que até tiveram sucesso profissional e financeiro (muitos com rendimentos superiores à maioria dos médicos em PT) - também passam a vida a odiar os médicos porque é a tal teoria, quase todos queremos sempre o que não temos, e quem tem dinheiro mas não tem o suposto prestígio que os médicos têm queria ter isso, e como não têm, toca a invejar, mandar abaixo, inventar coisas para dizer mal etc. Vale tudo!

                  No fim do dia é inveja sem fim (eu é que não tenho inveja dos médicos...).


                  Na verdade tenho “pena” de quem foi para medicina nos últimos anos depois de muito esforço a achar que ia ter a recompensa de uma grande vida em PT.


                  Esses foram bem enganados e ou emigram ou até lá terão de se contentar, muitos sem sequer terem especialidade.


                  E btw, essa é outra, para medicina a alguns anos a esta parte começa a ser cada vez mais difícil aceder a uma especialidade e muitos ficam de fora, no entanto por exemplo um qualquer enfermeiro pode-se especializar facilmente porque não há qlq limitação de vagas e qlq um entra. E terminar a especialização para eles é peace of cake, e sim, já tive na apresentação de uma tese de mestrado de um enfermeiro e foi meia hora da maior vergonha alheia que senti na vida.

                  No fim, 15 e achava que merecia mais…

                  E, claro, no fim querem receber mais €1000 brutos por serem "especialistas"


                  Mesmo que formar um médico custe o dobro de enfermeiro (fala-se em €50k? para os 6 anos "iniciais"), continua a ser ridícula esta conversa porque por cada médico que formamos em PT formamos aí uns 20 de outros cursos que emigram e sobre os outros ninguém vê problemas na emigração e "no dinheiro do contribuinte gasto para depois os estrangeiros aproveitarem".


                  Atenção eu não tenho nada contra quem emigra, seja de que área for, e se acham por bem que as regras mudem para os médicos (nisto da obrigatoriedade de ficar mais tempo no SNS) então que se definam bem as coisas e que só se aplique para quem se candidatar para o próximo ano que é para esses jovens saberem ao que vão.

                  Apesar de ser um cenário que não acho o ideal para o país quase gostava de ver isto acontecer ( curiosidade mórbida...).


                  E essa é outra, o pessoal "esquece-se" que todos os médicos formados em PT contribuem para o SNS enquanto estão a estudar.


                  Seja como for sobre estes assuntos era bom ter o input do André que ele está bem mais por dentro destas questões da estrutura do curso de medicina, dos 6 anos, do ano comum e depois da especialidade tal como o input dele sobre o facto deste curso da católica não ter tido acreditação.

                  Pessoalmente não tenho informação suficiente para opinar com propriedade.


                  EDIT: comecei este post antes do André postar, aí está o input dele sobre isto. Sendo assim tenho de concordar que o curso da UC não tinha condições de avançar!
                  Editado pela última vez por ClioIIIRS; 06 December 2019, 19:57.

                  Comentário


                    Originalmente Colocado por Andre Ver Post
                    Mas e que tal leres o que é escrito ou invés de entrares em verborreia non-sense completamente off to the point?

                    Não interessa se o corpo docente apresentado pela UCP é bom ou mau...se no curso os estudantes não iriam ter contacto com doentes em níveis minimamente aceitáveis. É uma condição básica/sine qua non em qualquer curso de medicina (nomeadamente na 2ª metade correspondente ao 4º a 6º ano, os ditos anos clínicos).

                    Para tal os estudantes precisam de ter acesso a doentes, precisam de estar nas enfermarias, precisam de visitar e estar nos blocos operatórios. E isso implica que o curso esteja integrado em hospitais terciários e/ou centrais que tenham todas as especialidades, com todo o tipo de doentes e com todo o tipo de patologia, com urgências centrais. E isso em Portugal significa necessariamente estar ligado ou ao CHLN, ao CHLC, ao CHUC, ao CHP ou ao São João. Mesmo Covilhã e Braga têm que ir fazer boa parte fora.

                    E por isso é que as faculdades de Medicina funcionam necessariamente em verdadeiros centros universitários hospitalares e por isso é que os cursos do Algarve e Aveiro deram barraca e tiveram que fechar. E é por isso que na Madeira ou nos Açores só se consegue fazer a primeira metade do curso, os ditos anos teóricos.

                    Como tal dificilmente a Católica ou qualquer outra consegue cumprir os mínimos para conseguir formar um estudante de Medicina com base no que pode oferecer de contacto clínico a um estudante tendo em conta o sector privado da Saúde em Portugal. Mesmo que em Lisboa esse doente circulasse pela Luz, Lusíadas e todas as CUFs, não ia conseguir ter contacto clínico minimamente satisfatório ou equiparável a um estudante de qualquer outra universidade pública.

                    É também a razão para mesmo a nível da formação pós-graduada/especialidade a oferta nos privados ser muito reduzida e circunscrita a meia dúzia de especialidades. E, em todas elas, continuam a ter que fazer mais de metade da formação fora...no público. Por alguma razão será.

                    Eu sei que tudo neste país é tratado com a mesma ignorância e na base dos chavões e ideais pre-concebidas de sempre.

                    Mas informem-se, pelo menos minimamente, antes de falar. Não custa nada.

                    obrigado pelo esclarecimento, mas uma universidade privada não poderia também fazer acordos com hospitais publicos?
                    isto se existirem hospitais publicos capazes de suprir a falha.

                    Comentário


                      Originalmente Colocado por tonyV Ver Post
                      Eu quando entrar numa urgência não quero sensibilidade, até pode ser de "filho da p*** para cima"
                      sim e não, se a parte ética e moral do médico, enfermeiros e restante pessoal não for aceitável ocorrem situações muito perigosas, neglicencia e não só

                      caso com um medico particular, catedratico, e etc...
                      3 anos atrás tive um problema num joelho, já ultrapassado
                      recomendou-me um tratamento, já de si é estranho o ortopedista acumular a função de medico fisiatra

                      pesquisei, segundo artigo em revista cientifica reputada, o tratamento era ineficaz, caro, mas ineficaz para o problema que eu tinha

                      consultei um medico fisiatra, que também tem uma clinica, disse-me o mesmo que eu tinha lido, para o problema que eu tinha o tratamento sugerido pelo outro medico, que ele desconhecia ter-me sido recomendado, era ineficaz

                      outro caso, acompanhei uma pessoa à urgencia do são joão, acompanhei durante o tratamento na urgencia, a dada altura a médica que tratava o doente, que estava "oculto" por uma lona, chamou várias enfermeiras para ajudar, uma a uma, todas elas estavam perto, mas ela não a via

                      reação das enfermeiras, foram ajudar ? não afastaram-se para uma distancia segura, aonde pudessem desculpar-se de não terem ouvido a medica a chama-las

                      por fim veio uma que a medica não tinha chamado

                      a parte moral e ética está sempre presente

                      Comentário


                        claro que poderiam, aliás essa é a única solução...acabarem a fazer os anos clínicos nos hospitais públicos...juntamente com os outros.

                        E aqui levantam-se várias questões:
                        - há capacidade para receber esses alunos? Não há, as faculdades públicas já estão em sobrecapacidade depois da expansão exponencial nos últimos 15 anos (quadruplicou a oferta)
                        - mas imaginando que havia...qual é a justificação para o Estado disponibilizar capacidade formativa dirigida em exclusivo para os portugueses mais privilegiados (e cujos papás podem pagar para que um filho seja médico sem a chatice de ter que ir para o estrangeiro)...
                        ...ao invés de aumentar as vagas nas públicos para todos o poderem ser dado que vai ser mesmo nos hospitais do SNS que vão ser formados?

                        É uma discussão muito interessante a ter.

                        Porque no dia em que uma faculdade privada ou semi-cenas conseguir reunir capacidade formativa sem precisar do Estado, a conversa é outra. E nesse dia nascerá o primeiro curso "privado" de Medicina pois legalmente nada o poderá impedir. Se cumpre os critérios, cumpre e pronto.

                        Agora precisar do Estado e dos impostos dos outros para uma franja da população privilegiada conseguir fazer um bypass ao resto de toda a gente e o Estado ainda "ajudar"...

                        ...bem...o sentido de justiça e igualdade de oportunidades que muita gente defende tem mesmo muito que se lhe diga...

                        E ainda falam de lobbies. Santa paciência para tanta dissimulação e falta de noção. Onde está mesmo o lobby, digam lá?

                        O próximo passo é os estudantes de engenharia das Universidades Independentes desta vida começarem a ir ter aulas no Instituto Superior Técnico.

                        Parece-vos lógico e racional, certo?

                        Comentário


                          Originalmente Colocado por lll Ver Post
                          obrigado pelo esclarecimento, mas uma universidade privada não poderia também fazer acordos com hospitais publicos?
                          isto se existirem hospitais publicos capazes de suprir a falha.
                          Este é o ponto. Existem doentes. Se estão concentrados em hospitais públicos deve o público usar a sua posição de monopólio para impedir o acesso de privados?

                          É que o André escreve muito bem mas ainda não vi nada concreto sobre a falta de doentes que ele alegou.

                          É que o curso era para ser em Lisboa e não em Miranda do Douro.

                          Comentário


                            Originalmente Colocado por Andre Ver Post
                            claro que poderiam, aliás essa é a única solução...acabarem a fazer os anos clínicos nos hospitais públicos...juntamente com os outros.

                            E aqui levantam-se várias questões:
                            - há capacidade para receber esses alunos? Não há, as faculdades públicas já estão em sobrecapacidade depois da expansão exponencial nos últimos 15 anos (quadruplicou a oferta)
                            - mas imaginando que havia...qual é a justificação para o Estado disponibilizar capacidade formativa dirigida em exclusivo para os portugueses mais privilegiados (e cujos papás podem pagar para que um filho seja médico sem a chatice de ter que ir para o estrangeiro)...
                            ...ao invés de aumentar as vagas nas públicos para todos o poderem ser dado que vai ser mesmo nos hospitais do SNS que vão ser formados?

                            É uma discussão muito interessante a ter.

                            Porque no dia em que uma faculdade privada ou semi-cenas conseguir reunir capacidade formativa sem precisar do Estado, a conversa é outra. E nesse dia nascerá o primeiro curso "privado" de Medicina pois legalmente nada o poderá impedir. Se cumpre os critérios, cumpre e pronto.

                            Agora precisar do Estado e dos impostos dos outros para uma franja da população privilegiada conseguir fazer um bypass ao resto de toda a gente e o Estado ainda "ajudar"...

                            ...bem...o sentido de justiça e igualdade de oportunidades que muita gente defende tem mesmo muito que se lhe diga...

                            E ainda falam de lobbies. Santa paciência para tanta dissimulação e falta de noção. Onde está mesmo o lobby, digam lá?

                            O próximo passo é os estudantes de engenharia das Universidades Independentes desta vida começarem a ir ter aulas no Instituto Superior Técnico.

                            Parece-vos lógico e racional, certo?
                            Nada contra.

                            Basta então não ser levantada nenhuma objecção contra a importação de médicos.

                            Comentário


                              Tanta coisa, quando se trata da lei da oferta e da procura e a OM trabalha para isso.

                              Chegam a ter a lata de dizer que o estado tem de contratar mais médicos para os hospitais e depois diz que não é preciso formar mais médicos, isto quando a procura continua a crescer.

                              Mas claro, mais procura e igual oferta, mais €€, mas ninguém tem coragem de vir para a praça pública denunciar.

                              Comentário


                                Originalmente Colocado por CivicES5 Ver Post
                                Eu não conheço o corpo docente nem sei como é que os pólos funcionam e interagem, portanto não estou a branquear nada. Sou apenas um dos "alumni" de Economia em Lisboa.
                                Interagem como qualquer hierarquia e na Católica será a única coisa que funciona mesmo bem....

                                Comentário


                                  Originalmente Colocado por lll Ver Post
                                  sim e não, se a parte ética e moral do médico, enfermeiros e restante pessoal não for aceitável ocorrem situações muito perigosas, neglicencia e não só

                                  caso com um medico particular, catedratico, e etc...
                                  3 anos atrás tive um problema num joelho, já ultrapassado
                                  recomendou-me um tratamento, já de si é estranho o ortopedista acumular a função de medico fisiatra

                                  pesquisei, segundo artigo em revista cientifica reputada, o tratamento era ineficaz, caro, mas ineficaz para o problema que eu tinha

                                  consultei um medico fisiatra, que também tem uma clinica, disse-me o mesmo que eu tinha lido, para o problema que eu tinha o tratamento sugerido pelo outro medico, que ele desconhecia ter-me sido recomendado, era ineficaz

                                  outro caso, acompanhei uma pessoa à urgencia do são joão, acompanhei durante o tratamento na urgencia, a dada altura a médica que tratava o doente, que estava "oculto" por uma lona, chamou várias enfermeiras para ajudar, uma a uma, todas elas estavam perto, mas ela não a via

                                  reação das enfermeiras, foram ajudar ? não afastaram-se para uma distancia segura, aonde pudessem desculpar-se de não terem ouvido a medica a chama-las

                                  por fim veio uma que a medica não tinha chamado

                                  a parte moral e ética está sempre presente
                                  Estou-me bem a borrifar para o tratamento verbal que recebo quando estou doente, quero duas coisas conhecimento+técnica, o resto é conversa e colinho.

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                                    até certo ponto, de qualquer forma a ética vai muito para além disso

                                    Comentário


                                      Originalmente Colocado por lll Ver Post
                                      até certo ponto, de qualquer forma a ética vai muito para além disso
                                      Vou repetir conhecimento+técnica para fazer o que deve ser feito de acordo com a "best practice" do momento.

                                      A ética fica bonita espalhada num qualquer proforma burocrático....Não o queres feito, dizes não, siga para outro! Ética top

                                      Comentário


                                        Originalmente Colocado por xtrusion Ver Post
                                        Tanta coisa, quando se trata da lei da oferta e da procura e a OM trabalha para isso.

                                        Chegam a ter a lata de dizer que o estado tem de contratar mais médicos para os hospitais e depois diz que não é preciso formar mais médicos, isto quando a procura continua a crescer.

                                        Mas claro, mais procura e igual oferta, mais €€, mas ninguém tem coragem de vir para a praça pública denunciar.
                                        Podia explicar-te como funciona a formação médica em Portugal, mas não sei se terás motivação suficiente para perceber.

                                        Portugal forma demasiados médicos nas suas faculdades. A meio da formação, quando deviam iniciar a pós-graduada, tira-lhes o tapete e diz assim a boa parte deles: "Agora, meus amigos, desenrasquem-se, que eu não tenho nada a ver com isso!"

                                        Com esse gesto, está a formar um batalhão de indiferenciados, com experiência 0, que são esses que te vão atender da próxima vez que fores a um SU.

                                        De resto, em Portugal, só onde há falta de médicos é no SNS. Sais do hospital, dás um pontapé numa pedra da calçada e encontras um médico.

                                        https://www.publico.pt/2018/07/15/so...ciados-1837562 - fica aqui para se quiseres tirar a cabeça da areia.

                                        Comentário


                                          O que estás a dizer é que existe falta de capacidade formativa e não médicos a mais.

                                          E a questão é saber porquê.

                                          Uma classe com mais de 50k profissionais só consegue formar menos de 2k em contexto de especialidade?

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                                            Originalmente Colocado por Obtuso Ver Post
                                            O que estás a dizer é que existe falta de capacidade formativa e não médicos a mais.

                                            E a questão é saber porquê.

                                            Uma classe com mais de 50k profissionais só consegue formar menos de 2k em contexto de especialidade?
                                            Tendo em conta que os médicos indiferenciados não têm qualquer estatuto, nem podem fazer nada no SNS (sem ser trabalhar como tarefeiros contratados por empresas externas nos SU) e no privado ninguém os quer, acho que existe aqui um excesso de médicos, não obstante, existir também e, concomitantemente, uma baixa capacidade formativa.

                                            Segundo o site do SNS, tinhas em outubro 19739 médicos especialistas no SNS. Os privados devem ser responsáveis por 1-2% dos médicos em formação pós-graduada (percentagem a olhómetro).

                                            Este ano abriram cerca de 1800 vagas para formação pós-graduada.

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                                              Originalmente Colocado por mdbc Ver Post
                                              Tendo em conta que os médicos indiferenciados não têm qualquer estatuto, nem podem fazer nada no SNS (sem ser trabalhar como tarefeiros contratados por empresas externas nos SU) e no privado ninguém os quer, acho que existe aqui um excesso de médicos, não obstante, existir também e, concomitantemente, uma baixa capacidade formativa.

                                              Segundo o site do SNS, tinhas em outubro 19739 médicos especialistas no SNS. Os privados devem ser responsáveis por 1-2% dos médicos em formação pós-graduada (percentagem a olhómetro).

                                              Este ano abriram cerca de 1800 vagas para formação pós-graduada.
                                              Se existem médicos a mais como explicar que cerca de 11% dos médicos, se.Não estou em erro, em Portugal sejam imigrantes?

                                              Como explicas os milhares de doentes em espera pelas consultas de especialidade? Médicos trabalham pouco? Médicos nos serviços são poucos? São poucos porque não contratam ou porque os concursos ficam desertos?

                                              Estou a ver o problema mais pelo lado da falta de capacidade formativa...

                                              Comentário


                                                Originalmente Colocado por Obtuso Ver Post
                                                Se existem médicos a mais como explicar que cerca de 11% dos médicos, se.Não estou em erro, em Portugal sejam imigrantes?

                                                Como explicas os milhares de doentes em espera pelas consultas de especialidade? Médicos trabalham pouco? Médicos nos serviços são poucos? São poucos porque não contratam ou porque os concursos ficam desertos?

                                                Estou a ver o problema mais pelo lado da falta de capacidade formativa...
                                                Por existirem a mais e pela saturação emigram.

                                                Por serem enxovalhados numa campanha que só encontra par naquilo que foi feito à classe dos professores....emigram

                                                Por não terem condições e sendo-lhes reconhecida qualidade suficiente lá fora, emigram.

                                                Por preferirem emigrar em vez de permanecer no SNS ou no privado, só mostra o estado de sítio da saúde em Portugal.


                                                Sim há médicos que trabalham pouco, sim há médicos que trabalham de mais, sim há uma péssima distribuição de médicos e sim os concursos ficam desertos, porque houve uns crânios que abriram vagas onde elas não deviam ter sido abertas.

                                                Acrescentar falta de condições para trabalhar e uma gestão de *****.

                                                Estou a ver que ainda não entendeste que temos mais médicos per capita que a média Europeia. A campanha anti-médicos pode continuar à vontade, os números continuam os mesmos para marrarem: https://www.pordata.pt/en/Europe/Num...er+doctor-1705

                                                Comentário


                                                  Originalmente Colocado por Obtuso Ver Post
                                                  O que estás a dizer é que existe falta de capacidade formativa e não médicos a mais.

                                                  E a questão é saber porquê.

                                                  Uma classe com mais de 50k profissionais só consegue formar menos de 2k em contexto de especialidade?
                                                  Capacidade formativa para a especialidade, sim. Esse é o maior problema. Há demasiadas vagas abertas para med e depois não se formam integralmente.

                                                  Tudo o resto são essencialmente problemas de gestão da saude do que propriamente dos médicos. Os médicos, principalmente os mais novos, coitados, não passam de meros recursos (máquinas) para aviar pacientes...

                                                  Também há o caso do diretor de serviço ir dormir para o hospital, há, e é triste, mas é cada vez menos frequente

                                                  Comentário


                                                    Eu sinceramente acho muito redutor analisar apenas a questão do número de médicos por habitante.

                                                    Até porque é usada ad eaternum e existe uma necessidade crescente de cuidados médicos e muitos outros factores a influenciar os problemas de acesso a cuidados.




                                                    A falta de capacidade em formar especialistas e a falta de capacidade em fixar os especialistas no SNS isso sim é importante aprofundar.


                                                    No fundo bate quase sempre tudo na falta de guito do Estado

                                                    Mesmo com a maior procura de cuidados de saúde o Estado não tem € para investir em fixar os especialistas experientes que por sua vez vão aumentar a capacidade em formar os internos.

                                                    Não tem € para oferecer melhores condições em zonas mais remotas.

                                                    Não tem € para oferecer melhores condições de trabalho e o trabalho no hospital público implica maior responsabilidade o que se pensaria que traria mais benefícios financeiros que o privado.

                                                    Não tem € para bater a oferta do exterior aos especialistas.

                                                    E o quase é porque não existe uma boa organização para o médico fazer só o trabalho que lhe compete.



                                                    Com isto a população vai-se mudando €€€ para o sector privado por falta de investimento no público e os especialistas mais experientes vão para o privado.

                                                    Mas lentamente, porque a maioria da população acede ao SNS e por isso sem mais médicos ou melhor organização no SNS é impossível reduzir listas de espera.


                                                    Portanto ou investe-se ou muda-se o sistema. Agora chamem lá o Dias da Cunha, que a culpa é do sistema.

                                                    Comentário


                                                      Originalmente Colocado por Obtuso Ver Post
                                                      Se existem médicos a mais como explicar que cerca de 11% dos médicos, se.Não estou em erro, em Portugal sejam imigrantes?

                                                      Como explicas os milhares de doentes em espera pelas consultas de especialidade? Médicos trabalham pouco? Médicos nos serviços são poucos? São poucos porque não contratam ou porque os concursos ficam desertos?

                                                      Estou a ver o problema mais pelo lado da falta de capacidade formativa...
                                                      Há vários motivos.

                                                      Boa parte das vagas em concursos ficam desertas porque:

                                                      - os concursos acontecem tardiamente após o fim da especialidade
                                                      Num passado não muito longínquo, já com a geringonça, chegava-se a estar à espera mais de 1 ano! Desde 2018, saiu um decreto a estipular tempos máximos e mesmo assim, na melhor das hipóteses estás colocado meio ano depois.

                                                      Isto acontece porque o pensamento de curto prazo é tanto que o Estado pensa apenas em explorar aquele recurso mais um tempo pagando-lhe menos dado que continua a ganhar como interno. Depois sai o tiro pela culatra porque ninguém está para ficar nessa indefinição e acabam a ir para um hospital PPP (que contratam directamente sem concurso) nos dias e semanas seguintes ao exame de saída de especialidade ou vai-se directamente full-time privado (que paga 3 a 5x mais em média, dependendo da especialidade, e um campeonato que o Estado nunca conseguirá competir).

                                                      - as vagas não têm correspondência directa com as necessidades dos serviços (o ministério da saúde ignora os pedidos de vagas das administrações e/ou disponibiiza 3 o 4 concursos depois após um tapete de burocracia onde quando a vaga finalmente existe aquele médico para a qual foi pensada já está na CUF ou no estrangeiro; depois como vão ficando vagas sempre abertas, estas são repetidas sucessivamente e acumulam-se; a cada novo concurso há menos vagas para as necessidades daquele ano porque ainda se está a colocar a vaga que nunca ninguém vai ocupar e que não foi ocupada nos concursos anteriores). É uma lógica brilhante.

                                                      - os contratos são todos iguais independentemente da complexidade ou inconvenientes de vida pessoal da função (socialismo no seu melhor): ganha o mesmo um médico de família numa vila do Alentejo que trabalha de 2ª a 6ª das 9 às 17h, como ganha um neurocirurgião num hospital central que abre cabeças às 3h da manhã aos fins de semana, natais e feriados...

                                                      - os contratos têm sempre 40h (incluindo 18h de urgência semanal) e não há qualquer flexibilidade para fazer contratos de 35, 30 ou menos horas. As PPPs fazem-no e lá vão conseguindo muito mais médicos, exactamente porque percebem que é melhor ter recursos (mesmo que não vão todos os dias) do que simplesmente não os ter.

                                                      Portanto o que está a acontecer é simples: o SNS contrata de forma inflexível, a más horas e não consegue concorrer minimamente com o sector privado e/ou estrangeiro em valores de remuneração.

                                                      Podes aumentar as vagas tanto da formação pré-graduada (faculdade) como da pós-graduada (especialiadade) que enquanto essas premissas se mantiverem o que vais produzir é uma exportação médicos para outros países ou directamente para o sector privado em Portugal.

                                                      Aliás até os estrangeiros que por cá chegam tendem a não ficar muito tempo e a rumar a outras paragens na UE. Por alguma razão será.

                                                      A solução para isto tudo que a Marta Temido e da Esquerda em geral têm é criar um período obrigatório de permanência após o término da especialidade. Que mesmo que funcionasse para um número razoável dos que aceitassem entrar nessas condições, o que acontece a logo seguir é que batem com a porta do SNS privando o SNS de especialistas com idade superior a 35 anos, continuando o problema da desnatação em loop mais agravado.

                                                      Só que nem isso vai acontecer quando há vários países a nível europeu (UK, França, Suíça, Bélgica, you name it...) com um défice de médicos brutal e com vagas de especialidade disponíveis (é para onde se estão a safar os actuais que não têm vaga cá). Se a Marta Temido se põe a obrigar a exclusividade o que vai conseguir é que fiquem vagas de especialidade por preencher, o pessoal vai todo para fora.

                                                      Portanto enquanto se continuar a tratar e a gerir o SNS da base da requisição civil e de princípios soviéticos de gestão igualitária absoluta, a achar que se agarram pessoas no SNS quer queiram quer não queiram, isto é um downhill sem fim e o SNS estará mesmo condenado a um fim muito triste.

                                                      Diria mesmo que a Esquerda parece mesmo tudo fazer para o implodir e conseguir esse fim.

                                                      O que é deveras irónico.

                                                      Diga-se ainda que foi o Paulo Macedo e um governo do PSD que teve a brilhante ideia de equiparar a carreira hospitalar à dos cuidados primários e a criar o contrato inflexível de 40h. Com o beneplácito dos sindicatos que estão puramente interessados em defender dos médicos que trabalham das 9 às 5 e que não prestam serviço de urgência. Assim é fácil obrigar os outros a fazer 18h e a lorpar com 2 noites fora de casa todas as semanas (que é realisticamente a média de qualquer médico da carreira hospitalar até aos 50 anos de idade).
                                                      Editado pela última vez por Andre; 07 December 2019, 23:08.

                                                      Comentário


                                                        Originalmente Colocado por Andre Ver Post
                                                        Há vários motivos.

                                                        Boa parte das vagas em concursos ficam desertas porque:

                                                        - os concursos acontecem tardiamente após o fim da especialidade
                                                        Num passado não muito longínquo, já com a geringonça, chegava-se a estar à espera mais de 1 ano! Desde 2018, saiu um decreto a estipular tempos máximos e mesmo assim, na melhor das hipóteses estás colocado meio ano depois.

                                                        Isto acontece porque o pensamento de curto prazo é tanto que o Estado pensa apenas em explorar aquele recurso mais um tempo pagando-lhe menos dado que continua a ganhar como interno. Depois sai o tiro pela culatra porque ninguém está para ficar nessa indefinição e acabam a ir para um hospital PPP (que contratam directamente sem concurso) nos dias e semanas seguintes ao exame de saída de especialidade ou vai-se directamente full-time privado (que paga 3 a 5x mais em média, dependendo da especialidade, e um campeonato que o Estado nunca conseguirá competir).

                                                        - as vagas não têm correspondência directa com as necessidades dos serviços (o ministério da saúde ignora os pedidos de vagas das administrações e/ou disponibiiza 3 o 4 concursos depois após um tapete de burocracia onde quando a vaga finalmente existe aquele médico para a qual foi pensada já está na CUF ou no estrangeiro; depois como vão ficando vagas sempre abertas, estas são repetidas sucessivamente e acumulam-se; a cada novo concurso há menos vagas para as necessidades daquele ano porque ainda se está a colocar a vaga que nunca ninguém vai ocupar e que não foi ocupada nos concursos anteriores). É uma lógica brilhante.

                                                        - os contratos são todos iguais independentemente da complexidade ou inconvenientes de vida pessoal da função (socialismo no seu melhor): ganha o mesmo um médico de família numa vila do Alentejo que trabalha de 2ª a 6ª das 9 às 17h, como ganha um neurocirurgião num hospital central que abre cabeças às 3h da manhã aos fins de semana, natais e feriados...

                                                        - os contratos têm sempre 40h (incluindo 18h de urgência semanal) e não há qualquer flexibilidade para fazer contratos de 35, 30 ou menos horas. As PPPs fazem-no e lá vão conseguindo muito mais médicos, exactamente porque percebem que é melhor ter recursos (mesmo que não vão todos os dias) do que simplesmente não os ter.

                                                        Portanto o que está a acontecer é simples: o SNS contrata de forma inflexível, a más horas e não consegue concorrer minimamente com o sector privado e/ou estrangeiro em valores de remuneração.

                                                        Podes aumentar as vagas tanto da formação pré-graduada (faculdade) como da pós-graduada (especialiadade) que enquanto essas premissas se mantiverem o que vais produzir é uma exportação médicos para outros países ou directamente para o sector privado em Portugal.

                                                        Aliás até os estrangeiros que por cá chegam tendem a não ficar muito tempo e a rumar a outras paragens na UE. Por alguma razão será.

                                                        A solução para isto tudo que a Marta Temido e da Esquerda em geral têm é criar um período obrigatório de permanência após o término da especialidade. Que mesmo que funcionasse para um número razoável dos que aceitassem entrar nessas condições, o que acontece a logo seguir é que batem com a porta do SNS privando o SNS de especialistas com idade superior a 35 anos, continuando o problema da desnatação em loop mais agravado.

                                                        Só que nem isso vai acontecer quando há vários países a nível europeu (UK, França, Suíça, Bélgica, you name it...) com um défice de médicos brutal e com vagas de especialidade disponíveis (é para onde se estão a safar os actuais que não têm vaga cá). Se a Marta Temido se põe a obrigar a exclusividade o que vai conseguir é que fiquem vagas de especialidade por preencher, o pessoal vai todo para fora.

                                                        Portanto enquanto se continuar a tratar e a gerir o SNS da base da requisição civil e de princípios soviéticos de gestão igualitária absoluta, a achar que se agarram pessoas no SNS quer queiram quer não queiram, isto é um downhill sem fim e o SNS estará mesmo condenado a um fim muito triste.

                                                        Diria mesmo que a Esquerda parece mesmo tudo fazer para o implodir e conseguir esse fim.

                                                        O que é deveras irónico.

                                                        Diga-se ainda que foi o Paulo Macedo e um governo do PSD que teve a brilhante ideia de equiparar a carreira hospitalar à dos cuidados primários e a criar o contrato inflexível de 40h. Com o beneplácito dos sindicatos que estão puramente interessados em defender dos médicos que trabalham das 9 às 5 e que não prestam serviço de urgência. Assim é fácil obrigar os outros a fazer 18h e a lorpar com 2 noites fora de casa todas as semanas (que é realisticamente a média de qualquer médico da carreira hospitalar até aos 50 anos de idade).
                                                        O que te faz ficar no publico André? Tenho ideia que já tens especialidade e penso até já teres revelado qual aqui no forum, mas não me lembro. Diria ortopedia, mas não estou certo?

                                                        Os únicos médicos que eu conheço que estão no publico depois dos 30 e muitos é mesmo porque querem fazer a diferença e são excelentes pessoas. Eu não conseguiria, sou sincero.

                                                        Conheço outra médica que mal acabe a especialidade não pensa duas vezes em ir direto para o privado e abandonar o SNS, aliás, já faz privado, apenas na parte médica e não cirúrgica...

                                                        Comentário


                                                          algumas breves considerações

                                                          que eu saiba os professores de medicina não estão a tempo inteiro como professores de medicina

                                                          acumulam com trabalho hospitalar seja ele no sns ou privado e medicina privada

                                                          ora pelo que é dito o curso da católica iria contratar muitos professores de medicina que atualmente formam alunos em faculdades publicas

                                                          o que criaria a situação de um professor daria aulas numa faculdade de medicina privada e em muitos casos estaria também a trabalhar num hospital publico, o mesmo aonde sempre trabalhou

                                                          continuo com a suspeita que o factor desnatamento teve muito importancia, porque um acordo entre uma universidade privada e um hospital publico representaria receita e não despesa para o hospital publico

                                                          Comentário


                                                            Originalmente Colocado por tonyV Ver Post
                                                            Por existirem a mais e pela saturação emigram.

                                                            Por serem enxovalhados numa campanha que só encontra par naquilo que foi feito à classe dos professores....emigram

                                                            Por não terem condições e sendo-lhes reconhecida qualidade suficiente lá fora, emigram.

                                                            Por preferirem emigrar em vez de permanecer no SNS ou no privado, só mostra o estado de sítio da saúde em Portugal.


                                                            Sim há médicos que trabalham pouco, sim há médicos que trabalham de mais, sim há uma péssima distribuição de médicos e sim os concursos ficam desertos, porque houve uns crânios que abriram vagas onde elas não deviam ter sido abertas.

                                                            Acrescentar falta de condições para trabalhar e uma gestão de *****.

                                                            Estou a ver que ainda não entendeste que temos mais médicos per capita que a média Europeia. A campanha anti-médicos pode continuar à vontade, os números continuam os mesmos para marrarem: https://www.pordata.pt/en/Europe/Num...er+doctor-1705
                                                            Conheço imensos médicos espanhóis em Portugal. A saúde em Espanha está em estado de sítio?

                                                            Conheço profissionais emigrados de diferentes sectores. Nessa lógica o país inteiro está em estado de sítio. Não é exclusivo da saúde.

                                                            Hoje em dia tens profissionais em que só o dinheiro já não faz diferença. E se aliam dinheiro e experiência noutras paragens, não hesitam.

                                                            Falar em rácio de médicos é ridículo tendo em conta que continuam concursos a ficarem desertos. E muito menos quando se fala em 11% de médicos estrangeiros.

                                                            Comentário


                                                              Originalmente Colocado por Obtuso Ver Post
                                                              Conheço imensos médicos espanhóis em Portugal. A saúde em Espanha está em estado de sítio?

                                                              Conheço profissionais emigrados de diferentes sectores. Nessa lógica o país inteiro está em estado de sítio. Não é exclusivo da saúde.

                                                              Hoje em dia tens profissionais em que só o dinheiro já não faz diferença. E se aliam dinheiro e experiência noutras paragens, não hesitam.

                                                              Falar em rácio de médicos é ridículo tendo em conta que continuam concursos a ficarem desertos. E muito menos quando se fala em 11% de médicos estrangeiros.
                                                              Também conheço, tal como cubanos e brasileiros, nenhum se destaca para cima da média!

                                                              É exclusivo da saúde quando nos útlimos 7/8 anos se assiste a um aumento brutal na emigração de profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos, etc).

                                                              Tens de ler todos os meus posts para veres que já disse que condições e um meio para evoluir profissionalmente chegavam para muita gente.

                                                              Descartar o número de habitantes para cada médico não é só ridículo, como hipócrita e deshonesto. Se o rácio é dos mais favoráveis na Europa, então só pode haver dois problemas: má gestão de recursos (garantida), uma população mais doente que a média Europeia (e por doente inclui vários aspectos até psiquiátricos ao marrarem nas urgências falsas vs CS/USF/etc)

                                                              Comentário

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