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“Nas sociedades do nosso mundo ocidental altamente industrializado, o posto de trabalho constitui o último campo de batalha em que uma pessoa pode matar a outra sem nenhum risco de chegar às barras de um tribunal” Heinz Leymann
http://www.ctoc.pt/downloads/files/1155034857_40a49.pdfEditado pela última vez por nunomplopes; 22 October 2008, 05:10.
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Dá a sensação que há quem venda cara a derrota:
http://www.macedovitorino.com/notici...l.php?aID=3300
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Originalmente Colocado por ELgatu Ver Posto user pmct, deve estar a confundir as coisas....
contrar e despedir livremente, ja a muito tempo q é possivel!
Não considero isto despedir livremente.
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Reparo que foi um tema já discutido mas já sobre o nome de assédio moral de trabalho.
http://forum.autohoje.com/showthread.php?t=28188&page=2
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Está aqui uma questão que me vira do avesso, literalmente. Tive hoje uma situação destas numa aula. Não tem a ver com trabalho, mas com a atitude,de excluir,...
Uma das matérias que estou a dar aos meus alunos, são danças sociais e a ordem é arranjarem um par e ponto final, tinham ordem para realizar e dançar o Foxtrot, enquanto eu montava a aula para dar voleibol, para se fazer melhor o aproveitamento do tempo. Há mais rapazes que raparigas, portanto quero todas as raparigas com par. Acontece, que os meus alunos sabem que a coisa que mais detesto é perder tempo, nas mudanças de actividade e em organização. Já tinha avisado a aluna, por mais duas vezes, que arranja-se um par, e não anda-se a ver quem é que queria ou não queria, porque não estavam ali para arranjar um par para casar mas para trabalharem numa actividade e só.
Mais uma vez a Marta, optou por se sentar, quando me apercebi, disse-lhe para sair da aula, porque na minha aula, quem não trabalha sai,...
Num lapso de tempo, apercebi-me, que algo me escapava e saí atrás dela e questionei-a. Ao que ela a chorar me disse, que ninguém queria dançar, com ela e diziam que ela era feia e bla, bla(o que tem graça,...é que ela até é uma menina bonita,...mas ainda não descobriu,... )
Imediatamente parei a aula e juntei toda a gente, para conversarmos sobre o assunto. Disse à Marta que as situações se enfrentam, e que tinha que ser ela a não se deixar excluir, que não tinha que perguntar, se alguém queria dançar, com ela, mas sim dirigir-se a um colega e dizer, ou pedir para dançar com ela. Por outro lado também disse a esta turma cada um é como Deus o fez e alguns muito piores, que as Aguias andam sózinhas e os corvos em bando e, que esta frase tinha todo o sentido, portanto Marta se calhar tu provavelmente és uma Aguia e que provavelmente havia ali muitos corvos,...
Bom a miúda deixou de ter a expressão que tinha e acho que entendeu a mensagem e acho que a turma também,...porque a Marta arranjou logo par, e com um dos rapazes que até já tinha par,...
Que ninguém tem que gostar de ninguém, mas que tem que ser delicados uns com os outros.
Eu costumo dizer que dou um vaca para não ter problemas, mas que depois dou uma manada, para não sair, quero com isto dizer, que considero extremamente importante as pessoas reagirem a este género de comportamentos, é assim que se age em democracia, porque a nossa atitude é essencial, para que cada vez casos destes deixem de existir.
Eu no meu caso tenha na minha situação laboral uma questão deste género, coloquei um colega meu de trabalho em tribunal, estive 5 horas fechada numa sala, para me "incentivarem a desistir", disse sempre que não, e não, arranjei os melhores advogados que considero que há na área laboral, os escritórios do Dr. Garcia Pereira. Isto tudo, porque considerei que um colega, utilizou linguagem menos própria para mim no meu local de trabalho. Linguagem que eu considero gravosa, para um professor, no seu local de trabalho. Têm tentado ao máximo por vario tipo de formas, desgastar-me, mas não desisto, primeiro porque não sou pessoaa para desistir, segundo porque considero que toda a gente tem direito ao respeito e à verdade,...por outro lado quero ver se os meus índices de testerona, são altos ou baixos,...
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Originalmente Colocado por Maria Helena Ver PostEstá aqui uma questão que me vira do avesso, literalmente. Tive hoje uma situação destas numa aula. Não tem a ver com trabalho, mas com a atitude,de excluir,...
Uma das matérias que estou a dar aos meus alunos, são danças sociais e a ordem é arranjarem um par e ponto final, tinham ordem para realizar e dançar o Foxtrot, enquanto eu montava a aula para dar voleibol, para se fazer melhor o aproveitamento do tempo. Há mais rapazes que raparigas, portanto quero todas as raparigas com par. Acontece, que os meus alunos sabem que a coisa que mais detesto é perder tempo, nas mudanças de actividade e em organização. Já tinha avisado a aluna, por mais duas vezes, que arranja-se um par, e não anda-se a ver quem é que queria ou não queria, porque não estavam ali para arranjar um par para casar mas para trabalharem numa actividade e só.
Mais uma vez a Marta, optou por se sentar, quando me apercebi, disse-lhe para sair da aula, porque na minha aula, quem não trabalha sai,...
Num lapso de tempo, apercebi-me, que algo me escapava e saí atrás dela e questionei-a. Ao que ela a chorar me disse, que ninguém queria dançar, com ela e diziam que ela era feia e bla, bla(o que tem graça,...é que ela até é uma menina bonita,...mas ainda não descobriu,... )
Imediatamente parei a aula e juntei toda a gente, para conversarmos sobre o assunto. Disse à Marta que as situações se enfrentam, e que tinha que ser ela a não se deixar excluir, que não tinha que perguntar, se alguém queria dançar, com ela, mas sim dirigir-se a um colega e dizer, ou pedir para dançar com ela. Por outro lado também disse a esta turma cada um é como Deus o fez e alguns muito piores, que as Aguias andam sózinhas e os corvos em bando e, que esta frase tinha todo o sentido, portanto Marta se calhar tu provavelmente és uma Aguia e que provavelmente havia ali muitos corvos,...
Bom a miúda deixou de ter a expressão que tinha e acho que entendeu a mensagem e acho que a turma também,...porque a Marta arranjou logo par, e com um dos rapazes que até já tinha par,...
Que ninguém tem que gostar de ninguém, mas que tem que ser delicados uns com os outros.
Eu costumo dizer que dou um vaca para não ter problemas, mas que depois dou uma manada, para não sair, quero com isto dizer, que considero extremamente importante as pessoas reagirem a este género de comportamentos, é assim que se age em democracia, porque a nossa atitude é essencial, para que cada vez casos destes deixem de existir.
Eu no meu caso tenha na minha situação laboral uma questão deste género, coloquei um colega meu de trabalho em tribunal, estive 5 horas fechada numa sala, para me "incentivarem a desistir", disse sempre que não, e não, arranjei os melhores advogados que considero que há na área laboral, os escritórios do Dr. Garcia Pereira. Isto tudo, porque considerei que um colega, utilizou linguagem menos própria para mim no meu local de trabalho. Linguagem que eu considero gravosa, para um professor, no seu local de trabalho. Têm tentado ao máximo por vario tipo de formas, desgastar-me, mas não desisto, primeiro porque não sou pessoaa para desistir, segundo porque considero que toda a gente tem direito ao respeito e à verdade,...por outro lado quero ver se os meus índices de testerona, são altos ou baixos,...
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Originalmente Colocado por v7 Ver PostExemplo muito engraçado ! que idade têm os teus alunos ? e já agora és professora de educação fisica ?
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Originalmente Colocado por Maria Helena Ver PostNormalmente dou 12º Ano, mas este ano escolhi 7º anos, já tinha saudades dos pequeninos,...e dou 10º anos. Sou sou professora de Educação Física, ex jogadora de andebol, e ex praticante de Judo, mas só por gozo, dá-me pica andar à porrada,...
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Originalmente Colocado por Maria Helena Ver PostEstá aqui uma questão que me vira do avesso, literalmente. Tive hoje uma situação destas numa aula. [...]
Os "putos", em especial na adolescência, são muito separatistas e conseguem exercer enorme pressão psicológica sobre outros (especialmente se não são "do grupo").
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Originalmente Colocado por ClioII Ver PostEsta é uma situação não laboral, mas muito comum.
Os "putos", em especial na adolescência, são muito separatistas e conseguem exercer enorme pressão psicológica sobre outros (especialmente se não são "do grupo").
O ano passado aconteceu-me numa turma e este ano aconteceu-me já duas vezes.
Agora acho extremamete importante essas crianças, jovens aprenderm a defender-se, perderem o medo da exposição e de medirem forças, com quem os marginaliza,...só custa a primeira vez,...
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Originalmente Colocado por Excalibur Ver PostÉ isso que esses indivíduos pretendem, que actues de forma a perderes razão.
E há muitos sítios onde essa forma de actuar existe.
Por exemplo acaba por ir de encontro ao que o nunomplopes, escreveu no seu tópico A razão da agressão.
Porque isto é uma forma de agredir a pessoa, provocando-a.
Um pouco mais inteligente não ?
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Já perdi um emprego por ter respondido a uma chefia que numa reunião decidiu dar-me "baile". Como não me educaram para ser o bobo da corte, respondi na mesma moeda e passado uma semana mandaram-me embora, afirmando sempre que não tinha nada a ver com o sucedido. Não me arrependo minimamente do que fiz, porque não deixo que me rebaixem, o respeito tem de ser mútuo.
Mais em conta com o tópico, já vi situações parecidas com esta, onde houve uma mudança de chefia (ainda por cima numa equipa pequena) e "arredaram" a chefia antiga. Nisto tipo de coisas, sou muito transparente e não tomo partidos, continuo a trabalhar e a conviver normalmente.
Ps. não sei se é pelo descrito no parágrafo anterior, mas agora tenho uma p**a de uma colega a dar-me um cházinho de vez em quando!! Há-de chegar o dia em que tenhamos um tête-à-tête.
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Originalmente Colocado por Filipe Miguel F. Lopes Ver PostE que tal a agressão sem testumunhas e sem ser local de trabalho ??
Um pouco mais inteligente não ?
essa situação foi ponderada, mas acarreta os seus riscos ( eu sugeri umas bolinhas de naftalina no deposito do carro ou então açucar )
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Originalmente Colocado por pmct Ver Postnão é nada possível
o despedimento puro e simples mesmo com indemnização é inconstitucional, ou não sabias?
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Originalmente Colocado por Maria Helena Ver PostEu no meu caso tenha na minha situação laboral uma questão deste género, coloquei um colega meu de trabalho em tribunal, estive 5 horas fechada numa sala, para me "incentivarem a desistir", disse sempre que não, e não, arranjei os melhores advogados que considero que há na área laboral, os escritórios do Dr. Garcia Pereira.
Já agora, os honorários são aquele exorbitância que consta?
Obrigado.
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Originalmente Colocado por MS Ver PostFui aluno dele, mas não consigo encontrar os contactos dos escritórios. Podes, pf, enviar-me por PM?
Já agora, os honorários são aquele exorbitância que consta?
Obrigado.
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Originalmente Colocado por Alpiger Ver PostO pior é que pagas pelos serviços dele mas não é ele quem os faz mas sim um qualquer estagiario ou assistente.
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Originalmente Colocado por MS Ver PostMuito provávelmente. Como acontece com qualquer grande especialista em qualquer área. Mas, à partida, estão sob a supervisão dele, a quem colocam questões em caso de dúvida. E que têm alguma experiência adquirida com ele.
Eu fui ao escritório dele, e a única pessoa, que podia ter o meu caso era a filha dele. Aceitei, é uma rapariga competente, guerreira, como eu gosto, compreendeu perfeitamente o que eu sentia. Disseram-me que em tribunal é pior que o pai,...agradou-me,...
O que eu acho, é que as coisas não são deixadas ao acaso,... nem é a bandalheira, do assistente incompetente. Há profissionalismo e é isso que me interessa. E o pai supervisiona tudo. Podem ter a certeza, que o que sai dali, tudo tem a qualidade do nome do escritório.
Não é barato, mas também não me caiu o queixo quando soube o preço, é normal, penso para o serviço que presta, uma pessoa que estudou o assunto, vale o que ele vale dentro da sua especialidade.
Aliás quando na minha escola se soube,... piou fininho, nunca passou a ninguém pela cabeça que eu fizesse o que fiz, porque eu sou uma pessoa normalmente alegre e bem disposta, ...mas absolutamente inflexível, quando acredito em alguma coisa e quando tomo uma decisão, não me interessando nada as hierarquias. Trato as pessoas com educação, exigo o mesmo. Algumas pessoas passaram a mais comedidas nas palavras e a terem cuidado com o que dizem,...cuidado é preciso ter cuidado com o que se diz,...
O que eu acho nestes casos importante, é que as pessoas tem o direito de serem tratadas com correcção, tem direito a ter orgulho e amor próprio. Hà coisas que são indignas do ser humano, para quem faz ,...mas também quem se sujeita. O incutir o medo, a outra pessoa e, utilizá-lo para manipular e até destruir-la, não se faz, e acho que cada um deve aprender a ter orgulho, naquilo que é,... e não deixar que lhe tirem aquilo que é mais precioso, que é a dignidade.
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Originalmente Colocado por The_MoBsTeR Ver PostArrisco-me a dizer que o Garcia Pereira é o melhor mesmo. E por isso é caro, tem um veleiro para sustentar e tem que pagar o colégio para não ter que aturar a peste vais combater um arqueiro com um panzer, mas assim é que tem que ser
Se deixamos colocar o pé em cima, é sempre a seguir. Engraçado, quem me ensinou isto foi um aluno que um dia fui buscar as galinheiras,...foi aí que pela primeira vez vi um chino, é assim que se escreve não é? Disse-me ele " Stora quando um picapau pica os outros vem atrás e também picam". Ficou-me a frase, de um aluno que muito me orgulho, e que o primeiro dia que o encontrei, nos confrontamos, os dois. História engraçada esta,...que um dia se estiver com disposição conto aqui. também onde houve uma agressão, das do género das que falamos aqui,...
O que eu quero dizer, é que neste momento nem me interessa ganhar nem perder, o que eu quero já se percebeu,...e não se vai repetir, porque as coisas doem,...Editado pela última vez por MariaHelena; 23 October 2008, 22:14.
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O mobbing e o bullying deviam ser punidos severamente. As agressões físicas saltam mais à vista, mas as psicológicas levam a danos igualmente graves.
São das coisas que mais repugnância me causam. É o vale tudo para subir de posto ou entalar alguém. Em ambiente escolar , acabam por terminar em tiroteios em faculdades.
Nas filmagens do massacre de columbine, um dos putos que se passou, apanhou um gajo escondido atrás de um sofá e disse-lhe algo como: "E agora? Não tens vontade de me gozar? Não tens vontade de me chamar nomes?".
Estes tipos de violência não devem ser desconsiderados com uma palmadinha nas costas e um "deixa lá isso, estão a brincar contigo."
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Grassa por esse mundo fora um conjunto copioso de formas diversas de agressão, do tipo psicológica e/ou moral, sendo que os mesmos fenómenos não têm sido suficientemente atendidos na sua importância na sociedade contemporânea. Mas é bem verdade que existe nas instituições modernas, em particular nas organizações portuguesas, o registo de um fenómeno social a que Hirigoyen deu o nome de “assédio moral”. Ora, é certo que o “assédio moral” tem sido traduzido por um conjunto de artefactos de “terrorismo psicológico”, constantes em diversos contextos, conhecidos por bullying nas organizações escolares e por mobbing nas organizações laborais. Se é certo que ambos os fenómenos são comuns, é preciso atender a que existe uma desigualdade no tipo de estudo dos mesmos, sendo que, se o bullying está particularmente visado por uma certa “tendência modal de estudos”, o mobbing continua a constituir uma temática praticamente “não estudada” em Portugal.
O termo mobbing foi introduzido na literatura, nos anos 80, por Heinz Leymann, psicólogo de origem alemã a viver na Suécia, para descrever formas severas de assédio nas organizações. Para Leymann, o mobbing consiste em actuações hostis frequentes e repetidas no local de trabalho, visando sistematicamente a mesma pessoa (a “vítima”). Segundo ele, o mobbing tem origem num conflito que degenera. Analisa-o como uma forma particularmente grave de stresse psicossocial.
O mobbing consiste, portanto, numa forma de agressão ou terrorismo, de natureza psicológica e/ou psicossocial, que é realizada no contexto de trabalho, por parte da entidade patronal (referente ao denominado “assédio vertical descendente”, segundo Hirigoyen), por colegas (“assédio horizontal”, segundo Hirigoyen) ou por um subordinado (“assédio ascendente”, segundo Hirigoyen).
É de referir as investigações clássicas de Leymann na Suécia e de Hirigoyen na França. Leymann estabeleceu que 3,5% dos assalariados suecos eram vítimas de assédio, tendo também estimado que 15% dos suicídios eram devidos a mobbing. O autor, o qual divulgou os seus dados na obra “Mobbing, la persécution au travail” (1996, Seuil), introduziu a seguinte definição conceptual de mobbing: “acções repetidas e repreensíveis, ou nitidamente negativas, dirigidas contra os empregados de uma maneira ofensiva e que podem conduzir ao seu afastamento da comunidade local de trabalho.” Já Hirigoyen divulgou os dados de um grande inquérito realizado em França na obra “Malaise dans le travail. Harcèlement moral: démêler le vrai du faux” (1998, Syros) (traduzido para português para “O assédio moral no trabalho. Como distinguir a verdade”, Edições Pergaminho): 29% de casos entre os 36 e os 45 anos, 43% entre os 46 e os 55 anos, e 19% após os 56 anos; 70% de mulheres vítimas para 30% de homens vítimas; em 58% dos casos, o assédio provinha da hierarquia; na maioria dos casos, o fenómeno originou a “baixa compulsiva”, tendo acabado em afastamento do local de trabalho (36% dos casos) ou despedimento (20%). Os grandes sectores de assédio moral são a “gestão, contabilidade, funções administrativas” (26%), a “saúde” (9%) e o “ensino” (9%).
O mobbing (Leymann) ou “assédio moral no trabalho” (Hirigoyen) é, portanto, um fenómeno de grande expressividade e não choca se for afirmado que o mesmo é bastante comum em Portugal, em particular nas grandes empresas e no contexto da saúde. Enquanto fisioterapeuta que sou, tenho assistido a muitas manifestações de mobbing na minha vida laboral, tanto no respeitante a terapeutas como no respeitante a enfermeiros, por parte de médicos e superiores hierárquicos.
Não posso esquecer o meu percurso de somente quatro meses de trabalho no Hospital Cuf Infante Santo. No serviço de Fisioterapia do respectivo hospital, as terapeutas coordenadoras sujeitavam os terapeutas trabalhadores a um tratamento verdadeiramente “patológico”, sendo que éramos vítimas de um trato animalesco, para além da total ausência de regras de deontologia profissional. Os doentes vinham para os terapeutas, passando pelas “chefes”, extremamente indispostos, tal era o tratamento recebido. Mas não tinham melhor tratamento por parte dos “súbditos”, pois estes viviam num constante ambiente de stresse e humilhação. Vi muitas vezes a minha “chefe” a desautorizar profissionais à frente dos doentes, em assuntos de carácter não laboral mas sim de ordem técnico-científica. Mais tarde, quando me insurgi contra o controlo provocado por uma terapeuta “mais velha”, fui chamado à atenção; nessa “chamada” foi-me dito que, enquanto profissional mais novo, devia respeito aos mais velhos, sendo que estes últimos “tinham mais direitos, por estarem há mais tempo na instituição”. Fui desconsiderado, tendo sido inclusive objecto da “mentira” e da “afronta”. O trato a que tive “direito” teve repercussões psíquicas tardias, tendo inevitavelmente atingido a minha auto-estima.
A vergonha e a humilhação a que tantos profissionais são sujeitos levam a que exista uma sensação de “perda do sentido”, e até mesmo à desvitalização psíquica, à “dissonância cognitiva” (Festinger), à angústia momentânea e à depressão crónica. O “assédio moral” no trabalho predomina no mercado português, atingindo muito particularmente os jovens licenciados, os mesmos que tanto lutaram nas Universidades para acabarem os seus cursos e agora labutam no “caminho da pedra” (na realidade laboral tão distante da realidade teorética que se apregoa nos cursos superiores...), no contexto do trabalho precário e num ambiente em que predomina a obrigatoriedade da “negação do Eu” identitário (Arno Gruen), transformados em “meros trabalhadores substituíveis” sem importância moral e fragrância científica.
O “assédio moral no trabalho” atinge tantos trabalhadores!... Mas a resposta dos mesmos labuta em silêncio. Temos, claro, a resposta mais global do subdesenvolvimento das empresas nacionais, nas quais qualquer tentativa de se ser “o melhor”, de se “ser criativo”, acaba por esbarrar na inveja e no tratamento aversivo.
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